Quando Charlotte recuperou a consciência, notou que se passaram alguns dias desde que enfrentou membros da resistência. Mas ainda assim, sentia-se exausta. Seus limites foram forçados ao máximo e isso causou um desgaste enorme em seu corpo. Não seria para menos: passar por uma situação mortal é assustador. Ela se levantou com dificuldade, preguiça e lentidão. Por um instante, só quis espairecer, apesar de saber bem o bastante que não conseguiria - muito menos poderia - procrastinar. Seguiu pensativa, perguntando-se o que deveria fazer agora. Foi quando escutou um barulho vindo da porta do seu quarto, era seu pai, Hanzõ.

— Então, a bela adormecida finalmente acordou. - sorriu ao falar.

— Contra a minha vontade, acredite. - retrucou. Mesmo com poucas palavras, estava claro que algo incomodava a mente da jovem kunoichi.

— O que está te incomodando? - indagou Hanzõ, preocupado.

— Como posso ficar mais forte? - antes de falar, mordiscou seus lábios, desviando o olhar, expressando timidez ao perguntar algo que poderia ser considerado banal até pouco tempo para ela.

— Hehe… então você finalmente despertou. Não sei o que passou recentemente, ouvi apenas comentários. Mas compreendo que tenha causado uma grande insegurança em suas habilidades. - deu alguns passos à frente e abriu a cortina da janela, deixando a luz do sol invadir o cômodo. — Tem algo que posso te ensinar. Mas já aviso que o treinamento não será leve. - proferiu, apresentando uma possível solução para o que estava tirando a paz da sua filha.

Deste modo, ambos seguiram até o campo de treinamento, após um rápido café da manhã. Charlotte estava empolgada para iniciar seu novo treinamento, não se importando com a dificuldade que enfrentaria. — Muito bem. Preciso que preste bastante atenção no que irei falar agora. Para que este jutsu seja executado com precisão, é necessário concentrar chakra em suas mãos ou pés usando o controle de chakra delicado e liberando-o de uma vez, aumentando sua força física centenas de vezes. - durante sua explicação, aproximou-se de um grande rochedo que estava no meio daquele campo de treinamento esverdeado. E numa demonstração do que tinha acabado de explicar, desferiu um soco poderoso partindo o rochedo em pedaços.

— O quê?! - foi surpreendida por tamanha demonstração de força. — A-acho que entendi. - primeiro, concentrou seu chakra em seus dois punhos e, com ambos, fechados, desferiu um par de socos no chão abaixo de seus pés, liberando toda a energia acumulada de uma única vez. Percebeu um tremor forte e algumas rachaduras se formarem no chão. Sentiu-se poderosa e quase conseguiu sorrir por isso. … quase. No lugar disso, saltou, realizando uma cambalhota comum no ar, e concentrou seu chakra no calcanhar direito enquanto ainda caía, para, ao voltar para o chão, golpeá-lo com o mesmo, de novo liberando toda a energia acumulada de uma vez. Percebeu outro tremor - mais forte - e outras rachaduras - maiores - surgirem no chão. De novo chegou a pensar em sorrir... mas não sabia se devia; imaginava que seu pai ficaria orgulhoso com aquilo. Ela canalizou seu chakra por seu corpo inteiro, e começou a alternar entre os membros e os golpes que ia potencializando com o dito cujo, seguindo a premissa de concentrá-lo e liberá-lo controladamente. Sentia-se apta até mesmo a utilizar aquele... aquilo tinha sido categorizado por seu pai como um estilo de luta; que a guiaria para um novo nível.

Considerações gerais: