Neste dia, Curumim decidiu ficar na cama mais um pouquinho para aproveitar o marasmo.
Apenas ergueu a mão e ficou brincando com as moscas que sobrevoavam o local.
Aquilo estava tão tranquilo, tão gostoso…
Mas logo a paz foi interrompida pelos berros de sua vizinha, uma velha caolha e sem os dentes da frente.
-Seu moleque imprestável!! já tem dois dias que estou pedindo para você cuidar do jardim e você só quer saber de oba-oba!!
A mulher estava dando uma bronca em seu neto, o adolescente gordo e rabugento veio até o quintal, que digasse de passagem, estava com uma grama alta e mal cuidada.
A velha entregou a enxada para o neto e falou:
-De hoje não passa! Cuide dessa grama ou não vou te servir o jantar hoje!!!
O neto obedeceu, mesmo que contra a própria vontade, e começou a cortar a grama com muita agressividade.
Curumim observava tudo da janela sem entender muito bem os costumes da capital.
-Ué… por que será que as pessoas da cidade não gostam de grama? - perguntou reciprocamente para as moscas - “Cuidar” das plantas para eles significa destruir, né… Que estranho!
Mais tarde, o Raikage deferiu mais uma missão para o jovem.
-Que legal Hoje eu vou trabalhar em uma floricultura!!
Ao chegar na floricultura, observou que haviam muitas flores peculiares.
Haviam margaridas, rosas, tulipas e orquídeas, mas não eram só as flores que ganhavam espaço nas prateleiras, pois haviam também hortas com cebolinhas, tomates, batatas e pimentas. Tudo da melhor qualidade.
O genin se apresentou para a kunoichi que também se apresentou (seu nome era Hana) e apresentou o local.
-Veja bem, tudo aqui está em ordem, a única plantinha que eu preciso que você cuide é essa aqui.
Hana mostrou um vaso retangular que continha mais de cem flores de cor magenta. Aquelas eram as flores mais belas que Curumim já viu na vida.
-Estas são as flores do crepúsculo. São um espécime raro que só tende a brotar durante uma curta estação no ano. Eu encontrei elas agora a pouco aqui na vila e precisava cuidar delas antes que elas comecem a murchar. O problema é que eu tenho um plantão médico que vai começar em cinco minutos e só acaba amanhã de manhã.
-Isso vai ser fichinha - Curumim respondeu - Eu amo plantas, sabia?
-Que bom, conto com você!
A mulher estava saindo quando o garoto perguntou - Espera um pouquinho moça! É pra cuidar igual as pessoas da cidade?
-Mas é claro - Ela respondeu - Como mais sería?
Curumim observou a mulher ir embora, e então começou o serviço.
-Hijutsu: Mushimayu! - Falou ao liberar pouco mais de quinhentos kukaichuus que se amontoaram em um enxame que tinha quase o mesmo tamanho do menino - Tá legal amiguinhos, a gente precisa “cuidar” dessas flores do crepúsculo, sendo assim...PODEM SE DELICIAR!!! Podem comer essas flores o quanto quiserem.
Conforme as horas passavam, os Kukaichuus devoravam as flores do vaso retangular.
E o pior de tudo, Curumim olhava tudo aquilo com muito orgulho de seus insetos.
Ao amanhecer, Hana chegou cansada e se sentou no sofá.
Curumim pegou o vaso com as flores destruídas e levou, super feliz, até a florista.
-Ei Hana, veja! eu “cuidei” das flores como você pediu!
Ver suas preciosas flores naquele estado fez o mundo de Hana desmoronar.
Se houvesse algo impossível para aquela mulher neste momento, com certeza seria manter a calma.
-SEU IMBECIL!
![[RankD] -2 º Trabalho de Curumim : Floricultura da Vila Misao_2](https://media.discordapp.net/attachments/894909732186390548/894939637620039720/misao_2.png?width=545&height=417)
A kunoichi estapeou o genin e o xingou durante horas. Nem mesmo as explicações e as desculpas do garoto foram o suficiente para cessar a ira daquela mulher.
Ela queria denunciar curumim para a academia ninja, mas depois de muito choro e pedidos de misericórdia ela decidiu lhe dar uma segunda chance.
-Essa é a sua última chance. Ou você me trás mais flores do crepúsculo até anoitecer, ou eu acabo com a sua vidinha de ninja!
-TA BOM!!!!
As horas seguintes passaram em um piscar de olhos. Curumim rodou todos os cantos da vila e com a ajuda dos insetos que viviam por lá conseguiu encontrar as flores e entregá-las a tempo.
Ao final daquele dia o jovem indiozinho se encontrava exausto na cama e sem muita disposição para preparar o jantar.