"Não precisamos disso mãe, já estamos bem acostumados com o clima." constatou Shinsetsu, inutilmente, para sua mãe, que o arroupava com um casaco de couro.
Ainda era de manhã, e fazia pouco tempo que Shinsetsu e Kenkyo haviam saídos da cama.
"Nem me venha com essa, é o seu primeiro dia como ninja e não quero que fiquem resfriados." disse a mãe um pouco preocupada.
"Tá, tá." disse em um tom suave, não adiantava resistir.
Só fazia alguns dias desde a graduação dos gêmeos na academia ninja, e este era o dia o qual fariam sua primeira missão, não era nada de incomum, apenas uma missão de baixo risco, que envolvia serviços até que bem simples, de modo que os garotos não estavam tão ansiosos assim, não como sua mãe. Ela parecia um tanto quanto ansiosa, havia se acostumado em tê-los em casa até que bem frequentemente, e o fato de não poder vê-los mais nesta frequência a deixava preocupada.
"Pronto?" disse Shinsetsu, parecia um pouco impaciente.
Junto á esta pergunta, de seu peito surgia aos poucos, o que parecia ser uma cabeça, o qual havia sua mesma aparência: cabelos soltos, seguindo ao pescoço, um tom de pele levemente bronzeado, bochechas curtas, com sombrancelhas levemente inclinadas, finas em sua ponta, se tornando robustas á medida que chegam ao nariz. Por sua vez, o nariz é fino, um pouco proeminente. Quanto á sua vestimenta, desta vez vestiam uma regata azulada com uma bermuda negra que vai até os joelhos, algo que não era um estilo comum para a época do ano, já era outono e o inverno estava chegando.
"Nós vamos nos atrasar, mãe." disse Kenkyo.
"Com o cabelo desse jeito, jamais!" disse a mãe, ao observar a bagunça que estava os cabelos dos garotos. Fez questão de penteá-los, atando seus cabelos de modo que não atrapalhassem a visão.
"Se eu soubesse que vocês crescessem tão rápido, não deixaria vocês sairem de casa." disse a mãe, enquanto penteava Kenkyo.
"Você não está orgulhosa da gente?" perguntou Kenkyo, parecia um pouco desapontado.
"Que pergunta besta, é claro que estou." disse a mãe com um pequeno sorriso "Vocês se dedicaram bastante, e agora são ninjas, não estaria mais orgulhosa que isso."
O comentário avivou o coração dos garotos, que esboçavam um grande sorriso, era ótimo ouvir isso de alguém que admiravam, em resposta, davam um abraço apertado em sua mãe. Agora dedicados, seguiram até o quartel de Kumogakure, caminhavam com certa cautela enquanto observavam ao seu redor, essa dedicação não durou muito tempo, pareciam inseguros, optando por caminhos com uma menor movimentação. Ao chegar ao quartel, Shinsetsu abria a porta, neste momento, uma sensação subia de dúvida subia por sua espinha no mesmo instante; era muita gente, não era algo que estavam acostumados, e isso era um grande problema. Ficou estático por alguns instantes, sem saber o que fazer.
"Por quê parou?" perguntou Kenkyo, alocado á suas costas.
"M-muita gente." respondeu, havia receio em seu tom.
"Q-quantos?" disse Kenkyo também compartilhava o mesmo receio do irmão "N-não importa, você tem que fazer isso."
"É fácil falar!" disse Shinsetsu um pouco alto, reduzindo o tom em seguida, envergonhado.
"Vamos, é só não olhar para ninguém, você consegue!"
Shinsetsu enchia os pulmões, não era algo difícil, podia ser feito. Adentrou o quartel, caminhou em passos curtos e rápidos, evitando contato visual, se atentando ao chão até chegar á uma das salas. Lá estava um dos atendentes, que os saudavam de um modo educado. Ansiedade subia á espinha dos dois á medida que Shinsetsu conversava com o senhor, Kenkyo se recolhia no corpo por completo o mais rápido que pôde, deixando quase o trabalho inteiro para Shinsetsu. Com tanta adrenalina, o garoto não podia formar muito bem palavras, e se sentia levemente desnorteado. Quando percebeu, não lembrava nada do que havia conversado e a única coisa que restava era o pergaminho com os detalhes da missão. Saiu do quartel de maneira rápida e, ao se afastar por alguns bons metros, suspirou de alívio, e não muito contente disse:
"Você me deixou sozinho falando com ele!"
Kenkyo se projetava para fora do corpo mais uma vez, parecia também aliviado de tudo ter acabado, o grande problema agora seria enfrentar as reclamações de seu irmão, que no caso não sabia se era muito melhor do que a situação interior.
"D-Desculpe, era um pouco demais para mim!"
"Agora já não importa mais." disse Shinsetsu, fazendo birra, e em seguida abrindo o pergaminho.  
"O que temos de fazer?" perguntou Kenkyou, após a pergunta, transitava pelas células do corpo, até se projetar no peito de Shinsetsu, onde observava curioso o conteúdo do pergaminho.
Aparentemente, os dois deveriam prosseguir até uma floricultura não tão longe do quartel, seu dono teve de se ausentar por alguns dias por conta de algumas complicações, e pagou uma certa quantia para que alguns shinobis cuidassem da mesma em sua ausência.
Ao chegar se depararam com um estabelecimento modesto, com algumas janelas de carvalho de tom avermelhado, e acima, uma placa de madeira envolta por trepadeiras, era uma floricultura simples e sem muitos exageros. Ao adentrar, se depararam com uma bela variedade de flores da estação, seguido com um aroma misto das flores, algo agradável, de fato, mas que não pôde ser aproveitado. Ambos estavam á frente de seu pior antagonista: Sujeira. Poeira e terra tomavam conta da floricultura, ao que parecia o último empregado só regava as plantas e deixava a limpeza de lado. Isso era algo inaceitável, e algo deveria ser feito. Kenkyo rápidamente liberava suas células para fora do corpo de seu irmão, de modo que se tornasse como uma réplica própria de seu irmão, com suas mesmas vestimentas.
"Vou pegar a pá e a vassoura, vê se acha um espanador." disse Kenkyo, não iria aceitar a ameaça de tal antagonista, e iria subjulgá-lo com sua dedicação.
A batalha havia sido travada, e ambos os irmão saem vitoriosos, em toda sua glória, eles batem suas mãos, o grande problema é que ainda havia mais um perigo: Pessoas. Teriam de ficar o dia inteiro conversando com clientes, algo que Kenkyo não parecia disposto; se recolheu rápidamente de volta ao corpo de Shinsetsu.
"Ei, ei, vai me deixar sozinho?!" disse Shinsetsu ao perceber a ação do irmão.
"E-eu sempre estou aqui, só não vou ficar falando muito!" disse Kenkyo, enquanto começava á se esconder por completo no corpo do irmão.
Não foi um serviço simples para Shinsetsu, se complicava facilmente em seus dizeres, e ás vezes confundia os pedidos. O dia parecia passar cada vez mais devagar, foi um grande alívio a chegada da tarde e o fim do serviço. Antes de sair, deram uma última faxina no lugar, e por fim seguiram para casa.
Talvez esse tenha sido um dos piores dias da vida dos gêmeos, tiveram de enfrentar seus problemas de frente, mas no fim pareciam satisfeitos, era ótima a sensação de um serviço feito.

Considerações:

Jutsus Usados:

Armas Levadas:

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