vida de inseto

@Bahko • @Vincent. • @Skywalker

Chuva, chuva e mais chuva. Sem mencionar o inverno, que já castigava a maiores das regiões pelo mundo. Mas, o que deveria ser ruim para muitos, já não incomodava tanto os habitantes de Amegakure no Sato. Afinal, todos ali nasceram, cresceram e morrerão de baixo de chuva. Naquele fim de tarde casual, três genins foram convocados ao gabinete da Kyoukage.

Assim que chegaram, quase que em sincronia, um homem com vestes brancas e um longo manto preto sobre os ombros, além da máscara de lobo sobre o rosto, recebeu-os com uma breve reverência.

— Vocês devem ser Bahko, Vincent e Saori, certo? Por favor, sigam-me. — Os genins seguiram o mascarado por um extenso corredor e adentraram na última sala à esquerda. Ali, sentada sobre uma escrivaninha, uma mulher os esperava. Ela vestia-se exatamente igual ao rapaz, porém com as cores invertidas e não usava máscara. Ela tinha cabelos longos negros, mas eram presos em um coque por uma borboleta. Seus olhos tinham um fraco tom de azul que se aproximavam mais de um cinza. Ela segurava uma bela katana, apoiada em seu colo.

— Finalmente chegaram... Vou ir direto ao ponto. — Parecia rude, mas só estava com pressa mesmo. — Nesta manhã, alguns shinobis conseguiram roubar um pergaminho que pode causar sérios problemas a vila. Apenas os ninjas de maiores patentes e algumas pessoas que ajudam na administração da vila sabiam da localização e do conteúdo do pergaminho. Então suspeitamos que eles estão infiltrados entra a gente. Provavelmente eles utilizaram vestes como as desse rapaz ao lado de vocês e passaram despercebidos ao olhar de todos. A missão de vocês será encontra-los, capturá-los e recuperar o pergaminho. Mas quero todos eles vivos e, se não quiserem ter uma morte trágica, nunca abram aquele pergaminho. Alguma dúvida? Se não, podem se retirar. — Finalizou seu breve discurso.

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A ideia parecia promissora. Os genins se transformaram em criaturas pequenas e adentraram pela primeira entrada. Pela entrada da depressão, enviaram um Bunshin Daibakuha e dois gatos da tropa de Bahko. À primeira vista, nenhum sinal dos inimigos. O trio, então, já se localizava a 200 metros da entrada e estava diante de mais um extenso corredor escuro.  Pelo outro lado, o clone seguiu as ordens de Saori. Sem identificar nenhum perigo, ele explodiu e imediatamente os destroços bloquearam àquela saída.

Entretanto, o impacto abalou a estrutura da caverna que começou a ceder poucos segundos depois. A entrada pela qual passaram já havia, também, se fechado. Em instantes tudo que estivesse dentro da caverna seria soterrado. E para piorar, Saori não tinha velocidade suficiente para acompanhar seus colegas. Precisavam agir rápido, se não quisessem encerrar suas jornadas como shinobi ali.

Saori: velocidade reduzida em 2 pontos pelo resto da missão.

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— Estamos todos aqui, certo? — Falava Abukine Tsuki aos seus companheiros que formavam um círculo ao seu redor. Estavam nos confins da caverna exatamente faltando 2 horas e meia para o horário marcado. — Então não esperaremos todo esse tempo, farei o ritual agora... Conseguimos, meus amigos. Vamos chegar ao topo, não tenho dúvidas disso. — Abukine era alto, com pele negra e um curto cabelo platinado. Não muito mais velho que os genins que estavam à sua procura. Entretanto, aparentava ter algo a mais, algo que fazia com que as pessoas depositassem sua fé nele. Por isso havia tantos ninjas ali. Para ser mais exato, eram oito os seus seguidores.

O pergaminho era relativamente grande. O shinobi retirou-o de suas costas e o abriu sobre o chão. Havia uma série de nomes ali escritos, todos eles com sangue. Tsuki, então, rasgou sua mão com uma kunai, deixando o seu sangue escorrer pelos seus dedos. Ajoelhou-se e, letra por letra, começou a escrever seu nome no pergaminho. Antes que pudesse chegar à quinta letra, o bando pode ouvir um estrondo vindo de uma das entradas da caverna, seguida de vários outros. Rachaduras começaram a se formar no teto e alguns pedaços de rochas começaram a se desprender.

— Falta pouco, amigos... Confiem em mim, vou salvar todos... Não se preocupem com isso.— Ele falava com uma voz firme e calma, continuando a escrever seu nome. Quando faltava apenas duas letras, a caverna cedeu completamente e, sem que pudessem ter qualquer reação, as rochas caíram sobre eles. — Faltava... tão... pou...


Os genins agiram rápido mediante ao iminente desabamento. Bahko, pensando em sua colega, pegou-a e a carregou em direção à saída. Vincent estava à frente, cerca de 2 metros dos outros, limpando o caminho. No mesmo instante que o mudo, com Saori “nas patas”, deixou a caverna, ela veio abaixo. O barulho do desabamento ecoou por quilômetros e se levantou uma enorme nuvem de poeira. A garota, contudo, não demonstrou nenhuma gratidão pela ajuda, muito pelo contrário, estava visivelmente irritada.

Então, eles voltaram para o local, mas dessa vez por cima dos escombros. A visão, porém, não podiam saber se era agradável ou não. No centro do buraco que foi aberto, havia a ponta de um pergaminho. Além disso, os pedaços de rocha estavam todos pintados com sangue. Não precisava de muito esforço para saber o que tinha acontecido ali. Sim. O grupo havia impedido a realização do ritual. Entretanto, os ladrões, estavam todos mortos. Uma morte, diga-se de passagem, cruel.

Antes que pudessem se mover, três ninjas que pareceram surgir do céu logo à sua frente, impedindo que eles seguissem. Era a mulher que havia lhes designado a missão e outros dois rapazes mascarados.

— De quem foi a maravilhosa ideia de destruir a caverna? — Estava visivelmente irritada. — Ainda por cima, os alvos que eu queria vivos, estão todos mortos.

— Calma, Erin-sama. Eles pelo menos impediram que fizessem o ritual, isso seria problemático se aquele bando conseguisse. — Tentava acalmá-la. — Não se pode exigir tanto deles, são genins afinal. Se eles saíram vivos disso já é algo.

— Tsc! Que seja! Retornem às suas casas. O trabalho de vocês acabou. — Virou-se e prosseguiu com o resgate dos corpos, ou pelo menos o que sobrou deles.

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