[OnePost] – Danketsu II

Mei caminhava sozinha pelas ruas de Kirigakure, envolta pela escuridão e o frio invernal que permeavam a vila. A névoa densa e gélida abraçava os prédios, árvores e ruas, criando uma atmosfera sombria e melancólica. Seu coração estava pesado de luto pela recente morte de seu pai, a dor ainda fresca em sua mente. A chuva fina e cortante caía, misturando-se com a neve que se acumulava pelo chão, formando uma mistura triste e gélida.

A Mão de Deus percorreu os corredores vazios e silenciosos, suas passadas ecoando pelos longos corredores. Finalmente, chegou próxima ao prédio central do Quartel General, onde a Pedra Danketsu estava situada. A pedra, iluminada pelo reflexo da luz dos lampiões distantes, parecia emanar um brilho fraco, como se soubesse das profundezas sombrias de sua própria história.

Mei respirou fundo. Já havia feito aquilo antes, baseada em uma ideia repentina, e obtivera sucesso. A nova tentativa era válida? O que ela esperava encontrar? Olhar para a pedra fazia sua cabeça doer: era como o efeito disléxico, seu cérebro sabia que havia algo ali, embaralhado, confuso aos seus olhos mundanos. Respirou fundo, deixando o clima noturno invadir seus pulmões. Fechou os olhos, e ao abri-los novamente seu Mangekyou Sharingan se ativou. Os olhos vermelhos brilharam intensamente na escuridão, o sangue que escorreu contrastava com a palidez de sua pele, e ela pôde enxergar além das palavras entalhadas na pedra. Uma visão turva surgiu, como se uma névoa se dissipasse, e a continuidade da história do antigo Uchiha começou a se desenrolar diante de seus olhos.

A figura de um garoto, com o mesmo emblema ocular vermelho do Mangekyou Sharingan, surgiu em sua mente. Ela pôde sentir o ódio em seu coração a cada palavra, a raiva avassaladora que o consumia. Ele caçava implacavelmente seu irmão mais velho, desejando destruí-lo de todas as formas possíveis. As memórias dolorosas do passado se misturavam à sua própria dor pela perda de seu pai, e Mei sentia uma conexão com aquele garoto distante.

O conto continuou, e ela testemunhou nas palavras gravadas na rocha a terrível batalha entre os dois irmãos. As técnicas poderosas e os olhos brilhantes, lutando não apenas pela supremacia, mas por vingança e justiça.

Em um ato de amor e sacrifício, o irmão mais velho deu seus próprios olhos ao garoto, para que ele pudesse protegê-lo em seu lugar. O poder do Eien no Mangekyou Sharingan nasceu naquele momento, imune às dores e à perda de luz, obtido somente quando um Uchiha recebe o Mangekyou Sharingan de outro. Nesse momento, ela desprendeu os olhos das escrituras. Sentia seu coração acelerado, muito mais do que o normal. A respiração também estava em descompasso, nuvens de vapor saindo de sua boca. Se aquilo fosse verdade – e se baseando na última experiência, não havia motivos para não ser – aquela história revelava novas informações ao jogo. A primeira, de maneira sugestiva, que a luz do Mangekyou Sharingan eventualmente iria se apagar. A segunda, como evitar que isso ocorresse.

Com o coração pesado, mas agora repleto de um entendimento mais profundo, Mei desativou o Mangekyou Sharingan. Será que Yhwach sabia sobre aquilo? E quão longe seu pai havia conseguido chegar? A história sobre os irmãos a fazia se recordar de Naomi, e imaginou se ambas teriam o mesmo fim que os personagens do conto. Mei sentiu sua visão embaçar e suas pernas ameaçarem vacilar com a tontura. Ainda não havia se acostumado àquilo, e decidiu desativar seu doujutsu, já tendo memorizado as novas palavras da pedra.
Yohma havia passado por tudo aquilo, agora compreendia melhor do que nunca. Talvez estivesse em tempo de conversarem sobre.

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