"Eu Sou a Escuridão"

Era tarde, e por mais que em Kumogakure o sol fosse escaldante - Nas redondezas de Uzushiogakure, como de costume, a névoa característica se fazia presente. A brisa gélida e visibilidade inferior me traziam nostalgia, dos tempos em que eu ainda era um ninja de Kiri - Lutando por nomes os quais hoje sinto repulsa. Com passos pesados, a minha figura sombria se deslocava entre a vegetação alta, evitando as estradas pelas quais os civis costumavam passar. Meus mantos negros se misturavam à negritude das sombras do vale abismal, onde apenas o fraco brilho dos olhos carmesim podiam ser vistos. Foi quando, de repente, me vi diante de muralhas cercadas por homens armados. Todos eles carregavam consigo Tõkens e armaduras shinobi leves, com insígnias de Uzushio. Analisei a situação durante alguns segundos, antes de deixar a mata escura e me apresentar formalmente. Liberando uma quantidade massiva de chakra durante um único instante, foi o suficiente para que os ninjas sensores daquele local virassem suas cabeças em minha direção, com olhares de horror. O que havia acabado de acontecer, afinal? Quando todos tinham vista de minha pessoa, sacaram suas armas e se puseram em frente ao portão.

— "Você não porta uma bandana de Uzushio e está mascarado. Vou pedir apenas uma única vez: Se identifique. Não podemos permitir a passagem de estrangeiros no portão leste sem antes confirmar suas identidades." — Ele ditou, mas em vão. Permaneci em silêncio, enquanto os guardas fixamente me observavam em uma mistura de desdém e temor. — "Não vai falar, então? Então é melhor que você se retire, se não quiser arranjar probl -" —

A Frase nem mesmo foi completada. Em um instante, a metade superior de seu crânio foi separada do rosto do corpo, causando a morte imediata do guarda. A velocidade daqueles homens era tão baixa que nem mesmo puderam acompanhar meu movimento simples de sacar uma das espadas lendárias do vento e atacar em um avanço direto, recuando na sequência. Quando o sangue de seu companheiro escorreu, os demais guardas deram alguns passos para trás, em temor. Com olhos arregalados, alguns deles se enfureceram a ponto de cegamente me atacarem com golpes diretos. Porém, antes mesmo que pudessem levantar a guarda, seus braços foram decepados e as gargantas rasgadas. Aos olhos dos demais homens, era como se eu estivesse os atacando sem mover um único músculo.

— "Vocês são guardas de baixo nível, não? Completamente descartáveis. Me pergunto se ao menos se equiparam a genins." — Ditei, em desprezo à segurança local.

Na sequência, como finalização, me aproximei dos homens que ainda restavam de pé e lhes apliquei golpes marciais diretamente contra a garganta dos infelizes, que tiveram suas traqueias destruídas, se ajoelhando em minha frente enquanto se sufocavam com o próprio sangue. Sem ao menos jogar olhares para os que caíam nas proximidades, simplesmente destruí o portão a minha frente e continuei o caminho, seguindo diretamente em direção ao vilarejo. Nenhuma gota de sangue havia respingado em meus trajes, o que me deixava menos enojado.

[...]

Logo ao me aproximar, não demorou muito para perceber que um mensageiro sensor havia avisado a guardas de nível superior o que estava ocorrendo no portão leste. Dezenas de guardas amontaram na entrada principal da vila. Eles esperavam por uma invasão - Mas se surpreenderam ao ver um único homem se aproximar, de mãos limpas. Os civis subiam nos muros para observar a tensão, com o silêncio ensurdecedor dominando a área. Me posicionei a apenas vinte metros dos homens. Variavam desde lutadores de artes marciais até usuários de técnicas elementais. Todos eles se preparavam para o combate iminente.

— "É tolice resistir." — Ditei, baixando a máscara lentamente. — "Tantas vidas serão perdidas aqui...Quanto sangue vocês ainda vão desperdiçar nessa defesa inútil?" — Os questionei.

— "Você não tem chance alguma contra nosso exército. Somos os melhores deste país...Se ponha no seu lugar. O que você pode fazer, cercado por todos os lados? Ter uma espada em mãos não te faz invencível." — O aparente líder respondeu, em tom de deboche.


O Sorriso macabro e olhar insano  para a espada lendária deixavam fluir pelo meu corpo a sede de sangue, enquanto os cabelos eram arremessados para trás. As sombras se dissipavam, e todos podiam reconhecer o meu rosto. Quando enfim perceberam com quem estavam lidando, imediatamente todos simplesmente perderam as esperanças. Muitos largaram suas armas. Outros paralisaram, e alguns poucos fugiram de medo. O chakra tenebroso se manifestava na coloração roxa - O mal absoluto havia chegado, trazendo consigo a morte e destruição. Com um movimento simples, manipulei os ventos ao redor da lâmina da Fujaku Hisho, lançando uma circunferência de ventos cortantes que percorreu uma grande área ao meu redor, rasgando todos aqueles ao alcance. Em um único segundo, o exército de dezenas havia sido reduzido para alguns poucos dígitos únicos. As árvores eram derrubadas e o solo se deformava com minha presença abismal. O chakra desordenado fluía de maneira violenta, enquanto as gargalhadas horrorizantes retumbavam a partir de meu espírito. A população local se escondia, alguns vomitavam só de olhar para minha figura distorcida.

— "Aquele não é o Raikage...? Que poder é esse? Por que eu sinto que minha morte está próxima? Não consigo me mover...Meu corpo não está me obedecendo...Medo? Terror? Isso está muito além do conceito de medo...Nem meus instintos de sobrevivência estão conseguindo agir nesse momento...Que tipo de demônio é aquele?!" — O homem ditava para si próprio.

E então, em um golpe perfurante certeiro, sua cabeça  era partida em dois de maneira horizontal. Os olhos permaneceram abertos mesmo após a morte, e quando eliminei todos os guardas inferiores, retornei a espada lendária para sua bainha e invadi o vilarejo, direcionando meu caminho contra o centro, onde se encontrava oi palácio do líder atual do país. Logo a sua frente, o mesmo se encontrava: Um homem negro e alto. Vestido com trajes militares brancos e de cabelos longos em dread, ele portava uma única e longa Katana curvada, com semblante sério e não aparentando estar intimidado.

— "Você faz jus ao seu título, líder do relâmpago. Mas saiba que não irá me derrubar tão facilmente quanto aqueles homens. Eu não sou do tipo que espera para usar todo o poder. É melhor estar preparado para sentir toda a minha fúria! Invade meu país, mata meus homens, aterroriza a população e destrói nossos patrimônios...É imperdoável!" — Ele berrou, em fúria.

— "Se o Mizukage não está aqui, então não existe oponente digno para mim. Não se superestime, será a sua ruína se tentar algo idiota contra mim. Eu vou provar para você...Que eu sou um monstro completamente diferente de tudo o que já viu. Anjos ou demônios...Eu sou o próprio conceito daquilo que vocês tanto temem: Lúcifer!" — Exclamei, com um grande sorriso.


O Homem tremulou ao ouvir a última parte do diálogo, deixando suor escorrer. Logo após isso, ele concentrou uma grande quantidade de energia ao redor de seu corpo, atirando ao ar. Após alguns segundos, os raios de chakra retornaram para sua longa katana curvada, dando-lhe uma aparência semelhante a um raio. A névoa ao redor se dissipava, e o homem gritava - Avançando com toda sua velocidade e fúria. Imediatamente, respondi ao sacar a Hirakemarei - A segunda mais poderosa espada da névoa, destruindo suas bandagens enquanto lhe doava chakra. Com um movimento único e certeiro, desafiava-o para um confronto direto.


Na sequência, utilizei um molde de alta classe para criar uma grande lâmina de chakra que se estendeu para além da Hirakemarei, confrontando a técnica do líder de Uzushio diretamente. Após o choque, um clarão tomou conta dos arredores, e toda a população se assustou, tapando os ouvidos por conta do ensurdecedor som emitido pelo choque entre espadas. Após alguns segundos, sangue jorrou para o alto e voltou como uma chuva, banhando os que estavam próximos com as entranhas do infeliz que ousou desafiar o Raikage.


Partido ao meio, a onda de choque foi tão forte que destruiu sua espada e até mesmo danificou as construções próximas. Sem ao menos olhar, embainhei a espada da névoa lendária, sabendo que o caminho estava livre. Me aproximei e adentrei o palácio, onde destruí o trono do falso rei e assassinei todos os seus funcionários e família a sangue frio. Mulheres, crianças e até recém-nascidos: Todos foram mutilados até se tornarem pedaços irreconhecíveis de carne. Era a minha forma de agradecer pela estadia. Em seguida, o prédio foi derrubado, e a derrota de Uzu estava declarada.

[...]

As horas se passaram. Com o Shikigami, empalei dezenas de opositores. Aqueles que levantavam sua voz foram perfurados por lanças de papel, que destruíram seus órgãos internos e os levantaram a mais de cinco metros de altura, para que sangrassem ao relento até a morte. A população se escondeu aterrorizada, enquanto as forças de Kumogakure chegavam a reforço. Com um sorriso maligno, terminava de executar mais uma sentença de morte - Empalando um guarda sobrevivente do ataque na frente de seus filhos pequenos. Eles sabiam que aquilo também era um aviso. A liberdade acabou. A felicidade acabou. A era das trevas havia chegado para Uzushio...E quem tentasse derrubá-la, morreria junto a todos que o fizeram no passado. Então...Com Uzu em mãos, decidi permanecer no local por mais um tempo, a fim de colocar tudo em ordem e garantir a estabilização do país nas mãos de soldados confiáveis de Kumogakure. Um homem se aproximou de mim - Um ANBU.

— "Como eu devo apresentá-lo ao país, senhor? Deseja usar seu nome verdadeiro?" — Ele questionou.

— "Não. Por todas estas terras, quero que um único nome seja dito: Vlad." — Dei uma leve pausa. — "Vlad, o Empalador."

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