Desde que me tornei um genin em Konoha, meu nome, Mugen Ogawa, parecia ecoar em meio aos sussurros dos outros ninjas da academia. Não que eu me importasse com o que eles pensavam, mas era difícil ignorar a sensação de ser constantemente observado por olhos curiosos e julgadores. Eu sempre fui um pouco estranho, apático em relação aos sentimentos e às preocupações cotidianas que pareciam assombrar meus colegas de equipe.

Minha determinação, porém, estava em um único lugar: o campo de treinamento de Konoha, onde eu me encontrava agora, mergulhado em um estudo minucioso sobre o elemento Doton. Enquanto observava as pedras, o solo e até mesmo as árvores ao meu redor, eu tentava compreender a essência desse elemento e como eu poderia manipulá-lo para fortalecer minhas defesas.

A teoria parecia simples, mas a prática estava se mostrando uma tarefa muito mais complicada. Eu estava sozinho, enfrentando a terra dura e fria, tentando mesclar meu chakra com o elemento. Meus primeiros esforços resultaram apenas em pequenas rachaduras no solo, como se eu estivesse apenas arranhando a superfície do que era possível. A frustração crescia em mim, mas eu não permitia que ela se manifestasse em meu rosto. Emoções eram apenas distrações desnecessárias. As horas passavam e eu continuava minha busca obstinada pela manipulação do Doton. Cada tentativa falha me deixava mais determinado a alcançar meu objetivo. Eu estudava as técnicas, os movimentos descritos em pergaminhos que havia lido, os padrões de chakra que eles usavam. E então, finalmente, no fim da tarde ensolarada eu senti algo mudar.

Foi como se meu chakra e a terra finalmente começassem a se entender. A sensação era sutil, mas eu a reconheci instantaneamente. Concentrando-me, tentei reproduzir aquela sensação. Lentamente, o solo sob meus pés começou a vibrar e se mover. Um sorriso discreto e raro se formou em meus lábios. Eu estava conseguindo. Porém, minhas manipulações do Doton ainda estavam como eu gostaria. Às vezes, o chakra saía descontrolado, causando pequenas explosões de terra. Em outras ocasiões, eu não conseguia fazer nada além de criar pequenos montes de lama.

O que me motivava, além do desejo de fortalecer minhas defesas, era a minha própria autocrítica. As pessoas me veem como estranho, apático e indiferente e por esse motivo eu tive que lutar sozinho pra sobreviver, mas essa jornada estava se tornando uma forma de provar para mim mesmo que eu poderia ser mais do que isso. Que eu poderia superar minhas limitações e me tornar um ninja habilidoso, mesmo que eu não tivesse ajuda, sentimentos e interações sociais que eram tão naturais para os outros.

Eu continuei meu treino em busca do elemento Doton até que realizasse manipulações com perfeição. As dificuldades, a apatia e o complexo da idade se tornaram combustível para minha determinação. Eu estava construindo uma fortaleza de terra em minha mente, uma fortaleza que era um reflexo de minha própria força interior e essa fortaleza se materializou diante de mim como uma manipulação perfeita do elemento terra. Cansado do treino árduo, eu estava jogando no chão de terra diante dos frutos do meus esforços. Cada pequeno progresso, cada avanço, era uma vitória pessoal. E, mesmo que os outros não entendessem minha jornada, eu sabia que, no final, minha busca por poder valeria a pena.

HP:  xxx/xxx • CH:  775/775 • ST: 00/05
Post: 01/01 • Palavras:546

Informações:

Bolsa de armas:

Jutsus utilizados: