Com o papel da missão em mãos, Ren saiu da Academia Ninja e dirigiu-se até o centro da Vila da Pedra. Lá, encontrou uma casa com uma grande garagem.

Assim que a menina entrou, reparou um pequeno palco no centro da garagem. Havia instrumentos em cima do mesmo: uma guitarra, um baixo e uma bateria improvisada. Ren arqueou uma sobrancelha e olhou em volta. Não havia ninguém, até ela ouvir uma voz conhecida, vinda de trás dela:

- Ah, você de novo? Não acredito nisso!

Ren virou-se e para sua surpresa, era o mesmo menino que havia jogado xadrez com ela no dia anterior. Ela o apontou e gritou, debochada:

- Ah, você de novo? Não acredito nisso! – e riu.

O menino pareceu não achar muita graça da brincadeira e cruzou os braços:

- Bem, você vai servir! Está aqui para ser a segurança de minha banda!

Ele abriu um sorriso:

- Teremos um concerto hoje e você vai ficar na frente do palco, impedindo que os fãs subam e nos agarrem!

Ren ficou calada, com os olhos arregalados. Olhou a garagem. Caberia muita gente ali?

- Tá, e vem muita gente? – ela perguntou, preocupada. – E aliás, quem é você?

O menino se apontou, com um grande sorriso:

- Eu sou Iwamaru! O futuro grande Kage e grande metaleiro!!

Antes que Ren pudesse dizer qualquer coisa, Iwamaru entregou um par de óculos escuros a ela e empurrou a menina para a frente do palco.

- Agora vai pro seu lugar! Tá na hora do grande show!

Ren tentou argumentar, mas era tarde demais. Posicionou-se na frente do palco e cruzou os braços, fazendo cara de má. Depois de algum tempo, os outros integrantes da banda – um rapaz gordinho e outro alto e magrelo – chegaram. Eles se posicionaram e começaram a ensaiar e afinar os instrumentos.

Não demorou muito, o que Ren achou ser as famílias dos integrantes chegaram. Eram, em sua maioria os avós e pais de cada um deles. Havia algumas crianças, mas estavam com cara de contrariadas por estar lá.

Iwamaru começou seu concerto agradecendo a presença de todos e começaram a tocar. O som gutural pegou Ren de surpresa.

A menina ficou parada na frente do palco até o fim do show. Não permitiu que os familiares abraçassem ou se aproximassem da banda. Afinal, era a guarda costas!

Quando todos foram embora, Iwamaru foi até Ren:

- Valeu pela ajuda! Até que você é esperta.

Ren returcou:

-Valeu pelo trabalho. Até que você manda bem...Zinho! – e sorriu.

Iwamaru ficou um pouco irritado e um tanto vermelho. Ele suspirou e cruzou os braços:

- Bem, até a próxima, kunoichi guarda-costas! Você foi muito útil! Vou te elogiar na Academia.

Ren sorriu e agradeceu. Estava indo embora quando Iwamaru a chamou de novo:

- Es..Espera!

Ren parou e olhou para ele. Iwamaru continuou:

- Vo...Você pode vir mais vezes nos ver?... E jogar xadrez comigo?

Iwamaru sorriu, um pouco vermelho. Ren retribuiu o sorriso:

-Tá, eu venho quando der! Combinado?

-Combinado!

Ren sorriu e voltou para a academia, deixando um sorridente Iwamaru para trás.

Observações:

Sua próxima missão era fácil: plantar algumas flores para um jovem casal que havia acabado de se casar.

Ren suspirava, irritada. Andou até a casa enquanto pensava que shinobis deveriam ser melhores aproveitados.

Porém, quando este pensamento veio, a melancolia o acompanhou. Lembrou-se de sua missão fracassada contra o carniceiro. Lembrou-se do sacrifício da líder da equipe e de como saíram com o gosto amargo da derrota. A menina logo ficou triste. Pensou que seria melhor mesmo continuar naquele tipo de missão. Era fraca demais para qualquer outra.

Assim que chegou na casa, a mulher a recebeu. Ela tinha um grande sorriso e parecia sempre estar andando em nuvens. Ela falava de uma maneira mansa que dava até sono:

-Aaaaaaaaaaaaaaaah, você veeeeeeeeeeeeio plantaaaaaaaar nossas floooooooorzinhas?

Ela riu. Ren mantinha-se séria e com o olhar tristonho. A mulher continuava:

-Aaaaaaaaaaaaah, teeeeeeeeem um manuaaaaal para plantáaaa-los, porqueeeeeeee um tipoooooooo não pode ficaaaaaar perto da oooooooutra <3

Ela entregou um pequeno caderninho que Ren abriu e começou a ler. Eram instruções complexas de como cada planta deveria estar corretamente posicionada ao lado de outra espécie, e quais não deveriam ficar próximas umas às outras.

Ren pegou aquele manual e coçou a cabeça. Era um quebra-cabeça muito bem bolado! Levaria mais tempo do que ela havia pensado.

Por fim, Ren coçou a cabeça e olhou para a mulher.

- Tá, eu faço isso pra você. Não vai ser muito fácil, mas a gente dá um jeito!

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, eu fiiiiiiiiiiiico muuuuuuuito feliiiiiiiz! Sabiiiiiiiiiiia que vocêeeeeeeeeee seriaaaaaaaaaa uma óoooootima ajudanteeeeee!

Ren acompanhou com os olhos a mão da mulher, que ia até a bochecha da menina. A recém casada aperto a bochecha de Ren, deixando-a vermelha. Ren fez uma careta, mas achou melhor não dizer nada.

Pegou o caderninho e começou a lê-lo novamente e com bastante atenção. Olhou o pequeno terreno destinado às flores, ao lado da casa. O terreninho era muito bem cercado e bem cuidado.

-Vamos fazer o jeito mais fácil. – Ren falou baixo enquanto concentrava-se.

Ela então usou seu Magen genjutsu para verificar como poderia plantar as flores para que seguissem todos os padrões impostos. Ren fez diversos cenários, colocando rosas ao lado das petúnias, depois trocando-as de lugar. Incluiu as hortênsias no jogo e as margaridas, depois mais uma espécie. Aos poucos, foi encaixando cada flor onde ela deveria estar.

Quem olhasse Ren iria ver a menina parada, olhando para o canteiro, sem se mexer. Os olhos afiados observando o local enquanto a cabecinha fazia muitos cálculos e suposições.

Quando finalmente decidiu onde cada uma ia, ela bateu palmas e começou a plantar as flores. Depois de um pouco mais de meia hora, ela chamou a moça:

- Ei! – Ren gritou de fora da casa. A mulher apareceu na janela, com um grande sorriso.

-Aaaaaaah, siiiiiiiim, querida?

Ren apontou o canteirinho:

- Prontinho! Daqui a pouco elas florescem! Eu tenho que ir agora!

A mulher abriu lentamente mais um sorriso e agradeceu. Enquanto ela terminava a palavra, Ren já havia ido embora.

Observações: