Era por volta de uma hora da tarde. Em minha casa todos já haviam almoçado e estavam satisfeitos. Meu pai e seu irmão estavam no que meu pai gostava de chamar de “grande arsenal” onde o mesmo guardava muitas armas e pergaminhos.

Minha mãe por sua vez, estava na varanda sentada junto da mãe de Toriko. Ambas continuavam jogando shogi, e curiosamente ainda era a mesma partida de três horas atrás. Talvez estivesse demorando tanto pelo fato das duas serem muito ruins.

Eu estava no meu quarto junto de Toriko. Conversávamos sobre como tinha sido incrível o jeito como derrotei o mestre Katou – Eu não acreditei no que vi! Nem mesmo conseguindo ouvir os ossos dele se quebrando! – Dizia o garoto, que por sua vez estava muito animado com tudo aquilo.

Eu tinha tentado ensinar para o garoto como utilizar o goken, mas o mesmo disse que já tinha outro estilo em mente. Disse a ele que estava pensando numa técnica nova, e queria a ajuda dele para desenvolver.

- Como eu posso ajudar? – Me perguntou inocentemente – Na verdade eu preciso que você receba o golpe e me diga o quanto ele está bom - Uma pessoa normal não aceitaria tal proposta. Todavia Toriko se animou e quis que fôssemos logo com aquilo.

- Certo! Vamos tentar entrar no grande dojo que meu pai usava pra lutar com Albus e eu! – Disse enquanto abria a porta do meu quarto bem devagar. Assim que saí pude ver minha mãe e minha tia jogando na varanda, tínhamos que ter cuidado para não sermos visto. Papai não gostava que eu entrasse sem a sua permissão no dojo.

Assim que conseguimos passar por minha mãe não tínhamos mais que nos preocupar com muita coisa, apenas em não fazer muito barulho. Seria muito ruim se alguém nos descobrisse. Enfim estávamos no lugar. Era tudo muito limpo e cheiroso, nem parecia que homens se digladiavam ali nas gerações passadas.

- Então, Oki-san! Me mostre a sua técnica! – Toriko estava eufórico, e com pressa de ver a técnica que estava desenvolvendo – Tudo bem, ai vou eu – Nos posicionamos a dois metros um do outro, então inciamos um pequeno confronto para criar o cenário onde eu pudesse utilizar minha técnica.

Toriko inciou na ofensiva, tentando me acertar um chute alto, o qual eu defendi com a parte externa no antebraço, seguindo por acerta-lo uma rasteira. Todavia o garoto se levantou rapidamente, já com o punho cerrado e tentando me acertar um soco de esquerda.

Era o que eu precisava. Segurei o soco de Toriko e usei o mesmo para ter um apoio. Subi pelo mesmo e prendi a cabeça do garoto entre minhas pernas, fazendo um movimento rápido de reposicionamento, o que, por conta de meu peso, desequilibrou o garoto, o derrubando no chão com bastante força, enquanto eu já estava em pé.

O garoto se contorceu por alguns segundos e então se levantou – É incrível, primo! Algum dia você irá me ensinar! – Disse enquanto colocava a mão na coluna, aparentemente eu o tinha machucado – Vamos colocar uma compressa ai. Vem comigo – Falei em um tom preocupado, levando o garoto de volta comigo para o quarto, pegando um pouco de gelo para por no local do ferimento.

Considerações:

(C) Ross