[Parte 1/10]

O Inverno dava sinais mais insistentes, as folhas e os pássaros já haviam abandonado a vila, ficando apenas os moradores que buscavam uma forma confortável para passar o período. Os estudantes se preparavam para as provas e os Genins, ao menos parte deles, buscavam desesperadamente uma maneira eficaz para aumentar seu poder de combate. Brakios se encaixa nesse último perfil, estava ansioso para o exame Chunin e não queria fazer feio diante da sua família, vizinhos e a Tsuchikage, quem tem se esforçado para conseguir seu respeito. As batalhas nas fazendas do Norte ainda estavam frescas na memória do jovem Sarutobi, relatou a missão para a academia e sua mãe, afinal, era a única Sarutobi na casa, já que Barutos realizou uma expedição para ajudar vilas vizinhas no Inverno.

Yelena era uma mulher gentil e inteligente, sempre foi muito dedicada à sua família, principalmente Brakios, o filho único que tanto quer proteger e ver crescendo forte e saudável. Ficou preocupada com a missão relada do rapaz, embora ele mesmo estivesse satisfeito com o sucesso. Sua mãe pensou em que tipo de fim daria se a luta fosse contra três ninjas e não apenas saqueadores de camponeses. Colocou sua massa cinzenta para trabalhar e pensou em uma solução.

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[Parte 2/10]

— Filho, quero que me encontre em uma hora na saída da vila. Vamos fazer uma pequena viagem! — disse Yelena, empolgada com o que tinha em mente.

— Que história é essa mãe? O exame acontecerá daqui a pouco. — respondeu Brakios, não conseguia entender a ideia repentina da senhora Sarutobi.

— Se você realmente quiser ter alguma chance nesse exame, cale boco a sua boca e faça o que estou mandando. — disse a mulher, mandona e dócil como sempre.

Brakios pensou em fazer perguntas, mas sabia o que aquilo significava, pelo menos em parte. Sua mãe gostava de agir em cima da hora, era inteligente e espontânea, não costumava planejar muito as coisas, mas quando decidia algo, tinha que ser daquele jeito e imediatamente. O rapaz encarou a mulher, ainda confuso.

— Pego meus trajes de banho para curtirmos o Inverno? — perguntou Brakios, debochado.

— Sim! Aproveite e pegue seus equipamentos ninjas e um saco de dormir, caso já tenha aprendido a usar alguma dessas coisas na academia. — respondeu fria. Não estava para brincadeiras, planejava algo duro, e precisava que Brakios levasse a sério.

O rapaz apressou os passos e foi para seu quarto. Estava ansioso com a empolgação de sua mãe. A última vez viajaram juntos, Yelena havia ensinado a Brakios como utilizar o selo do tigre.

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[Parte 3/10]

Brakios contou as kunais e as shurikens, colocou as armas ninjas em suas bolsas. Depois do treinamento com o Rei Enma, havia desenvolvido o costume de utilizar duas bolsas, uma em cada perna. Assim, poderia utilizar a mão que estivesse mais fácil para sacar sua arma. O convite de sua mãe parecia exigir um tipo mais adequado de vestes, pensou. Afinal, ela havia comentado sobre o saco de dormir. O rapaz inseriu uma muda de roupas leves na bolsa de viagens e vestiu seu roupão de treinamento. Sentiu-se pronto assim que guardou alguns maços de cigarro, um isqueiro e uma garrafa de água. Ascendeu um cigarro, pegou as malas e caminhou rumo a saída da vila.

A atmosfera da vila já havia mudado, as pessoas estavam na rua, mais receptivas. Comerciantes haviam armado barracas nas calçadas, lembranças da vila, pedras preciosas e outras nem tanto, colares e qualquer coisa inútil que pudesse ser vendida a um forasteiro. Era o exame, Iwakagure estava prestes a sediar um grande evento e as pessoas já estavam animadas para receber os ninjas das outras vilas.

Na saída do portão, Brakios encontrou sua mãe, usava um roupão preto com a marca da pedra nas costas. O desenho e o formato eram iguais a de Brakios, porém, a cor negra representava autoridade.

— Você demorou! É bom se apressar, seus adversários já chegaram. Um deles parecia forte! — disse Yelena, referindo-se a um forasteiro animado que observou chegar momentos antes.

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[Parte 4/10]

Os dois avançaram floresta adentro. A mata ficava cada vez mais selvagem ao se aproximar das montanhas. Vez ou outra, Brakios perguntava para onde estavam indo, mas resolveu se calar quando percebeu que sua mestra não iria responder. Afastaram-se algumas horas da vila, quando Yelena, finalmente se direcionou ao rapaz.

— Ansiedade é uma falha minha, mas não precisa ser a sua. — disse sua mãe. — Ao invés de se perguntar para onde vamos, pergunte-se o que estamos fazendo.

Brakios se esforçou em refletir a primeira lição de sua mãe com calma. Ela parou a caminhada e apontou para uma grande árvore no interior da floresta. Era enorme! Seu tronco tinha terríveis marcas de garras profundas e maiores que o braço do Genin. Ainda distante, com cuidado para não entrar em uma possível área determinada apenas por seu instinto de sobrevivência. A mulher sorriu.

— Fazia anos que não vinha aqui. — Yelena estava contente.

O Genin sentiu uma grande concentração de chakra vindo da sua mãe, estava com os sentidos aguçados por ter enfrentado criminosos no dia anterior, então se afastou inconscientemente. A mulher, realizou uma sequência de selos com as mãos, já havia visto em algum momento, porém, não conseguiu distinguir por completo. Sangrou o dedo com uma mordida, e com uma pose dramática. Yelena pousou a palma da mão no chão.

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[Parte 5/10]

— Invocação: Jutsu do Rei macaco Enma! — disse Yelena.

Uma pequena nuvem de fumaça se espalhou próximo a ninja, do centro, a silhueta de um macaco um pouco mais alto que Brakios apareceu. Era Enma, o macaco falante que Brakios conheceu no treinamento com seu pai.

— Fala pirralha! — disse Enma, olhando para Yelena.

Brakios achava impressionante a intimidade que o macaco tinha para falar com seus pais, pareciam conhecidos de longa data, e não só isso, era como se ele fosse o chefe ou algum outro tipo semelhante de superioridade. O jovem Genin corou encarando o macaco quando se lembrou do último encontro, tinha sido derrotado por completo, então, jurou vingar-se na próxima batalha, porém, não sabia se conseguira honrar sua palavra tão de repente.

— Não seja mal-educado, Enma! Faz tempo que deixei de ser uma pirralha. — respondeu Yelena, fingindo se importar com o comportamento do macaco.

— Tanto faz... Humanos são sempre pirralhos. — respondeu, indiferente. — Por que me trouxe nesse bosque de novo? Não me diga que voltou a treinar com as feras?

— Trouxe outro parceiro de treino. — Yelena apontou para Brakios, confiante.

— Essa criança? Sem chances! — respondeu Enma sem rodeiros. — É um bom garoto, mas não está pronto.

— Seja lá o que vocês estão discutindo, não tenho tempo para isso. — interrompeu Brakios, irritado. Não suportava a forma como o macaco o menosprezava, ainda mais por saber que ele tinha uma certa razão. — Vim até aqui para ficar mais forte, fazer macaquices não está nos meus planos...

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[Parte 6/10]

A atmosfera do lugar mudou, ficando muito mais tensa com a chegada de uma fera selvagem no bosque. Um velho urso pardo, seus olhos eram negros como a noite, garras pesadas e musculosas, fazendo do grandalhão um verdadeiro colosso. Não fosse a terrível cicatriz na sua cara, seria uma criatura belíssima. Ergueu-se de pé, assumindo uma altura de quase três metros, era ridículo o quão grande ele era.

— Preparado ou não, todos têm o direito de mostrar seu valor. — disse Yelena, suas palavras inspiravam coragem. Aproximou-se de Brakios, com um empurrão, jogou o rapaz contra a criatura.

— Hahaha! — gargalhou Enma. — Vê se não morre filhote Sarutobi! Koda gosta de carne fresca!

O urso disparou na direção do rapaz, era feroz. Sua investida era lenta e previsível, mesmo não sendo muito ágil, Brakios saltou para o lado, esquivando-se de uma enorme garra que passou por cima da sua cabeça. O golpe do grande Koda havia arrancado com facilidade um pedaço da árvore. O Genin lutou para não estremecer diante do perigo, mas com toda sua coragem ou talvez burrice, acendeu um cigarro. Decidiu levar aquela luta a serio.

— Sobreviva Brakios Sarutobi! Não seja morto até o amanhecer e poderá receber o poder que procura. — gritou Yelena. Já estava sentada no galho de uma árvore ao lado de Enma. — Cuidado para não sair da marca, ou vamos achar que amarelou.

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[Parte 7/10]

Brakios estava ocupado demais em não ser morto por uma das garradas de Koda. Deu outro salto para o lado e viu mais uma arvore sendo detonada pela garra do grandalhão. Aos poucos, mesmo que não fosse rápido, seu corpo estava se acostumando com a movimentação do urso, tornando-se mais fácil desviar, e consequentemente, pensar.

Seus pensamentos estavam focados nas palavras de sua mãe, esforçando-se para lembrar como ela distinguiu alguma área que fosse diferente de qualquer outra. O jovem ninja deslizou ambas as mãos pela coxa enquanto desviava de mais outros golpes. Pegou uma kunai com cada mão e as usou como se fossem garras. Era mais fácil lutar com uma fera armado do que apenas desviar de seus cortes. Esse foi o primeiro erro de Brakios nessa luta. Inocente, tentou bloquear um golpe do urso usando a kunai, mas foi arremessado contra o tronco de uma árvore após levar uma poderosa patada.

Todo o ar do seu pulmão foi embora quando bateu as costas duramente, emitindo uma grande quantidade da fumaça de seu cigarro. Esforçou-se para não cair e recuperar o ar. A fera estava avançando, implacável, talvez não teria mais tempo para desviar. Jogou as kunais na direção de Koda, arremessando com força na direção dos olhos, permitindo uma pequena abertura para o realizar seu jutsu.

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[Parte 8/10]

Rapidamente, o rapaz usou suas mãos para realizar os selamentos adequados: Carneiro, Javali, Touro, Cachorro e Cobra. Nessa ordem. Koda, havia se distraído com as kunais arremessadas, mas não foram suficientes para ferir seu rosto, avançou contra o genin, o abocanhando com uma poderosa mordida no ombro. Um estalar de ossos se partindo satisfez a sede de sangue do grandalhão.

Koda estava prestes a realizar uma segunda mordida, essa, era destinada ao golpe de misericórdia, onde balançaria o pescoço do alvo e acabaria com a sua resistência. Mas foi completamente pego de surpresa quando sentiu que na sua boca havia apenas alguns pedaços de arvores destroçadas.  Brakios surgiu oculto das sombras, pendurado em um galho da árvore como um macaco, saltou na cabeça de Koda, segurando-se firme para não soltá-lo.

— Achou que seria tão fácil, urso idiota! — gritou o rapaz, ainda preso à cabeça do urso. — Saiba que seu adversário é Brakios Sarutobi!

O ninja agarrou-se a orelha de Koda usando os dentes, uma mordida poderosa que fez o urso urrar de dor e raiva. Então começou a sacudir-se como um vira-lata se secando da chuva. Brakios foi arremessado para cima, enquanto o urso, ainda confuso, sacudia-se procurando seu oponente. Aos poucos, Brakios continuou a exalar mais fumaça, em questão de minutos, o bosque estava cheio de cinzas do seu cigarro.

— Você já era bola de pelos! — disse Brakios, criando uma faísca na boca com seus dentes. — Estilo fogo: Haisekishō!

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[Parte 9/10]

A explosão de fogo pegou uma enorme área do bosque, carbonizando diversos galhos e chamuscando as árvores. Koda havia dado um enorme grito de dor, sentia sua pele queimar com o fogo da explosão. Era resistente, mas aquele Ninjutsu foi poderoso demais até para o urso mais poderoso da floresta. Demorou um pouco para fumaça abaixar. Quando cessou, Koda já estava longe, havia abandonado seu território para lamber suas feridas.

Yelena e Enma saltaram do galho depressa para se proteger da explosão, depois correram assustados na direção da fumaça para procurar Brakios. Seu Ninjutsu havia tomado grandes proporções, podendo até mesmo se virar para ele. O garoto estava caído no chão com o cabeço chamuscado, parte da sua roupa danificada por causa de fagulhas de fogo e muita poeira de carvão sob a pele. O rapaz era um perfeito figurante para uma peça teatral, seu papel poderia ser qualquer minerador de carvão que acabou de explodir meia dúzia de papel bomba. Estava vivo.

Enma se sentiu envergonhado quando percebeu o quão depressa foi em direção ao garoto, preocupado com sua saúde. Mas relaxou aos poucos e tornou a sorrir, vendo o quão inesperado foi o final dessa luta.

— Viva! Viva! — gritou o macaco. — Saúdam o rei da floresta!

Terminaram a noite com um banquete caprichado. Yelena estava cansada, nunca havia mantido um jutsu de invocação tão poderoso por tanto tempo, Enma sabia disso, então não quis estender o pouco tempo que ainda restava.

— Muito bem! Está na hora de torna-lo um Sarutobi de verdade! — disse Enma, sério.

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[Parte 10/10]

Yelena caminhou da direção de Brakios como uma professora amável, cansada, tocou na cabeça de Brakios.

— Nossa família possui um vínculo muito especial com os macacos. — explicou Yelena. — Esse é um pacto de duas vias, você confiará sua vida aos macacos e eles a você.

Ainda um pouco zonzo, Brakios continuou a prestar atenção da melhora maneira que podia, sem interromper sua mãe.

— Essa é uma escolha, e você tem o direito de recusar. — continuou Yelena. — Você está pronto, caso queira, deixe que Enma te guie nos próximos passos.

O jovem Genin se levantou dessa vez, movendo a mão de sua mãe para o lado e fazendo uma reverência de agradecimento. Estava feliz, mais uma vez podia sentir orgulho de pertencer a uma família tão gentil e dedicada ao seu desenvolvimento. Encarou Enma, com um enorme sorriso no rosto. Ainda havia pelos da orelha de Koda em seus dentes, além do carvão na roupa e cabelo, que deixava a situação muito mais cômica do que deveria ser.

— No fim, você só fez macaquices pirralho! — brincou Enma, carinhosamente. — Pegue!

Enma arremessou um pergaminho na mão do rapaz, logo foi instruído que abrisse, revelando um extenso contrato entre dois mundos. Brakios segui passo a passo as orientações de Enma, utilizando parte do seu sangue para firmar o contrato com os macacos e treinando o jutsu especial que criava um elo entre os dois mundos.

— Cresça forte e saudável, garoto! E trate-se de manter esse sorriso no rosto quando meu fi... — Enma foi interrompido no meio da fala, o chakra de Yelena havia se esgotado, mandando Enma de volta ao mundo dos macacos.

— Mas que droga! O que ele iria dizer? — perguntou Brakios, descendo uma lagrima de felicidade no rosto.

— Pergunte para ele, ué? — disse Yelena, exausta! — Pratique um pouco o jutso, quando aquele macaco teimoso aparecer me acorde!

Brakios treinava exaustivamente a concluir o jutsu de invocação, era necessária uma grande quantidade de chakra, talvez uma quantidade que nunca tivesse acumulado na sua vida. Entendeu o quão difícil era realizar esse jutsu, explicando o motivo de sua mãe ter apagado na floresta para tirar uma soneca.

— Invocação: Jutsu do rei macaco E-ma! — disse Brakios, estava cansado e suas palavras não tinha saído perfeitamente. Muito possível que o nome do macaco invocado fosse errado, ou sua quantidade de chakra inadequada. Mas alguma coisa aconteceu.

O rapaz colocou a palma da mão no solo, então uma fumaça surgiu, revelando a silhueta de um macaco, mas este, não era nada parecido com Enma, na verdade, era apenas um macaquinho pequeno.

— Eai, cara! Sou Enra! — disse o macaco.

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Status: Aprovado
Recompensa: Kuchiyose dos macacos