—— Os afazeres domésticos.

Algumas gotas de água ricocheteavam em sua mão e molhavam o avental surrado que envolvia em seu tronco, utilizado especialmente para evitar que molhasse suas roupas enquanto efetuava suas tarefas de casa, como lavar louça e esfregar o piso, visto que agora que morava sozinho, eram tarefas que exigiam sua atenção, ao contrário de quando vivia nas montanhas mais altas com os velhos anciões e tinha os servos do templo para lhe prestar este tipo de serviço. Após se formar na academia, continuar a viver com os antigos nos arredores se tornou uma opção inviável, ainda mais devido à quantidade de missões que Tomioka recebia terem aumentado nos últimos dias, o que, mesmo aos olhos albinos do Hyūga, tinha uma explicação lógica e completamente plausível. Foi então, diante deste fato, que optou por mudar-se para um casebre barato, o mais próximo do centro da aldeia que conseguiu encontrar. O lugar não era o mais bonito, nem tinha as melhores madeiras utilizadas na sua construção, mas com o sutil toque de perfeccionismo de Tomioka, pouco a pouco o lugar se tornou em uma impecável construção, sendo digna de chamar a atenção de quem passava por ali.

Foi durante seus afazeres diários que ouviu algumas batidas à porta, realizando um brusco movimento com o pescoço, virando o rosto para a direita de forma súbita enquanto acessava a sua herança sanguínea e veias dilatadas surgiam ao redor de seus olhos ao passo que sua visão era elevada ao ápice. Com o byakugan ativo, olhou através das paredes da casa e notou uma presença atrás de sua porta, alguém que não reconheceu num primeiro momento. As veias recuaram enquanto lentamente se aproximou da entrada, sendo rapidamente surpreendido pela súbita entrada de um envelope fechado pela fresta. Uma missão? Não pôde deixar de pensar na possibilidade de ter recebido mais uma tarefa, o que não seria de todo ruim, já que a jugar pelo seu humor, a vida comum e seus afazeres não combinavam com o rapaz. Abaixando-se calmamente, o genin recolheu e abriu a mensagem, contemplando seu mais novo objetivo. Homaru-sama. Não era exatamente um nome de conhecimento por parte do Hyūga, que começou a se perguntar quanto a quem se tratava, ignorando completamente suas dúvidas logo na sequência ao passo que focou-se inteiramente na missão e, recolhendo seus equipamentos, saiu na direção do seu destino, quase levando consigo o avental.


Giyū; 375/375; 720/725; 0/4

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@Hideki'

Diante do objetivo de sua missão, que era única e inteiramente o de servir ao seu contratante como um garoto de recados, ou mais formalmente nominado como carteiro particular, era de se imaginar que se tratava de alguém com uma grande reserva de recursos, do contrário teria de entregar suas próprias mensagens. Entretanto, contemplar as belas residências espalhadas pelo complexo habitacional onde havia sido imposto que se encontrasse com Homura-sama e atendesse aos seus comandos, deixou o genin estupefato e com a sensação de estar fora de seu habitat natural, visto que até então a morada onde cresceu com os anciões era a sua referência para a palavra “mansão”, o que mudou completamente ao que se viu diante da residência de seu cliente. No primeiro momento já foi capaz de notar o odor convidativo de uma boa e agradável refeição, o que trouxe ao genin boas lembranças de sua infância, quando os servos que prestavam serviços aos antigos do templo, lhe agraciavam com banquetes repletos de especiarias. No interior, uma moça educada e bem vestida guiou Tomioka pela grande fundação até que estivesse diante de uma figura monstruosa e que continha uma altura e porte tão avantajados que mais pareciam ao rapaz que o sujeito detivesse o triplo de seu tamanho —— Sim, Homura-sama. Me chamo Giyū e estou ao seu dispor.

Diante do convite, o mais sensato sem dúvidas seria aceitar, ainda mais diante daquele monstro. Mas a parte agressiva da personalidade do Hyūga o impedia de desviar-se do objetivo de sua missão, independente da interferência de terceiros —— Prefiro não me sentar. Garanto que lhe prestarei o melhor serviço, desde que me fale do que precisa —— Alegou, atentando às palavras de Homura e recebendo em suas mãos a urna que provavelmente era a responsável por armazenar as cartas que teria de entregar, a julgar pelo peso da mesma —— Há mais alguma coisa que eu possa fazer pelo senhor? —— Sua pergunta não apenas tinha a intenção de agregar ainda mais intentos à sua missão, mas acima de tudo, receber as informações necessárias para que a entrega fosse efetuada, tal como local e o destinatário.


Giyū; HP: 375/375, CK: 720/725, ST: 0/4

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@Hideki'

Os feixes de luz solar, que transpassavam as densas e espessas nuvens responsáveis por abarrotar a abóbada celeste dos arredores do vilarejo, eram os encarregados por tornar o percurso traçado por Tomioka tão iluminado e cheio de fulgor. Tendo ao dispor de seu olhar um fenômeno tão incrivelmente primoroso, apesar de minúsculo, e ainda assim focar-se inteiramente no objetivo de sua missão, chegava a ser um grande ultraje que mais transparecia sua falta de gratidão para com a força que lhe ofertava tal experiência do que o seu foco descomunal em si. O único pensamento que realmente tinha o potencial de infligir tormenta ao Herdeiro do Clã Hyuga não passava de o desejo intenso de cumprir com sua missão de maneira direta e sem rodeios, fazendo uso de praticamente toda a sua capacidade de se locomover para efetuar incontáveis e longos saltos acrobáticos, abusando das construções ao seu redor para aplicar ainda mais velocidade a partir de impulsos reforçados e consequentemente cortar caminho por sobre os altos prédios que formavam os complexos construtivos dos arredores da vila.

Com a urna sob sua destra, utilizando do membro que restava para se impulsionar e efetuar movimentos bem pensados e completamente calculados, tornando sua locomoção mais fluida e espontânea possível, Tomioka alcançou o seu destino e completou a primeira parte de sua tarefa. Diante do conhecimento obtido a partir das informações contidas no fundo do receptáculo, reconheceu o destinatário e efetuou com o mesmo uma espécie de troca, tendo agora em mãos uma outra remessa que deveria – e seria – rapidamente entregue ao seu contratante, no loca do qual havia se retirado a poucos minutos. Cogitando que o que tinha em mãos possuía imenso valor e que a forma como conduziria o restante da missão ditaria a conclusão da mesma, ponderou sobre suas próximas ações e achou por bem seguir por uma vereda diferente, de modo que, acaso estivesse sendo seguido ou mesmo vigiado, dificultaria uma interceptação em seu retorno, no qual dedicou-se tão profundamente quanto em sua partida, movendo-se como se estivesse em meio a uma dança com as fundações da Nuvem.

Giyū; HP: 375/375, CK: 720/725, ST: 0/4

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A conclusão de uma missão bem sucedida era marcada quase sempre com aquisição do documento que comprova o êxito e permite ao empregado reclamar a recompensa devida pelos serviços ditosos que eventualmente prestara. Daquela vez não seria diferente. Com sua resistência preservada, ainda mediante um esforço considerável para se apressar e atender às exigências de seu contratante, o genin efetuara a segunda e última parte de suas atividades ali, estando agora em posse da nota que evidenciaria o seu sucesso ao que apresentasse a mesma no referido quartel do vilarejo onde receberia sua bonificação. Com seu espirito revigorado depois de por em prática seus conhecimentos, por mais básicos que fossem, acerca do taijutsu, traçou seu rumo e percorreu calmamente pelo caminho já conhecido que o guiaria direto para o amparo militar.

Pensamentos ambiciosos e um tanto quanto ávidos o fariam, já durante o percurso, imaginar qual seria seu próximo passo em meio à árdua caminhada que fazia rumando o máximo poder e se fortalecer até que não houvesse mais qualquer dúvida em seu âmago. Por mais que houvesse evoluído nos dias que vinham se seguindo, ainda não havia uma parcela sequer de satisfação em seu interior, o que poderia vir a mudar completamente em alguma de suas próximas experiências shinobi.

Giyū; HP: 375/375, CK: 720/725, ST: 0/4

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