Silfo; A Verdadeira União

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Silfo; A Verdadeira União
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Silfo

Genin

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Desde que voltou de sua experiência de quase morte na Floresta da Morte Masanobu teve dificuldades para dormir, sempre que deitava-se em sua cama ouvia sons de animais e sentia sempre estar sendo espreitado por diversas criaturas, forçando-o a passar noites mal dormidas, consequentemente ocasionando manhãs de mau-humor, em vários momentos em que rolava na cama via vultos do rosto de seu pai, cujo espírito aparentemente havia encontrado na Floresta da Morte, ou teria sido aquilo efeito de alguma intoxicação que não percebeu ter entrado em seu sistema? De qualquer forma a tensão que o tomou naquele instante tornou toda a experiência tão real quanto tudo à sua volta naquele momento. Em uma dada madrugada em que o jovem não conseguiu dormir resolveu passar a noite mascando seu tabaco em seu pequeno quintal enquanto observava suas plantas e os animais noturnos, muitos seguiam um caminho que, por algum motivo, pensou ser a direção que levava à dita Floresta que visitou recentemente, não entendia o porquê de ter essa impressão, talvez aquilo fosse resultado da tal “união com a natureza” que o espírito de Mifune lhe falou a respeito, e realmente sentia-se “parte” de tudo como nunca antes, sempre se viu como um membro desgarrado do resto da natureza, solitário em seu próprio mundo, mas desde sua quase morte tudo mudara, mas ainda deveria descobrir qual seria a real utilidade daquilo.

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Silfo

Genin

Sáb 10 Ago - 16:47

Acordou sentado em sua cadeira babando em seu ombro no quintal de casa, tinha caído no sono e nem havia percebido, acordou ainda meio grogue e observou um beija-flor beber o néctar de uma flor de malvaviscos em sua cerca, questionou-se se aquela criatura não deveria ter também seu chakra, sentia em seu coração que a resposta era positiva, e aquela flor? Ela também poderia ter o seu chakra, algo dentro de si realmente havia mudado, estava algo mais apreciativo, na realidade sentia que estava realmente vendo o mundo, diferente de antes, que somente passava sua vista rapidamente por ele, agora o rapaz sentia-se verdadeiramente integrado com o mundo, olhou para o alto e viu a gigantesca escarpa onde eram marcadas as faces de todos os Kages que dominaram a vila até o momento, no entanto não deu nenhuma atenção para sua imponência política, seu interesse residia mais no visual que obteria lá de cima. Masanobu levantou-se de sua cadeira, alongou o corpo e foi direto para subir a montanha, conhecia o caminho ingrime que levava até o cume, já estivera lá antes e sabia como era o lugar, no entanto algo o atraía para lá novamente, havia algo que estava destinado a ver lá de cima.

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Sáb 10 Ago - 18:48

Galgou os degraus esculpidos na rocha até atingir o cume daquele enorme planalto, sentou-se na rocha mais alta que encontrou beirando o abismo e visualizou aquele imenso horizonte completamente coberto por florestas, respirou fundo, sentia-se em paz observando aquele lindo cenário, eis que algo chamou sua atenção, parecia um vão brilho vindo de uma parte específica da floresta, uma área bem mais escura, que ao analisar pela geografia julgou ser na área da Floresta da Morte, aquele curioso brilho não cessava, no entanto ao focar sua atenção nele ele parecia não existir, Masanobu sabia o que era aquilo: um chamado, havia-se passado pouco tempo desde que havia retornado de sua última perigosa jornada à Floresta, mas sabia que tinha que voltar para lá, seu coração dizia que o que aprendera aquela vez foi só o começo, era somente a escada que utilizaria para subir mais alto, ao fechar seus olhos viu mais uma vez a feição espiritual de seu falecido pai, “Mifune… Mesmo após a morte você ainda tem tanto para me ensinar...” pensou consigo mesmo, emocionando-se ao lembrar-se da injustiça que seu pai havia passado. Decidido sobre qual seria seu próximo passo Masanobu desceu a montanha e foi até sua casa, lá tomou uma rápida ducha e comeu seu desjejum balanceado, seguido disso armou-se com todos seus equipamentos e partiu novamente em direção da floresta que tanto o chamava.

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Sáb 10 Ago - 21:04

Seguiu pelas ruelas que tradicionalmente percorria para sair da vila, e ao deixar os portões seguiu pela estrada principal que saía da vila, nuvens pesadas começavam a chegar do leste, talvez não fosse o momento ideal para uma ida à mata, pensou, mas um efêmero traço de luz no horizonte lhe indicou que aquele era o caminho que deveria seguir naquele dia, então parou de questionar-se e seguiu caminho de cabeça erguida, ao perceber que a estrada estava muito movimentada Masanobu logo adentrou a mata e continuou seu caminho pelo alto dos galhos das árvores, saltando como tradicionalmente era feito por shinobis, observava em seu caminho os mais lindos pássaros que cantavam pela mata, solitários ou em família, a natureza era linda e tinha muito a ensinar, e o que iria aprender vinha diretamente dela, após um bom tempo de saltar como um macaco Masanobu encontrou com mais uma parte daquela grade abandonada que quase que ridiculamente limitava a entrada, saltou por cima dela e continuou, não precisou adentrar muito para que sentisse vários olhos em si, ouvia passos sorrateiros que acompanhavam-no, mais ainda do que na última vez que estivera naquela floresta, precisava descobrir o motivo para estar sendo vigiado dessa maneira, será que somente sua percepção havia mudado?

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Dom 11 Ago - 9:29

Saltou de árvore em árvore, sabia que estava sendo observado e até seguido, só iria parar quando encontrasse um lugar propício para tal e o encontrou na forma de uma grande clareira gerada por uma gigantesca árvore que havia caído, Masanobu parou frente a ela, seu tronco caído horizontalmente devia ter uns 6 metros de espessura, era algo simplesmente surreal, sua queda havia derrubado várias outras árvores e plântulas já começavam a surgir em busca da luz do sol (rara no sub-bosque daquela mata), pelo ângulo que caiu abaixo dela havia um espaço para que o rapaz pudesse se proteger como uma cabana, as nuvens negras aos poucos cobriam o sol e os sons distantes do trovão indicavam o que estava por vir, rapidamente Masanobu começou a coletar grandes galhos nos destroços da queda para fazer uma “parede” fechando um dos lados do pequeno esconderijo em baixo da árvore, a todo momento era observado mas em momento algum o observador se aproximava dele, logo o ignorou e fez seus trabalhos, rapidamente acendendo também uma fogueira dentro de sua pequena toca, por fim falou:
- Seja quem for que estiver aí, humano ou selvagem, apareça logo que eu estou cansado dessa observação, sei que está aí.

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Dom 11 Ago - 11:29

Logo seu pedido foi obedecido, sentado de pernas cruzadas assim como ele apareceu subitamente o espectro de Mifune novamente, do outro lado da fogueira, Masanobu novamente foi pêgo de surpresa, não esperou que aquilo fosse ocorrer novamente, pensava ter estado de alguma maneira intoxicado a primeira vez que viu seu pai.
- Pai? - questionou à aparição – É realmente você?
Ao que o espírito lhe respondeu:
- Não se confunda Masanobu, eu sou o espírito de Mifune mas há muito transcendi esse corpo, não debaterei com você acontecimentos do passado, não tenho muito tempo e vim aqui lhe ensinar uma verdadeira lição: a utilização do chakra da natureza.
A situação ficava ainda mais confusa na cabeça do rapaz.
- Do que está falando?
Sem dizer mais nada Mifune segurou as mãos de Masanobu, imediatamente o rapaz sentiu seu corpo ser inundado por uma energia muito forte que quase o fez desmaiar ou sair de seu corpo, no entanto concentrou-se e utilizou de seu grande controle de chakra para aceitar aquela energia sem que fosse dominado, mas era um trabalho árduo e sentiu que falharia, logo o espírito tirou suas mãos do rapaz.
- Isso é só uma prova do que o chakra natural é capaz. Ele é a energia primordial que sempre trabalho e sempre trabalhará para o equilíbrio do mundo, e se você conseguir unir-se à ele obterá poder e compreensão imprescindíveis.
A chuva começou a cair do céu.

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Dom 11 Ago - 13:32

O que eram algumas gotas começou a tornar-se uma chuva muito forte, mas Masanobu conseguia manter-se seco em sua toca em baixo do gigantesco tronco daquela árvore caída, imaginou quantos séculos ela devia ter quando caiu e pôs sua mão em seu tronco. Mifune falou:
- Sinta, a energia natural flui por tudo, está sempre ao nosso redor, você só precisa saber acessá-la. Feche seus olhos, não consegue sentir uma fração do que sentiu quando te toquei?
Masanobu fechou seus olhos e se concentrou, era verdade, não era nenhum sensor mas conseguia sentir lá no fundo a presença daquela absurdamente poderosa energia que o invadiu quando tocado pelo espírito.
- É verdade… Consigo sentí-la, mas como trazê-la para dentro de mim?
Não obteve resposta, quando abriu os olhos Mifune não estava mais lá. As coisas que aconteciam naquela floresta eram realmente misteriosas, não se surpreendia ao ver que tantos a temiam, mas aos poucos Masanobu sentia-a como uma moradia agradável, se é que poderia utilizar aquela palavra. Com sua mão no ciclópico tronco fechou os olhos novamente, o barulho da chuva facilitava sua concentração, sentia seu coração batendo e aos poucos tentava “puxar” aquela energia para dentro de si. Por que Mifune não poderia simplesmente tocá-lo novamente? Logo se respondeu, um pai não poderia dar todas as respostas ao filho, se não não estaria lhe ajudando a crescer verdadeiramente.

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Dom 11 Ago - 15:43

Passou horas meditando em baixo daquela árvore tocando-a, não sentiu o tempo passar de forma alguma, a escuridão invocada pelas nuvens junto a pesada chuva e ao som dos raios tornavam o tempo algo estático, como se estivesse em um mundo próprio, pouco a pouco conseguia unir-se com aquela energia, torná-la parte de seu próprio ser, o sentimento era indescritível, trazia um sentimento de tranquilidade e responsabilidade em uma só vez. Foi distraído ao ouvir um som anômalo, berros e grunhidos vindos de trás de si, atrás da parede de troncos que havia montado para proteger-se, pôs um olho entre as frestas dos galhos e viu um enorme gorila, parecia incomodado com alguma coisa, gritava e vinha em direção da toca de Masanobu, não teria sido o mesmo gorila que encontrara outra vez? Pela forma que estava vindo iria destruir a construção do rapaz, precisava parar o animal. Masanobu tirou sua roupa e deixou-a no chão junto de seus equipamentos, iria confrontar a criatura na chuva e não queria molhar suas vestes, saiu pelado de sua toca e subiu no tronco, a chuva forte caía em seu corpo como se fosse uma cachoeira, o gorila ao ver o jovem gritou e bateu em seu peito, tinha-o reconhecido, uma voz surgiu dentro de sua cabeça:
- Esses animais só entendem a lei da força. Não tenha medo e enfrente-o.

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Dom 11 Ago - 17:43

Loucura. Enfrentá-lo na força? Aquela criatura tinha pelo menos uns 4 metros de puro músculo e o forte do chunnin nunca fora força física, seria esmagado como um inseto por aquele animal, ouviu novamente uma voz:
- Não se preocupe.
E sentiu como um empurrão em suas costas, arremessando-o contra o animal que socou Masanobu em cheio no ar, arremessando-o contra o tronco da árvore, havia defendido o punho do gorila com os braços cruzados em uma atitude desesperada, “Meus braços estão quebrados com certeza” pensou, mas ao vê-los percebeu que estava inteiro, nem mesmo ser jogado contra a árvore havia danificado sua coluna como imaginou que ocorria, o que era aquilo? Naquele instante percebeu que a energia natural fluía em seu corpo “Esse é o poder?” pensou consigo mesmo, obtinha uma resistência absurda, não fosse aquela situação seria mais uma morte para aquela floresta. O gorila expressava sua confusão, Masanobu aproveitou-se e com um sorriso meia-boca saltou e deu um poderoso chute no plexo solar do animal, que cambaleou para trás e caiu sentado no chão, surpreendido com a força do pequeno primata branco que o atingia. O rapaz terminou dizendo ao animal, como se fosse ser entendido:
- Não ache que eu vou ser mais um alimento pra você.

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Genin

Dom 11 Ago - 19:50

Após o breve embate (suficiente para fazer o gorila questionar sua própria autoridade) Masanobu sentiu aquela energia esvair-se novamente de seu corpo, Mifune mais uma vez apareceu, ao lado do gorila.
- Isso foi somente uma pequena prova do poder da natureza, Masanobu. Daqui em diante não te ajudarei mais, você deve permanecer nessa floresta até que consiga atrair e utilizar o chakra natural sozinho. Creio que o meu tempo aqui já passou, ao menos fui capaz de ensinar meu filho mais uma última e importante lição. Adeus.
O espírito sorriu, foi a primeira vez que ele falou como se fosse realmente seu pai, a todo tempo agia como uma entidade transcendida, mas a personalidade de Mifune forçou-se a dizer aquelas últimas e lindas palavras, era tudo que Masanobu precisava ouvir de seu pai, a chuva não permitia que as lágrimas fossem vistas, mas elas corriam, e o espírito desapareceu.
- Adeus… - disse Masanobu, despedindo-se pela última vez de seu pai.
Seu coração doía, mas não deixaria que aquilo o inibisse, pelo contrário, não faria desfeito do esforço de Mifune em aparecer e lhe ensinar-lhe aquela preciosa habilidade. O jovem voltou a sua improvisada cabana, pôs mais lenha na fogueira e meditou em jejum atraindo a energia natural para si, era um trabalho árduo, somente puxá-la para dentro de si exercia um controle absurdo que Masanobu demorou horas para manter, após isto deveria conseguir equilibradamente fundí-la em seu próprio corpo, se não fosse seu grande controle de chakra provavelmente não seria capaz de fazê-lo. Permaneceu horas estático naquela toca, não sentiu o tempo passar, seu foco estava absolutamente voltado àquela lição, e quando finalmente sentiu-se capaz de mesclar, mesmo que por pouco tempo, a energia natural em seu corpo abriu seus olhos e viu que a chuva passava e um novo dia aparecia. Por quantas horas ficou lá? Era impossível dizer, mas levantou-se e saiu da toca com suas roupas secas, fechou as mãos em uma prece e olhou para o céu e os pássaros que voavam, agradeceu solenemente ao seu pai e à Natureza, sabia que havia dado um enorme passo em sua vida, mas muitos ainda precisavam ocorrer antes que pudesse dizer que mestrou aquela habilidade. Calmamente seguiu seu caminho para fora daquela Floresta, não sentia-se ameaçado por mais nada que encontrasse, era uno com toda a natureza naquele momento, sai de Shi no Mori trajando sua nova habilidade, ansioso para experimentá-la em combate.

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