Era manhã e eu já estava de pé tomando um café e lendo um papiro que continha instruções sobre um suposto tesouro nos arredores do vilarejo. Aquilo parecia mentira, mas as instruções do papiro que continha meu nome me fizeram ir até o local depois das arrumações matinais, como escovar o cabelo, tomar banho, e tudo mais. Quando eu estava pronta, saí em direção ao local designado, é claro, trajando meus utensílios básicos e minha roupa costumeira. As passadas por entre a vila foi precisa e veloz, e a saída pelo portão foi tranquila, também.

Os passos dados em direção ao norte, como instruído pelo papiro me levou até uma caverna, e nesta caverna havia dois saqueadores que, ao me verem, vieram até mim. Ei tu. Venha cá, tá vendo aquele buraco ali? Precisamos quebrá-lo mas não temos ferramentas. Pela bandana em seu braço, você é uma ninja né? Quebra pra gente aí, pô! disse um dos homens, o careca. O cabeludo, porém, manteve-se inerte, e eu, fiz o que me fora pedido. Peguei a picareta de um dos rapazes e bati na parede até esta ceder, o que demorou cerca de quinze minutos. Os homens, neste meio tempo, estavam descansando sabe-se lá do quê, o que me fizera arquear a sobrancelha.

—— Está feito. —— disse, fitando-os. Ambos levantaram de supetão, dando-me um tapinha nas costas e rumando para o local que eu havia aberto. Segui-os, afinal, o tesouro estava ali. Conforme os metros caminhados, era visível que a gruta estava selada há muito tempo; algumas ossadas eram notadas, assim como caveiras de animais espalhados, e mais ao fundo, no breu, era possível ver algo reluzente.

Achamos o tesouro, irmão. Vamos! disse o cabeludo para o careca, correndo em frente. Eu os segui vagarosamente, mantendo-me atenta, mas quando cheguei lá, ambos já estavam com o tesouro em mãos. Você vai nos escoltar daqui e não vai receber nada. falou o careca, sério. —— Eu… ok. —— respondi, acanhada.

Fizemos todo o trajeto de volta, o que não demorou mais que alguns minutos. E após sairmos da caverna, fui abordada por um destes. Entregue-nos suas armas. bradou os irmãos em unissono. —— Eu… me recuso. —— murmurei em baixo tom. Todavia, um dos homens levantou a mão e acertou-a em minha face, jogando-me ao chão. Arregalei os olhos e fiquei incrédula com aquilo, mas não tomei atitude, a princípio. —— Por quê? —— Indaguei e não obtive resposta. O careca veio até mim, erguendo a mão, prestes a me bater, e algo em meu âmago despertou; fugaz, retirei uma kunai da hip-pouch que se encontrava em minhas costas e furei a mão do homem, fazendo o objeto transpassar sua carne. O cabeludo bufou, e também veio até mim com 1 pedaço de pau, mas este sequer sabia manejá-lo. Dei alguns passos para trás e num singular movimento, soquei sua face, jogando-o no chão.

—— Eu… Eu sou Altria Pendragon e não aceitarei ser capacho de mais ninguém! —— clamei, batendo com a destra no centro do peito. Uma alegria se apoderou de mim, em meu rosto era notável um largo sorriso; quanto ao tesouro, o enterrei numa duna qualquer. Nem eu e nem os homens teriam aquilo. Após todo o alvoroço, retornei para minha casa no vilarejo da areia.

Considerações:

Qualidades: