Um sonho ruim.
Não, parecia verdade agora que parava para pensar.

Shizuke despertou com a cabeça dolorida e pesada, além de sentir uma pesada ressaca que parecia injustificada. Não se lembrava de ter bebido, mas por outro lado, o motivo de não se lembrar de ter feito coisa alguma era porque sua memória parecia um grande borrão difuso.

A casa estava uma bagunça: poeirenta, suja, escura. Encontrou peças de roupas suas jogadas pelos cantos, no chão, sobre os móveis, fazendo uma trilha da porta de entrada de sua casa de cômodo único até a cama, que ficava no canto oposto. Lentamente recobrando a consciência, percebeu que tinha se passado muito tempo, dias. Os últimos eventos começavam a aparecer — uma carruagem com mantimentos, o ataque de animais selvagens e o retorno para a vila após o sucesso na missão. Lembrava-se de ter tido lembranças horríveis da juventude, as lutas sangrentas que aconteciam até a quase-morte de um dos participantes. Lutas clandestinas era um esporte comum no submundo da Névoa e seu passado nessa vida trazia, junto dessa, outras lembranças desagradáveis.

Tinha sido abandonado e depois, pensou, nada mais justo que também abandonasse, embora fizesse isso com a pequena gangue dos (não mais) delinquentes juvenis a quem tinha se juntado.

Conseguiu força suficiente para ficar de pé e abrir a única janela, na lateral da casa, que encarava a viela à esquerda. Aparentemente, o choque e a enxurrada de memórias desagradáveis tinham sido demais para suportar e o seu corpo o atirou num estado contínuo de transe que durou dias. Um coma, pensou, seria mais apropriado de se dizer. Sim, tinha estado em coma.

Ou ao menos era o que lhe fazia mais sentido.

Batidas secas e fortes na porta. Ainda aturdido, não respondeu, mesmo estando de pé, esperando. Mais batidas, urgentes dessa vez.

Abriu a porta e encontrou um velho conhecido, Shiranui. Havia conhecido ele ainda na adolescência, antes de ter sido preso, e agora ele era, assim como Shizuke, um ninja da névoa, embora fosse uma patente superior, Chunin.

“Achei que tinha morrido”, disse, entrando e se sentando na única cadeira.

Shizuke deixou a porta aberta, encarou o amigo em silêncio e depois assentiu, mesmo que não houvesse com o que concordar. “Não estive nos meus melhores dias, isso ainda é novo para mim, acho que você já está mais acostumado”, disse.

“Vou te dizer algo, você nunca se habitua. É estranho e sempre vai ser, a vida que tínhamos era diferente demais, desorganizada, sem autoridades para nos dizer o que fazer ou deixar de fazer, mas é uma questão de sobrevivência”, disse, suspirando, se levantando e partindo em direção à porta. “Se recomponha e apresente-se no quartel general o quanto antes, cumpra uma missão e depois pegue leve por um tempo, com o tempo os deveres ficam mais fáceis. Apenas tome cuidado, se tem algo que aprendi é que esses vermes tiram tudo que te dão com a mesma facilidade. Kirigakure não está do nosso lado, apenas do deles mesmos.

“Isso aprendi desde muito antes de me alistar, não se preocupe. Estou melhor já, foi um choque apenas, não vai acontecer de novo.”

Shiranui assentiu e partiu, fechando a porta atrás dele. Shizuke lavou o rosto e saiu, precisava retomar a normalidade de sua vida e isso começava se apresentando novamente ao quartel da vila.

STATUS (DESNECESSÁRIO) DO MEU PERSONAGEM DURANTE ESSE POST QUE É EM OFF:
Hp: 550; Ck: 550

556 palavras.
Filler de retorno pois o último post havia sido dia 30.