Deveria aproveitar o seu tempo livro para evoluir, ainda que agora fosse o mestre de um time novo. Estava fazendo algumas pesquisas básicas que poderiam lhe auxiliar na sua caminhada, e uma delas se referia a sua armadura. Precisava criar novos equipamentos para ela, mas não sabia nem ao menos por onde começar. Ele tirou o dia para relaxar deitado na cama, olhando para o teto e encarando o ventilador parado, uma vez que dormia no ar condicionado. Para atingir o máximo da sua capacidade mental, era necessário esfriar a mente um pouco, eliminando todos os pensamentos e idéias que não fossem úteis para as suas criações, o que poderia ser muita coisa. No final, acabou imaginando o que queria: algo que fosse capaz de ajudá-lo tanto defensivamente, mas principalmente ofensivamente, onde pudesse atacar múltiplos inimigos de uma única vez. Não era difícil, mas também não era impossível de criar algo que pudesse surpreender os seus inimigos. Ficou parado ali por alguns segundos, até que olhou para parede e notou que uma aranha andava nela. Não era o tipo de aranha pequena, daquelas que poderiam ser facilmente ignoradas. Nesse momento, a sua espinha gelou. Não tinha um animal que odiasse mais do que uma maldita aranha, o fazendo manter o corpo parado, observando calmamente o aracnídeo. Respirou fundo, virando o rosto calmamente para o lado, detectando que o seu estojo de equipamentos estava em cima da mesinha, mas do outro lado do quarto. - Preciso ser rápido. Muito rápido... – Sussurrou, olhando friamente para o bicho. Respirou fundo e puxou o cobertor que lhe cobria, movendo o seu corpo rapidamente em direção ao estojo de equipamentos, sacando uma kunai e a lançando na direção da aranha, penetrando o seu corpo com violência e cravando a sua arma na parede, o que provocava um pequeno buraco nela. Olhando o estrago que tinha feito e todo o esforço que precisou fazer por causa de uma aranha, Indra acabou respirando fundo. - Que droga… Tudo isso por causa de uma maldita aranha. – Ele caminhou até a parede, retirando a kunai dela e notando que a aranha estava grudada na ponta da arma. - O pior é que elas não tem nada demais… Só um bichinho inofensivo, mas a aparência é asquerosa. – Sussurrou, empurrando a alavanca da lata do lixo que abria a tampa, e jogando o pequeno bichano morto lá dentro. - Um professor da Academia disse que as vezes quando não gostamos ou tememos alguma coisa ou alguém, é porque não as conhecemos o suficiente. Talvez seja a hora de dar uma volta na biblioteca para ver se eu acho alguma coisa sobre aranhas. – Mentalizou, preparando-se para sair de casa.

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Depois que fez uma refeição balanceada o bastante, Indra resolveu sair de casa e partir diretamente para a biblioteca. Os seus passos não eram de todo apressado, mas ele tinha uma certa ansiedade para chegar logo no local para buscar o livro que precisava. - Seria tão mais fácil se houvesse um jeito de buscar as informações que queremos sem sairmos de casa… Por que será ninguém inventou isso ainda? – Questionou, coçando a cabeça e imaginando que, no futuro, poderia pensar em algo do tipo. Mas enquanto esse dia não chegava, o garoto demorou pelo menos uns vinte minutos caminhando até chegar a biblioteca, entrando nela e notando que alguns leitores mais conhecidos por ele estavam lá com livros nas mãos. Também via alguns Gennins fazendo limpeza da área, como acontecia quase sempre. Ele acabou lembrando-se de uma vez que fez uma missão do tipo, a vários anos atrás. - Isso me traz boas recordações... – sussurrou para si próprio, caminhando até uma das ajudantes, que logo reconheceu o Jounin, perguntando como ela poderia ajudá-lo. - Quero achar os melhores livros sobre aracnídeos. Preciso de uns três ou quatro para a minha pesquisa. Preciso saber porque algumas pessoas tem medo ou aversão a aranhas, então algum livro sobre as emoções humanas também poderiam ajudar muito. – pediu, sendo guiado pela moça até a instante de ciências biológicas, onde poderia encontrar tudo o que queria. Assim que conseguiu tudo o que precisava, Indra pagou o dinheiro pelo “aluguel” dos livros e colocou tudo em um saco plástico resistente. Voltou para casa minutos depois com os livros que precisava, colocando todos na mesa e os abrindo em páginas específicas, começando a pesquisar tudo o que achava que iria precisar para entender porque as aranhas poderiam gerar medo nas pessoas.

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Indra leu um dos livros, que falava sobre a Araconofobia. - Aracnofobia é a fobia de aranhas. A pessoa que apresenta fobia de aranha mantêm distância de locais onde possam existí-las, evitam viajar para o campo ou morar em um lugar onde apareça uma aranha, mesmo sendo pequena. Ao dormir revistam atrás dos móveis para conferir se não há aranhas no quarto. Sendo assim, a aracnofobia pode limitar a vida das pessoas que a apresentam, determinando onde vivem, para onde viajam e seus passatempos. – e em seguida, buscou mais um livro para aprender sobre aquele medo que jurava que tinha, mas logo percebia que era tudo coisa da sua cabeça. - Esse medo pode ser mais ou menos intenso dependendo do indivíduo. Ele pode acontecer quando a pessoas está próxima de uma aranha, mas muitos aracnofóbicos também ficam muito ansiosos ao ver imagens de aranha, às vezes a ponto de ter que sair de uma sala de aula se uma aranha aparecer em um quadro, por exemplo. Eles também podem ter medo por antecipação e passar longos períodos verificando se não entrou nenhuma aranha cada peça da mobília da casa, antes que eles possam relaxar. – Ele começou a matutar sobre o assunto, lembrando-se da aranha morta. Também se lembrava que já havia construído uma armadura que tinha o rosto de uma aranha, uma que mal chegou a usar, pois fora confiscada de uma forma quase que arbitrária. - Bom, não sei de onde tirei essa aversão toda de aranha, e talvez eu nunca descubra. Mas eu nunca tive medo, afinal até uma armadura de aranha eu construí… Espera! – Foi então que ele foi correndo para o seu quarto, onde pegou um caderno antigo, com as anotações dos seus projetos da primeira armadura que teve, a Supaidaman. - As minhas antigas anotações. Acho que posso adaptar uma coisa ou outra para o meu novo traje. Deixa eu ver... – De repente, ele havia entrado em outra linha de pensamento totalmente diferente da de antes, chegando a conclusão que tanto queria. - As pernas de aranha… Eu lembro que eu queria fazê-las, mas não tinha como. Mas agora… Droga! Vou precisar de novos equipamentos. – Disse para si mesmo, saindo do seu quarto e se preparando para sair de casa novamente. Precisava fazer compras.

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No dia seguinte a sua pesquisa, Indra conseguiu os materiais que julgava ser úteis para a criação do seu equipamento, as pernas de aranha. Se conseguisse construí-las, elas se juntariam ao seu arsenal e seriam muito úteis no campo de batalha. Elas seriam feitas de um aço raro, mas que não tinham nenhuma habilidade especial, só eram mais fáceis de modelar. Pelo alto preço que pagou, compensou ter comprado duas pedras enormes, enquanto passou quase a noite toda fazendo a forma das pernas de aranha. Conseguiu fazer pelo menos seis moldes das pernas, onde depositaria o metal derretido e assim teria as suas pernas de aranha, isso inicialmente. O trabalho todo durou pelo menos umas três horas, pois não era nada fácil derreter ferro para então transformá-lo em algo que fosse útil. Precisava ser calmo, precisava dos equipamentos certos e, acima de tudo, precisava estar focado. Quando conseguiu, Indra ainda teve que esperar umas seis horas para que as pernas de aranha ficassem prontas, o que durou uma tarde inteira. Enquanto isso, o ninja inventor separava os fios que teria que introduzir no interior das pernas de aranha. Não precisava de muitos para fazê-los funcionar, somente o que fosse suficiente para fazer a energia do Reator passar da armadura para as pernas de aranha, programando-as para aumentar o tamanho, encolher e se revelar no momento em que fosse ordenado. - Acho que com isso tudo, vou ter um bom modelo das próximas armas. – Sussurrou, pegando um pequeno gravador de voz, o conectando a fios e o programando, de forma bem arcaica, usando apenas as suas habilidades mecânicas, uma maneira de ativar as armaduras. - Ativar Morte Subita! – Gravou a mensagem,  e em seguida, gravou uma segunda, em um pequeno gravador semelhante. - Desativar Morte Súbita. – E assim, tinha os comandos necessários para ativar as pernas de aranha, ou como as chamava, Spider’s Legs.

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Indra permaneceu quase que um dia inteiro dentro da oficina, preparando uma última especificação para as pernas de aranha: que elas fossem capazes de esticarem até 10 metros de distância dele. Por isso pediu os materiais mais maleáveis que conhecia, para que assim pudesse esticá-lo, através da energia do reator, quando fosse necessária. O processo seria muito simples: quando a energia ARC se conectasse as pernas de aranha, elas a eletrizariam, a ponto de fazer com que ela expandisse até um certo limite. Indra já tinha tudo calculado, por isso não seria tão difícil fazê-lo. Quando as pernas de aranhas ficaram prontas, ele retirou o Reator ARC de seu peito e o colocou na mesa, apertando um botão e fazendo com que a Black Ranger fosse projetada, mas fora do seu corpo. Era a única forma que Indra tinha para fazer reparos e incrementar a armadura. Ele virou sua Black Ranger de costas e começou a inserir os fios de ligação dentro das seis Spider Leg. Conectou as pernas nas costas da Black Ranger, três em cada lado, em posições simétricas, e então levantou a sua armadura, e então apertou um botão, fazendo tanto as pernas de aranha quanto a armadura desaparecerem. - Agora é a hora de testar. – Sussurrou, colocando o Reator ARC em seu peito, apertando o botão novamente, dessa vez somente a Black Ranger apareceu. Ele foi para o lado de fora da sua casa, onde preparou seis bonecos de treino, ficando no meio deles. Respirou fundo, e deu um pequeno sorriso. - Ativar Morte Súbita! – E foi assim que seis pernas de aranha surgiram, pelo poder da mente de Indra. Ele deu um pequeno sorriso, daquele que comemorava o sucesso da sua mais nova invenção, mas ainda faltava um detalhe. Ele concentrou a energia do ARC nas seis pernas de aranha, e as fizeram partir em direção a cada boneco, ganhando mais um metro de comprimento. As pernas de aranha partiram com tudo na direção dos seis bonecos de treino, atingindo onde ficaria o coração deles, caso fossem humanos. Um equipamento que poderia ser perfeito no futuro. - Desativar Morte Súbita. – O equipamento logo se desfez, deixando Indra feliz com a sua nova invenção.

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