Fazia algumas semanas que Mugen não tinha um dia que pudesse escolher para não fazer absolutamente nada. Sempre que não era enviado a missões, realizava intensos treinamentos com seu avô. Entretanto, apesar de estar se sentido fisicamente e mentalmente bem, tudo indicava que o corpo do jovem estava à beira de um colapso. Possíveis exageros que fossem cometidos em qualquer situação, poderiam deixa-lo um bom tempo impossibilitado de fazer qualquer tipo de atividade. Claramente, isso seria pior do que tentar se organizar para tirar uma folga.

A tão esperada folga não tardou a chegar. O Uchiha não havia recebido nenhum indicativo de que teria compromissos com o vilarejo e seu avô havia partido de viagem ainda de madrugada, ou seja, sem treinamentos malucos e exaustivos. Mugen passou praticamente a manhã toda deitado em sua cama, levantando-se apenas para preparar um rápido café e pegar alguns biscoitos. Logo após o almoço, quando começou a ficar entediado, decidiu organizar os livros que ficavam em uma estante de madeira na sala de estar.

Removeu-os todos e separou-os de acordo com o assunto abordado por cada um desses livros. Porém, antes que terminasse de coloca-los novamente em seus devidos lugares, despertou o interesse por um deles. Com o livro em mãos, jogou-se no sofá e iniciou uma leitura rápida e despretensiosa, mas aos poucos foi diminuindo o ritmo e lendo com mais atenção. Tratava-se de um glossário sobre as Naturezas Elementais, o qual explicava detalhadamente sobre chakras elementais e as propriedades das cinco naturezas básicas.

“Por que não?”, questionou-se. Mugen possuía controle completo sobre a o elemento que possuía afinidade, o Katon; entretanto, havia descoberto sobre a possibilidade de dominar mais de um deles. Instigado pelo mar de potencialidades que o domínio sobre outro tipo de chakra lhe traria, o Uchiha correu até a estante e começou a revirar as gavetas. “Onde ele guardou? Onde ele guardou?”, repetia enquanto procurava por algo. “Bingo!”, o jonin encontrou um bloco de pequenos papéis brancos em formato quadrado.

“Se eu me recordo, basta deixar meu chakra fluir por esses papéis e eles vão reagir conforme o tipo que eu possuir”, lembrou-se da vez que havia realizado este treinamento com seu avô. Mugen sacou a primeira folha, banhou-a com o chakra, ela inflamou e virou cinzas. “Merda”, reclamou. Seu elemento de afinidade manifestava-se com mais força, indicando que ele precisaria controlar perfeitamente a combinação de energias para que isso não ocorresse. Pegou um novo papel, novamente deixou com que o chakra fluísse por ele, e um novo resultado foi obtido: a folha havia virado sujeira e esfarelou. “DOTON!”.

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