O dia se deu como um outro qualquer. Zaryus estava saindo da casa de sua mãe, com sua bolsa de alça única nas costas sobre o ombro direito, seu traje padrão de treino e uma imensa vontade de ser desafiado. Já faziam alguns dias desde que um desafio tinha sido colocado à sua frente e ele não estava muito contente com isso. Enquanto andava pelo breve corredor ao lado da loja de penhores de sua mãe, que seperava a entrada da casa nos fundos da entrada da loja na frente, o garoto divagava sobre como seu treinamento estava sendo monótono. Ele recentemente havia conseguido completar seu jutsu em desenvolvimento e havia completado algumas missões, conseguindo até mesmo desenvolver melhor suas habilidades de luta. Mas, por algum motivo nada daquilo saciava a necessidade de crescer do shinobi.

O garoto então fechava a grade que separava o corredor da rua, pronto para mais um dia de treinamento, sem saber na verdade o que iria fazer hoje. Antes que pudesse se virar para seguir caminho, Zaryus ouve o chamado de sua mãe vindo de dentro da loja. "Menino, volte aqui! Preciso de você agora!" gritava ela de dentro do lugar. Um pouco envergonhado, o Gennin deixou sair um suspiro cansado de sua boca antes de entrar na loja pelas suas grandes e abertas portas duplas, que deixavam quatro extensas prateleiras centrais à mostra para quem passasse naquela rua na aldeia. Todas aquelas prateleiras eram cheias de diversos itens que poderiam ser úteis para muita gente, mas enquanto o garoto passava por eles para chegar até o balcão no fim da loja, questionou a real utilidade daquelas coisas aleatoriamente posicionadas.

De trás do balcão, colocando um caixote de madeira em cima do mesmo, estava sua mãe, Lianna. Sua pele escura e olhos amarelos deixavam claras as suas descendências do país do trovão. Ela possuía de fato uma linda e sedosa pele para a sua idade, apesar de não ser muito mais velha que Zaryus, afinal tinha sido mãe com apenas dezessete anos. "Eu ia pedir um grupo shinobi para levar essa encomenda para um cliente, que pediu especificamente que fosse escoltada por eles, porque tinha medo que se perdesse no caminho. Mas, você pode fazer esse favor para sua mãe, não é garoto?" Disse ela, com um tom firme. Sem levantar a cabeça, apenas a olhando levantando os olhos e dando um sorriso sarcástico, o garoto disse "Você não acha que está abusando? Eu sou só um Gennin, sabia?". Mas ela deu de ombros e disse "Não seja besta, eu pedi a missão com todos os tramites necessários... Mas uma amiga lá de dentro mexeu uns pauzinhos para que você fosse o responsável por ela, assim você tem a permissão para sair da aldeia para fazê-la e eu não tenho que pagar a vila nem um Ryou" disse ela, antes de uma leve risada, como se aquilo fosse normal. "Agora seja útil e resolva logo isso pra mim, certo?" continuou, colocando um pequeno pergaminho em cima do caixote.

"Que saco" veio a mente de Zaryus enquanto caminhava pela aldeia com o caixote preso as costas. O dia estava um pouco nublado e ventava um pouco quando o shinobi deixou os portões da aldeia lendo o pergaminho de sua missão. Aparentemente o destino final da encomenda era algum lugar na aldeia do carvão no país do fogo mesmo, então não deveria demorar muito. Caminhando a passos largos, querendo estar desenvolvendo alguma técnica ou treinando alguma habilidade em particular, o garoto apressou o passo para terminar sua tarefa o mais rápido possível. Chuviscava levemente quando o garoto chegou até uma bifurcação, onde teve que ir até uma placa para verificar para que lado estava a aldeia do carvão. No centro dessa bifurcação, a grande placa de madeira possuía alguns papéis em cima das marcações, que, sem pensar duas vezes, Zaryus já foi direto retirá-los para ver para onde ficava a aldeia. Quando o garoto puxou o primeiro e viu o selo bomba do lado de dentro do papel já era tarde demais. A explosão fez o shinobi ser jogado longe, apesar de proteger o rosto de danos maiores colocando os braços na frente do impacto.

O garoto rolou para trás e rapidamente se pôs de pé quando uma chuva de senbons foi disparada em sua direção vinda dos dois lados da estrada, do meio das árvores. O ataque parecia ter sido ativado por um fio de nylon que foi puxado quando o garoto recuou sem olhar e desviar daquele ataque parecia impossível na situação atual. Foi quando o chakra fluiu pelo seu corpo e se naturalizou em correntes de ar que jogaram as agulhas para os lados, desviando-as de si. Seu corpo estava envolvido por uma constante corrente de ar que fazia suas roupas balançarem o tempo todo. Zaryus não perdeu tempo em procurar a sua volta rapidamente quando viu dois homens correndo em sua direção com pequenas espadas nas mãos. Ambos empunhavam duas espadas, uma em cada mão, usavam trajes shinobis mas nenhuma bandana. Ao invés de recuar, o garoto rapidamente arremessou três shurikens em cada um dos homens com ambas as mãos, em um movimento espelhado. As seis shurikens voaram encantadas com chakra Fuuton e, devido a força que foram atiradas, não deram chances para os bandidos esquivarem. A três acertaram os homens em seu peito, pescoço e estômago, fazendo grandes cortes devido ao chakra imbuído nelas. Eles não conseguiram sequer terminar seus ataques.

"Droga. O que esses caras querem com essa encomenda?" Pensou Zaryus, procurando ao redor por mais inimigos. "Não interessa. Vou aumentar o rítimo até a aldeia do carvão, não quero mais surpresas" finalizou seu pensamento, começando agora a correr na direção que a placa, agora destruída, indicava no chão. O garoto manteve o seu jutsu ativo por mais alguns metros até sair de perto da área que tinha sido emboscado e continuou o resto do percurso andando. Chegando na aldeia do carvão, caracterizada por suas grandes fornalhas sempre acesas, o garoto deixou o caixote sem perguntar nada no endereço indicado. Era de fato um pouco suspeito, afinal ele não entregaria a ninguém. Apenas deixaria a encomenda em um barril atrás de uma churrascaria local. Ele não faria perguntas, sinceramente, ele estava inquieto.

O caminho de volta a aldeia foi tenso, com passo apertado e forçando um pouco sua velocidade de marcha, mas, sem incidentes. Ao chegar em casa o garoto simplesmente foi até o balcão, deixou o pergaminho lá e, apesar de sua mãe perguntar como tinha sido, ele simplesmente foi até o hospital da aldeia para descansar e procurar por primeiros socorros. Ele não estava muito feliz.