Yukihiro acabara de chegar ao centro de missões da vila da folha. Além dele, havia inúmeros Genins dispostos em fila indiana à espera de missões a serem aceitas. Seus cabelos verdes estavam desgrenhados devido à falta de tempo que tivera em arrumá-los antes de chegar ao seu destino. Olhando timidamente a empolgação dos ninjas ao seu redor, ele se surpreendeu quando sua vez chegara. Os olhos grandes e esverdeados encaravam o instrutor com certo entusiasmo, as bochechas coradas devido a empolgação repentina.

— Tudo o que você precisa fazer é entregar esses pergaminhos antes do meio-dia, Senju Yukihiro. Tome cuidado para não comprometer a integridade das mensagens. — O Jounin responsável pela entrega de missões parecia tranquilo, apesar da quantidade de ninjas demandando sua atenção.

— Certo! Pode deixar que entregarei tudo o mais rápido possível! — Sua voz soara mais alta do que esperava, atraindo a atenção dos que estavam próximos e enrubescendo com os cochichos e risadas abafadas que se sucederam. Ele respirou fundo e, concentrado, recebera os pergaminhos com cuidado e zelo. — Muito obrigado, Sr. Inuzuka! Farei o meu melhor! — Ele se curvou em respeito, atraindo ainda mais atenção para si. O nervosismo costuma acentuar os bons modos de Yukihiro, embora também expresse mais da sua insegurança.

Determinado a finalizar as entregas antes do horário determinado, o jovem de cabelos verdes partira em direção aos endereços registrados em cada pergaminho. O primeiro destino era a entrada da vila, cujo pergaminho estava direcionado a um Chunnin de plantão. O caminho até a entrada não estava tão movimentado e, por sorte, ele conseguira finalizar a primeira entrega com relativa facilidade. A Biblioteca da vila constituía o segundo destino, o qual ele não tivera problemas em alcançar. Impressionado com a quantidade de livros e informações disponíveis ao público, ele prometera retornar à biblioteca em outra ocasião para aprimorar os seus conhecimentos, finalizando sua segunda entrega.

As entregas seguintes foram um pouco mais desafiadoras. Ele precisou continuar seu caminho percorrendo o teto de prédios e casas, evitando assim o tráfego no centro da vila. Quando alcançara o prédio responsável por abrigar a unidade de sensoriamento, ele já estava suando e levemente corado devido à radiação solar. Contudo, ele continuou o serviço de entregas, hidratando-se no caminho. O último pergaminho estava endereçado a um Jounin que não estava presente no endereço previamente fornecido. Adquirindo a informação da localização do destinatário com um parente no local, ele continuou seu caminho até os campos de treinamento de Konoha.

Por fim, Yukihiro entregara todas as mensagens a tempo. Embora se sentisse cansado devido à correria e ao esforço empenhado, ele não se sentiu desmotivado, apenas ansioso com as oportunidades que ainda viriam.

O clima estava ameno àquela tarde. Após almoçar com sua avó, Senju Hana, Yukihiro se dirigia ao centro de missões da vila em passos apressados. O fluxo de ninjas a caminho do local era constante, mesmo quando o clima não estava tão favorável.

“Todos são tão comprometidos com o bem-estar da vila... Não posso oferecer menos que o melhor de mim! Certo!” Ele sorriu, entretido em seus próprios pensamentos. Havia pouco tempo que Yukihiro havia se graduado na academia e ainda há um longo caminho a ser percorrido, no entanto, ele não perdia a convicção de que seu futuro como ninja é promissor.

Quando alcançou o centro de missões da vila, a fila costumeira já estava em formação. Ele tomou o seu lugar entre os Genins em espera e, após algum tempo, tivera sua missão do dia entregue. Desta vez, o jovem de cabelos esverdeados estava encarregado de coletar ervas medicinais no entorno da vila para o benefício do hospital de Konoha. Ele recebeu uma cesta e um livro contento informações sobre as ervas requisitadas, desde gráficos para facilitar a identificação quanto informações sobre o método de colheita apropriado para cada uma.

Embora fosse uma missão e, portanto, trabalho a ser feito, Yukihiro se viu empolgado com a quantidade assustadora de ervas que poderia encontrar nas florestas de Konoha. Enquanto caminhava em direção ao local mais apropriado para a colheita, ele começou a ler e a decorar informações sobre o que estava buscando. Havia inúmeras ilustrações no livro que se intitulava “Descobrindo as Ervas Medicinais: Um Guia Prático para Iniciantes”.

Há tanto que pode ser feito com o auxílio dessas ervas. – Ele passou mais uma página, entretido com a leitura diante dele. – Tenho certeza que já encontrei algumas dessas, mas não tinha ideia de seus benefícios… — Ele coçou a nuca em resposta à própria ignorância. Sem perceber, as copas das árvores acima projetavam sombras sobre ele. — Certo, chega de divagar! Preciso coletar o máximo de ervas que eu conseguir encontrar! — Instigou-se, puxando o ar fresco para os pulmões e se preparando para a busca meticulosa.

Ele passou a tarde analisando o ambiente ao redor, verificando os espaços onde cada erva poderia ser encontrada conforme o manual. Enquanto recolhia cada uma, Yukihiro imaginou como seria o processo de preparo para que pudessem ser usadas pela unidade médica de Konoha. De certo modo, ele sentia seu coração e mente palpitarem com as inúmeras possibilidades atreladas a essa função: a de cuidar dos feridos. Parte de sua convicção durante a graduação na academia era se tornar alguém forte o suficiente para proteger aqueles que ama e garantir a segurança da vila.

“Talvez eu não precise somente de força para proteger as pessoas... Essas ervas oferecem tantos benefícios para feridos e enfermos…” Ele se permitiu pensar, recolhendo ervas com todo o cuidado e maestria necessários à preservação de seu estado natural. Yukihiro não é grande fã de batalhas e, embora reconheça que muitas delas sejam necessárias, ele sempre acreditou que há respostas e caminhos que não dependem somente da violência.

Naquela tarde, a missão de recolher ervas medicinais proporcionou a Yukihiro algo muito além do que a simples experiência de uma missão rank D. Enquanto recolhia todos os ingredientes necessários à conclusão de sua tarefa, ele decidiu que buscaria conhecer mais da medicina e sua aplicabilidade no mundo ninja. Iluminado pelo pôr do sol e carregando a cesta repleta de ervas medicinais, ele sorriu ao compreender que sua própria jornada ainda era um mistério para si e que havia ainda um longo caminho a ser percorrido. Sua missão estava concluída, embora sua jornada como ninja só estivesse começando.