Oficina

Aos que resolverem percorrer as vielas e becos do centro comercial de Kirigakure, verão, através dos domínios da névoa espessa que percorre toda a aldeia, a sombra de uma grande construção. Aproximando-se, a forma oculta na neblina tomará os contornos de um edifício robusto, uma obra sustida por paredes de pedras polidas e brilhantes na turvação insular, localizado ao lado de algumas lojas e atrás de um pequeno poço artesiano. Uma única e grande porta separa o ambiente externo do interno; passagem esta que costuma permanecer aberta e que frequentemente atrai a atenção de transeuntes curiosos. Aqueles que, por alguma razão, se aproximarem ainda mais, verão uma luz incidir do interior – superando as trevas e a bruma incessante. O brilho ameno se torna vívido: e a cor alaranjada torna-se nítida aos olhos alheios. Cada passo que dão ao seu encontro, mais poderão ver o que lhe esperam; até que, finalmente, contemplarão uma grande fornalha. Embutido na parede empedrada, a fornalha faz com que suas brasas ardentes resplandeçam com vigor, o que permite uma luz calorosa e aconchegante recair sob aquele salão de proporções homéricas. Uma grande távola de pedra cercada por banquinhos acolchoados encontra-se próximo do forno mencionado, ao passo que uma maciça bigorna negra é vista à frente, ainda mais próximo do fogo. A poeira e a fuligem são como uma só coisa, se juntando não apenas nas arestas da construção, nos pilares, nas concavidades das paredes e no chão; mas também nas grandes estantes de madeira e na infinidade de instrumentos que elas comportam. Passando brevemente os olhos, os visitantes poderão enxergar martelos, tenazes, alicates, cinzéis, serrotes, pedaços de tamahagane, pedras de polimento, pinças e diversos outros apetrechos. Se prestarem mais atenção, também poderão visualizar, nos cantos do salão, baldes d’água e tonéis recheados de materiais simples, como lenha, carvão, gusa e outros minérios ordinários. Há, por fim, um grande fole em um espaço reservado ao lado da fornalha de tijolos; além de um pequeno cofre e uma grande escada de madeira que leva os visitantes ao nível superior, onde se encontram as armas em exposição. Quando aberta, a forjaria costuma estar frequentada pelo único ferreiro e proprietário: um jovem de cabelos ruivos com alguns fios descoloridos que dizem ter vindo de uma terra distante no deserto. Representação.

Armazém de Matérias Primas escreveu:▸ Minérios Básicos: 7un.
▸ Minérios Avançados: 1un.
▸ Minérios Especiais: 6un.
▸ Minérios Lendários: 2un.
Slots: 17/50un.

Minérios:

Diagramas Fabricados:

Empório

Se for permitido, os visitantes interessados no trabalho do proprietário poderão subir a pequena escadaria que garante acesso ao segundo andar. Galgando os degraus cuidadosamente, eles conseguirão chegar intactos à um corredor estreito e abafado, iluminado apenas pela luz provinda da fornalha localizada no térreo. Percorrendo-o, se depararão com uma porta de madeira que, depois de empurrá-la, se abrirá e revelará a sala destinada às negociações dos equipamentos forjados pelo jovem ferreiro de cabelos ruivos. Apesar de ser um espaço reservado para a exibição do ofício do proprietário, a primeira visão dos visitantes costuma ser o teto do salão, que em sua área central possui uma bela janela de vidro transparente, permitindo que a luz do sol – ou da lua – ilumine o interior do recinto com encanto. Para além disso, há aos fundos do cenário um extenso balcão de carvalho, onde em suas extremidades repousam lamparinas acesas e, por vezes, panos cobertos por algum produto de limpeza. Por trás da bancada, há fixado na parede empedrada um grande mostruário de armas, com prateleiras feitas de um metal reforçado para sustentar todo o peso dos equipamentos. Há, no decorrer da sala, uma pequena e simples mesa de madeira com duas cadeiras; além de uma roda de polimentos que costuma ficar isolada no canto, aparato exclusivo para ajustes finos nas lâminas das armas que outrora foram fabricadas.

Preço de Venda escreveu:▸ Item fabricado com Minérios Básicos: 500.000 ryōs;
▸ Item fabricado com Minérios Avançados: 1.500.000 ryōs;
▸ Item fabricado com Minérios Especiais: 5.000.000 ryōs;
▸ Item fabricado com Minérios Lendários: 10.000.000 ryōs.

Compra de Itens:

Forja comandada pelo personagem Emiya (@Zireael). As compras devem ser feitas em on-game pelos jogadores do vilarejo, ou seja, necessitam de interação. Aos que desejarem fazer uma encomenda de arma, é necessário que seja feita uma interação prévia com o ferreiro através deste mesmo tópico ou em uma outra situação em on-game, desde que devidamente comprovada no momento que o item for fabricado.

[1] Sistema de Oficinas & Lojas;
[2] Sistema de Matérias Primas;
[3] Sistema de Profissões;
[4] Criação de Itens;
[5] Forja Anterior.

Adentro nos limites do salão enquanto me sinto envolvido pelo domínio das sombras e da neblina. Caminho lentamente, e meus passos débeis ecoam no ar em sons igualmente abatidos. Enquanto isso, meus dedos gentilmente se direcionam às proximidades, tocando as estantes, os instrumentos de ofício, a távola de pedra, o fole e, por fim, a grande fornalha. A poeira se ergue como uma cortina, e as partículas levantadas flutuam no ar como pequenos tufos. Meu andar cessa, e então, apoio minhas mãos no forno à minha frente. Deixo meu peso recair sobre os músculos, e fecho meus olhos depois de suspirar com profundidade. Depois de semanas, finalmente eu havia atingido um momento de tranquilidade – um momento breve, mas que havia de ser desfrutado. Penso na minha caminhada até a Névoa, atravessando os perigos do deserto do Vento e as florestas insondáveis do Fogo, para além de navegar pelos mares tormentosos que cercavam a aldeia insular. Apesar da demora, tudo correu bem em minha viagem, e a cada segundo naquele momento de meditação, mais eu resgatava o meu passado. Num instante, veio-me a cena de minha antiga forja no vilarejo da areia, um lugar que por muito tempo eu chamei de lar; e depois eu me lembro do meu ofício, do meu propósito como ferreiro. No átimo, a figura de Gin surge em meus pensamentos, e sinto um peso indecifrável avassalar o meu peito.

Por meses eu havia evitado levar a minha mente até Gin; por meses eu decidi simplesmente evitar abrir essa porta de minhas memórias. Seria uma negação involuntária, uma forma de proteger a mim mesmo do luto? Eu não sabia dizer ao certo, mas os segundos se passavam lentamente enquanto me lembrava do corpo de meu mestre, que havia sido deixado às areias depois de ser morto pelo apóstolo da deusa Kiara. Lágrimas começam a se acumular no canto de meus olhos, para então rolarem pelas minhas bochechas e incidirem contra o chão empoeirado. No momento, me recordava do rosto do mestre Gin, de suas aspirações, de sua vontade e de sua paixão como forjador. — Droga... — Praguejo, quase soluçando, enquanto deixo o choro seguir como as águas de um riacho. O sol se despede e a lua se finca no alto do céu, ao passo que me movo com dificuldade para me sentar no canto do salão, segurando os joelhos e sentindo a frieza contida no maciço chão de concreto. Tento esconder meu rosto nas pernas, mas logo meu olhar recai novamente sob a fornalha. Meu peito ainda doía, minha cabeça ainda girava, meus olhos continuavam a lacrimejar; mas mesmo assim, eu tinha que me mexer. Eu não podia continuar assim. Eu tinha que encontrar uma forma de deixar de lado essa dor, de superar esse luto. Eu tinha que encontrar um símbolo para minha batalha contra este sofrimento.

Lentamente, ajeito a minha postura e me levanto do pavimento gélido, indo de encontro ao forno. Respiro com suavidade, fechando os olhos por um breve instante, hesitando. Me recordo do diálogo que tive com Gin, quando, junto à Kaiba, prometi a eles que forjaríamos uma espada datada de um passado distante, uma lâmina imortal dita protagonizar contos lendários. — Obrigado por tudo. Obrigado por tudo que me ensinou, mestre Gin. Eu prometo... eu vou dar continuidade àquela nossa promessa. — Então, num sopro, uma língua de fogo desce de encontro ao carvão, atingindo-o e inflamando-o vigorosamente. As chamas se levantam, e o ardor incide em meu rosto, me acolhendo. Me sinto melhor, e as lágrimas secam. No fundo do salão, para além da porta, o sol começava a aparecer por entre a cerração, o que fortalecia as cores da sala. O tom alaranjado e aconchegante era apenas um sinal que eu deveria continuar meu trabalho como ferreiro; eu tinha que fazer valer os ensinamentos de meu mestre e mostrar para o mundo que sua morte não havia sido em vão. No fim, depois de me recompor, finalmente me dirijo até o cofre da forjaria e retiro de minha bolsa os minérios que outrora eu havia pegado em Sunagakure, armazenando-os e trancando o lugar com a senha apropriada. Agora, eu apenas deveria esperar os visitantes interessados no meu ofício.

Considerações:

Descrições:

Ninguém havia recebido Altria que já estava dentro do vilarejo. A forasteira não era mal vista pelos aldeões, porém, sua presença causava certo receio nos mesmos. Isso, pra ela, não fazia tanta diferença; tinha seus próprios motivos para estar ali, e os cochichos não interferem nisso. Um dos civis, porém, captou sua atenção ao comentar sobre a recente forja feita logo no coração do vilarejo cujo dono era um jovem de cabelos ruivos. “Shirou-kun…” Murmurou. A passos fugazes, a mulher dirigiu-se até o local onde a forja se encontrava.

A porta era a única coisa que a separava do edifício, e logo a mesma fora perpassada. O brilho incandescente de uma chama alaranjada demonstrava que a fornalha já estava trabalhando. O cheiro de carvão, e o crepitar do carvão apenas reforçaram isso. Por detrás do balcão, a figura de cabelos cor de fogo repousava, como se estivesse à sua espera. —— Emiya. —— A voz soou mais rouca que o normal, mas o sorriso em seus lábios e os olhos marejados deixavam claro o quão feliz estava por reencontrar seu querido amigo. Kurama em seu íntimo apenas bufou, como se não gostasse de todo aquele sentimentalismo; mas a criatura não sabia – ou pelo menos pareceu não se importar – com todo o tempo que ambos já se conheciam em vida.

Considerações:

Qualidades & Atributos:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

O entardecer foi acompanhado por uma grata surpresa. Minutos atrás, me apoiava em um dos pilares que sustentam a construção, grandes colunas de pedra maciça que certamente nunca haverão de ruir; enquanto meus olhos se atentavam aos meus entornos – ora contornando as encaroçadas paredes pedrosas, ora se deparando com a luz tênue que invadia o local pela única porta acolá. Por vezes, eu remexia o meu corpo como mera forma de recobrar a atenção que lentamente se esvaía, sendo esta também uma maneira de me aliviar de uma misteriosa sensação de inquietude. Desde que me relembrei dos momentos que tive com meu mestre, uma agitação desconfortante parecia atingir o meu corpo – um sentimento ruim, que tomava partida através das dúvidas que eventualmente surgiam em meus pensamentos. A maior delas era o paradeiro dos seguidores de Kiara Sessyoin. Apesar da minha vitória no último confronto contra as forças da suposta deusa, minha intuição me dizia que os meus olhos continuam à procura dos mesmos. Assim como pude testemunhar em Sunagakure, os acólitos da seita de Kiara estão acostumados a se infiltrar nas aldeias ocultas, seja ingressando no seiki butai como ninjas, seja se tornando meros civis e ficando à espreita. Dessa maneira, deveria me colocar em alerta, ainda que eu residisse no longínquo e pacífico vilarejo da Névoa.


Por trás do brilho alaranjado do sol que superava a névoa costumeira da vila, a surpresa logo chegou aos meus olhos. De relance, me assustei, sentindo um baque em meu peito que se transformou em um grito mudo. Do átrio aberto ao exterior, uma silhueta negra uniu-se às sombras do salão interno. Os traços obscuros revelaram uma mulher de alta estatura, de corpo forte e postura imponente. — Pois não? — Eu pergunto, ao passo que me afasto da pilastra e me aproximo da sombra enquanto acompanhado pela luz que partia da fornalha. De súbito, uma voz familiar ressoa no ar, e meu nome ecoa como um poderoso vocativo. O lugar se clareia, e a silhueta se transforma em uma conhecida, uma líder e uma amiga. — Altria-sama. — Respondo hesitante, observando com clareza as lágrimas se acumularem nos cantos dos belos olhos cor de ouro da antiga Kazekage. Um momentâneo silêncio reina no local, enquanto acalmo e recobro meus pensamentos. — Seja bem vinda. — Foi o que consegui dizer, depois de sentir um nó se formar em minha garganta; palavras roucas, mas de certa forma, afetuosas. — Não estava esperando a sua visita, Altria-sama. — Declaro, ao passo que tento me acalmar e controlar meus sentimentos.

Considerações:

Descrições:

—— Só Altria, Emiya-san. —— Respondeu o mancebo, se aproximando e estendendo a destra num gesto de cumprimento. A mulher limpou as lágrimas que escorriam com a canhota, observando o local com os grandes olhos dourados. —— Vejo que você não mudou em quase nada, Emiya-san. Continua o bom e velho ferreiro de sempre. Tem trabalhado bastante aqui em Kirigakure?Como tem passado; me conte as novidades! —— O questionou entusiasmada, caminhando e se encostando numa das grandes pilastras próximas dali, aguardando a resposta do próprio. Estava ávida para saber o que o rapaz tinha feito desde que saíra do deserto e se estabelecera na névoa. Era importante recolher informações, de certa forma.

O frio de Kirigakure incomodava Altria, ainda que um pouco. Era acostumada com o calor exacerbado do deserto, e por mais que o próprio esfriasse ao cair da noite, não era similar ao país da névoa. A bruma chegava mesmo durante o dia, e no anoitecer, possivelmente piorava. O país da água era escondido num labirinto enevoado, e seu frio açoitava os corpos despreparados para tal – o que não era o caso da loira, de certa forma. Quando respirava, podia ver a fumaça que saía de suas narinas, de sua boca… o frio de Kirigakure era incessante, e de certa forma, acolhedor.

Considerações:

Qualidades & Atributos:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

A mão coberta pela manopla se aproxima de mim como um vulto arrastado, e eu, em resposta, estendo a minha e seguro com firmeza no metal enegrecido. Momentos antes, pensei que sentiria meus dedos congelarem ao tocar no aço daquela armadura sombria; mas o que aconteceu foi exatamente o contrário. Senti um calor irradiar para minha palma, uma sensação mágica de aconchego e acolhimento que se misturavam ao mormaço propagado pelas brasas na fornalha. Por trás daquela couraça escura, coberta por preto e vermelho, haviam emoções boas que exalavam através da carne de sua portadora. Era isso o que ao menos eu imaginava. Em um instante, olho fixo para o semblante da mulher e escuto a sua voz coberta de nuances. — Para dizer a verdade, essa forja ficou pronta há pouco. Ainda não tive a oportunidade de pôr em prática as minhas habilidades como ferreiro, Altria-sa.... — Respondo, mas antes corrigindo o honorífico – a mulher já tinha avisado para eu não o usar. Depois, vejo-a se aproximar de outra pilastra, apoiando seu corpo para um breve repouso. A armadura range com vigor, e percebo as espadas que carregava brilharem em contraste às sombras e ao fogo. Pareciam exemplares excepcionais, principalmente a katana embainhada em um estojo escuro. — Mas quanto às novidades, eu posso dizer que estive em maus lençóis. Mas não se preocupe, já resolvi grande parte dos problemas. — Digo brevemente, coçando a cabeça e olhando para cima antes de voltar a encarar o rosto da mulher. Na verdade, esta era uma meia verdade, afinal, meu dilema com o culto de Kiara continuava de pé. — Fico feliz que você esteja bem, pensei que não voltaria a encontrá-la. O Mizukage disse que você teria partido para outra terra. — Faço uma breve pausa, recompondo a fôlego. — Eu fiquei um pouco confuso, já que aquela carta dizia para que eu a encontrasse aqui, em Kirigakure. A propósito, eu trouxe a sua arma. — Espero a resposta da mulher enquanto levo a minha canhota à cintura, retirando dela a adaga que eu havia preparado para a Pendragon há um bom tempo. Essa era a primeira arma que eu havia preparado para uma serialização especial, a série dos Zênites, como eu havia instituído. — Esta é a Kurai Tenchou. Espero que goste. — Termino, segurando a lâmina e esperando que Altria a buscasse. Depois, bastaria que fossem resolvidas as pendências do pagamento.

Considerações:

Descrições:

Aconchegante era a palavra apropriada para aquela situação. Ver seu amigo depois de muito tempo trazia conforto e calmaria para o turbilhão que estava na mente da loira. Há muito não dialogava com um companheiro querido pois havia partido para Amegakure para treinar, e foi só isso que havia feito até então; a resposta do ruivo foi rápida e sucinta, o que agradou a besta dentro da antiga sombra. —— Compreendo. Kirigakure estará bem com você aqui. —— Concluiu, notando o olhar do mancebo no armamento que havia recém obtido. Os olhos dourados foram ao encontro da fornalha por um breve segundo, e então, retomaram a figura à frente. —— Se precisar de minha ajuda, estarei lá quando precisar. —— Fez uma pausa para esboçar um curto sorriso antes de retomar a fala. —— Quanto a isso… bom, eu parti para Amegakure para dominar a besta de caudas que habita em meu íntimo. A tarefa foi mais árdua do que eu imaginava, porém, com muita resiliência, eu a concluí, ainda que não por inteiro. —— Finalizou, indo até o rapaz para pegar o armamento que havia pedido enquanto ainda residia em Sunagakure. —— É ainda mais bela do que eu havia imaginado. Obrigada, Emiya-san. —— Concluiu, fitando o gume do objeto e suas inscrições.

Altria ficou maravilhada com o que recebeu, restava, porém, pagar o rapaz pelo armamento; a canhota foi ao encontro de uma bolsa com um punhado de moedas que a loira carregava consigo, por dentro de suas vestes, e a entregou para o rapaz. Imaginava que lá estivesse o montante necessário para o pagamento do item. —— Aliás, pude notar que observou minha mais recente aquisição; quer vê-la? —— Indagou, por fim.

Considerações:

Qualidades & Atributos:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

As melódicas palavras da Pendragon logo voltaram a soar pelo salão. Me inteirei acerca do seu paradeiro – o vilarejo da Chuva – e sobre um estranho treinamento com um tipo de monstro que reside em seu interior. Nada eu sabia sobre isso, então, o que me restou foram dizer simples palavras de alento. — Dominar uma besta que possui caudas? Me parece algo bastante desafiador. Mas aposto que você vai dar conta disso, tenho certeza! Mas se precisar de ajuda, estou à disposição. — Abro um sorriso sincero entre os lábios, até a mulher se aproximar e pegar de minhas mãos a adaga que eu havia fabricado. Altria agradece com doçura, e depois me entrega um punhado de moedas em uma bolsa de pano. Sentindo o peso em minha mão, pude perceber que era o suficiente para pagar pela arma. — É o bastante. Obrigado. — Lentamente, balanço a cabeça e acomodo as moedas em meus bolsos, para então escutar novamente a voz da donzela de armadura, indicando com nitidez para a espada que residia em um estojo escuro em sua cintura. — Se você me permitir, gostaria de dar uma olhada nessa sua arma. — Vendo de longe, parecia uma simples katana, embora um tanto delgada e comprida. No entanto, algo me dizia que, por trás daquela bainha, havia uma lâmina incomum. Ou então, isso seria apenas um interesse latente que habita no meu coração de ferreiro.

Considerações:

Descrições:

Sem receio, o homem aceitou as moedas pelo zênite sombrio que fabricara para sua antiga líder, isto após oferecer sua ajuda na batalha que Altria tinha em seu interior contra Kurama. A mulher deu um riso curto e baixo, negando a ajuda do rapaz. —— Isto é algo que só eu posso fazer, infelizmente. Mas deixarei-o a par do que é uma besta de caudas, e porque batalho contra uma destas. —— Disse a titã, já retirando a lâmina da bainha e entregando-a para o mancebo. —— Pois bem, pode vê-la. —— Finalizou.

Os olhos rubros negros trataram de tentar lançar uma breve ilusão assim que o rapaz finalizasse com a espada, para deixá-lo a par da situação atual de sua antiga líder e das informações que esta possuía acerca das bestas de caudas. Depois daquilo, a mesma iria se despedir e continuar com seu treino, porém, ainda em Kirigakure; tinha de conversar com o líder da névoa acerca de algumas coisas, como o futuro do mundo e se ele já havia coletado mais informações enquanto a mesma estava em exílio. Kurama bufou no íntimo da mulher; estava com pressa para continuar com seu treino, ainda havia muito pela frente.

Considerações:

Qualidades & Atributos:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

Um riso comedido se projeta pelos finos lábios da mulher. Logo, ela gentilmente nega minha ajuda na luta contra o seu monstro pessoal, ao passo que movimenta seu braço até a cintura e retira a espada da bainha num único balanço. O som da lâmina metálica escorando no estojo endurecido soa como uma canção aos meus ouvidos; e abanando no ar, o gume de brilho vívido e intenso paira à altura de meus olhos, o que me cega por um instante até eu finalmente recobrar os meus sentidos e contemplar a arma em sua completude. — E...eu acho que nunca vi uma katana como essa... — Impressionado, minhas palavras saem hesitantes. Não demora para que eu tome em mãos o armamento e veja de perto o seu brilho majestoso, quase como se aquilo fosse um instrumento usado pelos deuses. De perto, percebo que o fio daquela shikomizue era tão cortante quanto qualquer arma que eu já havia fabricado, ou, quiçá, mais afiado de que qualquer arma que eu já havia visto em toda a minha vida. — É uma arma incrível... seu fio... seu poder de corte... me parece ser algo inacreditável... Onde a conseguiu? Quem a forjou? — Pergunto com a voz trêmula, tamanho era minha admiração pelo ferreiro que teria fabricado aquela peça. Apesar dos questionamentos, meus olhos continuavam a fitar a espada à medida que eu a balançava e sentia seu peso insignificante recair sobre meu braço.

Depois de alguns minutos manejando a katana, resolvi devolvê-la à sua proprietária. Assim, deixando de lado meu encanto para com a arma, volta a olhar Altria em seus olhos. Num relance, noto que a cor dourada que antes preenchia o seu olhar volveu-se de um vermelho profundo, para além do traçar de pequenas vírgulas na formação de um caminho ao redor de suas pupilas. Apesar de ter ciência que Altria pertencia à linhagem dos Uchiha, ainda não tinha visto o seu Sharingan de perto. Eram olhos carregados de poder, assim como os meus. — Altria? — Minha voz tange como um questionamento, afinal, não sabia os motivos dela ter me mostrado aquele olhar. Entretanto, a resposta veio logo em seguida, quando vi o mundo ao meu redor se transformar. Genjutsu? Penso, sentindo uma leve dor atingir a minha testa. Num segundo, me encontro na forja coberta pela corriqueira névoa de Kirigakure; noutro, me vejo em um grande salão com enormes estantes, onde estavam entulhados livros, pergaminhos e tufos de pó e areia. Esse era um lugar que eu já havia conhecido anos atrás: a biblioteca de Sunagakure. Apesar de estar em um ambiente onírico, que supostamente representava o passado distante da Pendragon, conseguia ver Altria sentada em uma mesa, debruçando-se sobre um pergaminho que continha um título aparente: bijū, ou seja, bestas com cauda. Sem que eu percebesse, uma força me aproxima da mesa da moça, o que me leva às informações que ela adquiria: nove criaturas místicas, cada uma possuindo um número de caudas distinto das outras. Ichibi. Nibi. Sanbi. Yonbi. Gobi. Rokubi. Nanabi. Hachibi e Kyūbi. O pergaminho também fazia questão de mostrar gravuras que representavam as bestas, e na ilusão, Altria parecia se interessar em duas: no cavalo-golfinho de cinco caudas e na raposa-demônio de nove. Então, em um piscar de olhos, a ilusão é transformada, fazendo o mundo girar como se eu estivesse no olho de um furacão.

Dessa vez, eu me encontro em outro lugar que eu já havia conhecido. Era um ambiente silencioso, menor que o anterior, repleto de estantes com pilhas de documentos e uma grande mesa central. Mesmo distante das longas janelas, conseguia ver as ruas arenosas do vilarejo, e mais ao longe, conseguia vislumbrar enormes dunas de areia que tentavam tocar o céu escuro da noite. Eu estava, agora, no gabinete da Kazekage. Na minha frente, encontrava-se Altria na bancada, nitidamente afligida pelo cansaço de uma líder. Depois de alguns segundos, aparece um rapaz, e o mesmo avisa a mulher sobre uma reunião de emergência com o conselho dos anciãos, uma vez que tinham encontrado um artefato na colônia de Ishigakure. O universo que me cercava muda mais uma vez, e agora me encontro em outra sala. Altria estava sentada em outra mesa, junto a um homem familiar de cabelos verdes e uma moça de cabelos rosas, além de vários outros indivíduos e dois anciãos, ao que parecia ser. Na frente de tudo, apoiado sobre a mesa, havia um jarro de cerâmica, e o homem de cabelos verdes revela conter a besta com caudas mais poderosa: a Kyūbi. A voz de Altria preenche a ilusão, dizendo que ela seria a responsável por resguardar o demônio em seu próprio corpo. Um dos velhos é contra isso, mas ela dá de ombros e se aproxima da cabaça, abrindo-a e sendo consumida por uma energia sinistro. Mesmo sabendo que aquilo eram imagens do passado, reflexos e ideias totalmente abstratas, não deixei de ficar preocupado com Altria, que pareceu ter ficado abalada pelo novo poder que tomou para si.  O ambiente se modifica mais uma vez, e agora, o sol raiou naquele mundo ilusório, me cegando. Agora, ninguém mais estava com Altria – ela estava solitária, meditando em posição de lótus. Seu subconsciente era escuro, sombrio, odioso – ou ao menos era isso que aquele Genjutsu parecia querer mostrar.

Uma voz gutural ressoa nos meus ouvidos e me assusta, até eu olhar para o alto e ver que o mundo havia mudado outra vez. Estava no escuro, e à minha frente se encontrava uma grande raposa de pelagem alaranjada. Seus olhos em formato de fenda eram preenchidos de uma raiva ancestral, e seus dentes pontiagudos pareciam prontos para fazer valer de seu ódio por aqueles que outrora a aprisionaram. Temeroso, me afasto rapidamente, não tirando os olhos da besta-demônio enquanto caminho para trás. Nesse mesmo instante, vejo Altria se aproximar e conversar com a besta, dominando o seu medo e encarando o poder que ela mesma havia desejado. A mulher e a raposa fazem salpicar um intenso confrontamento em suas palavras – a bela queria reger os poderes da fera; enquanto a fera queria libertar-se da bela. Houve então, uma promessa, e logo, ambas começaram a lutar. As tochas que porcamente iluminavam aquele subconsciente se apagaram com as intensas correntes que se levantaram. Bolas de fogo foram cuspidas de um lado, para além de lâminas e golpes carregados de eletricidade; enquanto do outro abanaram-se nove caudas e projetaram-se poderosos rugidos. No fim, quando a tempestade se apaziguou, restou uma morosa conversa. Elogios de ambas as partes, e então, um acordo foi firmado. A besta dormiu, e a mulher ergueu-se triunfantemente. A ilusão novamente mudou, e então, o subconsciente escuro da Pendragon trasladou-se em um deserto pacato, um espaço infinito repleto de portões torii. A raposa-demônio parecia descansar, mas Altria se aproxima e a desperta – ela queria saber o verdadeiro nome da besta. Nesse instante, eu coço a cabeça. Ainda não tinha assimilado que aquela criatura poderia ter um nome fora aquele que simbolizasse o número de suas caudas. Logo em seguida, vejo a conversa entre as duas se desenrolar, e a mulher pede pela força da raposa. — Sempre querendo mais poder... — Digo baixinho, ainda prestando atenção naquilo que a ilusão queria me mostrar.

Num instante, vejo Altria fechar os olhos e se concentrar. Uma energia avermelhada se apossa dos contornos de seu corpo, e seu físico feminino se transforma em algo bestializado, tendo em vista os seus caninos que se alongaram e suas unhas que cresceram e se tornaram pontiagudas. A raposa-demônio sorri em resposta, mas adverte a mulher sobre ter cautela com aquele chakra. Apesar do alerta, Altria mostra retomar o controle depois de alguns minutos, ostentando uma longa cauda que notavelmente funcionava como uma extensão de seu próprio corpo. De acordo com a raposa, aquele era o domínio da primeira cauda, e ainda faltavam oito para Altria ter o poder total da criatura. Seria uma estrada longa, mas a mulher parecia mostrar determinação. No fim, quando a ilusão começa a se transformar, escuto a menção do nome da raposa, pelas palavras dela própria: Kurama. Então, dessa vez, vejo o ambiente repleto de bruma, e a sombra de um grande portão. Agora estou em Kirigakure? Pergunto em meus pensamentos, apesar de tomar isto como uma certeza. Da turvação, surgem outras sombras: três delas, que aos poucos ficam nítidas no devaneio. Eram Altria e seus dois guarda-costas: a moça de cabelos rosas e o homem de cabelos verdes. Eles se aproximam do portão e são recebidos por Yohma, o Mizukage. Em um diálogo rápido, Altria toma a frente e propõe uma aliança com Kirigakure, o que consistiu em deixar Sunagakure nas mãos de Yohma enquanto ela continuaria sua busca por poder. Ambas as partes acatam a proposta, e depois, a ilusão muda, e logo observo Altria enfurnada em uma embarcação, acompanhada pelo homens de cabelos verdes e a mulher de cabelos rosas. Eles atracam em uma pequena vila chuvosa, e depois, se assentam em uma estátua de uma estranha criatura, avistando o cenário daquele lugar repleto de casas, prédios e arranha-céus. Num relance, vejo Altria mais uma vez em seu subconsciente, mas então, como num piscar de olhos, ela rapidamente se apossa de outras caudas de Kurama, totalizando as nove. Então, isso significava que ela teria conseguido dominar completamente a bijū? Eu pude descobrir, pois a ilusão terminou, e novamente eu estava olhando para os profundos olhos vermelhos da Pendragon. — Parece que eu estive em uma longa viagem. Você realmente esteve bastante ocupada, Altria... você e Kurama... — Falo, suspirando com dificuldade. Minha cabeça doía com força, mas insistia em olhar para a amiga em minha frente.

Considerações:

Descrições:

Era claro que Emiya havia se impressionado com a lâmina da mesma forma que Altria o fez na primeira vez que a viu. O armamento era de fato único. O questionamento do rapaz veio, e a loira buscou no fundo da sua mente onde havia conseguido o item, lembrando-se logo em seguida. —— Hattori Shion o jogou para mim numa expedição em Sunagakure. Usei o armamento para ganhar uma batalha contra King Bradley. —— Respondeu, fitando o mancebo. Mais alguns minutos se passaram e enfim o rapaz devolveu o armamento, dando assim início à ilusão.

[...]

Após meio segundo, o rapaz retomou a fala, agora, ciente do que havia acontecido na vida de sua antiga líder desde que a própria deixou o vento. —— Sim… e ainda há muito a se fazer. Kurama ainda está me ensinando muita coisa, e há mais para descobrir, mais poder para obter… —— Os olhos carmesim cessaram seu poder, retornando ao dourado característico da mulher. —— Vejo que está cansado. Eu estarei indo agora, mas ficarei no vilarejo por algum tempo, até eu decidir o que farei em seguida. Deixarei uma de minhas marcas aqui, e saiba que pode contar comigo quando necessário, Emiya-san. —— Finalizou, indo até uma das pilastras e a marcando com seu jutsu-shiki antes de deixar a forja. —— Se cuide! —— Concluiu, deixando o local para trás.

Considerações:

Qualidades & Atributos:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

— Certo. Ficarei aguardando os novos capítulos do seu convívio com essa raposa... espero que, no final, você consiga obter todo o poder que deseja. — Enquanto observo o rosto da mulher, expresso minha preocupação em relação aos danos que a busca incessante pelo poder pode causar em alguém, o que pode ter sido refletido em minha voz com uma leve carga de tristeza. Apesar de minha preocupação com Altria, eu me abstinha de expressar as palavras de advertência que gostaria de dizer. Falar seria apenas uma hipocrisia barata, já que eu mesmo percorro este caminho espinhoso. Eu carrego esta mesma cruz; eu ergo esta mesma espada. Com um grande poder eu seria capaz de enfrentar a deusa Kiara e seus seguidores, e com isso trazer justiça para meus pais; muito embora, em meu íntimo, eu sabia que isso não passava de um sentimento de ódio que vagarosamente se retroalimentava. De súbito, Altria sai da inércia e começa a se mover pelo salão, marcando uma das pilastras com aquela mesmo selo que eu havia visto em uma outra oportunidade. Na ocasião, lembro-me vagamente da Pendragon explicar que servia para seus deslocamentos no espaço-tempo, ou algo do gênero. Depois, com celeridade, Altria se despede, deixando para traz apenas o som de sua voz enquanto lentamente engalfinhava na névoa turva que cobria o ambiente externo. — Obrigado pela visita, Altria. Você também! Se cuide! — Repito a saudação, balançando uma das mãos acima da cabeça. Depois, com o passar das horas, resolvi sair um pouco e tomar um ar fresco, caminhando para a porta e também sumindo na bruma espessa do vilarejo.

Considerações:

Descrições:

Já era noite quando uma sombra cobriu o luar. Eu, que há pouco havia retornado à forja, me assustei quando uma penumbra recaiu sobre mim, junto a um som abafado de passos que se aproximavam lentamente. Redobrei a atenção e me virei em um instante, os olhos cogitando em se tingirem do característico vermelho-sangue de minha linhagem. Contudo, assim que pude completar o movimento do meu corpo, me deparei com o que estava à minha espera: um mensageiro. Suas vestes tradicionais indicavam que aquele homem franzino não passava de um estafeta, um servidor público que tinha a única tarefa de me entregar uma simples correspondência. Quando me viro, os músculos de minha face se relaxam, e o mesmo vale para o restante de meu corpo. Ajeito a postura e alinho-me em direção ao sujeito, esperando que ele tomasse a inciativa. — Emiya... Shirou... é, acho que é isso... — Diz o homem com dificuldade, um pouco atrapalhado, diria. Parecia tentar ler o nome do destinatário no escuro da forja. — Me perdoe pela hora, mas disseram que é de urgência. Pegue, senhor. — Ele diz depois de confirmar, estendendo o braço magro e me entregando uma carta de papel. — É... obrigado, eu acho. — Agradeço com um pouco de receio, mas logo me encarrego de abrir o papel e deambular meus olhos pelos rabiscos feitos à tinta. No ínterim, o mensageiro respeitosamente acena e sai do estabelecimento, sumindo para além da porta e se unindo às sombras da noite e ao nevoeiro sem fim. — Exame Chūnin. — Leio em voz alta, e o som ecoa ruidosamente. De acordo com o conteúdo escrito, eu teria sido convocado para atuar como um superior e levar os participantes do vilarejo até o local onde seria aplicado o exame: em Yukigakure, a Vila Oculta da Neve. Não haviam muitas mais informações, apenas que esta era uma das colônias da Névoa e que não ficava tão distante – bastava que fossem atravessadas algumas léguas marítimas para que se chegasse no território enevoado. Depois de ler e reler a mensagem, eu deixo-a acima da bancada da forja e ajeito minhas coisas. Não havia a opção de eu recusar aquilo; afinal, eu ainda estava subordinado às ordens de meus superiores. Depois de pensar e repensar naquilo que eu estava fazendo, saio, indo até minha casa para passar o restante da noite. Quando amanhecesse, acredito que eu estarei pronto para ultrapassar os portões de Kirigakure e tomar um barco que navegará até o destino; isso se os participantes inscritos forem capazes de me encontrar nos limites do porto do vilarejo.

Considerações:

Descrições:

Cabisbaixo, atravessei a névoa densa do vilarejo, entrevendo somente o chão ladrilhado das calçadas e o vulto dos transeuntes ao meu redor. Por um instante, me lembrei de minha rotina quando morador de Sunagakure, quando caminhava pelas areias até a minha antiga forja localizada no coração de um grande mercado. Me lembrava vagamente dos gritos dos mercadores, do ulo das crianças e do chiado dos animais. Me lembrava do calor, do odor e da quentura humana. E então, comparava tudo isso à Névoa Oculta. ”É diferente.” As palavras se juntavam em meus pensamentos enquanto eu seguia lento até meu destino. Então, alcançando a minha forjaria, o meu atual local de trabalho, bastou que eu designasse um de meus pés à soleira da porta e desse um tranco com uma das mãos para, então, ela se abrir e revelar a penumbra no seu interior. Nas sombras, a primeira coisa que notei foi uma brilhante pedra deixada acima de minha bancada, um minério carmesim que refletia a luz vinda do sol matinal. Fui até ela e tomei-a em mãos, para então ir até o cofre localizado no outro lado do salão e guardá-lo cuidadosamente com os demais exemplares. Agora, estava na hora de começar o meu trabalho como ferreiro e como armeiro de Kirigakure. — Vamos lá. — Disse ao nada, estalando os dedos das mãos.

Considerações:

Descrições:

Soltei um leve bocejo quando percebi que todos os meus utensílios já estavam apropriadamente alocados em seus respectivos lugares; uma tarefa que demandou pouco tempo, mas fez me sentir bem com a organização. Os minérios agora estavam arranjados no cofre, separados um a um de acordo com suas especificações; e o mesmo para os instrumentos de trabalho, que se distribuíam pela estante nas prateleiras habituais, cintilando à luz das lamparinas depois de eu tê-los limpado com um pano úmido. Também me prestei a higienizar as paredes de pedras com uma vassoura, o chão e até mesmo a fornalha, retirando a poeira e a fuligem que já se acumulavam naquilo que pareciam ser fragmentos negros de crosta. A limpeza continuou, uma vez que subi até os andares superiores e organizei meu empório. Percebi o espaço vazio e resfoleguei. Eu já devia ter começado com um de meus trabalhos, quiçá fazer uma nova série de armas para que eu colocasse em exposição. Infelizmente, as ideias demoravam a surgir, e eu tinha que me esforçar o máximo para escapar desse platô. Sendo assim, a limpeza foi breve, e logo desci a escadaria, ultrapassando o corredor e voltando para o ambiente de pedras do primeiro andar. Escorado em uma das pilastras, joguei minha cabeça para trás e comecei a pensar em algo que eu pudesse fabricar.

Considerações:

Descrições:

Em um estalar de dedos, o fogo da fornalha se acende. A centelha cresce num átimo, subindo e crispando no ambiente como o sopro de um dragão furioso. As chamas se acalmam de súbito, e a tranquilidade se apodera do espaço ao ponto de ouvir apenas o som das brasas se formando. No canto do salão, me dirijo até o cofre da forjaria, retirando uma pequena pedra vermelha empilhada entre outras quatro idênticas. Segurando-a entre a ponta dos dedos, olho fixamente para o aço carmesim, um akagane de excelente mineração que eu havia comprado tempos atrás de um mercador itinerante. Prontamente, me encaminho novamente para a fornalha enquanto pondero sobre qual arma eu iria fabricar. Uma espada? Uma lança? A ideia somente se firmou quando finalmente aloquei a pedra vermelha entre as garras do tenaz, levando-a, então, para o interior do fogo. Farei uma adaga... As palavras se juntaram em meus pensamentos. Uma adaga da série dos zênites. Continuo, me recordando da arma que forjei para Altria Pendragon, a primeira das adagas Tenchō. Sinto meu coração acelerar à medida que o fogo começa a tomar conta da pedra vermelha. Observo com atenção as mudanças na coloração, esperando o momento certo para retirá-la e dar início ao processo de modulação do metal.

Não foi necessário que eu fizesse uso do fole para abafar as chamas e torna-las mais fortes; as línguas de fogo conseguiram aquecer o ferro primorosamente. Bastaram alguns minutos enquanto eu encarava as chamas para que eu pudesse finalmente retirar o minério do calor, manuseando cuidadosamente as hastes da pinça para que não ocorresse nenhum acidente. Com o minério agora repousado acima da bigorna, minha destra instintivamente volveu o cabo de meu martelo, segurando-o com a firmeza necessária para os golpes que eu viria a aplicar. Meus olhos não tremerem; quiçá houve hesitação em meus movimentos. Eu já estava acostumado com aquilo; já havia feito tantas vezes que aquele instrumento era como uma extensão do meu próprio corpo. Com a canhota segurando a pinça com o minério aquecido, comecei a desferir as batidas com o martelo. Os sons começam a rebimbar no espaço, rítmicos como uma verdadeira canção; uma canção que era uma melodia aos meus ouvidos. Uma batida na parte mais externa; outra na mais interna; seguindo para várias outras que ajudavam a moldar o formato de uma lâmina. Por vezes, levava o metal até o balde ao meu lado, fazendo o vapor subir rapidamente na técnica de têmpera que ajudava a endurecer o aço.

A cor do akagane começava a mudar depois dos golpes aplicados e dos resfriamentos. Antes, era vermelha; agora, era em uma tonalidade acinzentada, quase tão brilhante como prata. O minério já dava indícios de mudar sua forma, mas foram necessários vários outros golpes e processos de temperamento para que, no fim, eu pudesse encarar um formato de um punhal. Contudo, por algum motivo, aquilo me parecia simples demais. O que eu podia tentar fazer de diferente, para que arma fizesse jus à seletividade da série dos zênites? Mesmo que com um pouco de receio, deixei de lado o martelo e me dirigi até a estante e peguei um serrote de mãos, instrumento que havia utilizado em poucas ocasiões. Quando voltei à bigorna, a lâmina serrilhada prontamente se dirigiu até o minério prateado, e eu, aproveitando da força que ainda me restava, comecei a serrar a pedra, segurando com uma força ainda maior para que ela não escapasse dos dentes do tenaz. Depois de bastante tempo nessa operação, consegui transformar a lâmina da adaga. Antes, havia apenas uma ponta – agora, eram três; sendo a lâmina medial maior que as das pontas. Por azar – ou por sorte – percebi que o minério que eu havia escolhido era oco, ou seja, suas cavidades internas formavam um espaço perfeito para a passagem do ar; e isso me garantiu uma ideia do que eu faria com aquela arma. — Que tal veneno? — As palavras escaparam dos meus pensamentos enquanto, eu, maravilhado, encarava o punhal.

Depois de um breve processo de esmerilhamento que serviu para refinar a lâmina, as bordas da adaga e as cavidades internas, concentrei-me na tarefa do cabo e da guarda. Escolho uma madeira nobre que se ajuntava em uma das extremidades da forjaria e começo a esculpi-la com delicadeza, concebendo uma estrutura que represente a excelência da arma. Precisei utilizar da lâmina de uma faca kunai para isso, além de um raspador e do martelo para fazer as ranhuras. Demorou um pouco, mas, no fim, o cabo se mostrou elegante e se adequava perfeitamente à minha mão, inclusive por haver uma haste que cobria meus dedos. Aproveitando das ranhuras executadas, também me esforcei para deixar um espaço na base do cabo, uma cavidade integrada à um botão que eu havia feito um pouco abaixo da empunhadura e, inclusive, às cavidades internas da arma. Isso seria o necessário para que a adaga pudesse ser abastecida com venenos, enzimas líquidas que seriam depositadas na base e, com o acionamento do botão, seguiriam para a lâmina através de suas bifurcações. Assim, qualquer golpe, seja um estocada ou mesmo um corte usando a lâmina mais externa, seriam capazes de injetar veneno no adversário.

Depois de finalmente encaixar o metal no cabo com sua empunhadura, finalmente ergo o exemplar e penso em um nome. Pela cor acinzentada, bastou que eu falasse as palavras seguintes: — Zênite Cinzento. Este será o nome da nova adaga da série dos zênites.. Então, com tudo finalizado, agora estava na hora de deixar a arma em exposição. Primeiro, tapo a fornalha com sua tampa para que o fogo se extinguisse, e em seguida subo cuidadosamente a escadaria que levava até meu empório, já limpando meu rosto suado pelo trabalho árduo com as costas das mãos. Depois, atravesso o corredor apertado e abafado, agora aquecido pelo calor que havia incidido em toda a forjaria durante boas horas. Adentro na sala do segundo andar, e depois me dirijo até o balcão, atravessando-o pela lateral e depois mirando a parede empedrada com o mostruário de armas. O mostruário vazio foi o que me motivou a fabricar aquela arma – e por isso, resolvi deixá-la no centro, para que todos os interessados pudessem se maravilhar com aquela criação. No fim, desci novamente a escadaria, tornando para o primeiro andar e me apoiando em uma pilastra para recompor minhas forças. Quiçá, daqui a algum tempo, eu poderia forjar uma nova arma se eu me sentisse bem para isso.

Considerações:

Descrições:

A névoa envolve todo o perímetro da forja, e apenas a luz incandescente da fornalha há de cintilar como um farol aceso em meio à tempestade; como uma estrela brilhante que não será derrotada por nenhum mal do planeta. Meus olhos divisam as chamas pulsantes, lambendo o ar em línguas alaranjadas, para então entreverem o extremo do salão, para o cofre. Me guio até depósito, retirando de lá uma única pedrinha avermelhada e brilhante. Eu a olho por uns instantes, alguns segundos que pareceram durar uma eternidade. — Será o suficiente. — Eu entoo depois de pigarrear, ainda levemente exaurido pelo trabalho anterior. Novamente, meus passos voltam a levantar a poeira e a fuligem no chão, atravessando o salão para me volver no calor da fornalha. Olhando para o fogo dracônico, me restou pensar no que eu haveria de fabricar com aquele minério depositado entre meus dedos. — Que tal uma shuriken? — Minhas palavras mais uma vez romperam o silêncio da forjaria, um monólogo simples que me ajudava a organizar minhas ideias. De fato, com aquela pequena matéria prima eu poderia construir inúmeras shurikens; contudo, e se eu tentasse manufaturar um exemplar de grandes proporções? — Um desafio, eu acho. — Penso alto, colocando as mãos no tenaz que se encontrava no depositório embutido na parede de pedras.

Cuidadosamente, eu levo o minério até os dentes da pinça-tenaz e, aplicando pressão nas hastes para prendê-lo, eu em seguida levo-o até as chamas da fornalha. O minério vermelho brilhoso é então deixado em repouso no fogo por um bom tempo, o suficiente para que todo o seu aspecto brilhoso seja envolvido por uma camada fosca de fuligem. O bafo quente da fornalha começa a incidir contra meu corpo, e meu rosto começa a apresentar sinais de cansaço; seja através das profundas e aparentes olheiras, seja pelos fios de suor que começam a escorrer pelas laterais da cabeça. O tempo passa morosamente, e então, eu retiro a peça de dentro das chamas e a deposito acima da bigorna. Agora, era a hora do trabalho braçal. Com a canhota, eu seguro o minério vermelho com a tenaz, aplicando-a a pressão o suficiente para que ele não se movesse; e com a destra, eu empunho o meu martelo de trabalho, segurando-o com tanta força que meus calos começam a latejar. Sem demora, olhando fixo para meu alvo, eu desfiro o primeiro ataque, o que gera uma grande faísca amarela que inaugura essa nova parte do processo de fabricação da shuriken. — E lá vamos nós. — Digo, depois de inspirar e suspirar com grande pesar.

Mais uma batida. Outra. E outra. Mais e mais, os golpes avassalam contra o metal vermelho, liberando fagulhas e lascas metálicas no ar. Com o metal maleável o suficiente, eu trato de puxar – com a mão segurando a pinça – as extremidades do minério para conceber a aparência de uma grande shuriken, enquanto com a mão que empunha o martelo eu continuo a bater incessantemente contra o metal. A cor vermelha da akagane aos poucos é mudada para uma coloração acinzentada, quase negra, o que me indicava que estava empregando uma força compatível para esculpir a minha arma. Por vezes, de tempos em tempos, eu levava o metal até o balde d’água que se encontrava ao lado da bigorna, mergulhando a peça no líquido frio para resfriá-la e torná-la mais resistente – o que liberava um grande vapor quente sobre o meu corpo. Nessas circunstâncias, eu já estava acostumado com o calor e com todo esse procedimento acerca da arte da forja. Depois, levando a peça novamente para a fornalha e deixando-a lá por bons minutos, eu a retorno para a bigorna e começo a golpeá-la novamente, além de puxar as suas extremidades e, repetindo o processo, construir aos poucos uma verdadeira shuriken gigante. — Está ficando bom. — Eu brado depois de resfolegar e limpar o suor em minha testa com as costas da mão.

Num momento, incorreu uma ideia em meus pensamentos. Então, para tornar aquela arma menos convencional e para facilitar o seu transporte, eu vou rapidamente até a estante de madeira e tomo posse de uma lâmina serrilhada, a mesma que usei na fabricação da minha última adaga da série dos zênites. Então, na dobra das cinco hastes metálicas da shuriken, eu começo a esmerilhar o metal, escavando-o e construindo buracos nas superfícies lisas para que as lâminas pudessem se retrair para o interior de toda a estrutura. Isso demorou mais do que devia, pois aos poucos eu percebia minhas forças indo embora, tamanha era minha concentração nessa minha manobra. Logo, com todas as aberturas finalmente executadas, pude voltar-me para o buraco central da shuriken, por onde o seu portador a seguraria caso entrasse em um combate. Deixando todos os demais instrumentos de lado, pegaria agora o martelo – que já se encontrava próximo de mim – e um cinzel, que estava guardado na estante de outrora. Cadenciando os meus movimentos, eu começo a bater com o martelo no cinzel, delineando os contornos de um círculo perfeito de aproximadamente quinze centímetros de diâmetro. Nessa etapa, foi necessária uma precisão ainda maior que nas anteriores, pois qualquer imprecisão poderia gerar uma protuberância que, mesmo que lixada, seria lesiva aos dedos do portador.

Feito tudo isso, bastou-me pegar uma lixa e lixar as pontas, as hastes e afins; para então afiar as lâminas da shuriken e tornar seu fio tão cortante que o de uma boa katana. Estava pronto, afinal. Levantando a arma no alto e vendo o reflexo das chamas incidirem contra o metal brilhoso, eu penso em um nome e o proclamo. — Estrela Negra. — Sem mais delongas, eu faço com que todas as lâminas se retraiam, formando um pequeno bastão. Com o exemplar em mãos, eu o carrego até o segundo andar da forjaria, até o meu empório, subindo a escadaria de madeira e superando o corredor abafado. Sobrevindo naquela sala bem iluminada, eu percorro toda a sua extensão e atravesso o balcão, para então deixar a arma repousar em um dos espaços vagos no mostruário da loja. Estava feito. Por fim, ainda no segundo andar, sento na bancada por alguns minutos, descansando em um cochilo relaxante.

Considerações:

Descrições:

Enquanto eu me acomodo na bancada, deixo meu corpo afundar em um estado de profundo relaxamento. O cansaço dos dias de trabalho na forja finalmente começa a desvanecer, e sinto a serenidade se acomodar sob mim. O ambiente ao meu redor é permeado pelo calor agradável da fornalha, que continuava a queimar no andar de baixo; ao passo que o brilho suave e acolhedor do sol incide pela grande janela no teto e ilumina o espaço, destacando as duas armas expostas nas prateleiras do mostruário. A Estrela Negra e o Zênite Cinzento, acomodavam-se em seus respectivos espaços e brilhavam intensamente, chamando a atenção de qualquer cliente que adentrasse no recinto.

Enquanto fecho os olhos, permito que minha mente se afaste do trabalho árduo e entre em um estado de tranquilidade. Os pensamentos se dispersam, e sou envolvido por uma sensação de paz. Os sons suaves e distantes da cidade ecoam como um sussurro, fornecendo uma trilha relaxante naquele momento tão breve. Imerso nessa calmaria, minha mente vagueia por lembranças passadas, pelas recordações de quando fabriquei cada uma de minhas armas. Me lembro da grande espada que forjei, do arco de madeira, do punhal, das cartas de baralho, e tantos outros artefatos. Minha consciência flutua entre o presente e o passado, e me sinto felizardo em tê-las criado com minhas próprias mãos. Após alguns minutos de relaxamento profundo, abro os olhos e me ergo da bancada. Sinto-me revigorado, pronto para enfrentar mais uma vez o inferno da forja. Desço, então, a escadaria com suavidade, para então ser mais uma vez ser açoitado pelo bafo quente da fornalha.

Considerações:

Descrições:

Olhando para a forja, sinto o calor intenso das chamas que dançam com fúria. A luz alaranjada ilumina o ambiente, criando um contraste com a névoa e a escuridão ao redor. O ar está impregnado com o cheiro característico do calor ardente, e meus olhos se fixam no pedaço de metal bruto que repousa na bigorna, um minério de alta qualidade que outrora eu havia recolhido de meu cofre. O que eu deveria fazer? No que eu poderia dedicar o meu tempo de trabalho? — Um martelo? Será que um martelo poderia se tornar numa arma? — Pondero, usando do ápice de minhas competências criativas. Com mãos habilidosas e firmes, seguro a peça carmesim com os dentes do tenaz e a posiciono na fornalha. As chamas consomem a pedra vermelha, devorando-a com avidez enquanto o calor se intensifica. Observo atentamente, monitorando a mudança de cor do minério à medida que ele se aquece, pronto para ser moldado. Do vermelho, ao negro. Do negro, ao cinza. Quando ele atinge a temperatura adequada, retiro-o da fornalha com cuidado, utilizando a pinça para evitar me queimar. Com uma precisão que eu muito havia praticado, coloco o metal incandescente na bigorna. Agora começaria o verdadeiro trabalho.

Tomo o martelo em mãos e o seguro com firmeza. Desfiro o primeiro golpe no metal quente, e as brasas irrompem no ar. O som metálico ressoa pela forja, ecoando em meus ouvidos e surrupiando para além da porta entreaberta. Repito esse movimento inúmeras outras vezes, com golpes precisos e controlados, dando forma à cabeça do meu novo martelo. Cada impacto é calculado, moldando o metal e conferindo-lhe a aparência desejada. Enquanto o martelo começa a ganhar forma, sinto a vibração transmitida pelas batidas em minhas mãos, uma conexão íntima entre mim, o ferreiro, e a matéria-prima. Sinto a energia fluindo de mim para a ferramenta, uma extensão da minha própria vontade e habilidade. Concentrado, continuo a moldar o martelo com paciência e precisão. Utilizando um cinzel, esculpo detalhes refinados na cabeça, criando uma textura única. Cada entalhe é feito com destreza, refletindo a minha experiência como um forjador, da mesma forma como outrora havia aprendido com Gin, Kaiba ou, quiçá, com meus próprios erros e acertos. A cabeça do martelo começa a assumir uma forma compacta e robusta, uma representação visual daquilo que eu estava realmente buscando ao confeccioná-lo.

Será que, no fim, eu conseguiria criar algo útil para um combate? Ou seria somente mais um martelo comum, utilizado apenas para trabalhos na forja? Assim, vejo a hora de criar um espaço para o coração, algo que o diferenciasse dos demais. Utilizando um furador especializado, crio uma cavidade no centro da cabeça do martelo. Cada movimento é calculado com primor para garantir que o espaço seja suficiente para acomodar o coração e que o equilíbrio do martelo não seja comprometido. Mas eu ainda poderia inovar ainda mais. Respirando fundo, retorno o martelo à forja para aquecê-lo novamente e torná-lo maleável. Então, retirando após dez minutos exatos, desfiro uma série de movimentos habilidosos, uma combinação de marteladas precisas e técnicas para criar um pequeno orifício na parte plana da cabeça do martelo. Termino, com um cinzel, de esculpir o orifício, e em seguida pego um pequeno prego enferrujado que se encontrava acima da bancada para ver se ele se encaixava ali. E coube. Na realidade, a concavidade era volumosa, e caberiam até cinco pregos daquele mesmo tamanho — e assim eu o fiz, colocando cinco pregos novos prontos para serem utilizados. — Excelente. Acho que um shinobi pode usar isso em combate. — Me espriguiço enquanto espero o metal esfriar mais uma vez, tentando ainda controlar meus batimentos que se aceleraram pela ansiedade de ver aquela arma em ação.

Agora é chegado o momento de forjar o coração, um elemento especial que trará distinção àquela arma. Seleciono um pedaço de metal mais resistente e o aqueço na fornalha até que esteja incandescente, aproveitando do precipitado sólido das lascas do minério carmesim. Com a precisão de um artesão, começo a moldar o metal, dando-lhe a forma de um coração em miniatura. Agora, minha força era comedida. Cada martelada cuidadosa criava curvas suaves e linhas elegantes, garantindo que cada detalhe do coração seja perfeitamente esculpido. O calor intenso do metal contrasta com a frieza da forja, enquanto minha determinação molda cada flanco daquele símbolo. Por alguns instantes, me pergunto o que os inimigos achariam daquilo. Será que, ao olhar aquele coração, eles achariam algo delicado? Será que ficariam desnorteados com tamanha fofura? Passados os minutos que quase se converteram em uma hora, deu-se o momento de unir os elementos que eu havia fabricado. Usufruindo do mesmo esmero que tive durante todo o percurso da construção do artefato, posiciono o coração na cavidade da cabeça do martelo, alinhando-o com precisão milimétrica até que ele se encaixe numa pequena pressão. O calor do metal ainda é palpável, mas minha determinação não vacila. Então, com um único e preciso golpe de meu martelo, dou fim àquela etapa ao fundir ambos, tornando-os como unha e carne.

— Olha lá! Até que ficou bom. — Falo com um sorriso, enquanto descanso por alguns minutos e limpo o suor do meu corpo com um pano. Então, com o coração firmemente integrado ao martelo, passo para a próxima etapa do processo: o cabo. Seleciono cuidadosamente uma peça de madeira nobre, escolhendo-a não apenas por sua beleza, mas também por sua resistência e durabilidade. Esculpo, por fim, o cabo em uma forma ergonômica. Cada curva, cada entalhe é feito com precisão meticulosa, refletindo a minha dedicação para aquilo que eu estava dedicando o meu tempo de trabalho. Pelo incrível que pudesse parecer, essa parte não demorou, e logo eu utilizei uma mistura de cola especializada e fixadores de metal para assegurar que o cabo estivesse firmemente preso à cabeça. Portanto, com o martelo agora praticamente completo, passo para os toques finais. Utilizando uma lixa fina, começo a suavizar as arestas e imperfeições do metal, garantindo uma superfície uniforme e agradável ao toque. Cada movimento é feito com paciência e delicadeza. Depois, aplico um revestimento protetor para garantir a longevidade da arma, empregando uma combinação de verniz e óleos minerais de alta qualidade em camadas finas por toda a superfície metálica. O martelo adquire um brilho radiante, e eu me surpreendo. Por fim, coloco um pequeno detalhe final que torna esse martelo verdadeiramente único. Utilizando um esmalte vermelho profundo, pinto o coração do martelo, acentuando sua particularidade. — Está pronto... este martelo. Qual será o seu nome? — Digo, levantando-o e olhando fixo para seu brilho prateado. Enquanto levo-o até o andar de cima para deixá-lo no mostruário, um nome advém aos pensamentos. — Kugisaki. — Falo, deixando-o em um espaço vazio do mostruário e, enfim, retornando para o andar de baixo da forjaria.

Considerações:

Descrições:

A translocação através do tempo-espaço levou Altria e os infantos de um ponto ao outro num piscar de olhos. Outrora no topo da montanha, no país do relâmpago, agora em meio à forja do outro Uchiha, no país das águas. Os olhos observavam o ambiente, não vendo ninguém a princípio. —— Emiya? —— A mulher chamou em alto e bom tom, procurando pelo rapaz enquanto encostava numa das pilastras para descansar mais um pouco, suspirando. —— Não deveria ir à Amegakure buscar Zorojuro e Musashi? —— Questionou Kurama, rompendo o silêncio na mente da loira. —— Sim. Mas eles devem estar bem, mas irei até Amegakure logo mais; minha residência.. bem, deve estar um caos. —— Deu de ombros, bocejando em seguida.

A mulher voltou-se para os rapazes, observando-os de cima a baixo conforme aguardava pelo dono da forja. —— O que vocês irão fazer agora? —— A voz grave rompeu o silêncio do ambiente, e a antiga líder do vento aguardou pelas respostas. Talvez Altria fosse voltar a treinar com Kurama, ou talvez voltasse à Amegakure para ver como estava seus companheiros; há muito tempo não ouvia falar destes. Por outro lado, sabia que estavam bem, do contrário, as notícias teriam chego a seus ouvidos. Não havia muito a se fazer a não ser esperar mais algum tempo, e a loira estava curiosa acerca dos recém graduados de Kirigakure, Asmita e Rekken.

Considerações:

Qualidades & Atributos:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

Altria tocou meu braço e em um piscar de olhos fomos transportados para outro lugar. Não podia esconder que aquela rápida transição me trazia um pequeno desconforto no estômago, respirando profundamente. Pelas janelas do local, pude deduzir que estávamos em Kirigakure no Sato, o que me gerou um grande alívio. — Emiya? Então é aqui que ele fica? — Observei toda a forja do ruivo, admirado pela organização. Busquei uma bala em minha bolsa, e por sorte alcançava a última do pacote, devorando-a rapidamente para saciar meu vício em doces. — Irei entregar a carta de recomendação que recebemos, descansar um pouco, e treinar. Aquele homem, o nome dele era Uzumaki Naruto. Ele vai voltar. — Meu rosto expressava a preocupação de ter que enfrentar aquela monstruosidade novamente, e para isso precisaria ficar ainda mais forte, como foi dito pelo próprio Uzumaki. — Eu vejo todos vocês em breve? E, isso vai ficar para sempre aqui, Altria? — Destaquei a ombreira da Oroborosu, mostrando a marca aplicada por Altria. Não me importaria de manter aquilo ali, entendendo que aquilo havia me salvado uma vez. Prendi meus cabelos antes de sair pela porta da forja, me virando uma última vez para Rekken. — Vê se não se mete em confusão. — Sorri e deixei a forja. Após deixar a carta nos quartéis, retornaria para casa descansar.

O desconforto em ser teletransportado mais uma vez, novamente, acudia meu corpo. Não conseguia me sentir normal depois de simplesmente estar em um certo lugar e, em um piscar de olhos, aparecer do outro lado do mundo como se nada tivesse acontecido. Segurei a vontade de vomitar, não poderia fazer isso na frente da Altria. Notei que estávamos em Kiri, muito pelo clima e também por entreolhar pelas janelas de onde estávamos, vendo o clima típico do vilarejo.

Altria parecia conhecer o mesmo Emiya que eu e Asmita tivemos o prazer de conhecer durante o Exame Chunin. Sorri, colocando uma folha de coca entre os lábios, sentindo o amargor e todas as substâncias dela percorrerem por meu sangue, trazendo uma paz interior que a muito não sentia. Era bom estar em casa.

Um longo suspiro veio de indagações por parte da loira. Esperei Asmita responder primeiro, ele parecia ter pressa em seus assuntos e não era pra menos. Estávamos graduados. Quem diria que dois jovens teriam a sorte de conseguir galgar novos postos militares em tão pouco tempo.

Talvez eu devesse fazer o mesmo que o loiro; me aperfeiçoar sozinho, descansar e me preparar para enfrentar Naruto Uzumaki novamente. Não tinha como desconfiar do Yamanaka, ainda mais sabendo dos poderes dele em invadir a mente alheia. Com certeza esse era o nome do nosso oponente, ou quase cem por cento de certeza.

—— Bom, eu tinha algumas perguntas para fazer aos dois, mas podemos conversar uma outra hora. Temos muito a fazer… não quero ser derrotado por aquele merda de novo, odeio essa sensação. Vou indo nessa também, se você encontrar o Emiya, conte as novidades à ele, Altria, talvez fique feliz em saber que eu e o loirinho ali conseguimos nos graduar mais uma vez. —— Disse, andando lentamente até a saída da forjaria, levantando a destra quando estivesse passando pela porta, com o polegar tencionado em forma de joinha.

Só me restava entregar a carta de recomendação, que já havia lido algumas vezes, ao quartel general, e assim fiz. Depois, rumei em direção à minha casa, em busca de encontrar minha mãe para contar-lhe as novidades.

As respostas vieram, e com elas, perguntas. A mulher meneou a cabeça em afirmação à resposta de Asmita, sobre a marcação de seu Jutsu-shiki. Sim, o mesmo era eterno, independente do lugar que este fosse posto. A loira desencostou da pilastra, e deu tchau para o loiro, gravando o nome do algoz em sua mente. —— Não o conheço. —— Kurama foi sucinta. Altria deu de ombros, observou um pouco o local ao seu redor e ouviu o que Rekken tinha a dizer, meneando também em afirmativa para sua fala. —— Falarei com ele, pode deixar. —— Constatou, vendo ambos saírem pelas portas da forja. —— Vamos logo. —— Apressou a entidade, já irritada com toda demora.

Num piscar de olhos, outro teleporte. A ex sombra do vento teleportou-se para Amegakure, em busca de seus companheiros Musashi e Zorojuro. Torcia para que ambos estivessem bem, assim como sua residência. Precisava dela ainda em pé, para treinar e fortalecer-se, além de angariar mais pessoas para a mesma. Aquela residência daria lar à algo maior, ou, pelo menos, era a intenção. Os pensamentos deviam ser organizados, mas no momento, o objetivo era caçar ambos os nukenins do país do vento no grandioso vilarejo da chuva.

Considerações:

Qualidades & Atributos:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

Por alguns instantes, ouço vozes ecoando pelo andar térreo da forjaria. Os sons da conversa pareceram preencher o ambiente, interrompendo o silêncio sagrado que até então se fazia no lugar. Curioso e ansioso para descobrir quem havia chegado, apresso-me pelas escadas, meus passos progredindo através do corredor de madeira e, seguidamente, pela escada. Enquanto desço os degraus, minha mente se enche de especulações. Quem poderia ser? Seria um amigo ou talvez alguém em busca de uma arma? A energia vibrante que se derrama pelas frestas das paredes e alimenta minha curiosidade, impulsionando-me a chegar mais rápido ao destino. Finalmente, alcanço o térreo e me deparo com nada. Seriam fantasmas? Ou eu apenas estava ficando louco? Não obstante, apenas dou um leve suspiro e termino de descer a escada, indo diretamente para a bancada para descansar um bocado. No ínterim, penso no que eu poderia fazer. Antes do dia terminar, havia tempo para eu começar um novo projeto, uma nova arma. Resfolegando suavemente, eu tomo posse de um papel largado acima da mesa, e junto a ele, um lápis. Imediatamente, começo a desenhar formas geométricas: quadrados, retângulos e, então, círculos... — Uma arma circular? Que tipo de arma poderia ter esse formato? Pense... pense... — Sopeso, levando o lápis à boca. — Um yo-yo, talvez? — Digo no monólogo, sentindo a chama da ideia incendiar nos meus pensamentos.

Desde o momento em que a ideia do yo-yo tomou forma em minha mente, meu coração ansiava por dar vida a essa arma única. A determinação arde dentro de mim, alimentada pela paixão de criar algo que estava além do simples e puro divertimento infantil. Primeiramente, já sentado à minha mesa de trabalho, mergulho na elaboração do projeto. Com cuidado, rabisco as linhas que definirão seu formato, buscando o equilíbrio perfeito entre estética e funcionalidade. Cada traço é pensado, cada ângulo é considerado. Meus olhos se movem cautelosos pelo papel, enquanto visualizo cada detalhe da arma tomando forma. Com a precisão de um arquiteto, desenho as rodas laterais, sua espessura, os sulcos e elevações que conferirão o relevo. Um pentagrama amarelo é cuidadosamente desenhado, um símbolo simples, apenas para conferir um ar diferenciado para o artefato. Ao finalizar aquele diagrama improvisado, sinto uma onda de excitação percorrer meu corpo. O yo-yo, que antes era apenas uma ideia, agora tem uma forma tangível diante de mim. A imagem no papel é uma representação fiel do que deverá ser criado na forja, um guia que irá me conduzir durante todo o processo.

Com o projeto em mãos, dirijo-me agora à oficina. Acomodo-me diante da fornalha, onde as chamas dançam com um fervor contagiante. Preparo o carvão, acendendo-o com cuidado, permitindo que o fogo tome vida num estalo. O crepitar da brasa ecoa pela sala, como a sinfonia categórica que era. Vou até o cofre, pego o minério vermelho, e em seguida torno ao forno. Sem precisar utilizar dos foles, simplesmente coloco o minério selecionado sobre o fogo com ajuda de um tenaz, observando-o enquanto o calor o envolve. Cada centímetro da peça mineral é submisso à intensidade do fogo, tornando-se incandescente. Num momento, valia-se o carmesim brilhante natural do minério; noutro verificava-se um preto fosco e tórrido. Com a pinça-tenaz em mãos, retiro a peça já maleável das chamas infernais, segurando-a com firmeza e cuidado. O brilho negro reflete em meus olhos até eu posicionar o minério sobre a bigorna, pronto para dar início à sua metamorfose.

Com o martelo em punho, começo a aplicar os primeiros golpes. Cada impacto é calculado, cada movimento é uma extensão de minha determinação. A cada batida, sinto a ressonância do metal reverberar através de minhas mãos, e pouco a pouco, o minério cede à minha vontade, tomando uma forma circular. A cada golpe, moldo as rodas do yo-yo, esculpindo suas curvas suaves e perfeitas. A intensidade do trabalho na forja aumenta à medida que as rodas laterais se tornam mais nítidas aos meus olhos. Então, os golpes do martelo ficam mais precisos, cada movimento é uma batida que replica uma força comedida e uma destreza ensaiada. Sinto uma conexão profunda com a peça, uma troca de energia entre mim, o ferreiro, e aquela criação. Enquanto moldo as rodas, minha mente se concentra nos detalhes. Utilizando um cinzel já preparado anteriormente, começo a criar os sulcos e elevações que conferirão ao yo-yo um relevo acidentado e afiado, executando os entalhes com maestria e levando em consideração não apenas a estética, mas também a funcionalidade do armamento. Meu corpo se movimenta com graça e fluidez. O martelo e o cinzel dançam em minhas mãos como numa coreografia harmoniosa. Sinto a energia da forja pulsando em minhas veias, impulsionando-me a alcançar a excelência.

À medida toda a estrutura toma forma, começo a visualizar o brinquedo-arma em sua completude. As rodas laterais, com seus sulcos e as linhas do pentagrama refletem o poder contido na arma. O metal assumia, agora, uma textura acidentada, capaz de provocar lacerações, fazendo-se de um instrumento que combina tanto a elegância quanto a letalidade. Assim, com as rodas prontas, é hora de voltar minha atenção para a corda do yo-yo. Seleciono na estante um fio de aço resistente, cuidadosamente escolhido para suportar o impacto dos movimentos rápidos e acrobáticos que essa arma proporcionará. Com habilidade, começo a trançar a corda, garantindo que ele esteja perfeitamente alinhado. Na extremidade da corda, coloco uma pequena borracha. Essa simples adição é essencial para amortecer o atrito entre o dedo do usuário e o metal, evitando lesões durante o uso prolongado da arma.  Enquanto finalizo a corda, sinto uma mistura de emoções. Uma mistura de satisfação e expectativa preenche meu ser. A criação do yo-yo está quase completa, e posso sentir o poder latente que ele exala. É mais do que apenas um objeto, é apenas mais uma prova de minhas capacidades como ferreiro; um teste de validade dos conhecimentos que obtive desde que fui instruído por Gin, anos atrás.

Com tudo finalizado, é chegada a hora de unir todas as peças e terminar seu acabamento. Com cautela e precisão, fixo as rodas laterais ao eixo central, garantindo que fiquem firmemente presas. A sensação de encaixe perfeito e a solidez trazem um sorriso de satisfação aos meus lábios. Em seguida, concentro-me em aprimorar os detalhes do yo-yo. Com uma lixa fina, suavizo quaisquer arestas ásperas, garantindo que sua superfície seja impecável ao toque. Depois, é hora de adicionar os toques finais de estilo e personalidade. Com um pincel fino, aplico uma tinta especial nas rodas laterais, preenchendo os espaços vazios; e em seguida tinjo de amarelo o pentagrama desenhado no metal. Cada traço é feito com a atenção de um artista, as cores se destacando e ganhando vida no metal. Feito isso, seguro o yo-yo finalizado em minhas mãos, admirando sua beleza e funcionalidade. — É pequeno, mas me parece útil. — Digo, levando a arma à um filete do sol para ver seus detalhes de uma maneira melhor. Depois, bastou que eu voltasse novamente ao andar superior da forjaria. Suado como de costume, deixei o artefato repousar em um espaço vazio do mostruário junto às minhas demais criações. Por alguns segundos, me peguei fitando aquele mostruário que se completava cada vez mais; voltando-me para o andar de baixo em seguida. Mais uma tarefa estava completa, e mais uma vez, eu precisava descansar um pouco.

Considerações:

Descrições: