HP: 1200/1200 — CH: 1450/1450 — ST: 0/6 — SAKKI: 07/50
Ruptura
Filler de Status
A chuva torrencial de veraneio estalava no vidro da janela num frenesi ruidoso — quase como um prenúncio do rumo que aquela conversa ia tomar. Não me contenho, entretanto. Observo, quase hipnotizado, minha mãe paralisar no tempo, de costas para mim, erguendo o copo que ensaboava imóvel no ar.
— O que você disse? — sua voz treme.
— Eu queria falar sobre a minha... i-irmã — repito, mesmo que falhando em manter a pronúncia estável naquela palavra proibida.
A alma de Nabetsuna Hōzuki parece ter voltado ao corpo quando, em câmera lenta e em total silêncio, ela deposita o corpo na pia, enxuga o sabão das mãos de qualquer jeito no pano jogado ao ombro, vira-se, marcha silenciosamente até a mesa de jantar, arrasta uma cadeira, senta-se, finalmente me encara com seu irredutível par de orbes violeta e rosna entre dentes pontiagudos:
— Você não tem irmã.
Não posso deixá-la me impedir. Sei que aquele tom significa que é o fim do assunto, mas eu talvez nunca mais tenha coragem para falar disso novamente.
— Eu sei que tenho, mãe. Eu ouvi.
— Ouviu de quem?
— Do vovô. E de você. Ouvi vocês dois conversando de madru...
— Seu avô é um bêbado — ela me corta, revirando os olhos e cruzando os braços. — Desde quando você leva em conta o que aquele velho moribundo fala ou deixa de...
— Ele não morreu, morreu? — falo com rispidez, uma que nunca imaginei possuir, ao mesmo tempo que dou um tapa na mesa. — Papai...
Aquilo foi o suficiente para fazê-la assumir uma expressão incrédula; mas Nabetsuna, a Tubaroa Sem Descontos, era feroz como seu animal espiritual conseguia ser. Ela se debruça para a mesa, implacável.
— Naritoshi — ela cospe meu nome. Nunca me chamou daquele jeito. — É melhor você parar. Agora.
Quase. Ela está quase me fazendo chorar. Me fazendo subir correndo para aquela dispensa apertada que chamo de quarto. Mas não posso. Preciso da verdade ou acho que vou morrer. Naquela fração de momento, me lembro da missão em Uzushiogakure. É só o que preciso. Quando precisei de coragem, deixei de ser Naritoshi. Fui quem eu precisava ser. E quem eu sou agora?
— E-eu sou filho d-dele. Eu mereço saber. — Minha voz é um sussurro.
Afinal, não consegui conter o choro. É agora, percebo. Fui longe demais. Ela vai explodir... mas não explode. Acho que quebrei a barreira — uma estrutura muito antiga, endurecida pelo tempo, mas que precisava ser rompida. A correnteza liberada é tão avassaladora quanto a chuva lá fora.
— Ele não morreu — ela começa e seu olhar está morto, fixo no centro vazio da mesa — apesar de eu torcer pra que ele esteja. Toda noite. Toda maldita noite. E quem sabe? O mar é perigoso. Se aquele pedaço de merda continua pescando, ele pode muito bem ter morrido, sim. E é claro que está; é tudo o que ele sabe fazer. Isso e mentir. Mentiroso, traiçoeiro e ladrão. Tirou minha liberdade, meu posto no clã, meu desejo. Minha filha. Minha primogênita. Eu sacrifiquei tanta coisa por ele. Tanta coisa... Eu fiz de tudo pra não ser igual à minha mãe. E no fim... quem anda com porcos, farelo come, afinal. — Seus olhos violeta, gêmeos aos meus, finalmente me encaram. E então, ela sorri. — Igualzinho à você. Sim. Sim... você é filho dele. Eu até pensei que seria diferente quando me desfiz de tudo e viemos, eu e você, um bebêzinho chorão e frágil, pra apodrecer nesse distrito falido e velho. Mas não... O sangue é mais poderoso que a água. E o veneno dele escorreu pro seu. Você... não tem salvação, Naritoshi. E ainda conseguiu ter aquele outro problema.
Desaprendi a falar. Só posso encará-la em silêncio. As lágrimas ardem pelas minhas bochechas.
— Ah, você acha que eu não sei? — Malícia surge em seu rosto. Um divertimento cruel. — O rapaz com um chifre na cabeça. Aquele lá, que morreu. A conta suspeita que não fecha, os dois pratos sujos, o chá que você nunca faz quando tá sozinho. E os vizinhos daqui conversam, sabia? É o que fazem, afinal. Baratinhas traiçoeiras como são. Eles ficam de olho nos ninjas que saem em missões, e com quem eles saem. Eu sei muito bem das suas aventuras por aí. — Ela cruza os braços. — Não, não se preocupe, não faça essa cara. Eu não vejo problema. Eu acho é bom. Desde que você começou com essa palhaçada de virar ninja, o mínimo que eu esperava é que você aprendesse a andar com as próprias pernas. E agora você já arranjou alguém pra arruinar... além de mim.
Com muito esforço, eu respiro fundo. Uma, depois duas vezes. Enquanto isso, Nabetsuna dá uma risada. Aguente mais um pouco, ordeno. Mais um pouquinho. Muito devagar, arrasto a cadeira para trás e vou me levantando. Um passo depois do outro. Ela parece se divertir com a cena. Só mais um pouco, por favor. Chego finalmente até a porta. Girar a maçaneta parece a tarefa mais laboriosa do mundo, mas consigo, afinal — sou recebido pelo frio gelado do temporal do lado de fora.
Ainda falta uma coisa. Só mais uma coisa. Me viro para Nabetsuna Hōzuki pelo que decido ser a última vez.
— Qual é o nome dela?
Ela ri de novo.
— Não sei — ela dá de ombros. — Acho que me esqueci. Que importância tem?
Certo. Dou uma olhada final praquela casa, tentando guardar o que posso na memória. Então será assim.
— Adeus, mãe — digo, mas não olho de novo. Saio para a chuva e bato a porta.
Os primeiros toques da água são cruéis, gotículas grossas que perfuram o linho leve da minha jaqueta; o gelo arranca meu fôlego conforme entra em contato com minha pele. Em questão de segundos estou ensopado e minhas roupas tornam-se um peso a mais. Mas é quando finalmente posso chorar. E eu choro. Estou chorando como nunca na vida, berrando e sendo abafado pelo ruído do dilúvio, e o público que me assiste é composto de bêbados e moradores das vielas sujas.
Estou tateando perdido e atordoado, trôpego no lamaçal, sem destino. Minha cabeça é um turbilhão revolto e embaralhado. Uma profusão de Chakra é expelida do meu corpo — raivosa, rebelde, livre. A lua pulsa forte no céu noturno como a única coisa que me guia.
- considerações:
Turno(s): 01/01
Total: 01/01
Tópico(s) anterior(es): —
Palavras: 1083/1000
Vício: 01/03
Objetivo(s): +200 de Status
Resumo: —
Intervalo: —
Modificador(es): Boost de Status
- narrativa:
APARÊNCIANaritoshi está vestindo uma jaqueta de linho branco com mangas longas, além de shorts e sandálias pretas. Sua bolsa de armas básica está atrás da cintura e a bandana está amarrada ao pescoço.
FAMA E ALCUNHA23 de Fama Geral — 23 Positiva | 0 Negativa
Alcunha Mundial: —
Alcunha em Kirigakure: —
PERSONALIDADENaritoshi é integrante do Time 2 de Kiri, aprendiz do cientista apostador Hakari Ōtsutsuki e colega do hiperativo Nanami Yamanaka, a quem considera um irmãozinho mais novo. É um garoto tímido e inseguro, mas que está sendo moldado por sua vivência em missões perigosas, aprendendo qual é seu verdadeiro lugar como shinobi. Em seu íntimo, está buscando algo para o qual dedicar sua vida completamente.
ARQUÉTIPODevoto: É constituído pelo desejo de ajudar algo ou alguém a obter êxito e conquistas. Está disposto a dar sua vida pelo bem de sua devoção, pouco contestando os objetivos da pessoa ou entidade. Pode matar outras pessoas, se sacrificar, entre outras coisas absurdas; tudo para o bem-estar do que está acima deles.
Naritoshi ainda não encontrou seu propósito, mas está em busca dele.
- pet:
Enkai, o Devora-HeróisEspécie: Kumorineko
Rank: S
Status: 1000HP, 1000CH
Personalidade: Mau-humorado e irritadiço na maior parte do tempo.
Cor: Preto
Tamanho: 250cm
Idioma(s): Felino, Humano
Descrição: Enkai é um gato-morcego, uma criatura quase mitológica do Continente Perdido. Possui uma pelagem preta—acinzentada dependendo da iluminação—, orbes douradas e o tamanho de um tigre adulto. É astuto, ranzinza e boca suja, vez ou outra ameaçando devorar Naritoshi para divertir-se com sua reação. Apesar da troça, considera a companhia do garoto irrelevante o bastante para uma vida confortável e sem estresse.
- databook:
[05] Inteligência
[05] Velocidade
[02] Força
[04] Stamina
[04] Controle de Chakra
- naturezas elementais:
- Código:
<futon></futon>
- Código:
<ototon></ototon>
- combate:
CÁLCULOS—
ALTERAÇÃO DE STATUSDanos: —
Gastos: —
Recuperações: —
GOLPES BÁSICOS [00/06]—
JUTSUS OFENSIVOS [00/02]—
JUTSUS DEFENSIVOS [00/03]—
JUTSUS CURINGA [00/01]—
MANIPULAÇÕES [00/02]—
INVOCAÇÕES [00/01]—
JUTSUS EM PREPARO [00/01]—
JUTSUS PASSIVOS [00/02]—
JUTSUS ATIVOS [--/--]—
ITENS UTILIZADOS—
ESTILOS DE LUTA—
- arsenal:
BOLSA DE ARMAS BÁSICA [11/20][02] 1 Tantō — 02 un.
[02] 2 Kunai — 01 un.
[03] 3 Shuriken — 01 un.
[02] 4 Senbon — 0,5 un.
[01] 1 Kemuridama — 01 un.
[01] 1 Hikaridama — 01 un.
ITENS NARRATIVOSBandanaDescrição: Um símbolo de fidelidade à Kirigakure no Sato. O tecido que a envolve é personalizado na cor violeta.
Soprador de bolhasDescrição: Um item tubular e metálico utilizado para realizar as técnicas do Shabondama no Ninjutsu através da liberação de bolhas.
- databook:
PRIMÁRIO[05] Ninjutsu — 24m/s
[00] Taijutsu
[00] Genjutsu
[05] Inteligência — 3 armadilhas a cada 2 turnos
[00] Força — 5m | 4m/s | +20HP recebido | 20 un.
[01] Velocidade — 6m/s
[04]* Stamina — 6 turnos | 6 golpes básicos
[03] Selos — 6s/s
SECUNDÁRIODATABOOK SECUNDÁRIO [13/25]
[00] Regeneração
[03] Recuperação — +3%CH por turno
[00] Sensoriamento
[00] Shurikenjutsu
[00] Cura
[00] Absorção
[10] Ninshū — +200 | +5m/s
[00] Combate
[00] Ilusão
[00] Selamento
- especificidades:
QUALIDADES[00] Perícia Elemental: Suiton — Clã Hōzuki — reduz 50% dos custos
[03] Grandes Reservas de Chakra — +250CH
[01] Grande Durabilidade — +1 Stamina
DEFEITOS[02] Vício [Água] — fixo — a cada 3 turnos
[01] Timidez — superável — dificuldade em interagir
[01] Passivo — superável — não contesta ordens