Kuri estava mais uma vez na sua forja. O garoto sentado em sua mesa de projetos desenhando sua primeira arma. ”Algo simples, algo acessível. Pensa logo, você tem seus outros afazeres” pensava olhando para uma pequena lousa a sua frente onde havia escrito todas suas tarefas da semana. Rabiscava todo projeto mais uma vez fazendo uma bola de papel e jogando no chão. Rodava em sua cadeira até que se deparava com uma kunai simples que ele mesmo usava em missões que lembrava de colocar em sua bolsa ninja.

— É isso, como fui tão bobo?

Se questionava voltando para sua mesa pegando um papel limpo. Desenhava uma kunai convencional, mas adicionava algo especial, uma meia lua na ligação entre a lâmina e a empunhadura da arma. Mais um tempo se passava com algumas contas básicas sendo rabiscadas no canto da folha para ver a quantidade do metal, o ponto de balanço da lâmina e abertura de madeira.

Saia da mesa deixando o projeto pendurado na parede próximo a sua bigorna e partia para aquecer ainda mais a fornalha. Jogava mais carvão e ar com a sanfona, as chamas aumentavam e as primeiras gotas de suor escorriam da teste de Kuri. Passava o antebraço para tirar o excesso e continuava até que a temperatura almejada fosse alcançada. Pegava um bloco de ferro e uma tira do mesmo material. Empurrava para dentro das chamas com a ajuda em um bastão de metal.

Fazia os preparativos para não bobear quando tirasse o ferro incandescente da fornalha. ”Martelo, check. Pinça, check. A água com bicarbonato está cheia, certo. Agora é o momento” terminava sua lista mental segurando a pinça e se aproximando da fornalha para dar uma olhada no ferro.

— Não, ainda faz um pouco.

Falava consigo mesmo esperando mais alguns minutos, retirava o ferro e agora todo tempo era precioso, colocar o metal na fornalha novamente poderia danificar a integridade da arma. Com um movimento rápido ele pegava o bloco de ferro que estava maleável, mas não ao ponto da pinça amassar a futura lâmina. Colocava sobre a bigorna e começava a martelar afinando as bordas para fazer a linha cortante, repetia o movimento de forma incansável. ”Martela, martela, martela” o som metálico ecoava por todo local. O foco do ninja era único e exclusivamente forjar aquela lâmina.

A ponta em seta estava feita, continuava a martelar dando a forma mais próxima possível da desejada. Pegava aquele metal ainda avermelhado e colocava na água com químicos para o inicio do tratamento. Pegava a outra tira de metal da fornalha que estava bem mais maleável. Pegava um grande prego que ia se alargando conforme chegava em sua base. A tira de metal foi deixava em pé na horizontal, a ponta do prego foi posicionada em seu centro, com o martelo e toda sua força ele começava a bater no prego que perfura o metal cada vez mais até o ponto que achasse bom. Continuava a trabalhar em suas bordas para deixá-las curvadas e com o fio para dentro.

Colocava a tira de metal nos mesmos tratamentos que a outra parte da lâmina. Depois de terminar todo o tratamento começava a parte de lixar e fazer as duas partes se encaixarem. Horas se passavam, ”se eu lixar demais, vou perder todo o material e ter que começar do zero”´ pensava lixando vagarosamente e de forma precisa o buraco da lâmina para que se encaixassem perfeitamente. Terminava lixando o fio da arma, deixava aquilo tão refinado que poderia cortar carne e ossos como se fosse manteiga nas mãos de uma pessoa habilidosa.

Encaixava as duas partes finalizando ao colocar a empunhadura de madeira oca lambuzada de cola de arroz em seu interior. Kuri usava de toda sua força para encaixar a empunhadura e finalizar a lâmina, uma vez feito isso ele analisava tudo assim como testava seu arremesso.

— Está perfeita, minha primeira criação, Lótus.

Considerações escreveu:> Precisa de 400 palavras para a criação, foram feitas mais de 600
>Link da forja aprovada aqui: https://www.narutorpgakatsuki.net/t72587-c-i-forja-do-esquecimento-note

Arma forjada:

Saia da forja depois de fazer os devidos testes, andava até a área de mostruário de suas armas que estava vazia — finalmente algo para colocar aqui, vai ver assim eu atraio alguns clientes — dizia para si contente com seu feito. Sequer notava a presença dos gatos ali, apoiava Lótus na parede pendurada pela base circular da empunhadura. Assim que ouvia o gato tomava um susto se virando de imediato, olhava para o animal por um tempo. ”Isso me é familiar, mas eu não sei ao certo, foi de algo recente?”

Se aproximava olhando mais de perto os animais aproximando sua mão para ver so animal aceitaria carinho e continuava — eu devo estar delirando de tanto esforço para ouvir um animal falar. Quer petisco gatinho? — se afastava indo até a cozinha com seu diário em mãos folheando as páginas, parava no meio do caminho e voltava rapidamente — você é o Pucky, né? Sabia que você me era familiar, tive até que ir checar no meu caderno.

Agora com o entendimento mais fresco de quem Puck era, Kuri continuava — sim sim, Love me curou em um instante. Ela é uma ótima curandeira — passava a mão na cicatriz que tinha no ombro sentindo o desnível e textura diferente do habitual — Ei Puck, você é bem informado né, sempre anda com a Tsuchikage. É verdade que fui convocado para uma guerra em Suna, não sabia que nem que Iwa era inimiga. Na realidade pensei que Suna fosse uma cratera até algumas boas horas atrás — se apoiava no balcão com o cotovelo vendo a porta aberta para a rua e notava que ninguém parecia querer entrar, bufava enquanto esperava por uma resposta do animal falante.

Obs:

Olhava novamente para a rua e percebia que o movimento, de fato, estava estranho sendo a maioria das pessoas armadas. ”Preciso ter mais atenção” concluía ao ver que o gato estava certo. Cruzava os braços apreciando a vista de sua porta. Se perdia em pensamentos até que era puxado para o gato que iniciava uma inquisição:

— Não, não. Não é nada disso que você está pensando — movia as mãos e o rosto tentando trazer uma atmosfera mais leve, passava a mão pelo seus cabelos arrumando sua franja que se dividia exatamente no meio — quem, a tsuchi… — interrompia a própria fala ao ver a nuvem de fumaça que surgia do gato ao lado.

— Que?!

Falava assustado dando um passo para trás de forma hesitante. ”Como assim que ela se transforma em um gato e sai por ai bisbilhotando as pessoas” tossia limpando a garganta se recompondo. Tentava mudar do assunto levantado pelo gato:

— Olha se não é a senhora kage por aqui. Venha ver minha primeira criação, eu a batizei de Lótus — pegava a arma da parede e oferecia a Takane para ver — eu posso cravar seu nome na madeira se desejar ou escrever com tinta, a escolha da cliente. Como tem andado as coisas no gabinete?

Cruzava os dedos esperando uma resposta, ”muda de assunto pelo amor do senhor da pedra”.

Obs:

Sorria cerrando os olhos e coçando sua nuca, ”meu senhor, gato será que você muda de assunto se eu te der comida”. Arrumava suas roupas da melhor forma que podia, afinal ele tinha acabado de sair da forja.

— O que que eu falei mesmo? — se questionava tentando botar a culpa na sua falha de memória. Os olhos do animal não deixavam Kuri nada confortável. ”Vou focar só na Takane” — é mesmo, tinha me esquecido também — sorria ao final — não sei, não estamos em treinamento ou algo assim para te chamar de Takane-sensei. Mas vou me atentar a isso.

Andava até a forja pegando um par de material feitos para esculpir madeira, um pequeno martelo e um prego diferente feito especialmente para esse objetivo. — me deixe ver isso aqui — apoiava a kunai sobre o balcão e ali mesmo começava a carpintaria [i”]高根”[/i], em meio ao trabalho ele comentava — eu aceitaria, cumpriria as regras de um guarda com a minha vida. Se é que está me oferecendo tal cargo, assim como para a guerra. Sou um ninja e tenho deveres a serem cumpridos.

”Ser um guarda da Tsuchikage, é o poder e influência que tanto busco. Eu preciso entrar nesse cargo” martelava de forma leve e repetitiva, soprava de tempos em tempos para limpar a escrita. Passava o dedo por cima da madeira vendo a escrita, devolvia a arma para as mãos de Takane — perfeito, que bom que gostou do presente.

Obs: