01/05: O começo.

Era uma manhã de outono, havia acordado cedo para comer. Deveria estar preparado a qualquer momento, pois uma missão poderia requisitar minha presença. Dito e feito, um pergaminho chegou a mim com uma missão de nível C. – Vai ser minha primeira missão em muito tempo! – disse, animado. O pergaminho dizia para encontrar alguém no centro da vila as 9h30min, faltava apenas uma hora então me apressei em vestir meu traje completo e segui para o lugar determinado.

Ao chegar lá, esperaria que alguém se acusasse. Estava com o pergaminho e alguns equipamentos em uma pochete acoplada na nádega direita. – Está na hora...

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02/05: O começo.

Havia chegado bem em cima da hora, pontual como gostava de ser. Deparei-me com um instrutor fino e elegante, um homem másculo que sequer despejou um olhar mais atento sobre mim, "devo fazê-lo me notar", pensei. Delegando as ordens e apontando para os caixotes imensos em cima da carroça, o homem exigiu que as movesse e armasse as barracas para o festival. – Que festival será esse? – murmurei, não fazia ideia de que se tratava, mas provavelmente descobriria.

Caminhei até a carroça despretensiosamente, talvez outros achassem que eu sequer moveria-as pelo meu corpo pequeno e aparentemente incapaz de tal. Mas para sua surpresa, minha força superava as aparências e apoiei uma das caixas em cada um dos ombros, carregando-as com cuidado e até certa facilidade. – Se é para montar barracas, vou espalhá-las pela praça e montar cada uma individualmente – Pensei alto – Bom, primeiro tirarei todas da carroça – Completei.

Duas de cada vez e com cinco viagens, descarreguei a carroça completamente (ou pelo menos as dez caixas), distribuindo-as pela praça central e sempre de olho em cada uma delas para nenhum engraçadinho decidir roubá-las. Agora era hora da montagem, nunca havia montado uma barraca, mas com certeza seria algo fácil. Abri o primeiro caixote sem muito esforço, somente deixando a caixa no chão e arrancando a tampa para evitar a queda dos equipamentos que depois removi um a um e despejei-os no chão. Com todas as ferramentas em minha visão, pude visualizar mais ou menos a montagem da barraca, e aos poucos montei a primeira barraca, fazendo os apoios bem firmes no chão e erguendo as lonas. Graças a minha força pude enterrar bem fundo cada barra de ferro que serviria de apoio para a lona, então ficaria bem seguro. – Não é tão difícil quanto pensei.

Com a experiência da primeira vez, o restante das barracas foi fácil de se armar, então uma a uma ergui todas as dez. Serviço cumprido, chamei pelo instrutor – Acabei!

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03/05: Festival do Trovão.

Havia terminado de montar as barracas, e o instrutor responsável analisou uma a uma com seu monóculo elegante. "Um homem de classe" pensei, depois de avaliar meu feito ele me delegou outra tarefa; panfletagem. Uma caixa com muitas panfletos, uma ordem e nada mais. Bom, não havia de reclamar, tinha muito trabalho a fazer.

Poderia acelerar o processo, mas usar toda minha velocidade se tornaria... exaustivo. Uma pequena parcela do todo seria suficiente. Tinha de distribuir no centro da vila, então me preparei indo ao ponto mais central que consegui imaginar e iniciei os trabalhos. – Oeeee! Venha conhecer o Festival do Trovão!! – Gritos ecoavam na praça, a voz um pouco infantil podia atrair ou não mais curiosos - esperava que atraísse. – O melhor festival comemorando seu centenário! Não percam! VAI TER DE TUDO! – Na parte final dei uma entonação maior, para geral suspense. Entregava os panfletos a quem passasse na minha frente, sempre pedindo com educação para que levassem. – Bom dia senhor(a), com licença, venha conhecer o festival do trovão!

Um senhor mais idoso chegou para conversar baixinho – Olá jovem, onde vai ser esse festival? – então me dei conta que não estava apresentando o lugar para as pessoas, embora estivesse no panfleto era importante dizer. – Sim, senhor, será no centro da vila! Há muitas barracas lá! – Depois que o idoso se dispersou, voltei a gritar, acrescentando uma nova informação dessa vez – VAI SER NO CENTRO DA VILA!!!

Gritei até minha voz ficar rouca, e todos os panfletos serem distribuídos. Depois daquilo com certeza bebi mais de dois litros de água, ou pelo menos quase isso...

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04/05: Festival do Trovão.

"Muito bem" o coordenador do evento elogiou, sorrindo para mim "Você é muito dedicado" completou, um grande sorriso se abriu no meu semblante. "Meus esforços estão sendo vistos" pensei, feliz por ter sido notado. O olhar dele, no entanto, se perdeu em meio as arrumações e se estreitou em um ponto fixo para então anunciar "PEGA LADRÃO".

A frase me fez por meus olhos a procurar pelo sujeito na mesma direção que o elegante homem supostamente o vira, e não demorei muito para o identificar. Era o encarregado pelo evento e sua segurança de acordo com o contrato da missão, então teria de cuidar do vigarista com as próprias mãos. Meu olhar atravessou a multidão e fixou-se no homem, bolando rapidamente uma estratégia. – A multidão vai me atrapalhar se eu tentar atravessá-la, na verdade posso aproveitar que ela está o atrasando!

Concentrando a força nos músculos das pernas saltei na diagonal na direção do fugitivo, mas meu objetivo era locomover-me pelos telhados das casas. Mantendo sempre um olhar atento para o ladrão e para o caminho que traçava, abusei da minha velocidade aparentemente superior para tentar encurtar a distância – algo que não levaria muito tempo. Quando já estivesse praticamente acima do alvo, faria uma súbita investida em diagonal para baixo em sua direção, quase como uma bala. Tendo domínio de combate corporal e habilidades louváveis, tentaria usar um dos palmos para capturar seu antebraço e puxá-lo para trás enquanto simultaneamente buscaria "pregar" a mão em seu crânio e impulsioná-lo para baixo junto com o restante do corpo enquanto minhas pernas se encarregariam de pressionar suas costas contra o chão. – Você é meu! – Gritaria.

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05/05: Festival do Trovão.

Havia imobilizado o ladrão com sucesso, arrastando-o na queda por alguns metros antes de paramos definitivamente. A multidão aplaudiu minha performance, e isso me encheu de ânimo além de abrir um sorriso brilhante em meu rosto. Com o capturado imóvel, ergui-me enquanto segurava suas mãos presas às costas. O organizador do evento chegou para me parabenizar com um belo elogio e um agradecimento, seguido de uma reverência formal e um convite para o próprio festival. – Estarei lá, muito obrigado!

Levei o "prisioneiro" para as autoridades, uma delegacia mais próxima ou um guarda de bobeira qualquer, até mesmo um Jounin que passasse na hora. Recebi minha recompensa pela missão no gabinete responsável por elas e, depois de resolver todas as pendências, resolvi aproveitar o festival pelo restante do dia. – O descanso merecido!

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