Sua penitência enfim estava se aproximando do fim. Naquele dia, acordou bem cedo e foi logo checar o que havia de pendente nas missões do quadro. A biblioteca da vila estava precisando de ajuda e tirando isso, nada, absolutamente nada. Embora soubesse que faltaria ainda uma outra missão, não pôde deixar de ficar aliviado em se aproximar do fim. É verdade que poderia ter intercalado essas missões com as de classificação C, mas também queria deixá-las para trás o quanto antes.

Assim que chegou na biblioteca procurou pelo responsável, um homem manco e grisalho, que segundo o habitual clichê, devia ter acabado ali por um ferimento à serviço da Folha, convenientemente sobrando apenas sua sede por conhecimento — pronto, um bibliotecário. Mas guardou a fabulação apenas para ele, se apressando em saber o que era necessário ser feito ali. Primeiro, descobriu que precisava tirar o pó das seções mais afastadas da biblioteca: elas ficavam longe das janelas e acumulavam muito pó. Decerto teria sido mais rápido lidar com aquilo usando clones, mas os que sabia fazer seriam de pouca ajuda, então seguiu ele e seu pano, espanando as capas e tirando camadas inteiras de pó que se acumulavam sobre prateleiras e estantes. Depois voltou ao bibliotecário, faltava apenas um segundo serviço: organizar alguns títulos devolvidos. A biblioteca da Folha contava com títulos novos mas também tinha obras tão antigas que Shizuke precisava folhear algumas páginas para saber do que se trava, a capa apenas uma inscrição ininteligível ou às vezes nem isso. Foram muitas indas e vindas, percorrendo quase toda a extensão da biblioteca entre seções e seções, levando livros até seus respectivos lugares.

Sua breve missão na biblioteca o fez perceber como grande parte do poder de uma nação grande como a Folha se dava por meio de informações. No pouco que leu, embora sem muita atenção, passou o olho em nomes de ninjas há muito mortos, acervos de técnicas e relatos de eventos passados. Seria sábio voltar ali outra hora, mas deixaria isso para quando realmente estivesse com apetite de saber (naquele momento não estava). Retornou ao bibliotecário e assim que soube ter feito tudo, voltou ao quartel para relatar seu progresso.

[...]

O que seria um fim apropriado ao tedioso currículo de missões da mais baixa classificação possível? Bem, apenas um fim já seria o bastante nesse caso, esse o pensamento de Shizuke. Portanto, quando voltou ao quadro de missões e viu que novos pedidos haviam sido adicionados, com tarefas que incluíam desde cumprir o treinamento periódico até recepcionar novos alunos na academia ninja, ele optou pelo mais simples que viu: uma tarde varrendo uma via pública da vila. Precisou ir até o quartel general para questionar um oficial sobre como receberia sua vassoura e conseguiu uma lá, passando todo o caminho entre o quartel e a via que tinha de limpar se pergunta se alguma vez já havia existido um ninja que usava uma vassoura como arma: aí estava sua motivação para voltar a biblioteca.

Como aproveitou o começo do dia, a via ainda estava com pouco movimento, assim não havia nenhuma chance de crianças espalharem tudo apenas para dificultar seu trabalho. Na noite anterior devia ter ocorrido alguma comemoração (ou algumas pessoas se juntaram e decidiram inventar uma), pois havia muito lixo espalhado. Antes de varrer, deu conta do lixo, juntando tudo em um canto e depois jogando no cesto. Varreu todas as folhas de uma extremidade até a outra, até pode jogá-las também no cesto de lixo. Mesmo depois de dar conta dessas tarefas, varreu ainda um pouco mais, para matar o tempo e depois voltou ao quartel para entregar o relatório de sua última missão de classificação D.

Hp: 275
Ck: 525
Estamina: 0/4 turnos.
Vício: 0/3 turnos.

Spoiler: