O sol escaldante do País do Vento lançava seus raios dourados sobre a imensidão do deserto, enquanto Estinien seguia sua rotina de patrulha. Envolto em trajes comuns que se camuflavam com a areia, ele avançava com passos silenciosos, seu olhar perspicaz atento a qualquer movimento suspeito. Seu destino era vital: a imensa cratera no centro do deserto, um buraco tão profundo que parecia tocar o próprio centro da terra.

À medida que se aproximava, o brilho do vidro que cercava a cratera reluzia, refletindo a luz do sol como se fosse uma joia perdida nas areias áridas. O propósito daquela estrutura permanecia um mistério para Estinien e para os habitantes das terras próximas. Alguns diziam que um ninja tão poderoso quanto um Deus tinha moldado, enquanto outros murmuravam histórias de seres misteriosos que ali habitavam. Estinien não se importava com as lendas. Para ele, sua missão era simples: manter a área segura, garantir que nenhum perigo ameaçasse os viajantes que cruzavam aquelas terras inóspitas. Ele contornava a cratera com perícia, seus sentidos aguçados captando até mesmo o mais leve sussurro do vento. O deserto sussurrava seus segredos enquanto mantinha sua vigília.

Às vezes, ele parava e observava o abismo abaixo. As paredes de vidro eram tão transparentes que era possível ver as camadas de terra e rocha que se estendiam até o fundo desconhecido. Uma sensação de vertigem o atingia sempre que se permitia contemplar por muito tempo. Mas o prateado não se permitia distrações. Ele estava ali para proteger, não para se perder em pensamentos profundos sobre o que poderia habitar aquele abismo.

O vento soprava com força, levantando redemoinhos de areia ao seu redor, mas ele permanecia firme. Seu dever era seu fardo, mas também sua honra. Sabia que, enquanto estivesse ali, os que ousassem se aventurar pelas terras áridas teriam ao menos um ponto de segurança. Mesmo que aquele ponto fosse uma imensa cratera com paredes de vidro. À medida que o sol começava a se pôr no horizonte distante, Estinien sabia que sua patrulha estava chegando ao fim. Ele lançou um último olhar para a cratera, sua silhueta solitária contra o cenário dourado do deserto. Com um suspiro, virou-se e desapareceu em fumaça, pronto para o próximo dia de vigília sobre o enigmático buraco no coração do País do Vento.