—— Flores e ladrões.

O sol era mais tímido na aldeia da névoa, quase sempre se escondendo por trás das nuvens frigidas que se espalhavam pelo céu do vilarejo, deixando sempre um ar mais gélido pairando sobre os aldeões, que já tinha o costume de vivenciar aquele tipo de tarde mais saudosa. Miyazaki não tinha qualquer tarefa a cumprir e se recusava a ficar parado. Talvez estivesse muito acostumado a receber os chamados específicos para as missões que realizaria, tendo em vista que a única realizada até então, havia sido diretamente entregue por um tokujo na porta de sua residência. Entretanto, lembrou-se do tão falado quadro de missões, onde os desocupados e interessados poderiam se deleitar com alguma tarefa remuneradora. Foi com isso em mente que tomou a dianteira e dirigiu-se até o mesmo, recolhendo do quadro duas de ranqueamento mais baixo. A primeira, muito simples: auxiliar no atendimento da floricultura da aldeia enquanto a jovem kunoichi responsável cumpriria com algumas obrigações. Sem titubear, avançou na direção do estabelecimento, trocou de lugar com a cliente e aguardou seu retorno. Em determinados momentos, quando enfim aparecia alguém interessado nas flores, Miyazaki alertava sobre sua total falta de conhecimento acerca da matéria e quase sempre isso era o bastante para efetuar uma venda. O povo da aldeia estava se tornando mais gentil no fim das contas. As horas, por outro lado, foram passando depressa e em pouco tempo, Miyazaki foi liberado daquela obrigação, após o retorno da verdadeira dona do lugar.

Sua segunda e ultima atividade caia bem para o horário. A tarde estava encontrando seu fim e a noite já caia. A missão em questão seria muito mais fácil de se realizar naquele momento, tendo em vista que se tratava de uma espécie de busca, o que seria mais simples já sabendo onde estaria o seu alvo. Akimino Chouga vinha roubando na surdina e encoberto pela noite, os restaurantes do vilarejo. Existia um padrão, é claro, mas nada muito explicito ao ponto de um idiota como Miyazaki perceber. O garoto resolveu que se esconderia nos fundos do restaurante mais afastado do centro e aguardaria pelo comilão. Não tardou muito e antes mesmo do próprio estabelecimento abrir, a figura arredondada se espremeu pela janela aberta do lugar. O jovem Yotsuki não perdeu um minuto sequer. Parou de braços cruzados diante da janela e encarou Chouga pela mesma —— Se você não der o fora daí agora mesmo e encerrar com essa brincadeira idiota de roubar comida, eu vou fatiar você em pedaços tão minúsculos que poderá ser servido como acompanhamento! —— O gordo, engasgou-se com um bolinho de arroz que já tinha na boca e quase morreu antes da hora, encheu o genin de pedidos de desculpa e jurou não voltar a cometer aquele tipo de delito, saltando para fora do lugar e evadindo dali. Miyazaki por outro lado, tateou pelo lado de fora e encontrou um bolinho de chuva, o qual levou a boca enquanto saia dali. Agora tinha como único objetivo receber sua recompensa, retornar a sua casa e descansar para o dia seguinte.


Miyazaki; 875/875; 1125/1125; 0/7;

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