Os doces da condessa

Eu havia dormido até mais tarde. Acordei com um cheiro de queimado invadindo o meu quarto. Institivamente, levantei-me e procurei uma saída. Não sabia do que se tratava. A casa era antiga e poderia estar em chamas. Entretanto, descobri que era apenas os famosos doces de mamãe ficando tempo demais no forno. Ela estava xingando o universo todo. Aqueles doces eram muito difíceis de serem feitos. Levavam em torno de 4 horas. Mais difícil ainda, era a Condessa Ângela ter ânimo para fazê-los.

Ela contou-me que estava cozinhando para uma velha amiga de Konoha que estava adoecida e mandara uma carta pedindo para comê-los antes de falecer. Muito fúnebre, mas nobre por parte da Condessa. Ela não costumava ser uma mulher que se comovia. Essa amiga deveria ser de longa data.

Mamãe pediu que eu fosse para o centro da cidade comprar os ingredientes necessários para refazer a receita. Não faltavam muitas coisas. Comprei alguns ovos e ramos de erva doce. Comprei também um açúcar especial de beterraba que era necessário.

- Me ajuda a bater a massa? - Minha mãe perguntou assim que cheguei. - Estou cansada.

- Tá bom. - Concordei. - Vamos lá, então.

Entendi o porquê de Ângela ter pedido a minja ajuda. A massa era extremamente pesada. Não que minha mãe fosse fraca, mas já tinha prestado esse serviço antes. Provavelmente o que a impedia era a impaciência. Ou o orgulho. Assim que terminamos, colocamo-nos a vigiar o fogão. Não queríamos ter que fazer a receita por uma terceira vez.

- Agora preciso que leve até Konoha. - Mamãe solicitou, retirando os doces do forno.

- Sério? - Perguntei indignado. - Já está tarde.

- Não perguntei se está tarde. - Retrucou, secamente. - Minha amiga está morrendo, não vai parecer tarde pra ela. E não ouse perder esses doces.

Eu não ousei questionar mais uma vez. Peguei os doces e saí em direção à Konoha. Passei muito tempo nas florestas. Anoiteceu muito rápido e eu resolvi parar pra dormir sobre uma árvore. De manhã, continuei até chegar em Konoha. O cheiro dos doces era tão bom que atraía a todos pelos quais eu passava.

Um pequeno grupo de Gennin, alguns anos mais novos que eu começaram a me seguir. Um deles me distraiu com um disfarce ridículo e quadrado, enquanto o outro tentou puxar a cesta de doces dos meus braços.

Chutei ambos na barriga e os meninos saíram correndo e chorando. Havia um terceiro. Ele nem tentou se aproximar. Cheguei no destino e deixei os doces. Despedi-me da moça e voltei para casa.

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