"Duas Almas”
Filha da nobre família rural Ogosho, Mei parecia ter sua vida completamente decidida antes mesmo que nascera: receber o treinamento de kunoichi e tornar-se uma ferramenta de guerra no grande jogo militar do Relâmpago. Contudo, seu destino rumava para outros caminhos. A começar pela descoberta em seu nascimento de que Yasa não teria apenas uma filha, mas duas. Segundos após Mei vir ao mundo, sua mãe deu à luz a uma segunda criança, esta nomeada como Naomi.
Dentro da cultura local, gêmeos é um sinal de má sorte, pois sempre gera intrigas e contestações sobre direitos de nascença. Assim, Yhwach, seu pai, declarou que nada seria feito até que as crianças completassem dez anos. Nessa data uma delas seria escolhida como a herdeira do Clã Ogosho, enquanto a outra seria enviada para o monastério, para viver como aprendiz de sacerdotisa, renunciando a todos os seus direitos de herança.
O tempo passou e as garotas cresceram, alheias ao conhecimento do destino que as aguardava. Naomi mostrava-se proeminente desde cedo, optando por treinar ao invés de brincar. Alegre, cheia de vida e repleta de energia. Em contrapartida, Mei estava sempre doente. Teve tanta febre nos primeiros meses que os médicos achavam que não sobreviveria. Cresceu, mas não conseguia ficar muito tempo exposta à luz do sol sem machucar a pele alva. Aos oito anos começou a tossir sangue, e foi quando um doutor viajante que passava pela propriedade a examinou e declarou que a garota tinha uma doença sanguínea intratável, e pelo estágio avançado deveria morrer dentro de três anos, e não mais do que isso.
Ali o destino aparentava ter sido selado. Naomi seria nomeada a herdeira, não havendo necessidade de esperar mais, enquanto Mei poderia continuar vivendo em paz o que restava de seus poucos anos. Uma semana antes da cerimônia de nomeação, porém, ocorreu algo que mudou tudo.
Mei se esgueirou para dentro do dojô, onde ficou assistindo sua irmã treinar com o instrutor. Após um tempo Naomi notou sua presença, e apenas para ser agradável convidou a irmã para participar, supondo que esta iria recusar. Mas ela aceitou, para surpresa dos presentes. Um tanto quanto retraído pelo medo de machucar a filha enferma de seu Senhor, o instrutor a mostrou posições simples de combate e pediu para que ela o atacasse. No meio do movimento, os olhos da morena lampejaram com um vermelho vivo. O instrutor se viu preso, e, espantado com a mudança repentina, foi pego pelo ataque da garota, sendo derrubado ao chão.
A história se espalhou como fogo e a cerimônia foi adiada indefinidamente. Nos corredores e pelos pátios se falava sobre a criança marcada para morrer que havia despertado um estranho poder. Da noite para o dia a mansão foi inundada por um batalhão de médicos vindos de todos os cantos do país; diziam que Yhwach estava oferecendo duas vezes o peso em ouro para quem encontrasse a cura para a “doença de sangue” de sua filha. Mas o tempo era curto, e cada um dos curandeiros dava a mesma resposta. Não apenas isso, mas o despertar da Kekkei Genkai, adormecida por gerações em sua linhagem, parecia ter acelerado a progressão da enfermidade. Dos três anos que lhe foram dados, não passaria do primeiro.
Foi então que a solução surgiu. Ninguém soube exatamente quem a propôs. Os empregados falavam sobre uma mulher vestida de vermelho que entrou na residência e saiu horas depois. Uma operação foi formada no dia seguinte e dezenas de agentes foram despachados. Três meses depois o Senhor Ogosho retornou para casa, acompanhado por apenas sete dos trinta que haviam partido ao seu lado. Surrados e maltrapilhos, repletos de ferimentos, mas com olhares triunfantes em conjunto ao senso de urgência.
A doença não podia ser erradicada por remédios. A resposta, pois então, era fortalecer o corpo da criança, para que ele mesmo combatesse a enfermidade. E a solução foi torná-la uma jinchuuriki, selando nela uma das Bestas de Cauda, para que dessa forma a vitalidade da Bijuu a mantivesse viva. Seu pai havia roubado a urna do Gyuki, que estava em posse de Kumogakure, enquanto esta era transportada para a vila.
O ritual de selamento foi realizado e se mostrou um sucesso. Já nas primeiras semanas após ter a Besta selada em seu corpo, Mei demonstrava melhoras significativas, já conseguindo até mesmo correr pelo pátio. Yhwach havia tido êxito em dar um futuro para sua maior ambição: recuperar o antigo poder do clã, cuja ramificação havia trocado de nome anos e anos atrás. Hoje eram os Ogosho, mas no passado a família foi conhecida como Uchiha.
"Quando tudo é sangue, sangue é tudo”
Onde um problema se encerrou, três novos surgiram para ocupar seu lugar. Primeiro, Mei havia claramente passado à frente da irmã como herdeira, ainda que nunca tenha sido sua vontade. O pai não tinha intenção em voltar atrás em sua palavra no nascimento das garotas, e para assegurar que a sucessão não seria contestada, enviaria Naomi para o templo. A troca de posição fazia com que Mei recebesse toda a atenção nos treinos e estudos, enquanto a irmã era deixada de lado. Isso fez despertar em Naomi o sentimento de amargura e ressentimento, ampliado por achar que a irmã a estava ignorando, sem saber que na realidade seu pai as impedia de se encontrarem pela casa.
O segundo problema: Yhwach havia roubado um dos tesouros nacionais do Relâmpago. Ainda que tivesse ocultado seus rastros, mais cedo ou mais tarde Kumogakure bateria em sua porta. O homem tinha a esperança de até lá a filha já ter crescido um pouco mais e se tornado capaz de mostrar sua força, seja para ganhar o favor do Raikage, seja para combater as forças da Nuvem.
E por último, Mei, afinal, havia se tornado uma jinchuuriki. O demônio não gostou de ter sido aprisionado dentro de uma criança que estava para morrer, e menos ainda ao notar que fora usado para salvar uma vida humana tão insignificante.
Então o dia finalmente chegou. Yhwach fez o anúncio de que Naomi iria para o monastério, devendo abrir mão de sua herança. Se tentasse recusar, seria amordaçada e levada para longe, onde teria um fim muito pior. Mei se opôs àquela ordem, mas Naomi permaneceu em silêncio. Momentos depois a mansão foi invadida por shinobis de Kumogakure, que em maior número rapidamente subjugaram os defensores pegos de surpresa. Foi então revelado que Naomi soube de seu futuro muito tempo atrás através de sua mãe; para se salvar – e para se vingar – entrou em contato com a Nuvem e entregou o pai. Também fora ela quem facilitou a entrada dos ninjas, permitindo que tomassem o lugar sem muita resistência.
A lei ali seria implacável. Yhwach Ogosho seria acusado de Alta Traição. Sua punição decretada foi ser humilhado sobre o cadafalso de execução e enforcado como um criminoso comum, aos olhos de todos. A garota seria presa e teria a bijuu extraída e devolvida para a posse da Nuvem. Todo o restante da família seria presa ou exilada, taxados de traidores e criminosos.
A execução estava marcada para a manhã seguinte. Mas naquela noite a criança recebeu a visita de uma mulher vestida de vermelho, que lhe disse o que deveria fazer. Quando os guardas vieram para buscá-la, Mei pediu para ser levada até o comandante da operação. Diante dele ela invocou seu direito de um Julgamento por Combate: foram as ações de outros que a haviam colocado naquela situação, não suas próprias decisões; se era realmente a vontade dos deuses que ela deveria ser punida, então que eles decidissem isso dando sua bênção ao vencedor.
O nome do comandante era Tamashi, e uma vez que ela havia exigido seu direito perante todos, ele se viu obrigado a aceitar. Porém, talvez para se vingar do golpe contra sua moral, disse que ela não iria enfrentar um de seus soldados. O crime contra ela do qual ela buscava se defender havia sido cometido por seu pai, e portanto era contra ele que ela deveria lutar. Se ganhasse, poderia continuar vivendo, mas teria que se unir às forças militares de Kumogakure. Se perdesse, todos ali seriam executados, mas o homem poderia viver.
O duelo foi uma dança de golpes tão impressionante que os presentes jamais se esqueceriam do que presenciaram. O pai de Mei sempre fora um ótimo combatente, e sem dúvidas Tamashi esperava que o homem lutaria para zelar por sua vida. Mas não contava que Yhwach estava disposto a ir até o final por sua ambição de ver a filha restaurar a glória do clã. Eles se despediam a cada choque de lâminas. Mas, no fim, Mei, com lágrimas nos olhos, afundou sua espada no coração de seu pai.
Completamente a contragosto, Tamashi declarou a vitória da criança. O clã foi inocentado com toda a culpa recaindo sobre o morto. E Mei foi levada para Kumogakure, para ser treinada como uma kunoichi leal ao vilarejo, e como a hospedeira do Uma-Cauda.
Naomi desapareceu na confusão. Ficou para ver a irmã pôr fim à vida do pai, mas já não estava mais lá quando a procuraram. Desde então as duas nunca mais se viram.
"O Povo das Nuvens”
Após ser levada para Kumogakure, Mei passou por um treinamento profundo e persistente que se estendeu por quase duas décadas. Durante esse tempo, ela aprimorou suas habilidades como kunoichi, aprofundando seu entendimento do combate e da estratégia. No cerne de sua formação estava a maestria da Kekkei Genkai do Bijuu de Uma-Cauda, o Jiton: Suna, que proporcionou uma dinâmica única e poderosa ao seu estilo de luta. Através de sua dedicação incansável e excepcional competência, Mei se destacou entre seus pares, ascendendo rapidamente através das fileiras militares de Kumogakure até atingir o respeitado e cobiçado posto de Jounin.
Ainda que seu status em Kumogakure fosse elevado e sua competência reconhecida, Mei nunca se sentiu verdadeiramente em casa entre seus companheiros. Apesar de lutar ao lado deles, compartilhar refeições e momentos de convivência, um sentimento persistente de deslocamento a acompanhava. Ela se sentia vista e tratada mais como uma arma, uma ferramenta útil na engrenagem militar, do que como uma kunoichi integral. O fato de Kumogakure ser o responsável pela dizimação de sua família, forçando-a a matar seu próprio pai, era uma memória que atormentava constantemente Mei. Esse passado trágico criava uma barreira intransponível, que a impedia de se sentir plenamente aceita ou em casa na Nuvem.
Encontrou-se em um papel de grande responsabilidade quando viajou para o País da Água como guarda-costas do então Raikage, Uzumaki Kazuha. Esta missão fazia parte de uma comissão de Kumogakure designada para investigar uma série de desaparecimentos de civis que ocorriam em escala global. Ela também se envolveu de maneira ativa na coalizão global formada para responder a essa crise. Isso incluiu a invasão ao laboratório da nefasta Moira e um embate direto nas linhas de frente contra a entidade conhecida como Overhaw, onde demonstrou sua força e habilidade táticas em batalha ao lado das Sombras da época.
Tempos mais tarde, Mei se encontrou novamente envolvida em uma coalizão global, desta vez voltada para enfrentar uma ameaça crescente representada pelos seguidores de Jashin. Viajou até Amegakure, onde teve a oportunidade de lutar ao lado de vários shinobis de Kirigakure, incluindo Yohma, com quem estabeleceu uma relação importante. Nessa ocasião, Mei enfrentou a terrível entidade conhecida como Phantom e presenciou o alarmante surgimento de Jashin no final do conflito. Esse evento marcou uma virada na vida de Mei, sendo um dos principais gatilhos para as mudanças significativas que estavam por vir em seu caminho.
Alguns anos após o incidente em Amegakure, Mei viveu um momento crítico em sua vida, onde decidiu que não mais aceitaria ser manipulada como uma mera arma por Kumogakure. De forma brutal, ela desertou da vila, adotando a vida de uma nukenin. Sua saída não foi pacífica; envolveu um confronto sangrento no qual diversos guardas foram cruelmente assassinados por ela. Um dos momentos mais dolorosos desse episódio foi quando Yuta, um de seus alunos, tentou impedi-la e foi deixado à beira da morte. A lembrança de suas ações naquele dia marcaria Mei de maneira indelével.
"A Mão de Deus”
Algum tempo após sua deserção, Mei chegou ao País da Água, impulsionada pela busca incessante por sua irmã, Naomi, que supostamente fora avistada naquelas terras. Em uma complexa negociação com o então Mizukage, Inaba Naboru, Mei conseguiu se integrar às Forças Militares de Kirigakure. Em troca de sua adesão e serviços, ela recebeu livre acesso à vila e às extensas terras de Kirigakure, o que lhe permitiria prosseguir com sua busca pessoal sem quaisquer impedimentos.
Ogosho demonstrou seu valor e comprometimento através de inúmeras operações realizadas em nome de Kirigakure e da Liberty, na luta implacável contra a organização Hydra, um passado sombrio que ela conhecia de forma secreta e profunda. Nos arredores de Konoha, teve um papel crucial na invasão à mansão da Senhora do Fogo. Ali, ela se deparou com revelações surpreendentes sobre o passado de Shion e realizou feitos notáveis, como salvar a vida de Senju Tay e Allannia Grey, personalidades que mais tarde ascenderiam aos postos de Hokage e Tsuchikage, respectivamente.
Com a ascensão de Yohma ao posto de Yondaime Mizukage, uma nova oportunidade se apresentou a Mei. Ela foi nomeada como guarda-costas pessoal e Assistente do Mizukage, operando, na prática, como a segunda em comando na vila. Parte significativa das responsabilidades adotadas por ela envolvia reforçar e cimentar a reputação de Yohma como Kami, um trabalho que exigia uma combinação de habilidades estratégicas e diplomáticas, além da própria força de combate que ela já dominava com maestria.
Foi mais uma vez convocada para se unir a uma aliança global e operar em território estrangeiro. A batalha agora era no País do Vento, onde se enfrentou com Borsalino, uma das lideranças da temida Hydra. Ao lado de seus companheiros, Mei se destacou mais uma vez, usando seu controle sobre a areia para salvar a vida de Allannia, que já se encontrava no posto de Sombra da Pedra. Ao final desse conflito intenso e mortífero, Mei, em combinação tática com Yohma, colocou um ponto final na existência de Borsalino. Esse feito consagrou ambos como figuras de poder Superior ao nível Kage. A marca dessa batalha imprimiu mais profundamente em Mei a sombria percepção de sua natureza como arma e um instrumento de destruição.
Após o colapso de Sunagakure, Mei recebeu a missão de conquistar a aldeia de Choro no Sato em nome de Kirigakure. Foi um embate brutal, onde a mulher enfrentou sozinha a resistência do vilarejo, incluindo uma batalha feroz contra a líder do lugar. O confronto deixou cicatrizes profundas na terra, uma marca física do embate violento. Ainda assim, a vitória veio para Mei, resultando na anexação de Choro no Sato ao crescente Império da Névoa.
Mei se juntou a Yohma em uma expedição até o Continente Perdido, buscando obter informações cruciais sobre os próximos passos na batalha. Em sua jornada, estiveram na companhia de personalidades proeminentes como Angell e Opus, enfrentando adversidades em território desconhecido. Um dos desafios mais notáveis foi o confronto com Kenpachi, um espadachim de habilidades formidáveis. Apesar da resistência, prevaleceram, registrando mais uma vitória. Com seu objetivo cumprido, retornaram para Kirigakure, fortalecidos e mais preparados para os desafios que viriam.
"Ecos do Passado”
Em Kirigakure, Mei dedicou-se a desvendar os segredos de sua própria origem. Suas investigações levaram-na a descobrir que o Clã Ogosho era, na realidade, um ramo do Clã Uchiha, fato este que havia sido meticulosamente ocultado por seu pai durante sua infância. Esse conhecimento, junto a descoberto do que ocorre com Yohma, a abalou profundamente, levando-a a um episódio de ira incontrolável na floresta, durante o qual quase tirou a vida de Shalltear, perdendo o controle de sua transformação jinchuuriki. No entanto, foi interrompida por uma figura enigmática que, após um combate fervoroso, revelou-se ser seu próprio pai, a quem ela acreditava estar morto há muito tempo. A chocante revelação foi o catalisador para o despertar de seu Sharingan.
Continuando a sequência de eventos dramáticos, Mei encontrou-se repetidamente com seu suposto pai ressurgido. Embora ainda nutrisse desconfiança, ela foi obrigada a lutar ao lado dele em duas ocasiões distintas. Essas batalhas não só solidificaram um certo nível de confiança em seu pai, mas também resultaram no despertar do segundo e terceiro tomoe de seu Sharingan.
Kirigakure enfrentou outra ameaça eminente - a queda de um gigantesco meteoro. Usando seu recém-despertado Sharingan, Mei foi capaz de discernir que o meteoro estava impregnado de chakra, o que indicava que não era um fenômeno natural. Apesar dos defensores da vila terem conseguido impedir o desastre cataclísmico, a experiência alimentou em Mei um sentimento profundo de vingança contra aqueles que orquestraram o ataque.
"Estrada Para o Paraíso”
Seguindo na busca de aperfeiçoar as suas habilidades, Mei, sob os ensinamentos de Yhwach, seu pai, desenvolveu a sua maestria com o Katon. O relacionamento entre pai e filha tornou-se cada vez mais próximo, transpondo o abismo dos anos de afastamento e sensação de abandono. Yhwach tornou-se novamente uma figura central na vida de Mei, que, mesmo sem perceber, havia depositado grande parte de sua lealdade no antigo protetor.
Em 19 DG, uma solicitação foi emitida pelo Templo Narukami da Montanha do Dragão Luminoso, o soar de um pacto antigo, que selaria para sempre o destino de ambos os Ogosho. Narukami havia revelado a existência de Rina Ono, uma garota que nasceu com compatibilidade perfeita com qualquer Besta de Cauda, tornando-se a candidata perfeita para a próxima Jinchuuriki da Névoa. Não apenas isso, a sua mera existência colocava todos os hospedeiros em situação de perigo, dado o seu potencial para ser usada com a finalidade de usurpar as Bestas. Mei Ogosho e Yohma Uchiha foram convocados com a missão extraoficial de escoltar Rina até o Templo Narukami, onde permaneceria sob a proteção do sacerdócio até que chegasse o dia de ser usada. Durante a jornada aquela conhecida como Kaminari simpatizou com a condição de Rina, que lembrava a ela própria, e, em parte, pela personalidade franca da criança. Yhwach acabou por se juntar ao grupo após uma tentativa falha de emboscada por parte de mercenários de baixo nível, e também revelou que Naomi, que estava sob custódia de Kirigakure, havia desaparecido da prisão sem deixar rastros e sem que houvesse um alarme. Juntando os pontos, chegaram a conclusão que a facção de anciões conservadores de Kirigakure estava por trás tanto da fuga quanto do vazamento da informação dobre Rina, com o objetivo de usa a garota como chamariz para que as organizações de renegados atacassem e matassem Mei e Yohma.
Ao chegar no templo, em um momento de tranquilidade, foram surpreendidos pelo ataque surpresa de Naomi, que havia se ocultado entre as sacerdotisas. Uma ferramenta desconhecida acionou um genjutsu poderoso, colocando Mei sob um efeito de descontrole momentâneo, onde tentou atacar e finalizar Rina. Seu pai a conteve, mas não sem antes se colocar entre um dos ataques, tendo o peito perfurado pela mão de sua filha. Naquele dia, Mei experimentou mais uma vez a dor de tirar a vida de um ente querido com as próprias mãos, desabando em luto e desespero. E enquanto Yohma enfrentava Naomi, uma reação ocorria no corpo da mulher, uma transmutação em seus olhos que deu origem ao Mangekyō Sharingan.
Alguns dias após a tragédia, Mei despertou em sua cama no Santuário Uchiha. Yohma a havia trazido de volta, junto a Rina, que escolheu permanecer com eles, e duas outras crianças gêmeas que estava sendo mantidas prisioneiras no templo. Perturbada pelas recordações, sofrendo em silêncio pelo luto, e curiosa sobre a mudança que havia ocorrido em seu corpo, Mei preencheu o vazio que sentia estudando sobre os olhos que havia despertado. Descobriu mais sobre o Mangekyō Sharingan através da Pedra Danketsu e de seu companheiro. Até que, uma noite, Kami convocou uma reunião com Ogosho e a ntiga aluna desta, Nezuko e ordenou que a mais nova realizasse o transplante dos antigos olhos do Uchiha na mulher, substituindo os seus próprios. Segundo ele, e como se provou verdade, o transplante inibiu grande parte dos efeitos nocivos de seus olhos, evitando também que houvesse a perda da luz que há neles. Naquela noite Mei adquiriu o Eien no Mangekyō Sharingan, desbloqueando seu poder em um nível quase ilimitado.
"Novo Ato”
Cinco anos se passaram desde aquele dia. A tristeza sentida pelo assassinato de seu pai a acompanharia para todo o sempre, mas Mei conseguiu se livrar do peso do luto algum tempo após a realização da cerimônia sagrada de cremação do Clã Ogosho. Meses após o funeral, seus pensamentos e preocupações foram preenchidos por um novo desafio: Mei se tornaria mãe de duas crianças, gêmeas, de gêneros opostos. O nascimento do casal de filhos, nomeados Izanagi e Izanami, significou uma mudança brusca em sua personalidade e estilo de vida. Por um longo período a mulher se ausentou quase que completamente de suas responsabilidades como kunoichi, dedicando-se inteiramente as crianças. Três anos depois, a terceira filha do casal veio ao mundo, essa de nome Kaguya.
Mas entre o crescimento de seus filhos, Ogosho não pôde ignorar o crescente aumento no número de renegados que jorravam para dentro do País da Água, atraídos por um sonho fantasioso de grandeza e aceitação. Umas das medidas tomadas pela mulher foi atrair os líderes da Yōkai Jūsan Ichizoku, as treze famílias que comandavam uma parcela do submundo criminal de Kirigakure, e em uma demonstração de poder e opressão forçar todos a se ajoelharem para ela e jurarem servi-la. Ainda que representasse menos de 10% de todos os renegados no país, serviriam como ponte para as suas ações futuras.
De volta para sua vida doméstica, à medida que os filhos iam crescendo, Mei foi desenvolvendo cada vez mais o seu tato com as crianças. Os cinco anos que passou treinando Rina também foram essenciais para moldar a sua nova perspectiva sobre o mundo. Mei foi convencida a se tornar uma Professora na Academia Ninja de Kirigakure, onde poderia guiar as novas gerações e transmitir seus conhecimentos valiosíssimos e imensa experiência como kunoichi. Muitos de seus traumas do passado foram superados nesses cinco anos, e novos estigmas foram criados. A experiência em Narukami fez com que Mei passasse a se referir aos não-shinobis, ou simplesmente aqueles incapazes de usar chakra, como "primatas" ou "vermes", que usavam de seu status social e posições de poder para tentar controlar as ações das aldeais. Seu sentimento não beirava o ódio, era simples e puro desprezo, vendo-os como seres cuja existência sequer fazia sentido. Em contraparte, sua relação com os shinobis em geral melhorou, graças em grande parte aos traços mais gentis de sua nova personalidade e filosofia.