Estava um tempo abafado no vilarejo de Kumo, com um sol quente resplandecendo num céu azul impecável. Nuvens errantes se moviam como ilhas gigantescas à deriva no horizonte reluzente. Uma carta foi entregue no correio postal de Kamishiro na noite passada, tratava-se de uma missão.

Francis é um garoto com seus doze anos de idade, um prodígio em Genjutsu, porém, não são o suficiente para seus pais, dois artistas quando o assunto é o manuseio de espadas. Com a sensação de que seu filho pode e deve aprimorar um ponto fraco do seu estilo de luta, pediram ao diretor da academia para recomendarem um mestre espadachim e o homem foi muito mais além, recomendou Kamishiro, um perito em Kenjutsu e também um jovem talento para ajudar Francis, que sairia após o primeiro período de aula, às 12:15.  


Francis esperava com certo grau de ansiedade em frente à porta da academia, lugar já visitado por Kamishiro em seus tempos áureos de aluno. Quando o ninja de cabelos branco ondulados chegasse, seria recebido com uma saudação típica de um shinobi e um aperto de mãos. -- Ohayou! (bom dia) Muito obrigado pela sua ajuda, espero aprender muito com você hoje.

Informações:

@GuillotineCrown

Ao clarear do dia as janelas automaticamente se abrem e a luz do sol invade seu quarto, com um pouco de preguiça Heshkiri não se levanta da cama, ficando apenas sentado por alguns instantes enquanto coça o seu rosto levemente inchado. Saindo da cama vai direto ao banheiro e inicia os rituais matinais de escovar os dentes e tomar um banho, saindo do quarto nota um envelope no chão próximo a porta, ao ler o conteúdo se anima um pouco, afinal se foi convocado para realizar algum treinamento especial, provavelmente seria em relação ao que ele se sobressaia na academia, a técnica com espadas que tanto é presada culturalmente por Kumogakure. Ainda com tempo sobrando devido a ter que está em frente ao portão da academia por volta de meio dia, resolve praticar um pouco antes de ir já pondo em mente como faria para ensinar ao gennin.

Cerca de uma hora antes de meio dia ele sai de sua mansão sem nem mesmo se despedir da anfitriã, essa que está cada dia menos presente em sua vida desde que iniciará a construção de toda uma ala tecnológica aos fundos da moradia. Devido ao desconfortável clima de verão achou melhor amarrar os cabelos em um rabo de cavalo baixo, conforme chega na frente da academia dá de cara com um rapaz loiro que se apresenta de forma amigável, tentando retribuir a cortesia ele abre um leve sorriso enquanto aperta a mão do jovem, logo em seguida fala: — Prazer, me chamo Heshikiri e você meu amigo, como se chama? — Espera a resposta para prosseguir: — Com certeza iremos melhorar juntos até o final do dia. Mas agora temos que nos adiantar para chegar logo no local de treinamento, nas montanhas pouco depois dos arredores da vila. — Desfazendo o sorriso e com uma expressão mais séria diz: — Mas fique em alerta, o lugar é próximo de fronteiras inimigas, está pronto? — Com o gennin preparado, partiria em direção as montanhas.

-- Meu nome é Francis, prazer, Kamishiro! -- Respondeu o garoto. Com boas vibrações e pensamentos positivos, a dupla tomou o caminho dos arredores e seguiu por uma estrada de terra batida margeada por árvores grandes e frondosas que sombreavam o trajeto vez ou outra, filtrando com suas copas vigorosas o sol dourado que ardia logo acima, e chegaram ao campo de treinamento por volta de uma hora, quando o sol estava no pico.

Tratava-se de um campo modesto, situado às margens de um dos inúmeros afluentes do principal rio que cortava a divisa com o vilarejo do país da grama. Existia uma única casa ali, de madeira e telhado de junco, era a casa dos avós do garoto, longe de seus pais. Uma senhora de cabelos grisalhos e óculos vermelho saia e se apresentava para Kamishiro. -- Prazer, meu nome é Dorothy, você é o responsável pelo treino do meu neto? Por favor, fique a vontade e se precisar de algo é só chamar. -- Disse a senhora.

Informações:

@GuillotineCrown

O local de destino tinha se mostrado bastante agradável, com um bom espaço e grama fresca no chão, mesmo com uma pequena formação de mata ciliar as margens do rio a umidade advinda do mesmo fazia o calor da estação mais suportável para Heshikiri. Ficou surpreso em encontrar uma cabana habitável um pouco distante da vila, lhe aliviava um pouco saber que mais alguém além dele gostava de viver longe de toda aquela movimentação. Em retorno ao comprimento da senhora ele junta o antebraço próximo o estomago e abaixa a cabeça falando: — Prazer Dorothy, me chamo Heshikiri e serei o mestre de seu neto durante essa tarde, da qual quando se encerrar com certeza será um espadachim melhor. Qualquer coisa não hesitarei em requisitar a senhora. — Corrigindo a postura se volta para Francis e diz: — Melhor começarmos logo, afinal temos pouco tempo. —  Vai para o centro a área e acena com a mão para solicitar a aproximação do garoto, sacando a espada continua: — Praticaremos com espada real, para poder se acostumar com o peso e a extensão logo cedo. Agora fique em postura de combate. — Esperaria o garoto se preparar, observaria bem o espaçamento entre os pés, assim como a dobra dos joelhos, a altura em que deixa os punhos que seguram as lâminas, postura do tórax e dobras dos cotovelos.

Ao menor sinal de desregularidade corrigiria o garoto ditando o como teria que deixar até que se posicionasse adequadamente para prosseguir: — Agora treinaremos algumas posições e repetições. Tente seguir meus movimentos, não pare se achar que fez errado só quero que faça até o final e tente memorizar o máximo. — Inicia então os movimentos aplicados no primeiro katar Itsutsu no Tachi, uma simples combinação para iniciar. Conforme fazia os movimentos falava: — Esses movimentos são repassados entre os samurais a inúmeras gerações. E você meu amigo, é de alguma linhagem em específico? — Perguntava tendo em mente que provavelmente esse garoto poderia vir de alguma família influente, já que possuam recurso para solicitar uma missão na vila com o intuito de melhorar suas habilidades. Caso notasse que o garoto respondeu francamente sobre sua origem, ele diria: — Os movimentos que estou demonstrando vem de minha terra natal, o País do Ferro. Lá é mais comum a existência de espadachins. — Continuaria a realizar os movimentos incansavelmente, repetindo inúmeras vezes se necessário até notar que o garoto começava a prosseguir, o exercício servia não somente para poder aprender os movimentos e sim para decora-los, depois de muito treinamento sabia mais do que ninguém sobre a existência da memoria muscular, quando se realiza tanto um movimento que seu corpo memoriza e se torna muito mais predisposto a realiza-lo com precisão e velocidade. Esperava o garoto decorar o timing certo dos movimentos para poder começar o treino em conjunto, ambos realizando movimentações diferentes que se tornava realmente o Itsutsu no Tachi.

Com seu espírito de liderança somado ao seu grande conhecimento na arte do Kenjutsu, Kamishiro orientou o garoto da melhor maneira possível, corrigindo a deficiência que o garoto tinha em sua postura, falava com propriedade. Ajudava-o também a como empunhar a Katana, com firmeza. -- Meus pais são adeptos do Kumoryū, mas eu não nasci com a mesma aptidão para as espadas como eles, e isso é motivo de grande chateação lá em casa. -- Respondia o garoto, crente que com o treinamento de agora iria retornar sem pesos nas costas. -- Interessante, assim como o seu estilo de luta, o Kumoryū é um estilo de luta versátil baseado em kenjutsu e utilizado por shinobis de Kumogakure exclusivamente. Você já ouviu falar? É empunhado uma longa katana e um único golpe pode conter uma enxurrada de ataques e muita eficiência, é bonito de se ver.

Francis repetia sistematicamente os movimentos de Kamishiro e se esforçava para manter sua postura contundente, como um prodígio estava sendo fácil aprender o ensinamento do membro do clã washu. A dupla então iniciava um treinamento em conjunto, com o garoto simulando um ataque duas vezes com um corte na cabeça e depois avançou para esfaquear na região do abdômen. Como uma simulação, ele apenas estava demonstrando que tinha assimilado os movimentos ensinados por Kamishiro, seus movimentos sequer encostavam no corpo do genin, eram apenas indicativos.

A avó de Francis chegava ao campo de treinamento com dois copos de limonada e alguns cookies para que os garotos se servissem.

Informações:

@GuillotineCrown

O garoto aprendia de forma muito rápida e sem nenhuma complicação, tinha certeza que com uma rotina de treinamento adequado ele poderia se tornar um grande espadachim. O garoto também explica um pouco sobre a arte treinada por seus pais, demonstrando admiração. Mesmo sendo uma explicação curta ele ficou um pouco aliviado em saber que os movimentos que estava ensinado ao garoto não seriam todos perdidos, já que esse katar em específico poderia muito bem se ajustar aquele estilo de luta. Após um bom tempo a senhora que havia se apresentado mais cedo aparece oferendo um copo de limonada, Heshikiri nunca tomou nada parecido, tem em mente a total certeza de que tal liquido seria intragável, os biscoitos que acompanhavam seriam praticamente um veneno ao seu corpo. Deveria recusar sem parecer rude e assim tentou: — Melhor não provar nada, tenho certeza que deve está delicioso e caso eu começo posso acabar quebrando a dieta que faço para obter maior aptidão física. — Esperando que não houve muita insistência pois com certeza ele não comeria nada e nem precisava no momento.

Enquanto o garoto comia, perguntaria a senhora: — A senhora vive aqui sozinha? — Caso a resposta fosse positiva ele continuaria falando: — Deve ser libertador depender apenas de si mesmo, não? — Se a resposta da pergunta anterior a essa fosse negativa e a senhora questionasse, ele apenas diria: — Só estava curioso, afinal não é muito comum pessoas vivendo isoladas. — Esperaria cerca de trinta minutos após o Francis terminar para repetirem os movimentos até que o sol começasse a se pôr, então voltariam a vila. Ou caso o garoto ache que estivesse ficando tarde antes do esperado ele retornaria sem problemas.

A senhora apenas assentiu positivamente com a cabeça diante da recusa de um regrado Kamishiro. -- Vivo sozinha desde o falecimento do meu marido. -- Respondeu a senhora, retornando para sua casa, mas não sem  antes se despedir do jovem de cabelos brancos. -- Muito obrigado por ter treinado meu neto. -- Ela retirou uma quantia de 200 mil Ryous e entregou ao jovem como forma de agradecimento.

Seguiram com o treinamento tarde a fio, com Francis satisfeito retornaram para o vilarejo.  

@:

@GuillotineCrown