49 DG - The Unborn Demon.
O dia estava frio, como se não bastasse, a água estava muito forte, despejando contra as casas da periferia uma forte pressão, que fazia com que os telhados vibrassem com o peso das águas ali. Uma mulher estava gritando, estirada sobre uma cama, enquanto isso, a casa ficava cada vez mais vermelha a medida que ela gritava e um homem que estaria com as mãos entre suas pernas, de modo que pudesse ajudar naquela situação de parto. — Agghhhhhhhhh! Eu vou morrer! Oh doooooooooooooooor! — Gritava a mulher, se contorcendo cada vez mais ali, enquanto isso o homem buscava a sua serenidade.

— Fique calma mulher! — Gritava o homem, tentando soar calmo mesmo que estivesse suado e trêmulo. — Já está saindo o bebê! Maldita hora em que você tinha que sofrer um aborto instantâneo! Droga, ele está vindo mais cedo e, a cabeça já virou para cá, agora só faça força para que ele saia para fora! — Pedia o homem, enquanto estendia as mãos entre as pernas de sua esposa, esperando que o bebê viesse a tona para fora, mesmo que fosse um aborto, mesmo que fosse um natimorto ou qualquer ser vivo prematuro ou alguma coisa que não fosse coisa boa intrauterina.

— Eu consegui querida... — Mumurrou o homem após algum tempo. — É um garoto... É um garoto... — Diria o homem, cortando o cordão umbilical e colocando o bebê pálido entre os braços e o levando até a mãe que jazia exaurida, exausta de seu processo. Mas, ambos estavam chorando porque, sabiam que era um aborto, e que estava, morto. Era um bebê morto, afinal, havia sido expelido por um aborto instantâneo. — Perdemos ele. Eu sinto muito meu filho... — Mumurrou a mulher, colocando o rosto próximo ao da criança. — Eu sinto muito... Eu sinto muito. — O homem se aproximou de ambos, os abraçando.

Mas durante esses momentos que duraram mais do que alguns minutos, uma aura enegrecida pareceu então tomar conta do aborto, que estava inerte nos braços de sua mãe, e logo, não tardou para que os gemidos e sons de bebês surgissem ali. Aquilo fez com que a pobre mas desolada, abrisse os olhos para notar que seu filho estava vivo, assim como o pai, que olhou aquela criança sem entender o que havia acontecido. Mais tarde, apenas chagaram a conclusão de que havia sido então a manifestação ao vivo de um milagre, que que de alguma forma o morto vive.

Alguns anos se passaram quando o garoto já tinha uns anos, e, um dia, seu pai chegou em casa, machucado e ferido, e ao perceber seu estado, sua mãe, em prantos tratou de ir tratá-lo, estando preocupada. — Papai! Papai! Porque fizeram isso com você?! — Questionou o homem, que sorriu de modo a estar ignorando todos os seus ferimentos. — Ah, isso aqui? São apenas alguns acidentes de trabalho, não é nada! Não se preocupe, meu filho! — Diria o homem tocando-lhe o topo da cabeça. O garoto então sorria alegremente. Então, alguns dias depois, o incidente aconteceria num abalo letal.

Diante da praça pública, o homem foi encontrado pendurado sobre uma vara graúda e alta, todo desfigurado, rasgado em pedaços de envolto por uma grande área de sangue ao redor. Seu corpo jazia inerte, como o sinal de alguém que já havia partido. Quando descobriu isso, o garoto sofreu muito, chorando sempre e sempre e lamentando a morte de seu pai. — Papai! Papai! Você sempre me dizia que tudo iria ficar bem! Papai! — E o garoto chorava. A mãe passou a tomar remédios para dormir a noite, pois não conseguia fazê-lo. Pesadelos com o seu amado estava a tona.

Alguns anos depois, o garoto estava andando normalmente pela cidade, trazia alguns sacos de comida que havia conseguido, e logo alguns rapazes que passavam por ali, não tardaram em debochar do garoto, já mais velho.  E sempre, todos os dias, isso era frequente, até que foi o estopim, resolveram pegar pesado demais para uma brincadeira de mal gosto, e agora, seria tão violento quanto. Passando normalmente pela rua, os jovens passaram por ela normalmente d logo não tardaram em lhe arrancar o saco, o jogando no chão e pisando na comida, os outros dois começaram a chutar e pisar no garoto.

— Parem! Parem por favor! Parem! — Gritava, colocando os braços ao redor do corpo, numa tentativa clara de defesa, mas não ajudava muito. — Você é filho de uma bruxa de merda! Que teve um aborto, você está vivo por alguma regalia do Demônio! De não nascido! Coisa feia do caralho! Deveria ter morrido quando nasceu! Teria poupado sua vida de merda! Você é um merda! — Gritavam. E assim o garoto de viu, rodeado de sangue, todo machucado e quebrado, perante a grande onda de violência que se instaurou contra si mesmo. Após algum tempo, apenas se levantou, pegando os pães.

Não tardou em levá-los ao saco, de modo a colocar ali com cuidado, e logo começou a andar, indo para casa, mancando mas ainda assim, indo para casa. — Meu filho! — Gritou a mulher, quando viu o filho todo machucado chegando em casa, e não tardou em cuidar dele e deixá-lo bem cuidado apesar de tudo. — Essa sociedade... Tão ruim... Eu estou cansado disso, mãe ... Quando isso vai parar? — Se questionava. — Não se preocupe com isso, Al. Você só deve aceitar... Afinal, sem isso, não vivemos bem, e nós tiram o lazer, no casa, viramos migalhas da sociedade atual.

Explicava ela. E então, no outro dia, a mesma coisa tornou a acontecer, quando os jovens se aproximaram, o primeiro teve a garganta arrancada, o segundo levou um soco no meio da face quebrando o nariz e tendo hemorragia, o segundo teve um AVC porque um tapa estourou seu coágulo, o quarto morreu por ser espancado violentamente. No fim, havia cadáveres ao redor de Alphonsen, e sangue. O garoto exalava uma aura estranha. Apesar de estar sujo de sangue, ele sorria, como se ele gostasse disso. — Isso é bom. — E logo rumou para casa, onde ao entrar em casa, deparou-se com sua mãe. — Filho?! — Questionou ela. — Oi mãe, vamos conversar. — E assim, sangue jorrou no ar. Alguns dias antes de virar Chunnin, ele havia matado sua mãe.