[Solo] Tempestade

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[Solo] Tempestade
[Solo] Tempestade

Nero.

Jōnin

A fina chuva mascarava a noite de primavera e fazia suas roupas começarem a pesar enquanto suas sandálias estalavam contra uma poça ou outra que se formava nos asfaltos do Redemoinho. Seus olhos borgonha enxergavam o gabinete de tarefas por detrás dos fios de cabelo ensopados que se grudavam ao rosto, em uma caminhada em clima que lhe era bastante agradável. Não é uma tempestade, mas ao menos afasta as pessoas, ele dava seus primeiros passos escada acima até que os pés firmaram no piso de madeira.
　　Distante, seu olhar cruzou com o da moça atrás do balcão.
　　— Não me recordo de você. — disse Warui, deixando rastros de água a cada movimento que fazia.
　　— Nunca foi do meu gosto ser notada. — a moça de curtos cabelos loiros, olhos azuis retrucou pele clara e um belo decote retrucou, empurrando com a ponta dos dedos um rolo de pergaminho que já estava sobre a madeira que separava os dois.
　　— Parece até que estava me esperando chegar. — ele encarava a mulher com seus olhos mortos, suas palavras tão frias quanto seu semblante.
　　— Talvez estivesse. — ela retrucava com uma feição quase provocadora, com um singelo sorriso torcendo-se nos lábios rosados.
　　Sua atenção desviou-se da mulher para o pequeno rolo com a letra “A” em todo seu corpo, com um lacre em cera modelada no símbolo do vilarejo. Ele tomou para si, violou, abriu e correu os olhos pelos katakanas desenhados em preto no branco do início ao final do pergaminho.
　　— Um invasor? — foi tomado por um sorriso debochado. — E a vila ainda não começou a agir? Há quanto tempo sabem desta pessoa?
　　— Pelo menos uma semana. — a resposta veio rápida e fez escapar uma riso abafado do Arashi.
　　— As defesas da vila foram reforçadas?
　　— Temos guardas fazendo rondas e vigiando os portões.
　　— Já possuímos alguma informação relevante sobre o invasor?
　　— É um homem, parece não pertencer a nenhuma das grandes aldeias e tem tentado constantemente invadir o gabinete do Mizukage.
　　— Já facilita bastante a minha vida.
　　Warui enrolou o pergaminho e o guardou na parte de dentro do que restava de seu kimono surrado e deu as costas para a mulher, andando em direção a porta por onde entrou e só então notando um homem em um sobretudo preto, capuz sobre a cabeça escondendo o rosto, mas deixando amostra a pele negra, da região dos lábios ao queixo.
　　— Quase me esqueci, você terá companhia. — disse a loira. — Warui, este é Darui.

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Nero.

Jōnin

Sáb 29 Ago - 2:23

II.

Caminhavam lado a lado sob a garoa e luz do luar que insistia em acompanhá-los. Warui pouco sabia sobre seu parceiro e havia algo tanto no outro quanto na mulher do gabinete que o intrigavam; Darui por sua vez permanecia calado a cada segundo, sendo mais fácil ouvir seus passos na chuva que sua voz.
　　— Por que eu nunca os vi antes? — questionou, apertando os olhos para enxergar melhor o caminho adiante.
　　— Perdão?
　　— Você e a mulher. — havia identificado a rua por onde passavam, e aliviou-se em saber que seu senso direção ainda era eficaz. — Eu nunca a havia visto e nem nunca ouvi falar do seu nome. Seu rosto você ainda não mostrou.
　　Percebeu o suave som de mãos agarrando um tecido grosso, virou-se para ver Darui remover o capuz e revelar seus longos e bagunçados fios de cabelo loiro e pele negra, bastante incomum no País da Água.
　　— Você não é daqui. — Warui afirmou.
　　— E nem a Samui. — Darui confirmou.
　　Os passos da Tempestade cessaram num brusco movimento de desembainhar a Kusanagi e apontar a lâmina na direção do rosto do outro, o fuzilando com os olhos borgonha que de sua aparência morta nada mais tinham.
　　— Quem são vocês?

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Jōnin

Sáb 29 Ago - 12:30

III.

A escuridão engolia a cena, os raros feixes prateados que rasgavam as nuvens iluminavam mal os dois que se confrontavam. Warui erguia a espada imponente, sem deixá-la sequer tremer em suas mãos e Darui encarava a lâmina como se estivesse de frente para algo que não lhe representasse perigo algum, seus olhos pareciam calmos, quiçá sonolentos.
　　— Você é rápido. — elogiou o rapaz negro.
　　— Você não me respondeu. — ele retrucou, sem mover um centímetro sequer sua espada.
　　— Eu e Samui viemos a pedido do assistente do Mizukage. Como sabe, os ninjas mais fortes do Redemoinho foram para a guerra contra a Areia.
　　A explicação era coerente, mas não fizera o Arashi baixar sua arma.
　　Seus olhos continuavam ferozes.
　　— Continue.
　　— Há pessoas nesse vilarejo que admiram bastante suas habilidades, mas temem o que você possa vir a fazer com elas. Então, eu e Samui viemos ao seu encontro para garantir que você não venha a fazer nenhuma besteira.
　　Um sorriso sombrio surgiu nos lábios de Warui, que recolheu sua lâmina e a guardou na bainha.
　　— Entendi, são meus vigias. — ele supôs.
　　— Não. — estava errado, mas não se surpreendeu. Eu realmente não sei o que esperar desse cara. — Samui é minha superior e eu serei seu mestre.

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Sáb 29 Ago - 18:12

IV.

— Meu mestre? — arqueou uma das sobrancelhas, tornando a caminhar em direção ao gabinete da Sombra.
　　— Sim, irei te ensinar uma das técnicas secretas do meu vilarejo. — ouvia o outro falar com sua grave voz arrastada.
　　— Por quê? Você disse que tem pessoas aqui que temem o que eu possa fazer com minhas habilidades.
　　— É verdade, mas com essa técnica é diferente.
　　— Diferente como?
　　— Se fizer alguma besteira depois de eu ensiná-la a você, se tornará muito fácil de te achar. — as palavras de Darui soaram escuras.
　　E fez-se o silêncio até enfim chegarem ao prédio do gabinete do Mizukage. Os dois caminharam por todo o edifício e trancaram cada uma das janelas, as selando com barras de madeira grossas o suficiente para não ser possível alguém entrar despercebido.
　　No último andar, aguardaram no gabinete, mergulhados nas sombras, com a janela aberta deixando as gotículas de água molharem um pedaço do carpete vermelho que revestia o chão. Warui e Darui não trocaram palavras desde que chegaram, não era mais o momento. Aguardavam calmamente pelo invasor como dois lobos a espera de sua presa, uma que eles tinham certeza de que morderia a isca deixada.
　　Mas ainda assim, não deve ser tolo para apenas isto ser suficiente.

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Seg 31 Ago - 14:45

Darui se aproximou, ele viu o moreno erguer o indicador da mão direita e colocá-lo a frente dos lábios grossos pedindo silêncio. Sentiu o toque da mão do outro em seu braço direito na altura do ombro. Era como um raio entrando por cada um de seus músculos e percorrendo cada centímetro de seu corpo, do fio de cabelo até a ponta do pé.
　　— O que você está fazendo? — murmurou para Darui.
　　— É a primeira parte de seu treinamento. — o outro respondeu, também aos sussurros. — Controle essa energia que estou injetando em seu corpo.
　　A quantidade de chakra era impressionante, mas não era algo que ele não fosse capaz de domar. Curiosamente, era um tipo de energia com o qual ele já estava muito bem familiarizado.
　　Isto é... raiton?
　　Deixou que seu chakra corresse por todo o corpo como aquele que Darui injetava em si fazia, infundindo logo em seguida a sua natureza elementar num tiro às cegas. Suspeitava de que aquilo fosse eletricidade e desejava estar certo, se eu estiver errado e falhar, eu mato esse cara.
　　E a fusão perfeita aconteceu.
　　Algumas faíscas escaparam de seu corpo quando as duas forças se uniram enfim. A mão de Darui não mais o tocava nem injetava energia alguma. Warui sentia correr em si uma energia mais poderosa que seu chakra elementar comum e as faíscas que lhe fugia a pele eram negras como o céu da noite, e esse raiton parece mais poderoso.
　　— O que é isso? — cochichou para Darui.
　　— Relâmpago Negro.

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Seg 31 Ago - 17:46

VI.

DSem maiores questionamentos, acalmou a energia dentro de seu corpo e viu as faíscas negras desaparecerem. Voltou sua atenção para Darui, que apontou na direção da janela e repetiu o gesto pedindo silêncio. É quase como se esse cara soubesse algo a mais, Warui obedeceu sem deixar de achar as atitudes do moreno e da loira suspeitas. Ela parecia me esperar para dar esta missão, ele parece saber cada passo que o inimigo dará.
　　Do lado de fora, ouviu os primeiros passos estalando contra algo duro, quiçá as paredes do prédio. Seguiu-se o som das janelas de madeira sendo chacoalhadas, numa tentativa de trespassar o local estranhamente posto sem guardas naquela noite, Warui notara mais cedo, talvez tenha sido proposital.
　　Permaneceram silenciosos como a própria noite até que uma sombra se aproximou da janela aberta e se jogou por ela, pousando sobre a mesa do líder da aldeia. Nenhum dos dois moveu um único músculo, mas Warui mesmo assim pode mergulhar nas sombras e se mover de maneira imperceptível até a janela aberta, a fechando de forma abrupta e fazendo a presa virar-se em sua direção.
　　Um movimento rápido e a lâmina de Kusanagi já perfurava a carne na altura do abdome do inimigo. O sangue não escorrera pela lâmina e neste momento ele percebeu.
　　— Darui, abra a janela!

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Jōnin

Seg 31 Ago - 22:50

VII.

A lâmina perfurando a carne.
　　O rosto coberto oculto.
　　O vermelho banhando o aço.
　　Warui se viu mergulhado na noite em que seus demônios ganharam forma. O corpo desaparecendo numa explosão de fumo branco não lhe trouxe de volta à realidade. Ele estava paralisado com as mãos tremendo segurando a espada pela bainha, tudo parecia distante e ele não sentia como se estivesse lá.
　　Perdido, um aperto em seu coração o puxou de volta para a noite em que sua vida se mergulhou nas trevas. Shinobis honrados morrendo pelas mãos de um shinobi que também seria nomeado “honrado” quando seus dias chegassem ao fim, por mais obscuros que tenham sido os caminhos que trilhou e atos que executou, e vidas que ceifou.
　　— Warui!
　　A voz de Darui parecia distante, mas ele a ouviu. Virou lentamente o pescoço com seus olhos borgonha transbordando o pânico em uma expressão devastada, sua pele ainda mais pálida que o normal. Ele via o outro na janela, acenando para que o seguisse.
　　Ele parece furioso..., pensou em um segundo.
　　No outro, o punho do moreno estava afundado na boca de seu estômago. O ar lhe escapou. Maldito! O sangue ferveu e o olhar inundou-se em fúria.
　　— Vamos, nosso alvo está fugindo e seu treinamento ainda não terminou.
　　Darui desapareceu como um relâmpago.
　　Warui enterrou seus demônios.
　　Lidarei com vocês outra hora.

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Ter 1 Set - 21:45

VIII.

Voltou a si enquanto seus olhos vislumbravam um esboço do corpo de Darui cintilando janela a fora, iluminado pela luz prateada da lua dando-lhe um aspecto fantasmagórico. Correu sem fazer grande esforço para alcançar o outro, com sua mão direita agarrando firmemente o punho da espada, escalando com os pés grudados na pedra até o terraço do prédio, onde chegou a tempo o suficiente de ver dois vultos saltando na direção das ruas do Redemoinho.
　　O prédio do gabinete era muito mais alto que os demais e muito distante para um salto – o mais próximo ficava afastado em cerca de trinta metros. Desceu a construção sem chamar atenção, apenas deixando seus passos o denunciarem como um perseguidor. Se lançou em becos escuros pouco banhados por qualquer iluminação e deixou-se transformar na própria escuridão – ou quase. Seu corpo desapareceu na noite, mesmo ele tornando a perseguir seu alvo na rua principal do prédio do gabinete como fazia Darui.
　　Se tornará uma presa fácil.
　　Fez sua energia percorrer a distância até o inimigo como cobras também invisíveis. Seu cheiro não se misturaria ao do sal do mar, nem do suor de seu parceiro. O alvo só ouviria passos, e não deve ser um tipo sensor, do contrário não enviaria um clone para vasculhar a área. Quando trinta metros separavam Warui de sua presa, ela paralisou como se acabasse de defrontar o predador sedento por sangue diante de seus olhos.

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Qua 2 Set - 0:48

IX.

A paralisia era momentânea, Warui tinha plena consciência de que seu ataque deveria ser preciso e mortal. E também sei que não posso simplesmente atacar sem estudá-lo. Reapareceu cinco metros à frente, diante dos olhos do inimigo como se estivesse sendo desenhado num quadro, da ponta dos pés até a cabeça.
　　Darui cercou o alvo parando cinco metros atrás. A lâmina da Kusanagi refletia a luz da lua conforme os passos de Warui o colocavam ainda mais perto do inimigo, se permitiu deixar apenas um metro os separando, mirando com seus olhos borgonha, que pareciam desejar sangue, nos olhos verdes e quase alegres daquele que se vestia na cor da noite.
　　Um balanço da espada e ele já a projetava num corte de baixo para cima mirando o peito do outro, sem qualquer receio de ceifar uma vida bem ali. Um salto para trás tirou o invasor do alcance do ataque, que desembainhou uma espada que prendia às costas e surpreendeu ao não atacar Warui: deu as costas para si e lançou sua arma contra Darui, já buscando se por em movimento para a nova fuga.
　　Eis que surgiu o relâmpago negro.
　　Uma enorme pantera negra engoliu o corpo e defletiu a espada como se fosse um pedaço de aço qualquer. O grande animal se desfez ao se espalhar por cada músculo da presa, revelando o invasor abatido, estirado ao chão com o corpo aos espasmos.

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Qua 2 Set - 14:46

— Eu não posso deixar você fugir.
　　A voz de Darui soava bastante tranquila para quem havia acabado de atacar após uma perseguição. A respiração do moreno não parecia ofegante e via o inimigo desarmado diante de seus olhos com um certo ar de superioridade. Sua expressão era indiferente, mas com a presa ali, estirada ao chão, sequer pareceu que o estranho ninja do relâmpago negro acreditava que o alvo pudesse fugir.
　　Warui se aproximou e viu de perto o homem que havia dado com a cara no chão após o feroz ataque da pantera.
　　— O que foi aquilo? — perguntou, já desviando o olhar para os cansados orbes de Darui.
　　— Kuroi Kaminari, aquilo foi o que eu vim te ensinar. — veio a resposta, sem rodeios.
　　— Sinto que você não está me contando bastante coisa. — ele quase se esqueceu quem era o verdadeiro oponente, inundando o borgonha em agressividade.
　　— Guarde sua espada e vamos para a última parte do seu treinamento.
　　Viu Darui andar na direção de uma pequena construção, onde se abrigou sob um pequeno toldo, repousou suas costas e cruzou os braços enquanto olhava os dois sob a garoa que insistia em se fazer presente.
　　— Acho que tenho tempo de lhe explicar tudo.

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Qua 2 Set - 17:47

XI.

— Este homem é de um vilarejo subordinado à Nuvem e que vinha tentando roubar alguns artefatos raros nossos. O assistente da Raikage se comunicou com o assistente do Mizukage e ficou acertado de guardarmos os artefatos de Kumo aqui em Uzu, pois vocês não são aliados de nossos subordinados e vocês poderiam matar cada um deles sem que haja maiores consequências em caso de novas tentativas de furto. — a explicação, enfim, veio a tona. — Como um certificado de que a Nuvem não se voltaria contra o Redemoinho após eliminarem ninjas de vilarejos aliados nossos, ficou acertado que iriamos ensinar uma de nossas técnicas secretas para um dos ninjas daqui e o escolhido pelo assistente do Mizukage foi você, justamente para que você se tornasse uma figura fácil de ser reconhecida pela aldeia e consequentemente fácil de achar.
　　Warui cerrou os olhos enquanto fixava o olhar em Darui. Toda a explicação faz sentido. Guardou a espada em sua bainha enquanto sentia as gotas d’água escorrem por cada centímetro do corpo conforme a chuva fina ia apertando e cada pingo se tornava mais pesado.
　　— Tudo que eu preciso fazer agora é matar ele? — apontava para o homem que pouco a pouco recobrava os movimentos e se levantava com alguma dificuldade.
　　— Sim. — Darui não titubeou na resposta. — Mas deverá fazê-lo usando o relâmpago negro.

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Qui 3 Set - 17:11

XII.

— E se eu não o fizer desta forma? — questionou Warui, desafiando o homem da Nuvem.
　　— Então você quem irá morrer para o relâmpago negro. — a resposta veio num tom de voz calmo e confiante.
　　Quem ele pensa que é? Sua sensatez achou melhor não desafiá-lo, do contrário permitiria tempo ao inimigo de fugir, este que já estava em pé apesar de alguma dificuldade para se manter desta forma. Mirava com desprezo o estado patético do outro rapaz, mas não o culpava, o ataque o atingira em cheio.
　　— Que assim seja...
　　— Está fazendo parecer fácil me matar. — o invasor dizia com a voz saindo com dificuldade.
　　Ele não deu a resposta em palavras. Os dedos se entrelaçaram em selos antes de todo o seu corpo ser tomado por um brilho ofuscantes. Dos pés a cabeça, ele emanava uma luz como se fosse o próprio sol, lançando sobre o inimigo a sensação de estar envolto em trevas infinitas quando a claridade se esvaísse.
　　Ele foi capaz de quebrar o Kanashibari, preciso tentar outra coisa.
　　Tocou o chão no instante seguinte com a palma de sua mão esquerda, sem pagar para ver se a presa seria hábil o suficiente para se livrar da ilusão com facilidade. As correntes elétricas percorreram o chão até os pés do alvo, eletrocutando-o novamente, trazendo-o de volta ao mundo real e o paralisando de uma forma diferente.
　　Na mão direita, acumulou sua energia e a banhou com o seu elemento de chakra. Os mil pássaros rugiram em seus raios azuis antes de Warui os fundir ainda com energia que lhe invadira com o toque de Darui. Buscou em seu âmago aquela sensação do momento em que o outro pôs a mão em seu ombro e os mil pássaros se corromperam.
　　Em sua mão, brilhava o relâmpago negro. Correu na direção de seu inimigo com a fúria de uma tempestade em alto mar, desaparecendo do ponto onde estava num segundo e no outro, sua mão perfurava o peito do invasor e reaparecia do outro lado, dilacerando seu coração e fazendo o sangue respingar em ambos presa e predador.

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Jōnin

Qui 3 Set - 23:01

XIII.

A mão que empunhava o brilho negro recuava, com a roupa empapada do sangue de sua vítima. Num estalo, os olhos verdes se arregalaram e viram a vida se esvair tão rápido que não houve ruído que não fosse o som úmido da carne se rasgando. Não houve gritos e o corpo tombou para frente sem formar uma poça de sangue sob peitoral, o raio penetrou e queimou tudo o que tocou.
　　Viu Darui se aproximar e apanhar o corpo sem vida como se fosse um saco de batatas. Caminharam de volta para o gabinete de missões sem pressa alguma, Warui deleitando-se com o suave toque da garoa em sua pele aquecida pelo calor da breve batalha. A sensação era boa, o cheiro de chuva que os ventos frios traziam eram para ele como o cheiro de um campo florido para a maioria das pessoas.
　　Estava mais uma vez diante de Samui, agora compreendendo perfeitamente por que nem o rosto dela tampouco o de Darui lhe eram familiares. Desta vez, a loira não estava atrás do balcão, mas a frente, como se esperasse pelo regresso dos dois.
　　Warui levou o pergaminho até o rapaz que estava de fato a serviço do Redemoinho. Reconheceu aquele rosto rechonchudo no instante em que o vira, era ele quem estava quase sempre por lá para distribuir os pergaminhos.
　　— Muito obrigado por seus serviços, Warui. — era a voz da mulher, num tom quase provocativo, com um sorriso ácido nos lábios.
　　O silêncio foi sua resposta.
　　— Você agora tem um poder e tanto em mãos e como eu disse, será fácil encontra-lo. — agora quem falava era Darui, com sua voz arrastada. — Cuidado onde pisa, garoto.
　　Os dois desapareceram como se jamais estivessem estado lá.
　　E assim também fez Warui.

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