Noite Mais EscuraNós Não Somos Desse Tempo  
Após a aparição pública de Azrael em Uzushiogakure, as lendas se tornaram verdadeiras. Porém, o Pastor conseguiu capturá-lo finalmente, tendo ele sob o seu domínio. Agora, em um local já conhecido por eles, o grande encontro entre o Pastor e o Anjo Vingador aocntece. Mas seriam eles completos estranhos?



Nós Não Somos Desse TempoArrastado por uma fenda dimensional, Azrael era jogado por Phantom em um vilarejo abandonado. Lá, no meio daquela noite estrelada, ele pode observar a lápide de uma pessoa a quem ele conhecia muito bem. Ele se levantou, não encontrando a espada que carregava. Não havia nenhum sinal de Phantom no local, e a maioria das casas abandonadas estavam escuras, exceto por um bar, onde velas iluminavam o ambiente. Azrael foi caminhando até o bar, entrando devagar, onde pode observar o Pastor comendo um prato de lamen de porco, tendo um outro prato em frente a uma cadeira vazia.

- Eu já provei vários tipos de lámen durante essa existência, mas nenhum conseguiu superar o lámen de porco caseiro que a Okaa-san fazia. Ela fazia tudo bem, mesmo tendo uma vida tão sofrida. Venha, Ryoichi-kun... Este lámen está igual o que a nossa mãe fazia. - convidou o Pastor, vendo Azrael se sentar.
- Você não me trouxe aqui para comer lámen, Kenshin. Acha mesmo que eu não conheço os seus truques? Você pode enganar os seus fiéis, aos seus malditos arautos, mas a mim, você não engana, afinal de contas, eu sou o seu irmão mais velho. - Azrael, ou como ele era chamado, Ryoichi, retirou o capuz e revelou o seu rosto. - Eu esperei por esse momento há muito tempo. - sussurrou com um sorriso sádico.


- Eu, cheio de truques? - Kenshin deu uma risada. - Não há nenhum truque, somente o propósito. Em breve, todos compreenderão a verdade e a aceitarão de bom grado. - garantiu. - E pode ter certeza que eu também aguardei por esse momento. Estava ficando cansado de ter que me esconder de você. Podemos lutar até um de nós cairmos agora, mas eu sei muito bem que fará um discurso agora. Vá em frente, comece. - ele então voltou a comer. Azrael respirou fundo e começou a falar.
- Kenshin, durante anos, eu assisti você remoendo a morte da Rukia, e tudo o que aconteceu depois... O fato de sua esposa ter largado você, a perda da sua sanidade... As decisões que você tomou acabou nos trazendo até aqui, para além das décadas, e agora você quer impor a sua loucura para o mundo inteiro. Eu prometi a mim mesmo que não deixaria você viver para sempre, nem que para isso eu tivesse que prolongar a minha vida, usando de quaisquer meios necessários. Agora estamos aqui, incontáveis anos e gerações depois, além do nosso tempo. Nossos ascendentes já devem ter reencarnado neste mundo, enquanto nós estamos aqui, plantando sementes malditas e gerando débitos infinitos para as nossas próximas vidas. Nós não somos deste tempo, Kenshin! - bradou o homem. - Eu tive que assistir meus descendentes envelhecerem e morrerem, enquanto eu vivia para sempre, esperando pelo momento em que você encerraria com esta loucura.
- O Jashinismo não é loucura! Ele é a resposta para todos os males deste mundo! - ele bateu com as duas mãos na mesa. - Você não entende, nunca entendeu. Aliás, onde você estava quando eu precisei de você, ONDE? Ah, sim, estava brincando de ser um shinobi, enquanto eu amargava para dar o melhor para a minha família! - gritava.
- Você não tinha aptidões para ser um ninja, e agora você quer criar um mundo onde o Nindou é invalidado? Você não consegue salvar a sua filha, e agora quer que o mundo inteiro viva para sempre? - Ryoichi se levantou. - O que acontecerá quando as Grandes Nações se mobilizarem contra você? Você prega a paz, mas os seus atos causarão uma grande guerra, não entre nações, não entre clãs, mas entre amigos, vizinhos, familiares! Você já foi um homem pacífico, Kenshin. É por isso que eu digo mais uma vez: pare com essa loucura! - implorou o irmão mais velho do Pastor, o fazendo ficar em silêncio por alguns segundos.
- Não se preocupe, meu irmão: não haverá nenhuma guerra, pois os Kages não serão capazes de lidarem com o que vai acontecer. Não sabe o quão rápido foi causar esta revolução. - ele sorria, caminhando pelo ambiente. - As Grandes Nações fizeram quase todo o trabalho por mim. Primeiro, a Grande Guerra. Depois, as colonizações dos pequenos vilarejos, em especial, Otogakure, onde Konoha, Kiri e Kumo lutaram lá. Depois, HYDRA, Capuz Vermelho, Moira e Overhaul. Tudo o que eu precisei fazer foi esfregar tudo isso na cara das pessoas, e mostrar um caminho diferente. O mundo anseia pela paz, mas enquanto houverem as hierarquias, a glamourização dos vícios, a corrida por armas e bijuus, as guerras continuarão. Você pode não confiar nas minhas intenções, mas tudo aquilo que meus arautos pregam vem da minha própria ideologia. - ele pegou um copo de sakê, tomando um gole. - Sabe por que nós vamos vencer, irmão? Porque mesmo se eles conseguirem nos vencer, a nossa mensagem já está no coração das pessoas. Se as Grandes Nações vencerem, será uma vitória passageira, porque vai ser só aparecer uma Bijuu ou qualquer fonte de poder super poderosa, e eles irão lutar entre si novamente. Eles não podem evitar, pois eles prestam contas aos conselheiros e políticos. É por isso que quando a Grande Revolução acontecer, nós iremos reformular completamente o sistema. - disse.
- Formidável... Você só esqueceu de um detalhe: as mortes que você causou pelo caminho. Existem coisas que não mudam, e uma delas é a sua hipocrisia. - Azrael disse, enquanto a sua mão direita era iluminada por chamas escarlates. - Você passou anos vivendo como um assassino, e agora teve uma epifania? Espera mesmo que eu acredite em você? - a sua espada se materializou na sua mão, causando espanto no Pastor, que acreditava que Phantom tivesse capturado-a? - Sua loucura termina agora, Kenshin!

Azrael jogou a mesa para longe e segurou na espada com as duas mãos, buscando realizar um corte no peito de seu irmão, mas ele acabou pulando para trás, saltando para o balcão e pegando um cajado negro, bloqueando o segundo ataque de Ryoichi. O Pastor girou o cajado e prendeu a espada de Azrael de uma forma que ele não conseguisse movê-la, dando uma joelhada em seu braço e o obrigando a soltá-la, em seguida girou sobre o próprio calcanhar e acertando um chute na sua costela, o jogando para fora do bar, o vendo rolar no chão várias vezes.

- A lendária Twilight Sword, a espada forjada por um jashinista traidor, aquela que garante o poder da vida eterna para aquele a quem empunha, desde que o usuário ceife a vida de outros. Se eu sou hipócrita, você é muito mais, onii-chan. - sussurrou, carregando a espada consigo. - Você sabia muito bem o quanto essa espada poderia corrompê-lo, mas mesmo assim, a empunhou. - dizia rindo.
- Foi necessário... Foi a única forma de pará-lo. - bradou, ficando de joelhos. Ele não estava rendido, apenas esperava o momento certo de atacar, porém ele não conseguia materializar a espada em sua mão novamente.
- Eu esperei por esse momento por muitos anos, enquanto fugia da sua perseguição voraz. - o Pastor podia observar a espada tremendo, por causa da força psíquica de seu irmão. - Você foi longe demais para tentar me derrotar, mas essa palhaçada termina agora.

O Pastor concentrou o seu chakra na espada, e então partiu-a ao meio com as próprias mãos, fazendo Ryoichi arregalar os olhos. De repente, todo aquele Sakki e toda aquela energia que Azrael carregava ia sumindo aos poucos, e ele se tornava apenas um shinobi comum perto do poder de seu irmão.

- Agora você é apenas uma pedra no meu caminho. - Kenshin falou baixinho.
- Não me subestime, Kenshin... EU AINDA SOU UM SHINOBI! - ele se levantou rapidamente, concentrando chakra na mão direita e invocando o Rasengan.

Ao ver aquele ataque, Kenshin apenas desviou e segurou o pulso de seu irmão, dando uma joelhada no seu estômago, o pegando pela roupa e o levantando, até jogá-lo no chão.

- Patético. - ria Kenshin, até que viu duas bolinhas de fumaça na mão do seu irmão. Elas explodiram no chão, criando uma grande cortina de fumaça roxa. Em segundos, Ryoichi tinha desaparecido dali. - PHANTOM! - gritou, fazendo o seu guerreiro mais sombrio sair de um portal de vidro da janela, caminhando até o seu mestre e se ajoelhando na sua frente. - Alerte a todos sobre Azrael, diga que ele não oferece mais nenhum perigo. E dê o sinal para todos os nossos espiões e diga que devemos aumentar a temperatura. Eles vão entender a mensagem. - disse.