O inverno se proclamava pelo Mundo Ninja junto com uma noite tempestuosa, com relâmpagos que perfuravam as nuvens acompanhados de cristais de gelo, todas estas características espalhadas pelas regiões montanhosas de Kumogakure que era o verdadeiro inverno.
O som da porta batendo rapidamente com o vento forte foi o suficiente para me acordar do meu sono, tiro o cobertor de cima de mim e me levanto, troco de roupa e faço a higiene básica, saindo assim do meu quarto e indo para a sala. Como ontem havia feito a faxina, já imaginei que a casa estaria limpinha, e estava mesmo, minha mãe parecia ter se esforçado para limpar toda a casa, mas ao olhar na cozinha tenho uma surpresa, meu pai estava ali, isso não era muito comum porque normalmente estava ocupado com as missões para sustentar a casa - Bom dia! Sua mãe saiu para ir na casa de uma amiga dela, Não vai tomar café? - Disse olhando para mim enquanto fazia a comida - Nah, tô de boa - E depois meu pai só acena com a cabeça em um gesto de “sim” de volta a cozinhar, de repente, a campainha toca, e uma carta é passada por debaixo da porta, coitado do carteiro tendo que trabalhar neste frio, a carta era destinada a mim, e utilizava o mesmo papel que foi entregue como missão da última vez, então já estava esperando ter o dia cheio hoje. A primeira missão seria fazer uma faxina na biblioteca da vila, um ambiente que estava familiarizado com as minhas várias idas até lá, a outra eu precisava ajudar alguns trabalhadores com alguns problemas de aparecimento de animais selvagens atacando a fazenda da vila, a primeira tava de boa era em um lugar fechado, mas lutar contra animais selvagens no meio da neve? Isso iria ser um saco, mas o que eu posso fazer? - Pai, recebi algumas missões pra fazer, tô indo nessa - E andei até o meu quarto para pegar um agasalho.
Agora agasalhado, eu saio de casa, indo na ordem descrita no pergaminho, fazer a faxina da biblioteca da vila, então, fui até o centro da vila, tentei ir por um caminho diferente para ver se economizava tempo mas não deu muito certo, o dia estava bem frio, alguns flocos de neve caiam no meu casaco e consequentemente no meu cabelo, mas depois de chacoalhar um pouco eles saiam de lá, estava de frente a biblioteca, a mesma que visitei a uma semana atrás, estava bem vazia e provavelmente fechada, devido ao temporal e a missão que havia de cumprir não teria muitos clientes pela cidade, adentro no local, não parecia uma situação muito ruim na questão da sujeira, mas mesmo assim ainda teria que cumprir a missão, coloco os equipamentos de limpeza como a máscara, luvas e pego a vassoura e começo a limpar aquelas largas estantes. Após algumas horas de um trabalho extremamente tedioso e exaustivo eu finalmente havia acabado de limpar, tomei algumas broncas da bibliotecária por tentar ter os livros uma vez mas ela me desculpou pelo tempo rápido que eu tinha terminado de limpar, então agora era só pedir para ela assinar o pergaminho e eu estava livre daquela biblioteca e poderia passar para a próxima missão, então assim o fiz, levei o pergaminho para a bibliotecária e ela colocou sua assinatura no campo correspondente, agora, é a fazenda. Esse local que eu precisava ir ficava um pouco mais afastado do resto da vila, afinal não é todo o animal que tem a capacidade pulmonar para aguentar aquela pressão atmosférica, então assim como da última vez apresentei o pergaminho e eles liberaram a passagem, de acordo com as minhas anotações e desenhos, algumas plantas já tinham crescido minimamente do que a última “visita” que tinha feito, então só fiz alguns desenhos e fui para a fazenda. Assim como qualquer estereótipo que eu poderia pensar de uma fazenda, ela era idêntica, com um moinho, a cerca prendendo alguns animais, as árvores em volta, e tudo isso que normalmente você se lembra de uma fazenda, a moça estava me esperando perto da cerca de entrada, com um ancinho na mão e um casaco apoiado nos seus ombros - Eita sô, qui bão que tu chego aqui, os animal tava doidin pa ataca meus porco - Falava com um largo sorriso de orelha a orelha balançando um pouco o seu ancinho pra lá e pra cá - Certo, de acordo com o pergaminho, você tá tendo problema com um animal selvagem atacando a fazenda - Disse com uma entonação com um pouco de dúvida, caso o pergaminho esteja errado - Se o pergamin tá errado? Brin' que não! Um lobo tá tentando comer meus porquin, dá um jeito nele e eu assino esse papel ai - Apontou com o ancinho em uma direção, provavelmente onde o lobo foi visto da última vez, só fiz um "joinha" com a mão e fui para onde apontava. Indo um pouco mais afundo, algumas gotículas de sangue estavam espalhadas pela neve, então ele tinha acabado de se alimentar, talvez de um coelho ou qualquer outro animal pequeno, sendo assim a chance de estar dormindo era mais elevada, dando um pouco de sorte para o meu lado, segui por um tempo esse sangue, que fazia um rastro pela neve, estava com uma kunai posta nas mãos, me esforçava ao máximo para os meus passos fazerem o menor barulho o possível, fui andando e andando até que o rastro começou a ficar maior, então ele estava próximo, subi em uma das árvores para tentar ter alguma vantagem utilizando do Ki Nobori no Shugyō aprendido na academia, subi a árvore e lá estava ele, deitado em cima de uma rocha, o alvo estava localizado então agora era só neutralizá-lo. Com tudo que já havia estudado, os lobos possuem uma audição muito apurada, além de uma visão melhor em ambientes noturnos do que outros canídeos, então desci da árvore calmamente moldando o chakra que flui no meu corpo para concentrar nos pés e poder descer da árvore sem nenhum risco de barulhos altos como a quebra de galhos, fui me aproximando lentamente, o intervalo entre os passos que eu efetuava ficavam cada vez mais elevados, a furtividade era importante para evitar confrontos diretos com o lobo, o rastro de sangue acaba perto dele então a chance de ser atacado por outro animal era baixa, além de que este lobo provavelmente não faz mais parte de uma alcateia, lobos geralmente andar em bandos, então poderia reduzir a chance de um ataque nas costas ou de reforços para a salvação do lobo, eu pensava tudo isso enquanto eu agia me aproximando do lobo, um passo de cada vez, até que finalmente uma distância segura para um ataque, não queria o matá-lo mas talvez naquela situação fosse a única escolha presente, com a kunai em mãos, me aproximava cada vez mais de seu pescoço, um corte rápido para poupar a dor do pobre animal, a sendo assim, um corte rápido, quase como degolando o lobo, que morreu instantaneamente com o ataque, estava seguro, por ora, enterrei o corpo do lobo e fiz uma prece para que descansasse em paz, após isso, voltei para aquele campo com a fazenda.
- Eita fi, que puxado que foi, bom ucê fez o trabalho então devo te dar a assinatura - Enquanto ela assinava, sons ecoavam pela floresta, um barulho de galho rachando, a neve parecia ser arrastada, passos baixos mas perceptíveis, um outro animal se aproximava, mas desta vez indo direto na fazendeira, ele de entre as árvores, com a densidade da mata do local era difícil reconhecer sua presença, ele correu em direção a fazendeira, provavelmente esperançoso de conseguir eliminá-la, mas claro que não poderia passar despercebido, como eu estava de frente a fazendeira, consegui ver sua chegada se aproximando, então com rapidez fiz o selo de mão "Rato" para infundir chakra Yin através da minha sombra, o Kagemane no Jutsu, um jutsu passado de gerações e gerações pela minha família, algo que me custava esforços mas valeria a pena, minha sombra foi mais ágil que as pegadas do lobo, atingindo a sombra que projetava durante sua corrida e o travando no lugar - Se você puder ser rápida, ajudaria muito sabe... - Um esforço perceptível ecoava pela minha voz, uma técnica de rank alto como está custava muito de mim, ficava sempre cansado quando usava e desta vez não foi diferente, minha sorte foi a reação rápida da fazendeira, provavelmente mais acostumada a este tipo de situação do que eu, pegou seu ancinho e as três pontas foram cravadas no lobo, uma pena, mas era melhor do que mais alguém morrer ali - Tu ta bem? Parece bem cansado, qué tira um cochilo não sô? - Uma preocupação exalava, provavelmente por gentileza mas eu sentia apenas cansaço, nenhuma ferida foi marcada no meu corpo e nem na dela, então provavelmente estava tudo tranquilo - Relaxa ai senhora, tô de boa é só cansaço, bom acho que agora você pode assinar o pergaminho - Pegou a caneta que estava usando e fez sua assinatura na folha, tinha acabado as missões daquele dia, foi bem cansativo e tedioso na primeira missão mas aí consegui ver o quanto meu físico era limitado, como no treino que havia feito, precisava melhorar isso, antes que talvez um dia fosse tarde demais.

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