Nezuko estava de pé em Uzushiogakure, todo o local estava nublado e, mesmo que a Hyuuga não conseguisse ver nada ao seu redor, a voz da mulher de cabelos rosados soava em sua mente: “Vamos ver se vocês conseguem atirar as kunais sem enxergar”. Logo em seguida, a inimiga apareceu em sua frente, suas mãos banhadas em chakra vinham em sua direção, mas por alguma razão desconhecida o lugar acertado não foram seus olhos, mas sim sua barriga, fazendo com que um buraco se abrisse pouco antes da rosada desaparecer em uma grande nuvem de fumaça e a Jonin cair desmaiada no chão.

Nem um minuto havia se passado e Nezuko se encontrava de pé no mesmo lugar, dando início novamente aquela cena que terminava sempre da mesma maneira: a Hyuuga com um buraco na barriga e desmaiada no chão. Aquilo se repetia várias e várias vezes, fazendo até com que a menina acreditasse estar presa em algum tipo de genjutsu. Naquele ponto, ela não saberia dizer se já estava naquilo apenas a alguns minutos, horas, dias ou quem sabe até meses, mal sabia distinguir se era real ou não.

Após milhares de repetições, algo naquela cena toda mudou; pouco antes de ser acertada, Mei apareceu a sua frente, a 5 metros de distância, e começou a rir, como se estivesse zombando da situação em que a menina estava. Alguns segundos depois começou a andar em direção a Jonin que a encarava já sabendo o que iria acontecer, afinal mais uma vez havia falhado, mais uma vez havia dado brecha para que a mais velha a achasse fraca. Porém, sem falar nada, a sensei desapareceu ao ser atravessada pela mão da inimiga que logo em seguida acertou a barriga da Hyuuga.

-Aaaaaah - Nezuko acordou desesperada enquanto sentava na cama do hospital. Seu coração estava acelerado e sua respiração ofegante - onde eu estou? - se perguntava enquanto olhava em volta, tentando entender como tinha parado ali já que a última coisa que lembrava era o campo de batalha onde lutava contra uma mulher de cabelos rosas. A Hyuuga observou tudo em volta e logo olhou para baixo, observando as ataduras que envolviam seu tronco. “O que está acontecendo?”, se perguntava enquanto tirava o lençol que cobria seu corpo e começava a se levantar, sentindo uma pontada de dor na barriga.

-Nezuko! - uma médica entrou na sala parecendo aliviada pela menina finalmente ter acordado - volte a deitar, você precisa repousar ou então essa ferida pode piorar - completava ao segurar a mais nova e fazê-la voltar a deitar.

-O que aconteceu? A quanto tempo eu estou aqui? - perguntava confusa.

-Você foi gravemente ferida na batalha - a médica explica - bom, tem 1 semana que você está desacordada.

-Uma semana?! - a Hyuuga se assustava, mas logo voltava a se calar. “Novamente eu fui fraca”, pensava enquanto desviava o olhar, incomodada por não conseguir lidar com essas situações sozinha - e quando eu vou ser liberada?

-Só depois de termos certeza de que seu ferimento está totalmente recuperado - a médica voltava a falar - vamos ver como ele está - ao terminar de falar, começou a desenfaixar a barriga da Hyuuga.

Os dias foram se passando enquanto Nezuko permanecia no hospital cuidando de seu ferimento. Todas as noites, quando fechava os olhos para poder dormir, a mesma cena voltava em seus pensamentos, aterrorizando-a ao ponto de não permitir que a mesma conseguisse ter uma noite completa de sono. O mês passou e finalmente seu ferimento estava curado, fazendo com que ela fosse liberada do hospital e pudesse voltar às suas atividades normais, porém o trauma daquele dia permanecia.

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