Algumas horas depois, Angell e Shion se despediam de sua família. Ambos estavam equipados com uma mochila contendo algumas roupas e equipamentos de higiene pessoal. Katsura, sempre atenciosa, preparou uma marmita para que tivessem algo para se alimentar no primeiro dia. Após os abraços apertados, apertos de mãos firmes e desejos de boa sorte, Shion voltou-se para Katsura. – Forja do Lobo, por favor. – solicitou.

Katsura, com uma simples abertura de mão, ativou o portal que transportou Angell e Shion diretamente para a Forja do Lobo.

A chegada deles na Forja do Lobo não passou despercebida. A população local, ao reconhecê-los, demonstrou uma alegria genuína. Um dos habitantes, com a voz carregada de entusiasmo, bradou. – UM GRITO A NOSSO REI, HATTORI SHION! – Shion, percebendo o calor da recepção, ergueu seu braço num cumprimento respeitoso, tentando mostrar um sorriso acolhedor. Logo outro grito se ergueu. – UM VIVA A PRINCESA ANGELL! –

A curiosidade era visível nos olhares dos que ali estavam. Indagavam sobre a honra da visita, e Shion explicou que utilizaria o topo da montanha e a forja para um propósito especial. Solicitou que não fossem incomodados durante esse período. Os habitantes da forja entenderam a seriedade do pedido e acataram, respeitando a urgência da situação.

Sem demora, Shion e Angell começaram a jornada rumo ao topo da montanha. O trajeto, apesar de íngreme e desafiador, era um caminho que os levava a um propósito maior. Shion mantinha uma expressão serena, mas focada, enquanto orientava o caminho. A cada passo, a importância da missão que os aguardava ficava mais evidente.
[...]
No trajeto, a intensidade do frio se tornava cada vez mais perceptível, assim como a ventania que crescia em força. Shion lançou um olhar para Angell, oferecendo uma solução para o desconforto climático. – Se o frio te incomodar mais me avisa que empresto meu casaco, eu não sei se você se adaptou bem à temperatura daqui. – propôs Shion.

Sem interrupção, a dupla prosseguia na subida desafiadora rumo ao topo. O caminho era árduo, mas a determinação em alcançar o ponto de treinamento mantinha o ritmo da subida. A cada passo, aproximavam-se mais do início de um treinamento que se mostrava cada vez mais necessário. O ambiente ao redor testava a resiliência de ambos enquanto seguiam, enfrentando o frio cortante e o vento forte que tentava barrar o avanço deles. Shion, com um olhar focado, guiava o percurso, ciente da importância do que estava prestes a iniciar.

Por um instante, um silêncio abrangente envolveu o ambiente, uma calmaria inesperada no ápice da montanha, onde o vento antes sibilava com vigor. Shion observava pacientemente Angell finalizar seu processo de cura. Quando ela concluiu, seus olhares se cruzaram, carregados de determinação. Angell, com a agilidade e ferocidade de uma loba, lançou-se ao ataque. Seu movimento inicial, potente e decisivo, foi contido por Shion, que mal conseguiu manter a katana em mãos. Utilizando o próprio corpo, ele repeliu Angell, marcando o início do combate final.

Este momento significava mais do que um simples duelo; tratava-se da "guerra de mil dias", um conceito conhecido entre guerreiros de alto calibre. Era quando a batalha transcendia a mera física, entrando em um domínio onde até os Deuses paravam para observar. Para os combatentes, a experiência era como se mil dias de conflitos incessantes se desdobrassem em instantes, exigindo não só uma força lendária, mas também uma conexão tão profunda que permitia a cada um antecipar os movimentos do outro com uma clareza sobrenatural.

Naquele momento, a montanha parecia esquecer de seus próprios sons. O foco recaía unicamente sobre os dois protagonistas, cujos embates resonavam com uma intensidade que silenciava o mundo ao redor. O ar vibrava a cada golpe trocado, a cada choque de lâminas. Mas, à medida que o tempo avançava, os primeiros sinais de exaustão começavam a se manifestar. O suor delineava o esforço físico exigido nesse nível de combate, e ambos sabiam que o desfecho se aproximava; qualquer um poderia cair a qualquer momento.

Um novo encontro de lâminas resultou em um bloqueio mútuo. A força do impacto, seguida por um empurrão, lançou ambos para trás, separando-os momentaneamente. Essa pausa forçada oferecia a ambos um instante para recuperar o fôlego, reconhecer o valor do adversário e preparar-se para o próximo movimento.

Em um cenário marcado pela tensão e exaustão, Angell se mantinha de pé, embora cada músculo de seu corpo clamasse por descanso. Sua respiração era pesada, ofegante, enquanto gotas de suor mapeavam os contornos de sua determinação no rosto. Apesar do cansaço evidente, seus olhos ardiam com uma chama indomável, refletindo uma resolução inquebrantável. Ela fixava seu olhar no adversário, um espelho de sua própria fadiga e ferocidade, sem jamais permitir que sua atenção vacilasse.

Do outro lado, Shion compartilhava do mesmo estado lastimável. Exausto, mas não menos decidido, encarava Angell com uma intensidade que transcendia o físico, como se em seus olhos se desenrolasse uma batalha própria, silenciosa e profunda. Entre eles, um entendimento mútuo, um respeito forjado no calor do confronto.

Retomando suas posturas de combate, o tempo parecia distorcer-se ao redor da dupla. Para os observadores, o desfecho se desdobrou em um instante, mas, para Angell e Shion, aquele momento estendeu-se por uma eternidade. Com o destino de ambos pendurado na balança, eles avançaram um em direção ao outro, cada passo uma promessa de conclusão, o gelo sob seus pés testemunhando a intensidade do embate sem ceder.

À medida que a distância entre eles diminuía, um último olhar foi trocado — um reconhecimento da jornada compartilhada, das feridas abertas e das almas expostas naquela arena gelada. E então, o clímax: um som cortante rasgou o ar, seguido por um silêncio ensurdecedor. Parados, um de costas para o outro, a respiração de ambos mais pesada do que nunca, um vazio preenchia o espaço entre eles. Nenhum se movia, cada um preso em seu próprio limbo de antecipação e resignação.

Eles sabiam, sem necessidade de palavras ou gestos, que o desfecho se aproximava — o primeiro a ceder, a deixar o joelho tocar o gelo frio, seria o derrotado. Era mais do que um teste de habilidade; era uma prova de vontade, um duelo de essências onde apenas um poderia reivindicar a vitória.

Sob os pés dos combatentes, o gelo, antes sólido e imponente, começou a ceder, rachaduras se espalhando como teias de aranha até revelarem as águas gélidas que se escondiam abaixo. Isolados em uma pequena ilha de gelo que se destacava da borda da montanha, Angell e Shion permaneciam imóveis, de costas um para o outro, envoltos em um silêncio que pesava sobre o ambiente como uma cortina de expectativa e resignação.

Então, um sutil ruído de tecido rasgando quebrou o silêncio. Angell sentiu as fibras de suas vestes se partindo, um corte superficial adornando seu abdômen, enquanto um leve ferimento marcava seu braço — um lembrete tangível da proximidade da derrota, mas não o suficiente para selar seu destino. Do outro lado, Shion esboçava um sorriso amargo, sua voz carregada de resignação e uma ponta de admiração. "É uma vencedora arrogante, Angell Hattori. Não teve coragem de me matar antes, não vai ter agora," proferiu, numa tentativa de mascarar a dor que se avizinhava.

O inevitável aconteceu: seu joelho esquerdo cedeu, encontrando o gelo frio abaixo, enquanto a outra mão buscava apoio inútil. Ferimentos similares aos de Angell adornavam seu corpo, mas um corte profundo em seu abdômen se destacava, um testemunho silencioso da gravidade do embate final. A katana, até então firmemente segurada, escorregou de seus dedos, sinalizando sua derrota.

Nesse momento, a magnitude da perda se abateu sobre Shion, um guerreiro que havia transcendido os próprios limites em busca de vitória. A dor física dos ferimentos era eclipsada pela dor emocional da derrota, pela realização de que, apesar de todo seu esforço e habilidade, o fim chegara com seu joelho rendido ao gelo. O silêncio que se seguiu era um testemunho da batalha travada, não apenas naquele pedaço isolado de gelo, mas no íntimo de cada combatente, onde a verdadeira guerra — a luta contra os próprios medos, dúvidas e, acima de tudo, contra o destino — se desenrolava.

Angell emergiu vitoriosa do confronto, mas Shion, mesmo derrotado, não estava disposto a aceitar sua derrota sem deixar suas últimas palavras marcadas pela provocação e amargura. Com um sorriso torto e desafiador, ele lançou seu olhar para trás. "Eu lembro quando eu detonei seu namoradinho idiota. Eu vi o olhar dele, a resignação misturada com a surpresa, como se não acreditasse estar à beira da morte pelas minhas mãos. E sua mãe, a Hyuuga, seus olhos encontraram os meus enquanto o veneno lhe roubava o fôlego, convicta de que Sarutobi Shion havia selado seu destino." Suas palavras eram como lâminas, desferidas com a intenção de ferir tão profundamente quanto qualquer golpe físico.

Contorcendo-se com dificuldade para se virar, ainda prostrado ao chão, Shion continuava: "Pobre Angell, incapaz de me matar, mesmo enquanto eu aniquilava tudo que lhe era caro. Agora, veja-se: sem mãe, sem pai, e com um namorado incapaz de protegê-la. Quando você vai entender que as boas pessoas ao seu redor sempre acabam feridas?"

Em um momento de reflexão, ao se ver refletido na camada de gelo, a confusão tomou conta de Shion. "Por que eu disse algo tão horrível?" O tormento em sua voz era palpável, enquanto suas mãos pressionavam a cabeça num gesto de desespero. "Não me expulse, deixe-me FICAR!" Seu grito era um pedido por redenção, por uma chance de permanecer ao lado de Angell, não como o monstro que suas palavras pintaram, mas como alguém digno de seu amor.

Após um profundo suspiro, uma mudança sutil, mas significativa, ocorreu em Shion. A persona amargurada deu lugar ao verdadeiro Shion, aquele por quem Angell nutria sentimentos tão profundos. "Angell, ignore tudo que aquele idiota disse. Concentre-se no presente, na sua graduação, Samurai. Eu até levantaria para te dar um abraço, mas estou imobilizado, completamente destroçado."

Esse pedido de desculpas, embora marcado pela leveza e pelo humor, não conseguia ocultar completamente o peso da culpa e do arrependimento. Era evidente que, apesar da batalha física ter chegado ao fim, a luta interna de Shion, entre a luz e a escuridão que coexistiam em seu ser, estava longe de ser resolvida. Angell, diante dessa confissão, encontrava-se na encruzilhada entre o perdão e a dor, refletindo sobre o verdadeiro significado de força e vulnerabilidade.

O treinamento havia chegado ao seu fim, e Angell, agora graduada, dedicava-se aos cuidados de Shion, que a observava com um sorriso de orgulho. Havia algo reconfortante naquele momento, um sentimento de satisfação mútua que permeava o ar. "Acho que é hora de você voltar para casa. Tem um pessoal lá bastante preocupado. Quando eu falar Katsu-," ele iniciou, mas antes que pudesse concluir, Angell viu-se abruptamente transportada de volta para sua casa, deixando Shion sozinho na montanha. Ele, por sua vez, sorria, tocando a cintura com um leve incômodo e comentando para si mesmo: "Pontual como uma Grey em Katsura."

Angell ainda tentava compreender sua nova localização quando foi envolvida num abraço apertado de sua mãe, Katsura, que mal lhe dava espaço para respirar. Ao se soltarem, Katsura observou as roupas e o rosto de Angell, expressando uma alegria contagiante. "Olha só pra você, toda suja, arranhada, mas toda... uau."

Não era apenas Katsura que esperava por Angell; seus irmãos mais velhos e mais novos demonstravam sua felicidade pelo retorno dela. Um pouco mais afastado, porém, estava Hakurei, observando em silêncio, mas claramente percebendo as mudanças em Angell. Aproximando-se e abraçando-a de uma maneira profundamente conectada, ele expressou sua perplexidade e admiração, sem encontrar as palavras certas. "Eu sinto que tenho que me desculpar, mas eu não sei o que dizer... eu só, uau, você está tão..." E, sem mais delongas, aproximou-se e a beijou, causando um leve desconforto entre os presentes, até que Katsura pigarreou, chamando a atenção.

"E Shion está correndo de mim? Cadê ele?" A pergunta de Katsura ecoou, trazendo à tona a ausência notável de Shion no momento de reunião familiar. Enquanto cada um processava o retorno de Angell, a mistura de emoções e a percepção das mudanças nela, a ausência de Shion deixava um vazio, uma ponta solta no tecido de suas vidas, sugerindo que a jornada deles estava longe de terminar.

Sozinho, após a despedida silenciosa no pico da montanha, Shion desceu até o vilarejo de Okamifoji, cumprimentando os habitantes com um aceno distante. Seu destino era a lendária forja do lugar, onde dias atrás fizera um pedido especial. No entanto, ao chegar, foi recebido não com sua encomenda pronta, mas com um mar de desculpas.

"Como assim não tá pronta?" A irritação em sua voz era palpável, enquanto os ferreiros Hattoris tentavam dissipar a tensão com humor. Shion, contudo, não estava disposto a risadas.

"Qual o problema?" Ele indagou, a paciência se esvaindo rapidamente.

Um dos ferreiros, hesitante, tentou elucidar a situação. "Bem, senhor... o problema é o metal. Nossos martelos não conseguem moldá-lo adequadamente. Tentamos com duas, três, até quatro mãos, mas simplesmente falta força. Moldar esse material tem sido um desafio."

Sem perder mais tempo, Shion arrancou a camisa e vestiu um avental de ferreiro. "Me dá o martelo. Eu resolvo."

Contudo, antes que ele pudesse iniciar, outro ferreiro interveio, alertando sobre uma complicação adicional. "Não é só uma questão de força. Temos o problema do calor. Tentamos forjar o mais próximo possível da fornalha, mas ninguém aguenta mais que alguns segundos. Provavelmente, será necessário trabalhar o metal dentro da própria forja."

Shion bufou, um sorriso desafiador surgindo em seus lábios. Com o martelo em mãos, ele se aproximou dos materiais. "Estão com medo de um calorzinho? Opus suportou a luz do sol para proteger minha filha e seus aliados. Seria vergonhoso para mim não aguentar o calor de um vulcão."

Com determinação ardente, Shion adentrou o calor sufocante da forja, pronto para enfrentar o desafio. Sua decisão não apenas demonstrava sua resiliência, mas também o profundo respeito e amor pela filha, cuja segurança já havia sido posta em risco.


À medida que Shion avançava em direção ao coração do vulcão, sua pele adquiria uma frieza sobrenatural, contrapondo-se ao calor abrasador que o cercava. Ferramentas em punho, ele desafiava os limites impostos pela natureza e pelos ferreiros, que observavam à distância, incrédulos. A proximidade com o vulcão, contudo, não era suficiente; o metal resistia, inerte às suas tentativas. Determinado, Shion avançava ainda mais, adentrando a zona que todos temiam, onde as roupas começavam a ceder às chamas, consumidas pelo calor intenso, enquanto o metal permanecia obstinadamente intacto.

Com um suspiro resignado, mas não derrotado, Shion mergulhou nas profundezas vulcânicas, desaparecendo da vista sob o olhar alarmado dos ferreiros. Gritos de preocupação ecoaram, chamando por ele, mas apenas o silêncio respondia. E então, inesperadamente, o som de um martelo ecoou, um grunhido de esforço acompanhando cada batida, até que, subitamente, um silêncio sepulcral se instaurou.

"MAJESTADE?" Os chamados preocupados dos ferreiros cortavam o ar, temendo o pior. No entanto, quando a ansiedade alcançava seu ápice, o milagre ocorreu: a lava, que fluía impiedosamente, estacou, abrindo-se como um véu sendo levantado, revelando Shion emergindo de suas profundezas. Num instante, a lava retomou seu curso, selando atrás de si o caminho pelo qual Shion retornara.


Emergindo das profundezas vulcânicas, Shion apresentava-se seminu, as vestes consumidas pelas chamas, porém seu corpo ostentava uma resiliência impressionante, permanecendo intacto apesar do inferno que enfrentara. Colocando o molde forjado nas entranhas da terra sobre a mesa, sua ordem ressoava com autoridade: "Finalizem agora."

Imediatamente, os ferreiros entraram em ação, uma dança frenética ao redor da forja para completar a obra iniciada por Shion. O metal, agora maleável e obediente, foi vertido na forma, tomando aos poucos o contorno definitivo da lâmina, culminando com a adição do cabo. Ao ser imersa na água, a lâmina exalou uma densa fumaça, sinalizando o início do resfriamento e dos últimos ajustes antes da afiação final.

Enquanto isso, Shion, visivelmente esgotado pela exaustão e pelo calor, permitia-se um breve descanso, saboreando um copo de água fresca. Foi então que um dos Hattoris, aproveitando o momento de leveza, decidiu brincar com ele: "Parece cansado, majestade. A vida de rei é tão puxada assim?"

Um sorriso cansado surgiu nos lábios de Shion, marcados pela sinceridade de sua resposta. "Estou há quase uma semana sem dormir, mas é um preço que se paga para impedir uma guerra." O comentário arrancou uma risada do Hattori, que, com admiração e um toque de ironia, complementou: "Sabe, chefe, eu adoro você. Só você tem o dom de começar uma guerra para evitar uma guerra. É um charme maravilhoso."

Shion, agora pensativo, refletia sobre as palavras do ferreiro enquanto aguardava a finalização da katana. Esse momento de interação humana contrastava profundamente com o isolamento e a gravidade de sua missão solitária na forja vulcânica. Mesmo em meio ao cansaço e ao peso das responsabilidades que carregava, a camaradagem e o reconhecimento de seus pares ofereciam um vislumbre de normalidade e pertencimento, um lembrete de que, apesar de tudo, havia um lugar ao qual ele sempre poderia retornar.

Com a katana finalmente concluída, Shion ergueu-se, aproximando-se para apreciá-la mais de perto. Enquanto admirava a lâmina, avaliando seu peso e balanceamento, um som puro e afinado escapava dela ao ser cortado o ar, um testemunho da sua perfeição. Os comentários dos ferreiros preenchiam o ambiente, marcados pela curiosidade e admiração. "Esse metal que usou, o que ele era mesmo? A gente nunca lidou com algo tão difícil."

Shion, com um gesto suave e preciso, respondeu enquanto executava um corte no vazio, fazendo a lâmina cantar. "Dois velhos construíram uma espada no passado com esse mesmo metal, embora o meu projeto seja diferente, as propriedades são parecidas. Como eu disse, essa arma foi criada para evitar uma guerra."

A curiosidade dos presentes foi atiçada pela menção histórica. "E qual foi a tal arma que foi feita com esse metal?" perguntaram, ansiosos por mais detalhes dessa narrativa envolvente.

Shion, após colocar a katana na bainha com reverência, instruiu que a embrulhassem como presente. Com uma pausa dramática, revelou: "A Matadora de Deuses, a espada mãe das espadas agora tem uma irmã. Eu apresento a vocês a 'Pacificadora'." Com essas palavras, ele se afastava, deixando para trás um rastro de mistério e admiração.

A "Pacificadora", nomeada com a promessa de ser uma ferramenta de paz em meio a conflitos iminentes, carregava consigo a esperança de Shion em alterar o curso da história, evitando a destruição e o derramamento de sangue. Sua partida não era apenas o fim de uma jornada na forja, mas o início de uma nova saga, onde a lâmina forjada sob circunstâncias extraordinárias se tornaria um símbolo de poder, diplomacia e, acima de tudo, de uma fé incansável na possibilidade de um futuro pacífico.