[RP SOLO - Capítulo] O Arqueiro

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[RP SOLO - Capítulo] O Arqueiro
[RP SOLO - Capítulo] O Arqueiro

Jäger

11/6/2018, 00:33

O Arqueiro

Nada podia parar Kyoko.

O garoto tinha seu arco em mãos, as flechas na aljava, a determinação de um garoto e todo tempo do mundo. Pela primeira vez na vida sentia que estava pronto para começar a viver. Pela primeira vez na vida, escolhia seu destino.

A tarde era quente, o sol assolava o campo de treinamento de Iwa, um gramado seco e acinzentado, pouco cuidado pelos habitantes, bem batido pelo constante uso. Um alvo fora improvisado pelo jovem, ele olhava, vinte metros de distância, pensando ter exagerado.

Talvez fosse só um hobbie passageiro. Talvez ele não merecesse portar aquela arma. Talvez não houvesse qualquer talento a ser descoberto.

Mas ele ouvira as histórias. Ele lera os contos. Sentia-se apaixonado pela arte, como se um próprio cupido tivesse atirado contra seu coração, e a primeira coisa que vira em seguida fora um arco. Tinha que aprender, tinha que tentar. Tinha que conseguir.

Deixara tudo para trás, simplesmente para ficar sozinho. Seus amigos estavam por aí, seus pais trabalhavam. A paz reinava no campo de treinamento.

Era a combinação perfeita.

Ele puxou a corda, para ver o quanto poderia tencionar o arco. Percebeu então que não seria tão fácil quanto parecia ser nos livros, histórias e contos.

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Jäger

11/6/2018, 02:33

O Arqueiro

Em suas costas pendia a aljava com vinte flechas. Em sua palma esquerda, um arco longo. Vestia roupas leves, um conjunto esverdeado e um tamanco de madeira. Ouviu dizer que a cor dava sorte.

Tentaria pela primeira vez atirar com o arco. Puxou da aljava uma flecha, pousou-a sobre o apoio e encaixou sua base na corda de cânhamo. Olhou ao redor, sentiu o ar, ouviu o silêncio. Pensou em poesia, e pensou o quão poético seria se acertasse em cheio seu primeiro tiro.

Puxou a corda. O arco era forte, mais forte que ele. Fez o máximo de força que pôde e ainda sim a arma não se curvou aos seus desejos.

Desajeitado, soltou a corda. A flecha voou, sim, mas seu trajeto foi curto, cego e feio. O garoto estava desengonçado, desalinhado. O projétil fez uma curva e sequer cravou-se em algum lugar, só foi direto ao chão, quicando uma vez antes de parar.

Kyoko suspirou.

- É, não é como nos livros.

Tentou lembrar-se do que fora escrito. “Fique reto. Não inspire ou expire ao atirar. Ombros retos”.

Foi até a flecha, não queria perder seus itens. Recuperou-a, voltou até sua posição inicial, marcada por estar alinhada com uma árvore qualquer, e mirou novamente em seu objetivo.

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Jäger

11/6/2018, 07:31

O Arqueiro

Seguia com o treino. Seu humor estava bem blasé, pois o desempenho inicial não fora como esperado. Nunca seria, na verdade.

Porém, o garoto não desistiria. Estava determinado, apesar de tudo. Puxaria a corda armada com uma flecha pela segunda vez na vida, seguindo os ensinamentos de um livro antigo que encontrara na academia.

“Atirar corretamente é acertar corretamente”.

Tinha que atingir um nível espiritual específico durante o tiro. “Sem pensamentos, sem ilusões”.

A arte era precisa, o tiro era preciso. Não admitia erros. O alvo estava ali, os equipamentos estavam ali. Kyoko estava ali. Puxou a corda, tencionou o arco. Não respirou, não pensou.

Não havia ilusões.

A flecha resvalou na madeira do arco e despontou campo acima. Ia alta, longínqua, porém, ia forte e potente. Kyoko sorria, pois, mesmo sem acertar o alvo, aquele resultado era melhor que o anterior. Ali, sozinho no campo de treinamento, sentiu que estava indo a algum lugar.

Olhou para seu arco, desviou de seus devaneios. Correu em direção à flecha perdida, encontrando-a cravada numa árvore qualquer. Retirou-a da madeira sem causar grandes estragos e voltou para o campo. Usaria a mesma flecha, já deteriorada e torta, mas usaria.

- Vamos lá! – Infundiu sua determinação em seu coração e atirou.

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Jäger

11/6/2018, 09:32

O Arqueiro

Tinha chegado no campo de treinamento pela manhã. Agora, já era noite.

Passara o dia todo atirando, tentando atingir e atingindo algumas vezes seu alvo. Mas não era acertar o alvo que o divertia, era prever o trajeto de suas flechas. Cada vez mais, ele sabia para onde seu projétil ia, e ele então entendia o propósito de ser um bom atirador.

Porém, suas condições físicas não eram o suficiente. Ele precisava de mais força, mais resistência. Encontrava-se exausto, puído. Suas roupas estavam banhadas em suor.

Com calma e paciência, buscou recuperar cada uma das flechas que tinha atirado. Terminava o dia com dez flechas a menos, o que era surpreendente, considerando que praticara o dia todo.

Seus músculos doíam até em partes do corpo a qual ele não sabia que se podia doer. Voltava para casa com as pernas tremendo.

A noite enfim caiu, Kyoko cumprimentou seus pais, revelou por onde andara o dia todo, fez uma longa refeição e deitou-se. Apagou num instante.

Acordaria no outro dia cheio de dores, porém, sua determinação em se tornar um arqueiro fazia com que mantivesse seus treinamentos rígidos e longos. Era um “intensivão de arquearia”.

Já sabia onde andaria o dia todo.

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Jäger

11/6/2018, 11:31

O Arqueiro

No decorrer da história ninja, nenhum arqueiro se destacou. Por incrível que pareça, ninguém nunca pensara em desenvolver técnicas das artes ninjas com a arte da arquearia – ou pelo menos não ficara famoso ao fazê-lo.

Kyoko conhecia alguns homens, de livros e histórias, que ficaram conhecidos por serem bons arqueiros. Mas, eram homens comuns. Não eram aptos a qualquer uma das três artes ninjas, tampouco tinham qualquer histórico na academia.

O garoto iria mudar isso. Já qualificado pela academia ninja como um genin, rumava para a maestria do arco para então desenvolver suas habilidades ninjas. Já pensava em inúmeros métodos para ampliar o poder de seu arco, tudo com base do que aprendera sobre ninjutsu, genjutsu e taijutsu.

Sabia que não tinha grandes reservas de chakra, apenas um razoável controle do mesmo; precisava treinar isso, também. Mas sua carreira estava apenas começando. Tornar-se um maestro com a arma que empunhava era apenas o primeiro passo.

Era bem cedo, mais uma vez, e já estava no campo de treinamento. Trocara o alvo por um novo, arranjado no quartel general das forças táticas de Iwa, muito utilizado para treinos de mira com kunais e shurikens. Porém, era o arco que ele treinaria.

Empunhava o arco, caçava a flecha, postava-a no apoio e encaixava a corda. Puxava.

E um novo dia começava.

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Jäger

11/6/2018, 17:05

O Arqueiro

Kyoko manteve seus treinamentos por dias, semanas e meses. Seu corpo começava a moldar-se junto a seu arco que, cada vez mais retesado, se curvava à sua força notória. Tornava-se um arqueiro.

A arma virava uma extensão de seu braço, dada grande habilidade com a mesma. Sua determinação o fizera chegar mais perto de onde queria.

Com o passar do tempo notou sua defasagem nas artes ninjas. O que mais conhecia era ninjutsu, sendo um completo leigo em tai e genjutsu. Mudaria isso futuramente. Por enquanto, pensou em ampliar sua capacidade com o elemento que descobrira ter afinidade, ainda na academia, o Raiton.

Começou a executar exercícios que eram comuns na academia. Focalizava seu chakra, tangenciando-o ao elemento, tentando materializá-lo em suas palmas. Permaneceu resiliente. Tornou a imaginar que tipo de combinação poderia desenvolver tanto na manipulação dos raios quanto com seu arco e flecha.

Depois de postar-se mais uma vez no campo de treinamento, estabeleceu sua meta: teria que ser um domador do raio, habilmente capaz de conjura-lo para abater seus oponentes.

Iniciou simples. Juntava as mãos e concentrava seu chakra. Depois, afastava as palmas, na tentativa de criar um arco voltaico simples. Mantinha o exercício até conseguir e sentia que cada vez mais, mesmo apenas fazendo tarefas simples, seu corpo começava a cansar.

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Jäger

11/6/2018, 19:09

O Arqueiro

Kyoko manteve seus pensamentos focados. Após diversas tentativas, os poderes do raio começaram a aparecer e seu chakra se esvaia aos poucos. O garoto tinha fé que conseguiria dominar o elemento, mas tinha um longo caminho pela frente.

Para começar, não sabia nenhum jutsu além dos da academia. Ou seja, tinha que ir desenvolvendo suas técnicas na raça. Não tardou para que, então, pensasse finalmente num jeito.

Como desenvolvera o arco voltaico entre as palmas, pensou em criar um novo jutsu, uma nova técnica. Visto que tinha conhecimentos em Ninjutsu, pensou que essa era a forma mais adequada de continuar.

Buscou o arco e elevou-o com a palma esquerda. Teria que ter precisão para não danificar seu aparelho, mas a madeira não era um condutor, então tinha tranquilidade.

Focou chakra nas mãos e, quando as uniu ao puxar a corda, o arco voltaico ficou oscilando, entre a madeira e a corda de cânhamo. Precisava de mais potência, precisava de mais conhecimento.

Se quisesse fazer o que imaginava, teria que materializar por alguns segundos um projétil para então arremessa-lo. Puxou então uma flecha e começou a condensar seu chakra elemental nela. Porém, não possuía um bom controle de suas reservas. Ali, no campo de treinamento, se viu num impasse.

Começou a pensar para então solucionar seu problema.

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Jäger

11/6/2018, 21:09

O Arqueiro

O raio se formava entre a madeira e os fios entrelaçados, iluminando ao redor. Já era noite e, depois de mais um dia inteiro de treinamento, Kyoko desenvolvia sua primeira técnica elemental em conjunto com sua perícia com o arco. Ele gargalhava, falando consigo mesmo, enquanto seus braços tremiam de tanto puxar a corda e concentrar seu chakra entre as palmas.

- Hahahaha! Consegui! Finalmente consegui! – Comemorava.

As tentativas anteriores foram uma desgraça. Em todas elas, o garoto tentava fazer fluir seu chakra, mas ainda não tinha o que era necessário para usufruir dessa habilidade. Percebeu então que condensar sua arma ou o espaço de tiro com chakra elemental não era necessário. Devia, na verdade, criar o raio.

Na mente de um comum, sem habilidade alguma em qualquer uma das artes ninja, isso possivelmente não fazia sentido. Mas ele entendia, ele entendia completamente.

O raio tremulava, instável, armado no arco. O garoto, feliz em cria-lo, não queria soltar. Mas precisava ver a potência de seu ataque.

Largou a corda de cânhamo e o raio voou numa velocidade absurda, chocando-se contra o alvo e empurrando-o com uma força além do que Kyoko sequer esperava. Ele estava abismado; tinha conseguido o primeiro de seus objetivos.

Rumaria, sem parar, para o próximo.

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Jäger

11/6/2018, 23:09

O Arqueiro

O sol de um verão acalorado aturdia Kyoko com sua luz cintilante. O garoto acordava tarde naquela manhã, exausto por ter passado a noite anterior treinando fervorosamente sua manipulação do raio.

Nas últimas semanas começara sua jornada ninja; saíra da academia e trilhava sua carreira com passos lentos, mas precisos. Desenvolvera suas capacidades com o arco, tinha se tornado um perito na arte de atirar flechas, um mestre na ideologia de acertar o alvo.

Agora, nos dias que se passavam, focava suas habilidades nas naturezas elementais. Tinha, como aprendido na academia, afinidade em Raiton. Desenvolvera um jutsu com seu arco e seu elemento, um jutsu bastante útil, mas extremamente simples. Faltava muito para ser um senhor do trovão.

E por isso, levantava. Levantava, pois, o treino não podia parar.

As poucas ações em casa eram dispensáveis à narração. Despedia-se de seus pais, que trabalhavam duro em seu comércio, para ir ao campo de treinamento continuar conjurando o raio.

Puxava a corda e disparava um projétil incandescente, tão rápido quanto uma flecha, tão barulhento quanto um trovão, tão luminoso quanto um raio.

- Kaminari no oto! – Gritava, ao dispersar a técnica. Dera um nome à sua criação, pois todas as criações boas mereciam um nome. Esperava que ficasse conhecido por sua habilidade. Continuaria ampliando-a.

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Jäger

12/6/2018, 01:09

O Arqueiro

Ele fazia um movimento simultâneo com os braços, abrindo e postando o arco firmemente. Na altura da cabeça, o chakra fluiu quando os selos eram feitos em cada uma das mãos. Não juntava seus dedos, como se o arco conectasse seu sistema circulatório, se tornando parte de si.

O trovão cantou entre a madeira e a corda.

As pernas estavam abertas, o arco estava preparado. O garoto disparou.

“Zanshin! ”, lembrou-se. A permanência da forma era o que dava ao disparo sua trajetória. Se, antes de disparar, Kyoko mudasse sua postura, o tiro não seria efetivo. Porém, manteve-se. Pleno, via o raio explodir mais um alvo.

O vento naquela tarde prejudicava o garoto. Seu constante uso da técnica fazia com que esta fosse aprendida com maestria, ainda que o vendaval perdurasse e dificultasse o treino. Os tiros iam com quase perfeição.

Sentia, também, que o constante uso de sua natureza elemental criara um vínculo profundo no âmago do garoto. Suas reservas, mesmo que diminuíssem, não decaíam tanto quanto das primeiras vezes. Era como se o raio fizesse parte de si, e ele fazia parte do raio.

Naquela tarde, e nas tardes seguintes, perceberia como estava apenas começando. Sua jornada estava longe de acabar.

O Arqueiro estava pronto.

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Alone.

Jōnin

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12/6/2018, 09:04

@App. Qualidade Perícia Elemental [Raiton] e Perícia Armamentista [Arco] adquiridas.

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