[Treinamento] Não Podemos Estagnar Agora!

Depois de todo o esforço que Angell fez para aplicar o Byakugou no In em seu próprio corpo, acabou voltando à estaca zero. Já tinha corrido atrás de aprimorar seu contato com o elemento terra, já tinha conhecido e andava melhorando cada vez mais na arte dos ninjutsus médicos, já tinha – por tabela, mas ainda assim – descoberto até mesmo como aumentar seu controle sobre o seu próprio chakra, mas e agora, como faria para continuar evoluindo?

Novamente a azulada se via caminhando de um lado para o outro em sua sala de estar, tentando pensar em alguma saída. Novamente não sabia o que estava querendo; sabia apenas que não podia estagnar, então precisava dar um jeito de encontrar o que fazer. Porém, diferentemente da última vez, ela não pensava só em seus estudos mais novos; pensava também em seus últimos treinamentos. E talvez eles mesmos fossem a saída que ela estava procurando agora.

Ela saiu apressada de sua casa no bairro Hyuuga e correu até a floresta que circunda a Folha, como há um bom tempo não fazia. Talvez devesse usar o campo de treinamento de novo, já que foi o dito cujo que lhe ajudou a alcançar sua maestria com o elemento terra. Mas a floresta... bem, a floresta sempre tinha sido o cantinho da azulada. Desde antes mesmo de ela sequer pensar em se tornar uma kunoichi, a floresta tinha sido sua cúmplice e sua confidente. Então não, não tinha como Angell simplesmente abandoná-la agora; tinha mais era que voltar a tê-la tão presente quanto antes em sua vida.

Assim que se embrenhou entre as árvores, ela parou para pensar em um treinamento para fazer daquela vez. Nunca tinha sido muito criativa, mas os “métodos” que andava criando e utilizando para melhorar suas habilidades pareciam estar sendo suficientes. Se ela se lembrava de como tinha evoluído ao máximo seu contato com a terra... bem, tinha sido devagar que ela uniu suas mãos em frente ao próprio peito e teceu os selos específicos do Doton: Retsudo Tenshou, enquanto canalizava seu chakra dentro de seu corpo e se concentrava no comportamento e no caminho do chakra antes de o mesmo ser expelido para o chão, para dar vida à dita técnica. Tinha sido com cuidado que ela descobriu como invocar a essência da terra para dar vida a seus jutsus ainda dentro de seu corpo, antes de projetá-los para fora. Tinha sido com paciência, começado com o tal Doton: Retsudo Tenshou, partindo para o Doton: Dochuu Eigyo no Jutsu, passando pelo Doton: Doryuuha e expandindo para as demais técnicas que já tinha dominadas, que Angell se certificou de que realmente estava conectada com a terra, de que todo o esforço que andava fazendo para melhorar tinha surtido efeito. E tinha sido com essa mesma atenção que ela foi alcançando todas as outras áreas de seu interesse também. Só o que faltava agora era ela manter seu nível. Dizemos... enquanto não encontrasse mais nada de novo para aprender.

E como tinha sido o primeiríssimo dos treinamentos dela para aprimorar seus ninjutsus do elemento terra, mesmo? Ah, sim... pautado no medo dela de falhar com alguns dos seus companheiros de missão e acabar por perdê-los. Não que Angell não tivesse mais medo de ainda ser insuficiente, mas, agora, precisaria de uma desculpa diferente para forçar a si mesma a garantir mais força e durabilidade às técnicas que conjurava, e, de preferência, com mais rapidez. Ou será que o medo de voltar a ser insuficiente já seria uma boa desculpa?

Pois bem, Angell mentalizou Kai à sua frente, parado, de costas para si e de frente para os soldados do País das Ondas. Mentalizou os soldados vindo atacá-lo diretamente, em um cenário um pouco diferente do que ambos vivenciaram na vida real. Não precisava mais realizar selos, então apenas se abaixou, para poder bater suas mãos espalmadas no chão da floresta e enviar seu chakra para o mesmo, a fim fazer subir uma série de paredes de terra entre as figuras de Kai e dos inimigos.

...mas era impressão dela ou as paredes não eram tão grossas – e, consequentemente, tão resistentes – quanto precisavam ser? Ela chegou até mesmo a ativar seu Byakugan para poder conferir se era aquilo mesmo, e, para sua angústia, era, sim. Mas... agora, como ela faria para melhorar aquele Doton: Tajuu Doryuuheki? Talvez pudesse tentar utilizar um pouco mais de chakra. Talvez pudesse tentar abranger uma área maior do chão à sua frente para erguer as paredes. Talvez...

Não!, não adiantaria ela ficar teorizando sem tentar nada! Ela tinha era que bater suas mãos na terra e levantar novas paredes, umas com mais de seu próprio chakra, outras com mais terra do chão da floresta, umas mais longe das outras, umas mais perto das outras, talvez até agrupando duas ou mais delas para formar “uma só”, mas esta bem mais grossa que qualquer outra isolada... enfim, de todas as maneiras que conseguisse imaginar, mas realmente tentando!

Assim Angell o fez; enquanto a noite não caía, continuava repetindo suas tentativas de aprimorar sua maestria sobre o elemento terra, inclusive utilizando seu Byakugan para checar se – e como – estava ou não melhorando. Mas aos poucos ela via seus esforços começando a dar resultado: a cada nova vez que mandava seu chakra para o chão da floresta, descobria algum detalhe mais significante que o último na forma como erguia suas paredes de terra e ia conseguindo, bem devagar, deixá-las mais resistentes, fortes como sempre deviam ter sido. Porém, mesmo depois de a noite cair sobre sua cabeça, a azulada continuou treinando. Continuou treinando, treinando e treinando... até não conseguir mais aguentar e, sem nem perceber, cair de bruços no chão logo abaixo de seus pés e desmaiar de cansaço.

“But it’s the only thing that I have.”

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