Enquanto Noboru Inaba caminhava pelas ruas de Kirigakure em direção ao seu laboratório pessoal, seus pensamentos mergulhavam na situação em que se encontrava a vila. Yohma, seu ex-aluno e escolhido como sucessor, havia permitido que Kirigakure chegasse a um estado que não era tão agradável para ele. Ele sabia que a pressão de liderar uma vila não era fácil, mas ainda assim não conseguia deixar de se perguntar como as coisas haviam desandado tão daquela forma. No entanto, havia uma luz de esperança diante do que estava acontecendo. Chozen, outro ex-aluno seu e que agora ocupava a posição de Mizukage; esperava que ele pudesse colocar tudo nos eixos na vila. Noboru sempre viu potencial no Senju, desde a primeira missão que fizeram juntos. Ele acreditava que Chozen tinha a força e a determinação necessárias para trazer mudanças positivas à vila e reverter os erros do passado.

Chegando ao seu laboratório, Noboru respirou fundo e se concentrou no que haviam ido fazer. Não era nenhuma tarefa importante, ia apenas abrir um pouco laboratório para que o ar ali pudesse circular. Além disso, ele chamou por Cubellios, sua leal serpente alada, que logo apareceu com um som suave do bater de suas asas. A presença dela trouxe um senso de calma e confiança, como se eles estivessem prontos para enfrentar qualquer desafio juntos. Já havia deixado ela naquele ambiente por tempo demais. Assim que a mesma se enrolou ao redor do seu corpo, ele afagou a cabeça da mesma e foi indo em direção a saída do local, o trancando bem por precaução e depois retornando até sua residência.

INFOS:

Os olhos azuis observavam com pouco interesse a movimentação nas ruas do vilarejo, enquanto o Sandaime se mantinha sentado no telhado de seu laboratório. Era noite e a movimentação na rua era quase nula, por conta do estado da vila, com a qual Noboru não sabia se ainda devia se preocupar. Ele estava reflexivo nos últimos dias, sem saber como se sentir acerca do estado da aldeia, pois lutou tantas vezes para manter aquela vila, ou melhor, o mundo, bem… mas sentia que tudo que vinha fazendo parecia uma grande perda de tempo. Um novo problema sempre surgia, uma nova dor de cabeça para ter que lidar, e por mais que recebesse reconhecimento no fim de tudo, de que aquilo lhe servia? Ele não estava aprendendo ou desenvolvendo nada novo. Para um pesquisador, era incômodo começar a se dar conta que não estava indo a lugar nenhum; achar que reconhecimento era mais importante que poder era patético. — …O que está pensando em fazer? — a voz de Cubellios, que estava ao seu redor, rompeu o silêncio enquanto Noboru estreitava os olhos e se levantava vagarosamente. Mesmo que ele não tivesse lhe dito nada, a serpente sabia o quanto ele estava reflexivo ultimamente.

Ele ainda não tinha a resposta, mas ia procurar por alguém com quem pudesse conversar a respeito. Sem pensar muito, o imortal desapareceu em meio a escuridão da noite, seguindo para onde havia decidido sem prestar muita atenção em qualquer problema que pudesse estar acontecendo naquelas ruas. Não queria ter que se preocupar com nada além de suas dúvidas por enquanto.

INFOS:

A madrugada caía sobre Kirigakure, envolvendo a aldeia em um silêncio gelado. As luzes das ruas estavam apagadas, criando uma atmosfera sombria que parecia engolir qualquer ruído. Era uma noite como qualquer outra, onde o crime era tão frequente que poucos ousavam intervir. As pessoas preferiam se resguardar em suas casas, deixando a escuridão reinar. No entanto, em meio à escuridão, uma figura encapuzada se movia sorrateiramente. Seus passos eram leves e rápidos, direcionando-se a um estabelecimento de portas trancadas. O ladrão parecia determinado, suas mãos habilidosas trabalhando para arrombar a porta e invadir o local.

As sombras dançavam ao redor do ladrão, como se o ambiente conspirasse com suas intenções ilícitas. Mas antes que ele pudesse completar seu plano, algo estranho aconteceu. O ar ao seu redor parecia vibrar, e ele foi envolvido por uma aura roxa que o imobilizou. A surpresa e o medo cruzaram seu rosto encapuzado antes que ele fosse eliminado, sem sequer ter a chance de gritar. A figura que havia se materializado nas sombras era uma serpente, incomum pelo fato de ter um par de asas, com escamas roxas que brilhavam fracamente na escuridão. Os olhos amarelos da companheira do dono daquele recinto focaram no ladrão, antes de decaptá-lo sem qualquer hesitação e, devorando a cabeça, sumir novamente nas sombras.

Noboru Inaba, o dono daquela criatura, observava a alguns metros. Ele estava a caminho do local quando viu a figura se movendo em direção a ele. Obviamente ele mandou que sua parceira desse cabo daquele ladrão. O Sandaime Mizukage carregava consigo uma caixa de utensílios e suprimentos para seu laboratório pessoal, que iria deixar ali para poder jogar outros utensílios fora. Ele estava acostumado a esses momentos de solidão e tranquilidade noturna, quando a aldeia estava adormecida e ele podia trabalhar sem interrupções.

Noboru, assim que entrou no laboratório, olhou para o ambiente, o vento noturno balançando as cortinas levemente. Com um suspiro tranquilo, ele deixou sua caixa de utensílios em um canto. Ele não mencionaria o incidente a ninguém; Cubellios iria terminar de desaparecer com o corpo e ninguém precisaria saber o que aconteceu. Guardou seus utensílios como se nada tivesse acontecido. Com sua expressão calma e serena, ele seguiu para fora do local, enquanto a noite seguia seu curso, silenciosa e fria, como se tivesse engolido o episódio na escuridão.

INFOS:

Noboru Inaba adentrou seu laboratório pessoal, era noite, como de costume, os passos ecoando no ambiente tranquilo. Ele carregava consigo uma cópia do jornal, mais por hábito do que por qualquer real interesse nas notícias. O laboratório, com suas prateleiras repletas de equipamentos, era o seu refúgio pessoal, onde ele podia se isolar do mundo exterior e se concentrar em seus assuntos.

Enquanto se dirigia à mesa onde costumava ler o jornal, Noboru notou a manchete na primeira página, que destacava o crescimento de Sunagakure e sua ascensão para se tornar uma potência mundial. Ele revirou os olhos com desdém. Para ele, as ambições de outras vilas não eram de seu interesse. Ele não se importava com o avanço médico de Sunagakure ou com os movimentos políticos de um Raikage em direção a Iwagakure; provavelmente ninguém ligava de verdade, mas o mundo ainda fingia que aquilo tudo tinha alguma relevância.

A próxima notícia, sobre a nomeação do novo Hokage em Konoha, também não o impressionou. Ele estava começando a considerar as políticas e lideranças de outras vilas como assuntos triviais, irrelevantes para sua própria existência. Por fim, seus olhos se fixaram em outra manchete que tentava manchar a imagem de Kirigakure devido aos crimes ocorridos nos arredores das colônias. Noboru suspirou e balançou a cabeça. Ele já havia se preocupado demais com os problemas de sua vila no passado, e agora não tinha mais tempo para tais preocupações. Aos olhos do Sandaime Mizukage, os crimes eram apenas mais um aspecto inevitável da vida e sempre iriam ocorrer. Não era a primeira vez que kiri se tornava alvo, afinal. Havia acontecido o mesmo quando abrigam Moira no passado.

Nesse momento, a voz suave de Cubellios ecoou de cima da bancada, onde repousava após devorar algum animal fornecido pelo Sandaime. —  Noboru, por que você ainda perde tempo com isso? — sibilou, arranco um riso do outro.

— Apenas para passar o tempo, Cubellios. Em breve vai entender. — disse.

Cubellios assentiu, compreendendo a resposta de seu mestre. Noboru dobrou o jornal com um gesto apático e o jogou na direção de uma lata de lixo próxima. Em seguida, voltou sua atenção para as caixas de utensílios que trouxera consigo naquela noite. Tratou de ir organizar os seus equipamentos, ignorando o mundo exterior. Era assim que ele preferia viver, focado em seus objetivos pessoais e em suas ambições para a imortalidade.

Quando terminasse de organizar as caixas, ele deixaria seu laboratório e retornaria a sua residência.

INFOS:

A noite havia caído sobre Kirigakure, envolvendo a vila em sua habitual névoa densa. Noboru Inaba, o Sandaime Mizukage, estava em seu laboratório, imerso na escuridão que pairava ali. O silêncio era interrompido apenas pelo sussurro da névoa do lado de fora, criando uma atmosfera sombria e introspectiva.

Enquanto suas mãos habilidosas eram lavadas na pia da bancada próxima a si, Noboru não conseguia evitar que seus pensamentos mergulhassem em um abismo de reflexões. O peso dos anos parecia repousar sobre seus ombros, e a noção de que seu tempo estava se esgotando tornava-se cada vez mais tangível. Se ele pensava sobre o período de troca de corpos costumeiro ou sobre algo mais profundo, era difícil dizer.

Cubellios, a serpente alada que costumava acompanhá-lo em seus momentos de solidão, estava ocupada se alimentando de um corpo que jazia largado em meio ao laboratório, alguém morto pelo mizukage e a razão pela qual ele lavava as mãos. Mesmo sem ouvir qualquer palavra de Noboru, a serpente interrompeu sua refeição e olhou para seu mestre com seus olhos penetrantes; se ela soubesse o que passava na mente dele, ela concordaria. Já estava na hora de sair daquilo em que ele havia se enfiado.

O silêncio continuou, enquanto a serpente alada terminava de devorar seu alvo e o Inaba, por sua vez, pegava um cigarro de seus bolsos e levava até os lábios, com as mãos agora limpas. Iria passar a noite toda ali, fumando e tirando o tempo que precisava para refletir.

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