Os exames Chūnin tinham sido um fiasco absoluto. Apesar de ter passado e avançado na hierarquia de Kumo, Zoro sentia que a sua perfomance tinha estado muito abaixo daquilo que ele sentia ser necessário, perdendo quase imediatamente nas duas lutas que fez, completamente humilhado. No entanto, apenas uma delas lhe causou um impacto duradouro, e tinha sido a luta contra o espadachim de Uzushio, Akaichi, que o tinha dominado fisicamente, sem permitir qualquer tipo de reação do espadachim de cabelos verdes. Numa situação normal eu já devia estar morto. A cara presunçosa daquele garoto assombrava-o constantemente, e Zoro prometeu a si mesmo que caso o voltasse a encontrar, a situação seria invertida.

Por outro lado, havia um festival a decorrer, muito tempo livre, e mais que dinheiro suficiente para uma boa garrafa de saquê. Quando Zoro foi a uma das bancas comprar a sua garrafinha, por alguns momentos sentiu-se como uma espécie de celebridade, sendo rodeado por alguns dos espetadores do torneio, o que o deixou extremamente desconfortável. Alguns deles insultaram-no pela sua performance, enquanto outros o tentaram reconfortar, e o espadachim não ligou para qualquer tipo de comentário, ele sabia exatamente como tinha corrido a competição, e por isso não precisava de opiniões alheias.

O resto do dia foi relativamente tranquilo, com o jovem encontrando um canto calmo, onde não o pudessem encontrar, onde deliberou sobre o dia enquanto bebia o seu saquê, acabando completamente bebâdo, e adormecendo encostado a uma rocha.  Quando finalmente acordou, já era de madrugada, e o dia de festividades já tinha terminado à várias horas. Apesar de estar entusiasmado para treinar, a ressaca era grande o suficiente, e a dor de cabeça tornava impossível essa possibilidade, e por isso Zoro voltou para casa, onde finalmente pôde descansar como deve de ser.

O resto do mês foi de muito treino, mas com pouco progresso. Ele esforçou-se imenso por bastante tempo, mas a falta de resultados fizeram com que os treinos se tornassem mais rotineiros, e sem um propósito definido, o que apenas criou uma espiral negativa, onde o progresso ficava cada vez mais lento.

Eventualmente, chegou um dia que muitas pessoas guardam como especial, mas que para Zoro era apenas mais um como os outros, e esse dia era o seu décimo nono aniversário. Nunca tendo festejado um aniversário, o décimo nono não seria diferente dos outros, e tal como qualquer outro dia, depois do treino de rotina, ele decidiu vaguear os cantos mais despovoados de Kumogakure, com uma garrafa de saquê na mão, e aproveitando para apreciar as vistas que as montanhas proporcionavam.

E foi nesse dia, algures entre o efeito do alcóol e do vazio das montanhas, que uma epifania surgiu. Zoro finalmente percebeu o porquê de ter começado a estagnar, e a resposta era simples. Ele estava tão focado no seu Kenjutsu que nunca considerou combiná-lo com todas as outras competências que tinha vindo a desenvolver como shinobi. Ele tinha feito uma versão muito simplificada disto, aprendendo a infudir chakra nas suas espadas, mas isso era apenas a ponta do iceberg, e era preciso um pouco mais de criatividade para o ajudar a atingir todo o seu potencial.