Vigilância na Fronteira:

Mais um dia a acordar cedo, ás vezes pergunto-me se de alguma forma seguir o caminho shinobi realmente compensa pelas horas de sono perdidas. Custara-me a levantar pelo que quando desci as escadas em direção à cozinha já estava ligeiramente atrasado, resolvi agarrar em alguns bolos que estavam sobre a bancada e comê-los durante a viagem de modo a compensar o tempo que perdera. Percorri as ruas  em direção à entrada da vila, talvez por ainda ser consideravelmente cedo via-se muita pouca gente cá fora.
Chegado à entrada da vila questionei para mim mesmo acerca de qual seria a melhor forma de atravessar o deserto, o percurso até à fronteira era geralmente cansativo. Caminhar sobre o sol extenuante do deserto não era por si só uma tarefa fácil, a juntar a esse fator havia ainda as imprevisíveis tempestades de areias prontas a atrapalhar qualquer pessoa inexperiente que se aventurasse pelas areias. Após considerar diversas alternativas finalmente decidi-me.
- Sabaku Fuyū! - realizei prontamente os selos de mão e colocando ambas as mãos sobre as areias do deserto conjurei uma plataforma de areia sob os meus pés, depois lentamente iniciei o processo de flutuação subindo até uma altura de cerca de 10 metros do solo.
Flutuar sob o percurso fora das melhores ideias que tivera, para além de poupar tempo reduziria o cansaço proveniente de andar pelas areias escaldantes. Acabou por não demorar muito até chegar à fronteira na qual estava designado, sendo que prontamente assumi o meu posto.
Esperava alguma emoção proveniente desta missão, no entanto o turno decorria sem nada a relatar. Não havia pessoas estranhas, movimentos suspeitos, via-se apenas centenas de metros de areia que refletiam a luz do sol numa serenidade que me fazia lutar contra a vontade de fechar os olhos e adormecer. Devo admitir que a certo ponto comecei a andejar de um lado para o outro com o único intuito de tentar não cair num sono profundo.
A certa altura aproximou-se um grupo de 4 indivíduos, prontamente me dirigi a eles acompanhado de um outro shinobi que estava como eu encarregado da patrulha da fronteira. Com cautela abordamos o grupo, nunca se sabia quando alguém podia explodir sem motivo aparente, ao questionarmos o que faziam ali eles de imediato explicaram que eram apenas mercadores em direção a uma vila próxima da fronteira. Verificada a veracidade do que diziam, e tratados os procedimentos burocráticos finalmente puderam seguir com a sua travessia.
Todo o turno foi relativamente calmo, após relatar ao superior no local resolvi voltar a casa. Resolvi fazer a travessia de regresso da mesma forma que anteriormente, afinal era mais rápido e menos cansativo.

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Jutsus Usados:

Limpeza das Ruas:

Ajudar na limpeza não era de todo uma tarefa que me deixava entusiasmado, mas no fundo sabia que era tão importante como qualquer outra para manter o bom funcionamento da vila. Dirigi-me prontamente até uma praça central onde nos iriam designar as respetivas zonas que ficaríamos encarregados de limpar. Ao chegar deparei-me com outros Gennin na mesma situação, curioso salientar que não se via uma expressão de êxtase em nenhum dos presentes para desempenhar esta missão em especifico.
Alguns minutos se passaram até que apareceu um shinobi mais velho, prontamente nos indicou as áreas para onde nos devíamos dirigir. Foram-me atribuídas algumas ruas a sul da vila pelo que de imediato iniciei a travessia para o local.
Ao chegar reparei o quão errado estava acerca das pessoas que habitavam Suna, era de se esperar que num local regido por regras shinobi as pessoas soubesse pelo menos colocar o lixo no sitio que lhe é devido. No entanto não era de todo o caso com que me deparava. O chão de areia era adornado por hashi, papeis, e outros variados objetos que não eram de todo suposto estarem ali.
Suspirei fundo ao perceber que a tarefa ia ser mais exigente e demorada do que aquilo que estava à espera. Como mais vale cedo que tarde, comecei a recolher os ditos "artigos" espalhados pelo areal. Não eram centenas, mas garanto que passadas algumas horas já tinha passado a casa de uma consideráveis dezenas. O calor intenso estava especialmente mais forte naquele dia, e lembro-me de praguejar para mim mesmo de revolta. Não bastava apanhar lixo ainda tinha que o fazer sobre a torreira do sol.
Há medida que o tempo passava ia olhando em volta e percebia que o areal, antes repleto de lixo, reluzia com os raios de sol a embaterem nos seus grãos dourados. Pode parecer idiotice mas isso dava-me pelo menos uma sensação reconfortante e alguma motivação extra para continuar.
Tenho de admitir que foram horas extenuantes mas, acaba a missão, valeu o sentimento de olhar para trás e ver a rua completamente limpa. Como se ali nunca tivesse pisado uma pessoa, era no fundo reconfortante. Apesar disso chegava por hoje e estava com imensa fome, apesar de que comer depois de apanhar lixo não era propriamente a combinação ideal. Prestei o meu relatório ao responsável na praça e apressei-me até casa para tomar um banho frio que removesse todo o suor que escorria pelo meu corpo.

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Resgate de Animal Extraviado:

Passavam-se horas desde que tinha começado a procurar pelo maldito gato e ainda nenhum sinal do mesmo pela vila. Lembro-me que horas antes quando recebi a missão pensara que a mesma seria efetivamente fácil, mas acreditem em mim quando digo que este gato é um mestre da furtividade. Arrisco-me a dizer que se houvesse um sistema de classificação no mundo dos gatos, este seria certamente eleito o Nekokage.
Uma vez que caminhar em círculos pela vila não estava a demonstrar ser efetivo de nenhuma maneira possível, resolvi começar a perguntar pelas ruas se alguém tinha visto um gato castanho pelas redondezas. Também não sei de quem foi a ideia de arranjar um gato castanho para viver no deserto, tanto quanto sei ele podia estar enrolado no chão a dormir que, pela cor semelhante da areia, já seria uma habilidade de camuflagem de um nível excecional.
Todas as pessoas a quem questionei numa fase inicial alegaram não ter visto nada, devo admitir que após tanto tempo sem qualquer indicio já batia um leve sentimento de desespero dentro de mim. Foi subitamente que ouvi um grito vindo de um local próximo, apressei-me a correr até ao local pensando que se trataria de alguma emergência.
Ao chegar deparei-me com algumas bancas de venda num mercado de rua, uma senhora sobressaltada por detrás de uma das bancas, mas nada que se assemelha-se a algum tipo de emergência. Não se entendia nada do que balbuciava mas notava-se estar abalada, numa banca em frente um homem de mais idade ria freneticamente.
Achei a atitude desadequada face à senhora visivelmente transtornada, então resolvi aproximar-me e perguntar-lhe o que aconteceu. Por meio de risos o homem explicou que um gato saltara e levara um peixe da banca, mas que o susto deixara a senhora naquele estado. De facto comecei a entende o porquê do riso do homem, era preciso tanto drama por causa de um gato?
Demorei a alguns segundos a processar devo dizer, até que finalmente algo dentro de mim fez sentido.
- UM GATO!?
Gritei tão alto que acho que desta vez quem se assustou foi o homem, afinal eu provavelmente procurava aquele gato em especifico. Após explicar a situação o velho indicou-me o caminho que o animal teria tomado pelo que rapidamente me aprontei a seguir o percurso.
Para minha sorte, tinha de ter alguma no dia de hoje, o gato tinha escolhido uma trajetória que levava a um beco sem saída. Agora tinha de pensar numa forma de o apanhar sem o assustar para evitar que o mesmo tentasse fugir ou mesmo atacar-me de alguma forma. Após avaliar as opões conclui que a solução mais prática se encontrava na banca da senhora pela qual passara anteriormente. Era relativamente próxima mas tinha de arranjar forma de que durante a minha ausência o gato não se movimentasse para parte incerta novamente.
- Daisan no Me! - fazendo os selos de mão necessários manipulei a areia presente em forma de um olho, depois cerrando o olho esquerdo conectei o nervo ótico ao olho gerado de areia.
Tinha sido uma ideia genial, usando o olho artificial podia ver o que se passava no beco enquanto me deslocava até à banca. A mulher anteriormente em alvoroço já se encontrava visivelmente mais calma, apressei-me a comprar dois peixes e a retornar ao beco aonde estaria o gato.
Chegado ao local aproximei-me calmamente agachado do animal, ele reparando na minha presença rapidamente se virou com um ar desconfiado. Mas eu tinha um plano, retirei calmamente do saco os dois peixes que acabara de comprar colocando-os em frente a mim. Demorou alguns segundos para que o desconfiado se aproximasse deles, e eu não ia perder a oportunidade única. Aproveitando do "vacilo" do gato prontamente o agarrei. Ele lutou e esperneou, até conseguiu desferir algumas arranhadelas mas eu não ia largar por muito que custasse.
Agarrando firmemente o animal dirigi-me o mais depressa possível até ao local de entrega, a dona que se encontrava presente prontamente agarrou no animal agradecendo. Estava mais que feliz por me livrar daquele gato demoníaco do que quaisquer palavras podiam expressar, espero que da próxima vez que ele fuja encarreguem uma outra pessoa de o apanhar.

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