{Q} — O Inominável.

{Q} — O Inominável. - Publicado 18/2/2022, 21:15

O Inominável

HP: 1450 / 1450 || CH: 2500 / 2500 || ST: 00 / 07

Já haviam se passado cerca de dois dias desde que me envolvi no grande assalto às instalações CBMS, e desde então, poucas coisas puxaram o meu interesse. Nada parecia estar a minha altura, e quando o ocorria, eram apenas planos medíocres. Afastei-me de Sunagakure e vaguei pelos desertos áridos do País dos Ventos, em busca de novos meios de ampliar minhas capacidades gerais. Entre vilarejos menores que fediam a cadáveres e florestas mortas, acabei por alcançar uma das fronteiras do país, onde havia uma grande floresta esverdeada, indicando que eu poderia estar em um território que daria caminho até Konohagakure. Adentrando naquela vegetação tão bela, acabei por me deparar com uma espécie de cabana em uma das pequenas clareiras. A casa de madeira havia sido construída às margens de um grande rio local, onde a fauna e flora eram abundantes, podendo gozar de sua própria liberdade enquanto os belíssimos raios dourados do sol raiavam através das folhas das grandes árvores.

— "Parece ser o lar de algum aventureiro - Talvez eu possa encontrar itens de valor neste lugar. Só espero que ele não esteja por perto, pois não sei do que ele é capaz, ou se há mais alguém junto do proprietário desta cabana..." — Pensei, me aproximando.

— "Desejas roubar a minha casa, pelo que vejo. És tolo, porém astuto. Um bandido jamais perderia a oportunidade de tapear o próximo, mesmo que das mais ardilosas maneiras." — Um homem idoso se encontrava sobre a árvore logo acima de mim, meditando no galho. — "O que te leva até aqui, jovem? Nesta fronteira...Afastada de toda a civilização, você está vagando em busca de um propósito?" — Ele questionou.

— "Quem é você, seu velho? Não me faça perguntas, eu não costumo ser muito clemente com pessoa de seu tipo." — Ditei, olhando para cima. — "O que está fazendo aí em cima? Quer escorregar e morrer por acaso?" — Debochei do mesmo.

O Idoso apenas se pôs a gargalhar. Cego de ambos os olhos, ele saltou da árvore, e pousou com suavidade no solo. Era como se ele não possuísse peso. Com apenas a ponta de seu dedão, manteve o equilíbrio, parando de frente a mim, a cerca de dois metros de distância. Com as mãos para trás e um físico deplorável, aquele velho caquético não parecia ser nada além de alguém que está fazendo hora extra neste mundo. Sua pele escura carregava incontáveis cicatrizes de batalhas passadas, e sua longa barba negra indicava que possivelmente se tratava de um guru.

— "Quem sou? Uma pergunta tola. Eu, aquele que foi banido - Não posso nem mesmo ditar o meu nome, ou a fúria dos deuses cairá sobre mim. Eu roubei o tesouro sagrado, e como punição, me tiraram os dois olhos. Desde então, vivo aqui, como um humilde sobrevivente. Sentia que ninguém viria até aqui...Dar sucessão a este poder. Porém você....Você não está aqui por um acaso." — Ele disse.

Estendendo o braço direito em minha direção, ele parecia querer me tocar, mas não se moveu. Ele estava trêmulo, ao mesmo tempo que alegre. O que havia dado na cabeça daquele velho? Roubou um poder sagrado? Eu não sabia responder tais perguntas, então apenas me mantive quieto, enquanto esperava pelas considerações finais do guru.

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Re: {Q} — O Inominável. - Publicado 18/2/2022, 23:16

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Aquele homem estranho pegou-me pelo braço e me arrastou até a sua cabana. Eu não resisti, pois havia percebido que ele não era uma pessoa que almejava o meu mal. Muito pelo contrário, eu até mesmo poderia me beneficiar com os ensinamentos do velho. Além disso, eu raramente levantava minhas armas contra um inocente - Um resquício do que eu era em um passado distante. Ao chegarmos até o interior de sua casa minúscula, o velho revelou três compartimentos secretos, onde um deles continha um enorme pergaminho, selado por três fuinjutsus de nível altíssimo - Que nem mesmo eu poderia desfazer. Observei aquilo atentamente, sem tirar os olhos do idoso.

— "Isto é...Isto é o conhecimento proibido, garoto. Eu o roubei de minha vila, pois quando era jovem, fui ganancioso. Eu me deixei levar pela sede por poder, me achava superior a todos. Eu consegui dominá-lo, mas...A preço de que?" — Ele lançou a reflexão. — "Os Cinco Portões Demoníacos. O Rashomon. Uma técnica extremamente antiga, passada para poucos de uma linhagem específica. Eu quebrei o ciclo, e por conta disso, a minha vila entrou em ruínas. Esta técnica é o que podemos verdadeiramente chamar de defesa absoluta." — Ele complementou.

Logo após aquilo, me levou até o lado de fora, jogando o pergaminho no chão e o abrindo. Ele se estendia para mais de cinco metros, enquanto os selos sobre seu papiro se desfaziam. O Velho era estranho, pois aparentemente me selecionou sem critério algum. De qualquer forma, eu não queria argumentar contra uma nova habilidade que eu poderia adquirir. Realizando selos manuais, o inominável anteriormente banido de sua vila natal convocou quatro grandes pilares de terra nas extremidades de uma área com cerca de 50 metros de raio, criando uma espécie de "tela". Na sequência, ele apontou para o papel.

— "Jovem...Eu estou muito próximo de minha morte. É por isso que você é o escolhido. Para algo ser criado, é preciso que antes seja destruído. O meu ciclo acabou, e agora ele será repassado para você. Mesmo cego...Consigo vê-lo tão claramente. Não há pessoa para qual os portões queiram ir além de ti. Aceite o poder que lhe foi destinado...Para que então, possa alcançar os seus sonhos." — Ele ditou, extremamente animado.

Assim como e apontou, permaneci sobre o papel. Porém, naquele momentos, os selos que anteriormente se desfaziam se juntaram abaixo de meus pés e se espalharam por todo o meu corpo, penetrando em minha corrente sanguínea enquanto o sangue era extraído, a fim de firmar o pacto. Ao mesmo tempo em que o ocorria, o papiro começava a queimar. Não demoraria muito tempo para que desaparecesse de uma vez e o ritual de obtenção dos portões fosse concluído. Mas o que, de fato, era este poder?!

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Re: {Q} — O Inominável. - Publicado 19/2/2022, 01:43

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Minha visão obscureceu durante alguns segundos, mas meu sangue já havia sido transferido para o papel. Quando enfim terminara de queimar, meu nome foi inscrito como meu próprio líquido vital, determinando que partir daquele dia, eu estaria em possa do dito poder. Estranhamente, logo em minha mente a combinação de selos surgiu, mesmo que eu nunca tivesse os visto ou presenciado qualquer coisa relacionada àquela misteriosa técnica anteriormente. O idoso gargalhou em meio a sua tosse, indicando alegria.

— "Ele lhe aceitou. Seu sangue condiz com os requerimentos." — Ditou. — "Muitos por aqui já passaram, e todos foram rejeitados pelo pacto. Vá em frente e tente utilizá-lo, jovem. Mesmo que cego eu esteja, ainda posso sentir as coisas vivas. É o Kanchi, como dizem, a habilidade de percepção extrassensorial. Só tenha em mente que as muralhas consomem sua própria energia vital. Tenha cuidado em utilizá-las, mas não hesite quando for necessário." — Ele avisou.

— "Então isso é um pacto de sangue para firmar contrato com 'Muralhas'? O isto significa, e por que você sabia que eu havia os requerimentos para cumprir tal objetivo, velhote? Eu sou um bandido, um vagabundo perdido neste mundo - E não um brinquedo para você utilizar. Com quem pensa que está se metendo, hein?" —

— "Não tema, criança. O Teu chakra, Azul Meia-Noite. Ele revela algo a mais de si, vi através dos seus tenketsus e marcas de sofrimento por todo o corpo. Marcas de alguém que viu de tudo e mais um pouco. Para tudo há uma reparação, e a redenção espiritual foi aceita por parte do pacto. Não vem a calhar explicações a mais. Apenas siga seu caminho...E deixe este velho para trás." — Ele ditou, dando as costas.

O que foi aquilo, afinal? Eu não tinha certeza, mas mexeu comigo. Eu havia obtido uma nova habilidade? Invocar muralhas para me proteger? Era uma espécie de piada, por acaso? Ele me tratava como se eu fosse o escolhido ou algo do tipo, julgando pela minha pele carbonizada. Ele não sabe de nada sobre mim. Um verme rastejante prestes a morrer como ele estava delirando. Ele feriu o meu orgulho, e portanto...Deveria pagar com a mesma moeda.

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Re: {Q} — O Inominável. - Publicado 19/2/2022, 11:53

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HP: 1450 / 1450 || CH: 2425 / 2500 || ST: 01 / 07

No momento em que me virei, no entanto, aquele maldito idoso sumiu. O que havia ocorrido? Eu não fazia ideia, além de que estava a sós com a própria escuridão. Porém, segundos depois, senti uma grande onda de calor se aproximando de mim pelas costas, e ao me virar, me deparei com uma barragem de esferas flamejantes. Como um instinto primitivo de sobrevivência, sem nem ao menos piscar os olhos ou esboçar quaisquer reações, realizei os selos manuais condizentes com o das Muralhas e levei minhas mãos até o chão. Ali, inscrições negras se espalharam pelo solo.

— "Taju Rashomon!" — Exclamei.

Naquele instante, três gigantescos portões conectados e com diferentes cores e faces demoníacas surgiram a minha frente. Então era aquilo que eu havia obtido? Era esplêndido, uma técnica defensiva invejável. Ao impacto, um dos grandiosos portões foi derrubado, o impacto era estrondoso e levantou uma gigantesca nuvem de poeira, mas não foi significativo contra o segundo Rashomon. Todas se dissiparam ao colidir-se contra o mesmo, e tudo o que pude ouvir foram risadas ecoantes e distantes daquele velho. Ele parecia estar muito bem de saúde para uma aparência tão decrépita, utilizando-se de artimanhas sujas para me forçar a usar tal técnica. Eu havia tomado o conhecimento proibido para mim, ou ele fora realmente repassado? Eu não tinha certeza, mas ao menos sabia que tinha um grande poder em mãos.

— "Esse velho de merda...Ele está brincando com a minha cara. Porém, percebi que estes portões não irão sumir tão facilmente. No que ele estava pensando, afinal? Me pergunto se tomei a decisão correta em aceitar essa oferta. Será que há alguma condição ou preço a ser pago por isso? Bom, que tenha, então! Se quiserem me der o inferno, me jogarei contra ele de bom grado." — Pensei, enquanto subia até o topo do Rashomon.

Com os olhares fixos no horizonte, conseguia enxergar além das árvores, uma infinidade de areia morta. Eu estava solitário, por mais uma vez - E como sempre. Eu vagaria sozinho por aquelas terras em busca de um objetivo maior, e enquanto não pudesse alcançá-lo, eu me recusava a morrer. Perturbado pela sede de sangue, eu apagaria o meu passado e daria origem a um novo Senki.

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Re: {Q} — O Inominável. - Publicado 19/2/2022, 14:13

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Ele desapareceu tão rápido quanto surgiu, e a única coisa que restou do mesmo foi sua risada distante, ecoando interminavelmente pelos campos áridos do deserto de Sunagakure. Ao visar sua cabana, percebi que a estrutura de maneira batida havia cedido, indicando que já não mais um lar ali se encontrava. Os pilares de terra sucumbiram, e o silêncio absoluto se prestou poucos segundos após aquilo. Uma estranha calmaria, demarcada pela ausência de qualquer coisa. Sem ter mais o que fazer, saltei do Rashomon enquanto o desfazia, pousando suavemente sobre os galhos de uma grande árvore, a qual utilizei para deslizar até o chão.

Na sequência, segui meu próprio caminho em direção aos desertos ensolarados do País dos Ventos. Eu havia adquirido um novo poder - Um novo conhecimento, mas em troca de algo. Aquele velho certamente estava jogando com meu próprio psicológico, e retornaria quando a hora fosse conveniente ao mesmo. Por conta disso, eu me via preso a um pacto, um destino o qual eu não poderia escapar. Em troca do poder, eu deveria dar algo também. Porém, o que?

As respostas que surgiam em minha mente não se conectavam e pareciam não fazer sentido, pois eu sentia que está apenas sendo feito de bobo por um idoso de merda a beira da morte. Porém, eu sabia que eu era melhor que isso. Portanto, fiz questão de simplesmente suspirar e deixar o local o quanto antes. Que viessem atrás de mim, pois eu destruiria qualquer inimigo sem hesitação. Nuvens cobriram o sol, e antes que ele fosse totalmente sobreposto pelas nuvens, adentrei na escuridão de uma caverna próxima...Desaparecendo, ao menos por enquanto. Novas jornadas e desafios me aguardavam, e eu sabia que a glória estava a minha espera. Seguindo rumo ao desconhecido, eu trilhava um caminho de escuridão e tristeza indescritíveis. Porém, com o tempo eu perceberia que isto não possui qualquer sentido. Minha única razão para viver...É matar.

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Re: {Q} — O Inominável. - Publicado 19/2/2022, 20:23

Situação: Aprovado
Considerações:
Recompensa: Qualidade - Mente Implacável (1) & Kuchiyose: Rashōmon

Re: {Q} — O Inominável. - Publicado

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