[Colonização] Os ventos que envolvem a chuva.

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[Colonização] Os ventos que envolvem a chuva.
[Colonização] Os ventos que envolvem a chuva.

Convidado

Dom 26 Jan 2020 - 0:09

Vestimenta; Palavras: 1.331; O.B.J.: Colonização em nome de Iwagakure.

Meus olhos negros que avançavam nas entranhas daquela noite observavam a conclusão próxima do objetivo que o destino trazia até mim, encurtando o processo planejado. "Não diria frustrada." Não para mim mesmo. Aquela visita ao castelo havia me apresentado a tenebrosa alma que lá habitava e as poucas frases esboçadas junto de sua postura fúnebre naquele mausoléu, convenciam-me da carga ímpar de vetor recíproco que carregava. Pousei atentamente sobre o topo de uma das inúmeras tubulações que dominavam aquela região do vilarejo; eram becos estreitos onde a chuva pouco tocava o chão e as ventilações expostas pelas paredes dos prédios formavam telhados improvisados sobre aquelas passagem. O que me ocultava ali era a intempérie e sua intensidade naquela altura, onde, de cima para baixo sem a agressão da água sobre meus olhos tinha certa dificuldade de observar o solo -muito embora a movimentação frente as marquises iluminadas fosse notada com excito-. "Quantos ainda são?" Nada do que me levava até ali era em vão e nada do que observava deixaria passar. Analisava quantos ainda restavam desde meu ataque ao Quartel General e se restavam muitos, qual era o nível da procura por quem havia cometido o atentado. No entanto, ninguém além de civis passavam sobre os pontos estratégicos alcançados pela minha visão. O próprio pranto dos céus apagou o fumo e o amargor que me descia pela garganta. "Tudo bem, não me deixem entendiado." Para trás apenas a fumaça remanescente em meus pulmões onde antes habitava minha presença.

-Entenda Sanada, precisamos de alguém de confiança para manter o lugar até que eu retorne com a informação e possamos enviar alguém para liderar as terras. O caminho entre edifícios e reflexões revelou-me um grau de certeza; havia enfraquecido de algum modo aquele local. A decisão de encontrar Sanada ocorreu como precaução, necessitava além de tudo de alguém que soubesse o que estava prestes a ser feito ali, além da pessoa certa para controlar os respingos da Chuva enquanto estivesse fora. -Escute Reken, não tenho suas pretensões. Jashin o colocou como aluno em meu destino e isso é o suficiente para que tudo o que você me pediu até hoje eu tenha dado um jeito para o ajudar. Ele suspirou enfiando as mãos para dentro do casaco vermelho. -Mas não sei se posso te ajudar nisso. Alguns passos me colocaram a frente dele. -Você não entendeu, Mestre. O sorriso que floresceu em minha face ele conhecia, carregava um igual, mas nunca antes havia temido tal como daquela forma. -Iwa irá dominar todas essas terras cedo ou tarde, Ame é só o começo. Eu estou lhe dando a oportunidade de deixar a relação de amizade de lado e entrar no início de algo único que irá revolucionar o mundo shinobi. Distanciei-me retirando um cigarro do maço. -Você mesmo me falou sobre os boatos que ouviu, entende a ideia que estou passando e sabe que ela não irá se repetir. Sua oportunidade é esta, Sanada. Retirava-me dali de forma lenta quando a voz dele soou tão imparcial e fria quanto meu discurso. -E qual será seu sinal? A fumaça marcava meu caminho. -Você saberá! Gargalhei.

As sombras que os escombros formavam sobre o chão eram o que me mantinham longe dos primeiros olhos militares e realmente atentos sobre mim. Após abandonar a região dominada pela insanidade do Jashinista migrei entre o concreto até alcançar novamente aquele que havia sido o local chave da minha missão anterior. "É hora de finalizar o plano." E dali podia observar o grupo de cinco em uma ronda visivelmente forçada. Dois cobriam uma entrada aberta pela explosão enquanto três faziam um perímetro longo que ia dali até o outro lado. O teto quase não existia mais. "Se bem me recordo é por aqui." A escadaria me levou de forma silenciosa até uma posição privilegiada poucos metros atrás dos dois garotos distraídos. Eram visivelmente jovens e o assunto que discorriam era tão tedioso que acelerou minha ofensiva. Meu corpo já carregava consigo aquela propriedade de folhas que demonstrava ao avançar de forma mortal pelas costas das duas crianças; a Nuibari sempre demonstrava seu teor mortífero. Atravessou o pescoço daquele que estava a direita fazendo sua bandana cair sobre o solo. "Rápido!" Devia ser algum prodígio com a vida recém interrompida o companheiro morto em seguida, após a mesma lâmina ser apanhada e como um vulto deposita sobre o coração do oponente. Virou-se para mim com a mão portando sua kunai, no entanto, lhe faltou experiência ou até mesmo reflexos para se manter vivo ali.

Aquela espada permitiu-me costura-los e jogando-a sobre uma rocha presa entre as demais desorganizadas no topo da passagem, mantive os dois corpos em pé enquanto aguardava o retorno dos demais. Meu corpo completamente desfeito e oculto nas frestas dos escombros enquanto podia escutar aqueles passos aproximarem-se gradualmente do campo preparado. Os garotos postos de costas tinham logo atrás de si, por onde havia visto seus companheiros saírem e certamente por onde retornariam, uma vastidão de papéis sob os pedregulhos, junto deles, os característicos kanji explosivos. "Agora." Escutei dois passos adiantados, e enquanto o último alcançou o destino que almejava o futuro tornou-se presente. Em meio aquela explosão inevitável que englobou os três corpos dos sentinelas avancei de maneira desforme apenas apanhando aquela que servia como auxilia na armadilha e ao pousar tomar forma no região central do pátio, recoloquei-a no coldre novamente. "Ainda foi muito pouco."

No entanto, aquele pensamento realmente atraiu para a situações mais impertinências do que eu imaginava. "Cercado?" A percepção da situação não foi tão difícil; minha atenção aos flancos e o desespero de perder aquele posto formou o ato. Um dentre eles era mais velho e carregava consigo o colete da elite militar, enquanto os outros dois demonstravam ser seus alunos ou bons sobreviventes dos ocorridos anteriores naquele lugar. O sorriso diabólico estampou-se no meu rosto quando de forma simples, ao ser alvejado fisicamente pelo mais experiente e de forma bélica pelos demais notei minha chance de equilibrar aquela batalha. Sua lâmina atravessou meu corpo que, deixando olhos arregalados, conquistou o ar onde residia com uma quantidade incontável de origamis. -Acabou! Minha voz projetou-se do além junto com aquelas inúmeras estacas há centímetros do corpo daquele mestre. Eu era papel mas ele que fora perfurado com tal facilidade; notei os mais novos atônitos. -E então crianças, vamos brincar? Não me desanimava o fato de serem todos filhotes do rebanho massacrado, a morte e o seu perfume doce eram o que me guiava naquela empreitada. A massa espessa de papéis que vagava no vazio avançou contra eles e então se desfez em inúmeras senbon na direção daqueles se movimentavam no sinal de um selo manual não concretizado com sucesso ao serem alvejados por tamanha velocidade do ataque.

Sanada parou ao meu lado. -É, realmente uma explosão é um sinal inconfundível. Diante de nós meia dúzia de homens convencidos de que aquela luta por uma aldeia a muito tempo vencida não era mais honrosa ou necessária. -Sabia que entenderia. Retirei um cigarro do maço e o levei aos lábios. -Senhores... Soava irônico e distante, superior a eles. -Essas terras agora são de Iwagakure no Sato e este homem ao meu lado será o líder de vocês por enquanto. Não aceitamos rebeldes, fugitivos, espiões, impostores, discórdia e qualquer um que vá contra este sistema de liderança aproveite a oportunidade única que estou dando para se retirar, caso contrário, a próxima será fechado em madeira. Busquei a alma dentro deles e eles a esperança em seus companheiros mortos ao redor. O Jashinista posicionava-se frio e imparcial, analisava o que era dito e parecia compadecer com os dizeres por hora. Ninguém havia se manifestado. -Faremos com que estas terras prosperem, cresçam. Faremos com que o trabalho chegue até aqui e com que vocês não temam mais suas fronteiras, pois elas também serão nossas. As palavras materializavam-se em fumaça abaixo da chuva. -Vivam suas vidas e sigam nossas regras, assim não terão problemas. Dispensados!

Deixar para trás Sanada e Amegakure após todos aqueles acontecidos era cansativo, porém, fazia com que King e eu riscássemos do papel um objetivo que por mais adiado que tivesse sido, havia chegado a hora de ser concluído. Vagava novamente para a Pedra, desta vez com novas notícias e decisões urgentes a serem tomadas.

CH: 4025/4025; HP: -/-; ST: 1/6