De todas as coisas as quais Keiji já odiou, aquela época do ano era uma das que permanecia: inverno. O desgosto pela estação era tanto que nem mesmo a mais excitante das missões seria capaz de animá-lo. “Talvez, se eu fosse treinar um pouco?”, pensou, lutando para sair debaixo das cobertas e levantar da cama. A briga interna durou mais alguns minutos, até que ele finalmente criou coragem e, sem titubear, levantou-se e se vestiu. Comeu algo brevemente e colocou-se em direção ao campo de treinamentos que, àquela hora, encontrava-se vazio. “Quem seria louco em sair nesse frio para treinar? Só eu mesmo!”, refletiu.

Posicionou-se no centro do local que era cercado por alguns troncos de árvores bastante castigados pelo tempo. O primeiro foco de seu treinamento era em melhorar suas capacidades de regeneração, as quais acabara de descobrir sobre o seu funcionamento. Então, fez uma sequência de selos para conjurar um clone de madeira. A dupla de Tenentes começou uma intensa batalha, armados com Kunais. Entretanto, a versão original não se preocupou em se defender dos golpes do amistoso adversário. Após alguns minutos, Keiji encontrava-se ferido com cortes superficiais por todo o corpo, era o que ele precisava. “Que loucura, me machucar todo de propósito? O que eu estou me tornando?”, ria.

Caminhou até uma das árvores onde deixou seus pertences e sentou-se, pegando uma garrafa d’água de sua bolsa. Com o tempo de descanso, os ferimentos em seu corpo começaram, lentamente, a se curar, pelo menos àqueles que eram mais superficiais em sua pele. O Tenente sorriu satisfatoriamente. “Parece que meu corpo está se acostumando melhor a isso, a pouco tempo atrás parecia demorar mais para isso acontecer. Pelo menos acho que agora consigo durar um pouco mais em uma batalha.”, pensava. Isso devia-se, talvez, ao fato de manter uma boa alimentação e uma assídua rotina de treinamentos. Também, claro, devido as experiências que iria acumulando ao longo da vida como ninja. Pelo menos, era o que o jovem pensava.

Aproximava-se do meio-dia. O sol estava no centro do céu, porém, não era suficiente para esquentar o clima frio. O Senju se levantou, voltando a posição inicial (ao centro do campo de treinamento), iria começar a segunda parte do treinamento. Lembrou-se, então, do que havia lido em pergaminho alguns dias atrás. “Recuperação está diretamente ligada a capacidade da pessoa recuperar seu próprio chakra através de concentração, mesmo em combate, por abrir mais a passagem das suas reservas de chakra.”.

Keiji fechou os olhos e uniu as mãos formando o característico selo da Cobra, estava disposto a gastar quase todo o seu chakra. Inicialmente, preocupou-se eu fazer algumas manipulações elementais sem uma técnica em si por de trás delas. Depois, preocupou-se em utilizar seu arsenal principal desde a técnica mais básica até a mais complexa e poderosa. Habilidades o suficiente para gastar uma boa quantidade de chakra. Exausto, ele caiu com as costas ao chão, abrindo os braços e pernas: estava esgotado. Era a condição que precisava para por em prática as palavras do pergaminho. Acomodou-se em pose de lótus, fechou os olhos e respirou fundo, concentrando-se. Focou em abrir mais a passagem de suas reservas de chakra de modo a tentar melhorar sua capacidade de recuperação. Nitidamente, com o tempo, ele fazia progresso com essa prática; afinal, para quem dominava o Senjutsu, aquilo era algo mais trivial.

A barriga do jovem roncou, sinal de que a manhã de treinamento estava finalizando. Como de praxe, refez o selo de mão e desfez o clone de madeira. Pegou suas coisas e caminhou de volta à sua humilde residência.  

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