— Ihuuuuuuuuu! — Ouvia-se um grito pelos telhados rochosos da Aldeia da Areia. Com um prato gigante logo abaixou de meus pés, saltava do topo das construções e deslizava rumo aos prédios mais baixos, segurando a ponta do prato, erguendo-a levemente para manobrar nos ares. — Licença!! — Gritava espantando um bando de pássaros que entrava no caminho. Ao cair no próximo prédio, uma rachadura surgia no prato e meu peso já se tornava excedente para ser sustentado pelo material fragilizado. Sem notar a existência da rachadura, me preparei para uma nova manobra, totalmente arrasada pela quebra do prato e me deixando em queda livre em plena feira. — Aaah sai de baixo! — Tudo o que consegui enxergar eram os panos das barracas, torcendo para que não seja a barraca de armas ninja. Não estava com minha cabaça, e não poderia me salvar com ninjutsu. Mas por sorte, a barraca era de frutas.

O estrondo cobriu uma parte da região, o pano estendido com resistência desacelerou minha queda e as frutas macias também. Me levantei batendo a poeira e os pedaços de fruta do corpo, olhando todos me encarando com raiva. — Rimuru! — Olhei para trás, sorrindo sem jeito para o dono da barraca. — O-oi Senhor Rin. Que coisa não, escorreguei ali de cima. Acidentes acontecem né? Vou no hospital, posso ter me machucado. — Saindo de fininho, antes mesmo que Rin me parasse, a gola da minha capa foi puxada para trás. — Amigo? — A voz grossa me chamava, era meu Sensei. — Quem diria que eu encontraria você aqui. Vem comigo. — Fui solto e caminhei ao seu lado, colocando as mãos no bolso. — Sensei, eu escorreguei, eu juro. — Olhei para trás, e alguns ninjas cuidavam dos reparos da barraca. — Eu sei que não foi por querer, mas enfim. Você tem uma missão, Rimuru. — O homem se distanciou do local e me entregou um longo pergaminho com duas missões. — Finalmente. — Sussurrei absorvendo o conteúdo. — Volte logo, ok? Deixei alguns bolinhos na porta da sua casa também. — O homem desapareceu com sua técnica rápida, e eu fui ate minha casa.

— Wow, logo três! — Abri a cesta e devorei os três bolinhos ali mesmo enquanto abria a porta. Minha cabaça estava ao lado da mesa de jantar, colocando-a nas costas e partindo dali para os portões de Sunagakure no Sato. Receber uma carta e entregar alguns suprimentos para o Corpo Medico parecia uma missão fácil, mas não podia me deixar enganar... era a minha primeira missão por Suna. Andei de forma debochada, com as mãos na nuca, assobiando, atravessando a fissura dos muros de Suna para o deserto.