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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 25 DG
Primavera
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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Hazu

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Hazu passou a maior parte do dia na cama, estava de mal humor e tudo ao redor parecia querer irritá-la, até mesmo Rango que tinha a principal função de não fazer nada parecia ser um incômodo a nukenin que tinha centenas de preocupações na cabeça. Mas tamanha irritação não era comum da sua personalidade, havia muitas coisas se acumulando para fazê-la chegar naquele estágio, não podendo remover os créditos do chakra maligno que corria em suas veias. “Que inferno de flores rosas! Porque há flores em uma floresta? Não poderia ser apenas mato verde e bichos?”, pensou, olhando enfurecida para as flores crescendo no jardim externo à sua mansão.

— Vamos ao centro, Rango! Não aguento passar mais um minuto olhando para o jardim dessa maldita casa! — disse Hazu. A menina se arrastou preguiçosamente pelo seu quarto, se arrumava pegando as peças de roupas largadas no chão ou nos móveis, vestindo até parecer uma ninja normal.

O pequeno lagarto atendeu o comando de sua tutora, caminhando em uma velocidade aceitável para um bicho de sua espécie, escalou as pernas até o ombro direito, seu local favorito. Hazu deixou sua moradia, seguindo pelo caminho da floresta até o centro de Kayabuki, a mesma rota de sempre. Sua cabeça estava pesada e seus olhos ardiam se olhassem para luz, uma irritante ressaca sem bebidas.

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Hazu

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Após uma caminhada de alguns minutos pela floresta, Hazu finalmente chegou no centro do vilarejo de Kayabuki. A menina estava de mal humor, tanto que ela mesma já tinha percebido, mas havia alguma coisa na atmosfera do vilarejo que a deixou ainda mais irritada, talvez fosse por causa da quantidade de pessoas nas ruas, uma agitação incomum para o pequeno vilarejo. “Que diabos há com esse lugar?”, pensou. Caminhou em direção ao Três Canecas, o único barzinho que ainda servia bebidas  para nukenins.

Hazu empurrou a porta de madeira e entrou no bar, mudando completamente o cenário de agitação do lado externo. Tocava uma música calma na caixa de som, as pessoas bebiam em pequenos grupos, na maioria duplas, embora nem sempre românticas. Era um local perfeito para fazer reuniões dos mais diversos assuntos, pois a política do lugar era “Ninguém interfere nos assuntos de ninguém”. Sentou-se no balcão e foi atendida por um homem alto, negro e de óculos escuro, mesmo não havendo necessidade alguma para isso.

— Está com uma cara terrível, Hazu. A primeira é por minha conta. — disse o barman.
— Valeu, Jax. Noite difícil! E que merda de óculos escuro são esses?
— Longa história. Peguei uma alergia nos olhos e não estou muito a fim de mostrar para todo mundo — pegou uma garrafa de whiskey e encheu duas doses no copo de vidro transparente. — Principalmente agora com esses caçadores de recompensas desgraçados.

Hazu pegou o copo e deu um gole. A bebida esquentou seu peito como se tivesse bebido álcool de cozinha.

— Que história é essa de caçadores? — perguntou a menina.
— Gente nova, dizem que estão caçando bruxas em Kayabuki. Qualquer coisa diferente vira alvo desses caras, por isso que a cidade está uma bagunça.

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— Isso não é nada bom! — admitiu Hazu. A menina terminou de tomar sua dose de whiskey e empurrou o copo para Jax, esperando mais uma dose daquelas. — Fico me perguntando como isso vai afetar os negócios. Não imagino que os chefões vão ficar apenas assistindo esses caras fazendo o que quiserem na cidade.
— Eles são ninjas, como você. Ninguém vai querer iniciar uma guerra com esses caçadores de recompensas. É melhor você tomar bastante cuidado para não fazer nenhuma besteira! — respondeu Jax. Encheu o copo com mais uma dose do seu whiskey.

“Qualquer coisa diferente chama atenção desses caras? Isso é realmente ruim. É melhor eu dar um jeito nesse negócio no meu chakra, ou vou acabar matando esses caras na primeira oportunidade”, pensou. Tomou sua nova dose e deixou o bar, no balcão ficou algumas moedas que pagavam a conta e as informações compartilhadas. O lado externo ao bar continuava uma bagunça, pessoas andando para lá e pra cá, encapuzadas como se estivessem tentando ocultar qualquer sinal suspeito em sua aparência, o que tornavam as coisas ainda mais suspeitas. “Idiotas, estão apenas chamando mais atenção ao andarem dessa forma”.

Caminhou na direção das matas, precisava de um bom lugar para dar continuidade ao treinamento do chakra vermelho.

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A menina ainda estava mal humorada, e isso tinha um motivo muito simples, a grande quantidade de chakra maligno correndo em suas veias, sentia que se tratava de uma coisa impura ou caótica, de qualquer forma, dominar aquilo seria um passo para voltar a ser uma pessoa normal, assim esperava. Lembrou do primeiro dia de treinamento desse chakra vermelho e usou os mesmos princípios para avançar um passo, que seria libertar um pouco mais desse poder através de meditação na floresta.

Duas horas se passaram desde que Hazu começou a se concentrar para liberar a energia de chakra do seu corpo, expondo uma mistura de chakra vermelho e azul, o seu próprio. Precisou se esforçar muito mais do que a última vez, pois de alguma forma, tinha que conseguir escolher qual reserva de chakra utilizar, exigindo um bom controle de chakra, mas por sorte, ela realmente dominava essa habilidade.

O chakra vermelho e borbulhante se espalhou ao redor do seu corpo como uma segunda pele quente e um pouco pegajosa.

— Afaste-se um pouco, Rango! Esse poder é meio perigoso, é melhor você acompanhar de perto naquela árvore. — disse a menina, temia o que ela mesma poderia fazer com seu querido pet, caso seus poderes fossem além do seu domínio.

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Rango se afastou depressa quando percebeu o real perigo que era aquela liberação de chakra vermelho, Hazu entendia que era um poder maligno e que devia ser respeitado como tal, e não ignorado. Mesmo que tivesse um bom controle de chakra, não subestimou a capacidade daquele poder todo. O manto vermelho e borbulhante começou a tomar forma, uma cauda única balançando involuntariamente atrás das suas costas. A raiva que pensou ser possível diminuir só aumentou, desejava cada vez mais encontrar com qualquer adversário para gastar essa energia.

— Era isso mesmo, esse poder que está mexendo com a minha cabeça, mas tenho certeza que ainda há mais chakra para controlar… — disse para si mesma, tentava a todo custo fazer qualquer movimento que a fizesse correr em direção a cidade e colocar diversas vidas em perigo, incluindo os misteriosos caçadores de recompensa.

Hazu ouviu um estalo na floresta, alguém estava por perto observando, pois quebrou um galho sem perceber e anunciou sua presença, embora não tão exata. A postura da ninja se voltou para o barulho, encarava cada folha de árvore na tentativa de identificar quem quer que estivesse por perto.

— Foi você, Rango? — perguntou ao pequeno lagarto, mas imaginou que não fosse.

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A menina ainda estava com a transformação monstruosa com um chakra vermelho ao redor de seu corpo, mas conseguiu controlar a versão com certa facilidade, pois uma única cauda ainda era uma atividade simples para suas habilidades em controlar chakra. Não estava muito confortável com o local escolhido para treinar, talvez os fanáticos caçadores de recompensas já começaram a fazer buscas pela floresta.

— Vamos, Rango! É melhor voltarmos para casa e descansar um pouco. Amanhã darei continuidade ao treinamento, tenho certeza de que há mais poderes a serem liberados. — disse a menina para o seu pet.

Os dois deixaram o pequeno bosque onde estavam treinando para seguir o rumo das matas até sua mansão. Vez ou outra, Hazu observava os arbustos, árvores e as copas, sentia como se alguém a estivesse perseguindo, mas não tinha certeza. Se essa pessoa estivesse mesmo na sua bota, era bom ocultar a presença, pois nenhum sinal foi encontrado. Chegou na entrada de sua mansão, onde acessou depressa a despensa para roubar algumas guloseimas e levar para o seu quarto, pois precisava de uma boa noite de sono.

Hazu adormeceu rapidamente, esperava que o dia seguinte fosse muito mais tranquilo, agora que havia liberado parte do poder para fora do seu corpo.

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A menina acordou mais disposta que na véspera, embora ainda tivesse consigo os traços do mal-humor, bônus do poderoso chakra vermelho que carrega em seu corpo. Saiu do seu quarto e preparou um café da manhã reforçado, precisava garantir que teria energia suficiente para dar mais um passo no seu treinamento de pseudo-jinchuriki.

— Você também deve comer bastante, Rango! Acha que não percebi que você anda meio preguiçoso? Além do mais, nunca vi um lagarto ficar chamando tanta atenção na floresta, por acaso está acima do peso? — perguntou a menina. Ainda tinha dúvidas se o som que ouviu na floresta era mesmo do seu pet, mas preferiu não dar tanta atenção para isso.

Hazu aproveitou um delicioso café da manhã, com pães sovados, ovos mexidos, maionese e presunto. O café quente a despertou do sono, dando-lhe energia para levar Rango até o quintal da mansão, onde havia insetos o suficiente para serem devorados pelo lagarto. “É melhor eu ir rápido, se aqueles idiotas ainda estiverem na cidade, podem causar algum problema”, pensou.

A ninja trancou os portões da sua residência, embora não fosse do tipo de portões que pudessem impedir um invasor insistente, mas com certeza evitava a maior parte dos animais selvagens. Não muito longe, a menina encontrou-se no bosque mais uma vez, onde iniciou um treinamento de controle de chakra.

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O treinamento começou com o mesmo nível de dedicação do treinamento de ontem, mas Hazu começou a encontrar alguns sinais de evolução, sinais que indicavam que se esforçasse um pouco mais, aquele poder poderia atingir níveis superiores de chakra. “Droga, esse chakra parece que não acaba! Talvez eu precise expelir ainda mais dessa energia negativa”, pensou. Então, continuou tomando parte do chakra emprestado e fazendo com que o mesmo se banhasse ao redor do seu corpo através da meditação.

— Eu sabia, você era mesmo uma bruxa! — disse uma voz misteriosa além dos arbustos. Era uma voz masculina e não muito madura, talvez algum adolescente.
— E você é o que? Um rato falante que se esconde nos arbustos para fazer comentários idiotas? Aparece! — ordenou Hazu.

O garoto de cabelo verde espetado apareceu com um sorriso no rosto, era um caçador e não precisava de uma apresentação para Hazu saber disso. Os dois se encararam por alguns segundos, mas não foi o suficiente para saber o potencial de cada um.

— Então você não nega que é mesmo uma bruxa?
— Bruxas não existem, moleque idiota! O que você deseja se escondendo e me perseguindo igual um maluco?
— Fui contratado para te caçar, mas preciso ter certeza de que você é um monstro. Esse seu chakra parece mesmo monstruoso.


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— Você não parece muito inteligente, não é mesmo? Que vantagem você tem em dizer para sua presa que a está caçando?
— Eu sou muito forte, não preciso de vantagens. Você é uma bruxa ou não? Não quero matar alguém inocente.
— Já disse, bruxas não existem! Mas se você estiver procurando alguém para testar suas habilidades e morrer de forma idiota. Você pode vir aqui e atrapalhar o meu treinamento.
— Essa é ótima! Como isso que você está fazendo pode parecer com um treinamento? Acompanhei você durante dois dias e a única coisa que fez foi canalizar chakra. É mesmo uma ninja?
— Estou tentando dominar um chakra bastante “irregular”, apenas isso. E você, não acha estranho ficar perseguindo as mulheres no mato?
— Você é conhecida, sabe? Sendo bruxa ou não, tenho certeza que sua cabeça vale uma grana para o meu grupo. Então porque você não me deixa participar desse treinamento? Não quero te derrotar enquanto está no caminho para ficar mais forte, seria meio desleal.
— E como um moleque, como você pode me ajudar no treinamento? Desculpe, mas você não parece muito forte.
— Tudo bem! Vou te desafiar assim que você concluir o treinamento de hoje. E amanhã, farei o mesmo. Dessa forma poderá testar os poderes de cada etapa do seu treino e eu vou poder ficar mais forte caçando alguém que vale a pena.


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— Sua oferta parece muito interessante para mim. Mas não sei se você, seja lá quem for, vai conseguir me enfrentar se eu lutar a sério. No entanto, preciso mesmo de um parceiro de treinamento. Qual vai ser?
— Muito bem! Me chamo Gon Freecss e serei o seu parceiro de treinamento, bruxa.
— Eu já disse que não sou uma bruxa, seu desgraçado de uma figa. Volte aqui amanhã nesse mesmo horário e daremos início ao treinamento, também me apresentarei devidamente. Combinado?


Gon concordou com a cabeça. Qualquer que fosse a decisão da nukenin, ele teria que encontrar uma maneira de lutar com ela, afinal, tinha uma missão de executá-la. Estava apenas adiando o inevitável.

— Sem nenhuma desculpa amanhã, usarei minhas habilidades para te ajudar a refinar o chakra vermelho e depois disso, irei concluir a minha missão.

Hazu permaneceu no bosque para concluir o treinamento do chakra da biju, embora ainda não tivesse total consciência do que aquilo tudo significava. Sua raiva constante começou a ser lapidada e transformada em forças, o chakra maligno estava sendo exposto de forma mais equilibrada e claro, era mais forte do que no dia anterior. A meditação, por mais simples que fosse como treinamento, estava dando algum resultado, pois naquele momento, a menina havia controlado o poder das duas caudas.

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O treinamento para controlar o chakra vermelho era muito mais complexo do que o próprio chakra, pois se tratava de uma energia muito poderosa e que talvez excedia suas próprias reservas. No entanto, Hazu estava mesmo conseguindo avançar apenas com meditação no bosque, embora houvesse notado que o chakra exigia cada vez mais da sua concentração. Estabilizou o poder e caminhou de volta para casa, ainda precisava encontrar uma forma para manter esse treinamento em segredo, mesmo que tenha que enfrentar o misterioso Gon, caçador de recompensas.

— O que você acha, Rango? Será que esse moleque é realmente forte? Não consegui sentir o seu nível de poder apenas olhando, mas parece bastante confiante em suas próprias habilidades marciais. Eu diria que é um lutador de taijutsu, talvez saiba usar nintaijutsu ou kenjutsu. — disse Hazu. Caminhava de volta para casa ao lado de seu lagarto, um pet bastante bastante frio e distante, uma personalidade comum para sua espécie.

Era claro que a ninja não iria obter uma resposta, afinal, Rango era uma criatura que não tinha desenvolvido a capacidade de falar, embora se conseguisse, provavelmente mostraria que não estava nada preocupado com o garoto. Esse tipo de postura era interpretável por sua aliada, que sorriu no caminho de volta pela floresta — Bobinho, poderiamos ser amigos se ele não tivesse tentando me matar.

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No caminho de volta para casa, Hazu percebeu mais um movimento fora do comum. A pequena rota na floresta foi modificada, talvez por uma grande quantidade de pessoas, algo realmente incomum para aquela região. Ouviu vozes, talvez mais do que gostaria de ouvir, e por fim, descobriu que dezenas de criminosos haviam invadido sua casa, eram os caçadores de recompensas, é claro. “Desgraçados! Como eles conseguiram encontrar minha casa tão depressa? Não vou poder acabar com eles agora, estão em maior número. Quem diria que eu voltaria a dormir na floresta…”, pensou.

Hazu se afastou da sua casa, afinal, não era mais um lugar seguro para poder passar a noite. Usou seus conhecimentos de sobrevivência que tanto treinou na academia, movendo-se para longe da residência sem deixar rastros ou pegadas. Então, partiu em uma busca para encontrar um bom e seguro lugar para descansar, pois a última coisa que poderia fazer naquele momento era interromper seu treinamento. Devia se esforçar ao máximo no dia seguinte, conforme combinado com Gon. Esse era o único caminho para se livrar dos caçadores, ficando mais forte e livre do ódio que aquele chakra maligno carrega. — Pelo menos você vai poder comer bastante inseto essa noite, Rango.

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A menina voltou para o mesmo bosque em que estava durante seu treinamento de controle de chakra, o local era o mais agradável da floresta, levando em consideração que já o tinha escolhido para treinar seu chakra secreto. Sua única preocupação era Gon, mesmo parecendo um garoto honesto em suas palavras, talvez seu grupo usasse seus conhecimentos para encontrá-la durante seu descanso, fazendo dessa uma longa e cansativa noite.

— Rango, vou precisar da sua ajuda para descansar um pouco. Preciso dormir mesmo que seja algumas horas e você terá o trabalho de ficar de guarda. Aproveite para caminhar nos arredores sem se distanciar, ninguém vai suspeitar de um lagarto na floresta.

Com suas novas instruções, Rango passou a percorrer pelas árvores do pequeno bosque, sua natureza animal o fazia se camuflar entre as plantas, se alimentar dos insetos em abundância por causa da estação mais quente do ano. O lagarto não se distanciou, mas conseguiu tomar ciência de uma boa parte do terreno, encontrando possíveis rotas de fuga que apenas um animal selvagem da floresta seria capaz de identificar. É claro, estava no seu habitat natural. Enquanto Rango fazia o seu belo trabalho de sentinela, Hazu se preparava para dormir no topo de uma árvore, uma ou duas horas seriam o suficiente para estar disposta a outro dia de treinamento intensivo.

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Rango continuou com o trabalho de sentinela, caminhava furtivamente através das árvores e plantas durante a noite, insetos de todos os tipos acabaram sendo devorados pelo pequeno calango, que fazia uma pequena dança comemorativa sempre que conseguia encontrar um venenoso, seu tipo favorito. Seus passos eram silenciosos na floresta, um animal pequeno que nasceu para predar em seu ambiente ideal, mas também já estava quase acostumado com a vida doméstica, seria um completo inútil se não tivesse uma vida agitada como companheiro de uma ninja.

No topo da árvore, Hazu encarava o céu e as estrelas. Desperdiçava seu tempo contando as estrelas, mesmo sabendo que aquilo seria uma tarefa simplesmente impossível. Nem mesmo com uma equação extremamente elaborada seria capaz de contar os infinitos pontos brilhantes acima da cabeça, mas fazia mesmo assim. Era um bom passatempo, uma forma de fazer com que o sono chegasse mais depressa, precisava disso, descansar era importante para dar seguimento ao seu treinamento e do jeito que as coisas estavam ficando complicadas, não saberia se teria essa mesma oportunidade mais vezes. No seu bolso, tirou uma moeda dourada, era uma simples moeda comum utilizada nos comércios de Kumogakure, e sem pensar duas vezes, arremessou para cima esperando que a sorte ditasse os seus próximos passos.

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Hazu

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A noite passou depressa e Hazu já estava dando início ao seu treinamento de controle de chakra. Com uma meditação e exposição do chakra vermelho, amanheceu se esforçando com muito poder para controlar, além da raiva que sentia querer dominar o seu coração. Era difícil compreender todo o rancor que aquele chakra vermelho carregava, mesmo com a ausência total de algum tipo de criatura viva, a menina conseguia deduzir que esse poder devia pertencer a alguém cruel e perigoso. “Isso é estranho, parece que a quantidade de chakra que consigo dominar é representada por caudas!”, pensou. Naquele momento, Hazu usou toda sua inteligência matemática para deduzir que o poder a ser controlado era calculado por caudas de chakra, tendo ela acabado de alcançar a terceira cauda de poder.

Algumas horas se passaram até que Hazu finalmente conseguiu controlar essa energia, mesmo que fora através de muito esforço e dificuldade, era capaz de tomar emprestado alguma porcentagem do poder total, que ainda não sabia quanto seria cem por cento. “Cinco, sete, nove caudas? Quanto poder ainda deve estar escondido nesse chakra vermelho?”, pensou — Não importa! Apenas continuarei o treinamento para garantir que essa força não me domine. — e assim fez, ficando cada vez mais próxima de avançar para a quarta cauda.

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Hazu

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O treinamento de Hazu estava dando resultado e sua capacidade de controlar o chakra vermelho também, mas as coisas ainda continuavam esquisitas, pois não imaginava que chegaria o dia em que teria que dormir em uma árvore na floresta. Em um dos intervalos do treinamento, conseguiu ouvir o som de um visitante se aproximar do bosque, era Gon.

— Pensei que não ia te encontrar aqui depois do que fizeram na sua casa.
— Foi um golpe muito sujo invadir minha residência, vocês realmente acharam que eu não ia notar e cair em uma armadilha tão óbvia?
— Não gosto muito da forma que alguns caçadores trabalham… São um pouco, barulhentos e desonestos. Caçadores fortes não precisam desse tipo de coisa.
— Não, né? Muito bem! Já pratiquei um pouco essa manhã, se quiser fazer a sua parte do acordo é melhor se preparar.
— Estava ansioso por isso!


Os dois ninjas caminharam até o centro do bosque, trocaram olhares confiantes e se preparam para um combate de treinamento amistoso, embora não fosse o mais ideal de acontecer entre um caçador e sua presa. Usando boa capacidade da sua velocidade e força, Hazu sofreu para acompanhar o ritmo de seu oponente, que mesmo sendo mais jovem, era muito mais habilidoso com artes marciais.

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Continuaram o combate de forma amistosa, apenas para estudar os movimentos um do outro, embora Hazu estivesse mesmo em desvantagem. A desertora de Kumogakure era uma ninja treinada e muito habilidosa, mas sua capacidade marcial era mesmo algo a melhorar.

— Você tem bons movimentos, mas é muito lenta. Está pensando demais antes de agir, isso não é um jogo de tabuleiro, é uma luta.
— Droga, você é muito rápido seu moleque. Mas estou longe de usar o máximo do meu potencial.


Hazu se esforçou um pouco mais, utilizando o máximo de sua velocidade para realizar cada movimento de forma mais agressiva e tentar criar algum tipo de pressão contra seu adversário. Ela caiu na provocação de Gon, que continuou com o treinamento marcial, mas com um sorriso no rosto. O garoto conseguia ler e adiantar cada movimento de Hazu, fazendo com que aquele treinamento não passasse de uma brincadeira, mesmo que a ninja estivesse se esforçando ao máximo sem a utilização de técnicas especiais.

— Já chega! Isso é o suficiente para entender como são seus movimentos, você não é mesmo uma lutadora corporal.
— Gênio! Mas ainda tenho alguns truques que não valem a pena mostrar agora.


A ninja deu um soco leve no ombro de Gon, deixando escapar um sorriso em meio a sua respiração ofegante e cansada. — Me chamo Hazu.

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Hazu

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— Hazu? Que nome mais esquisito! Lembra a cor azul e você não combina nada com ela. Talvez devesse se chamar Rubia. — disse Gon, estava sorrindo pela primeira vez, feliz por conseguir ao menos arrancar o nome de sua adversária.
— Credo! Rubia é um nome horroroso! E Gon não é lá algo tão criativo. — retrucou Hazu, e sem nem mesmo perceber, também estava sorrindo com a situação em que foi colocada.
— Por que você está treinando na floresta? Vejo que ainda carrega uma bandana na testa, você não é mais uma ninja do seu vilarejo?

A pergunta havia acertado Hazu em cheio. Nem mesmo ela sabia porque ainda utilizava o protetor de testa de Kumogakure, uma coisa da qual estava acostumada que acabou não desapegando. Levou alguns segundos pensando nisso, quase se perdendo em pensamentos sobre tudo o que passou até chegar em Kayabuki.

— Sou uma ninja, mas não pertenço mais a um vilarejo. Carregar esse protetor de testa comigo é importante para não me fazer esquecer de minhas origens, no entanto, não devo mais nada para Kumogakure, a qual pertenci um dia.
— Parece um assunto delicado, não sou muito fã dessas conversas. Mudando de assunto, já que você não é muito boa com taijutsu, o que você realmente sabe fazer?


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Hazu

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— Isso você vai ter que descobrir outro dia. É melhor você dar um fora, preciso voltar ao treinamento e encontrar uma maneira de recuperar minha casa.
— Não contaria com isso tão cedo, quando os caçadores invadem um território, ficam presos no local igual um carrapato. Vejo você amanhã, Hazu. E não vou mais pegar leve com você.


Gon se despediu de Hazu e seguiu seu caminho pelas trilhas da pequena floresta, deixando apenas a desertora e Rango, seu fiel calango. Ainda com a conversa na cabeça, a ninja sentiu certa dificuldade para voltar ao treinamento de controle do chakra vermelho, mas continuou se esforçando até finalmente conseguir tomar parte do chakra emprestado.

— Esse maldito chakra parece infinito, mesmo eu pegando emprestado uma grande quantidade, é possível sentir que ainda tem muito mais — disse para si mesma, irritada, fechou os olhos e se concentrou na meditação. Pouco a pouco, o chakra vermelho começou a se formar com mais precisão no corpo de Hazu, uma grande quantidade de energia pura que se transformava em caudas que poderiam ser numeradas. Hazu havia alcançado a terceira cauda, e se esforçava para aumentar esse número a cada dia de treinamento no bosque. — Esse poder será meu!

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Hazu

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O tempo passava lentamente enquanto Hazu permanecia focada em seu treinamento para controlar o chakra vermelho. Mesmo depois de conseguir liberar a terceira cauda e lutar com Gon, não havia passado do meio-dia e claro que todos esses esforços a fizeram sentir muita fome. No entanto, estava exatamente no meio do processo de liberar a quarta cauda, e enquanto não dominasse essa evolução, não seria seguro sair, tanto para ela quanto para os aldeões de Kayabuki.

Aos poucos, Hazu começou a sentir uma pequena mudança no seu estado físico, era uma sensação diferente sendo provocada em seus músculos, como se fosse capaz de extrair um potencial maior do seu corpo e não apenas o chakra — Esse chakra parece que fortalece meus movimentos, se eu conseguir dominar, aposto que vou conseguir acompanhar a velocidade de Gon. — disse para si mesma. Sentiu sua pele arder como se estivesse muito próximo de um forno, talvez ela mesma fosse o forno, pois queimava de forma ainda suportável. A energia borbulhante se espalhou, aumentando ainda mais a proporção, intensificando sua raiva e a deixando mais perigosa, era a quarta cauda do chakra vermelho se formando.

Hazu conseguiu dar mais um passo no seu treinamento, mas apenas conseguiu a metade do poder.

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Hazu

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Com mais um avanço no treinamento de Hazu, a Nukenin começou a calcular os seus próximos passos dentro do vilarejo de Kayabuki. Para enfrentar os caçadores de recompensas, teria que pedir ajuda da Bratva, embora ainda não tivesse concluído o seu treinamento, sabia que esse processo poderia ser positivo se usasse as lutas como um estimulante para o seu domínio de chakra, como havia feito com Gon. No entanto, o poder concedido pela quarta cauda era diferente das demais, mesmo com todo o seu bom controle de chakra, a energia estava começando afetar seu estado psicológico com mais eficiência, a deixando furiosa e com características animalescas difíceis de serem notadas.

Algumas horas se passaram até que Hazu finalmente conseguiu controlar sua raiva, mantendo o chakra vermelho dentro do seu corpo e sua cabeça sã. Levou outra parte do dia para descansar no bosque, jogando uma moeda para o alto e contando os giros em uma brincadeira um pouco mais complexa do que o cara ou coroa — Vamos até a cidade, Rango. Não vou continuar me escondendo aqui como se eu fosse um rato. Se eles quiserem me enfrentar, vão ter que fazer isso direito. — disse Hazu. A menina estendeu o braço para que o calango subisse em seu ombro e partiu rumo ao centro do vilarejo.

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Hazu

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Hazu caminhou pelas trilhas da floresta de Kayabuki, um local que já era capaz de criar uma pequena sensação de nostalgia, a fazendo se recordar de missões no passado e até mesmo sua chegada ao vilarejo. O tempo passou muito depressa, as lembranças do dia que participou da nomeação de Toru como Raikage ainda eram frescas, o homem que se tornaria o seu sensei e depois sumiria sem deixar nenhum rastro. Pensar nisso só aumentava sua raiva em relação aos vilarejos, locais que dependem de uma cabeça para funcionar, colocando ninjas para trabalharem em seu nome, onde muitas vezes se tornavam batalhas sem sentido e vidas desperdiçadas.

Colocou os pés no centro do vilarejo, momento em que sua cabeça se voltou ao presente, o local que não estava mais tão pacífico em relação a sua permanência, foi para o lugar de sempre, o bar.

— Bom te ver, Hazu. Mas está fedendo igual um coelho selvagem, o que houve? — perguntou Brandon, era um homem negro e um belo sorriso carmesim, com certeza o mais carismático bartender de toda a região.
— Vai ver é porque estou vivendo como uma. Esses desgraçados acabaram invadindo a minha casa, não posso voltar enquanto não terminar o meu treinamento. Aliás, estou com fome e com sede. Me sirva alguma coisa decente antes que me encontrem por aqui.

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Hazu

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Brandon anotou o pedido e se afastou do balcão, pegou uma garrafa de vinho mediano que ficava no topo da estante, era alto e não precisou se esforçar para alcançar a bebida. Serviu uma dose caprichada em um corpo resistente para que Hazu pudesse molhar a garganta.

— Margareth está assando um coelho que caçou na noite passada, temos batatas, repolho e pão. Um pouco de cada?
— Tia Margareth nunca erra, quero muito comer esse coelho! Pode mandar tudo um pouco, meu amigo Brandon. E como vão as coisas com os caçadores? Tem causado problemas para vocês?
— O bar continua sendo uma zona segura desde que a Bratva começou a agir. Começaram a interferir nos trabalhos deles e isso pode acabar virando uma guerra maior do que imaginávamos.
— Já era hora deles se coçarem. Desse jeito vou ganhar um pouco mais de tempo.
— Hazu tomou um gole da bebida, desceu esquentando seu peito como deveria fazer um bom vinho.

Brandon foi até a cozinha preparar o prato de Hazu, onde acabou sendo generoso nas porções de carne e batatas, sabia que a menina precisava do máximo de energia possível para dar seguimento aos treinamentos. Era um bom homem e um possível amigo, algo raro naquele lugar.

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Hazu aproveitou a deliciosa refeição no único lugar da cidade que ainda estava normal. O coelho assado de Margareth era perfeitamente temperado com legumes e vegetais que a menina adorava, não poderia pedir nada melhor. Devorou o prato como se fosse um animal selvagem, parecia esquecer das regras de etiqueta que um dia aprendeu vivendo em Kumogakure, é claro, estava com fome e vivendo na floresta como uma selvagem, não poderia ter um resultado tão diferente.

— O que você sabe sobre eles, Brandon? Esses caçadores de recompensa costumam ficar muito tempo na cidade ou fazem uma graninha e vão embora quando estiverem satisfeitos. — perguntou a menina. Precisou dar dois goles no copo de vinho tinto para fazer a carne descer antes de começar a falar.
— É mais ou menos a segunda opção. A única vez que fiquei sabendo deles demorarem em uma cidade foi quando encontraram um adversário à altura. Mas se prepararam para isso, ouvi dizer que treinam garotos e garotas desde a infância para fazer o trabalho sujo.
— Não é muito diferente de um vilarejo comum, os ninjas começam cedo e eles estão apenas competindo de igual para igual. Se eu pudesse, acabava com isso de uma vez por todas.

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A nukenin acabou terminando a sua refeição, estava satisfeita e tinha o papo em dia, novidades sobre os caçadores de recompensa e a situação da Bratva em relação aos criminosos da cidade. Com essas informações e o bucho cheio, decidiu não perder mais tempo em seu treinamento, deixando o centro do vilarejo para voltar ao bosque, poderia treinar mais uma parcela de chakra vermelho antes do anoitecer, seria o ideal para manter um ótimo ritmo de desenvolvimento antes do próximo confronto com o menino Gon Freecss.

Encurtou o passo em uma corrida razoavelmente acelerada, não o suficiente para deixá-la esbaforida, mas na medida certa para não gastar muito tempo e acabar chamando atenção das pessoas erradas. Seguiu pelo caminho da floresta que já era bastante conhecido, a mesma trilha entre árvores que passou desde que colocou os pés em Kayabuki, então chegou no bosque, iniciando mais uma sessão de meditação para tomar emprestado parte do chakra vermelho e fundir ao seu corpo.

— Aquele coelho assado encheu meu corpo de energia, gostaria de possuir essa habilidade na cozinha, seria muito mais prático. O que você acha, Rango? — perguntou a garota, puxava assunto com seu lagarto, embora o mesmo não desse nenhuma resposta verbal. — Insetos assados não vão fazer parte do meu cardápio.

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Com a liberação de mais chakra, Hazu estava em outro patamar de poder. A quinta cauda de chakra vermelho era sinal de que estava cada vez mais próxima de alcançar seus objetivos, dominar esse poder para se livrar dos caçadores de recompensas em Kayabuki. Levou cerca de alguns minutos até finalmente controlar os efeitos daquele empréstimo de poder, mesmo que fosse habilidosa em controlar o chakra, seu corpo ainda não aceitava completamente — Já anoiteceu e nada do Gon aparecer. Será que aconteceu alguma coisa com aquele moleque hoje? É melhor eu me preparar para descansar, não queremos ser pegos de surpresa e cansados, não é mesmo Rango? — Hazu caminhou para o interior do bosque, estava procurando pela mesma árvore que havia escolhido na véspera e a usou para descansar.

A noite passou lentamente, levou longos minutos até finalmente conseguir fechar os olhos e descansar mais profundamente. Era difícil fazer isso em cima de um galho a vários metros do chão, mas Hazu estava começando a ficar acostumada com isso. Rango servia de um prato cheio de insetos nos arredores da árvore, banquete proporcionado pelo intenso calor do verão.

Mais uma noite se passou e Hazu acordou com o canto dos pássaros. Era hora de voltar a treinar.

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Hazu

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Hazu já estava começando a ficar preocupada com a ausência do seu parceiro de treinamento, Gon. Apesar de saber que o garoto fazia parte do grupo de caçadores que estavam causando problemas na cidade, havia se tornado quase um amigo, além de alguém que estava ajudando a fortalecer suas habilidades no controle do chakra vermelho. De qualquer forma, Hazu não poderia se desconcentrar, estava tão próximo do fim que decidiu voltar ao treinamento de maneira que dominaria esse chakra vermelho mais rápido do que o previsto.

Com movimentos suaves e calculados, Hazu desceu do topo da árvore escolhida para descansar durante a noite. Rango estava no seu ombro e ambos desceram juntos até chegarem ao solo do bosque, terra úmida e livre de vegetação naquela área, o que tornava um bom lugar para levantar acampamentos na floresta. A ninja se sentou no chão, dobrou os joelhos e começou a sua meditação matinal, onde sua intenção era dar início ao seu controle de chakra comum e acessar o chakra vermelho.

Esse processo de meditação costumava durar algumas horas até que a ninja finalmente estivesse pronta para acessar o chakra vermelho, havia aprendido que forçar o acesso a ele de qualquer forma poderia ser doloroso, além de afetar seu estado psicológico.

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Hazu se colocou de pé quando o chakra vermelho começou a sair do seu corpo, uma quantidade ainda mais elevada do que todas as outras vezes. A energia vermelha começou a se espalhar ao redor do seu corpo, criando caudas de chakra puro balançando no ritmo do vento. Naquele momento, a ninja sentiu sua pele aquecer, quente como chamas vivas e selvagens, mas era apenas a fúria que o chakra carregava consigo, manipulando o estado psicológico da ninja que travava uma luta para controlar sua mente através da meditação e força de vontade.

A ninja sentiu a necessidade de correr, gastar sua energia em um instinto animal até que fosse possível encontrar alguém para enfrentar e assassinar. Aquela não era sua natureza, é claro. E também não teve a sorte de encontrar alguém na floresta, fazendo com que a mesma extinguisse o seu ódio através do descanso, agarrada ao tronco de uma árvore para não fugir e ir até a cidade — Aguente firme, Hazu. Isso é apenas um poder a ser dominado. Você é muito mais forte do que isso. — disse para si mesma, palavras que sua mente precisava ouvir até finalmente acreditar de que era a mais pura verdade, e assim, controlar a transformação.

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