A gótica guiava seus estudos com cuidado dentro da biblioteca da Aldeia da Nuvem, sempre atenta a tudo o que estava transcrito nos pergaminhos e livros sobre o assunto tratado, ganhando ainda mais embasamento para a utilização de Ninjutsu, buscando a perfeição na arte como nunca antes foi visto por ela mesma. Estava sentada em um dos corredores, quando folhava um grosso e empoeirado livro, tomando cuidado ao manipulas cada página pelos anos de conhecimento que estavam fixados ali e poderiam se rasgar a qualquer movimento mais brusco. Enquanto folhava, atenta, topou com um pedaço de papel solta, destacado em um envelope amarelado, provavelmente pelo longo período de tempo em que permaneceu exposto a umidades e poeira. Na carta, contava-se histórias sobre uma ilha próxima ao vilarejo da Nuvem Oculta e que está era perfeita para os mais diversos treinamentos. No conteúdo, era possível notar as maneiras de se chegar até o local misterioso e preparada para qualquer aventura ela rapidamente se levantou e disparou para os portões, seguindo entre as cadeias montanhosas para se aproximar da costa.

Durante a jornada, me movi sempre atenta, procurei estar disposta a novas experiências e encontros durante a caminhada, mas o destino havia reservado certo conforto até aquele momento. Demorou mais do que o esperado para adentrar a trilha que me levaria até a encosta das montanhas, onde um casebre era responsável pela travessia até a ilha da tartaruga. Contudo, a chegada até o local não poderia ser realiza ao mar. O responsável rapidamente me recebia sem questionamentos, acostumado a levar diversos ninjas que buscavam aperfeiçoar suas técnicas naquele local perigoso. Um enorme falcão surgia entre uma cortina de fumaça esbranquiçada, carregando nossos corpos com facilidade até chegar no local. Diferente de tudo o que havia visto antes, a ilha era gigantesca e parecia se mover lentamente, com espinhos em suas laterais protegendo-a completamente. Ao realizar seu suave pouso, a ave permitiu que eu tocasse os pés no chão, indicando o caminho mais comum feito pelos shinobis que vinham para treinar. Ali, durante o caminho, pude notar a presença de alguém e, pela máscara em seu rosto, era um membro da ANBU. A princípio hesitei, mas precisei de alguns segundos para tomar coragem e me aproximar, com um sorriso de canto. – Hey! Vejo que este local não é tão remoto assim, hehe. Veio treinar também? – Simpática, me aproximei curiosa esperando que fosse convidada para o treino acendendo um cigarro na espera.

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Todo o ambiente era adornado por enormes arvores que pareciam milenares naquele local. A sensação de estar sempre em movimento era imperceptível, levando em consideração a movimentação suave que a lendária tartaruga fazia ao se mover pelo oceano. O cheiro ambiente trazia frescor e relaxamento para as narinas, diferente do costume de estar sempre seca e lembrando o aroma e sabor do cigarro que era forçada e fumar pelo maldito vicio que possuía. A sonorização das aves e dos animais que ali viviam não era preocupante, mas reconfortante de certa forma, de uma maneira que afastava os pensamentos de problemas mundanos e do cotidiano desgastante dentro da Aldeia da Nuvem Oculta. Poderia passar o resto da vida naquela ilha se fosse possível, mas sabia que não era. A frente em distância, a voz da ANBU denunciava seu gênero e isso era uma surpresa maravilhosa, já que amava conhecer figuras femininas poderosas.

Deixei um sorriso contente escapar em meu rosto gótico, entre os piercings que se espalhavam por todos os cantos de minha face. Por mais que sua máscara impedisse de ver o belo rosto que reservava, sua voz ecoava doce e simpática, num tom que me conquistava e fazia meu corpo estremecer com vibrações estranhas que atingiam a parte do estomago. – Caralho que isso... – Tentei esconder minha expressão repentina no rosto. – Ajudar? Isso seria interessante! – Minha fala tremia levemente pela emoção, pelas sensações novas e estranhas que sentia. A ANBU era veloz, disparava contra a mata e sumia deixando apenas uma folha branca no local. Uma mensagem intrigante, no plural, indicando que possivelmente haviam mais ali. Não poderia me abalar e nem temer a missão, disparando contra as folhas que se mexiam na velocidade da outra e deixavam um rastro de quedas em uma trilha. Galhos remexidos, alguns quebrados pela força dos saltos, o próprio solo marcado pelo corte do vento em sua velocidade, seguia os rastros da outra enquanto os achava, mas parecia adentrar cada vez mais na mata lendária.

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Por mais que tentasse a velocidade da ANBU era incomparável e sua técnica de rastreamento permitia entender como funcionava a caça, evitando que fosse encontrada com tão facilidade ao evitar os possíveis rastros de seus passos na floresta. Desacostumada com a região, era clara minha confusão a cada passo que dava, mesmo que utilizasse o topo das árvores e seus galhos como meio de me locomover em partes altas, não a encontraria de maneira alguma. Intrigada, fui obrigada a acender um cigarro e me acalmar, demorando alguns minutos enquanto buscava apenas observar alguma moviemtação ligeirad das folhagens, mas não encontrava nada além de alguns pequenos animais e aves que passavam por ali em seus ninhos. Ao terminar meu cigarro, deveria voltar a procura da ANBU que havia atingido meu coração apenas com sua voz doce e tirado de mim a capacidade de raciocinar direito. Entendia levemente como os homens eram capazes de se tornar meros idiotas uando se sentiam apaixonados e pela primeira vez me senti boba. Contudo, eu tinha um objetivo e iria cumpri-lo mesmo com as mais diversas situações. Sai daquela árvore e retornei na caça, usando toda a minha atenção naquele ato. Finalmente, alguns sinais de atividade humana indicavam um caminho propicio, porém, não encontrava o esperado. Outro ninja, diferenciando-o pelas cores em sua máscara. Atenta para agir ofensivamente e defensivamente, me aproximei chamando sua atenção. – Hey, o que tantos ANBUs fazem aqui? –.

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Era notável a surpresa em meu olhar quando fui surpreendida pela movimentação repentina de outros ANBUs no local. Estavam ali por puro treinamento e parecia que toda a ilha era um ambiente propicio para estes treinamentos mais reservados. De certa forma isso me agradava ao máximo, gostava de ter momentos reservados para mim mesma, longe de tudo e todos onde poderia me expor e de fato praticar sem remorsos ou certos cuidados com pessoas próximas. A ilha se fazia o perfeito ambiente para praticar meus lançamentos somados a capa de energia que envolvia meu corpo de eletricidade. Parecia monótono, mas ainda havia a necessidade de intensificar meu arsenal de técnicas para que pudesse desenvolve-las da melhor forma. Tecendo os selos necessários para moldar meu chakra naquele manto elétrico, senti cada vibração me consumir até brilhar intensamente e emitir os chiados de energia. Mirei uma arvore como meu alvo dos ataques e avancei contra ela utilizando uma melhora de desempenho através do Shunshin no Jutsu, guiando ainda mais o controle de chakra para meus pés onde utilizaria das técnicas básicas para escalar a flora local e saltaria, com toda a força das minhas pernas, movimentando o corpo para trás em uma acrobacia calculada, lançando no intervalo perfeito do giro, cinco kunais no mesmo ponto até cair graciosamente no chão.

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Parecia que meu corpo respondia a todos os treinamentos que executava desde a finalização da missão, a obtenção da maestria com ambas as mãos e agora uma facilidade em manipular o chakra de maneira ainda mais fácil. Permiti que meu corpo se mante-se com toda a eletricidade que o impulsionava para partir pela ilha, mantendo assim controle absoluto sobre a conjuração da técnica, das técnicas básicas ao mesmo tempo que utilizava de todos os reflexos para evitar os galhos e qualquer ameaça natural que a Ilha da Tartaruga poderia proporcionar. Desta forma, parti na direção da mata, mantendo em todo o corpo o auxílio da técnica de locomoção e concentração de parte do meu chakra os pés, influenciando na estabilidade que possuía ao caminhar sobre os troncos e áreas mais íngremes da floresta. Contudo, não bastava apenas utilizar das técnicas, mas sim de todo o treinamento adquirido naquele tempo. Sacando uma kunai com a canhota, utilizei-a juntamente dos fios de aço para criar impulsos que me levariam até o topo das árvores, vislumbrando as nuvens e a toda a paisagem antes de voltar para o solo, utilizando do mesmo artificio para diminuir a velocidade da queda. Estava apta a voltar para Kumogakure e assim o fiz, mudando a trajetória até o local de partida onde seria resgatada pelo homem que me trouxera até ali, direcionando meu destino até a Nuvem.

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Acima das nuvens, contemplativa a vasta extensão de água que havia para a Tartaruga se proteger de invasores, sempre em movimento para evitar contato com seres indesejáveis. A Ilha da Tartaruga se mostrou ser o local perfeito para treinos pacíficos e sem interrupções, onde poderia utilizar o máximo das habilidades e ao mesmo tempo não ferir e nem se importar com ninguém próximo. Até mesmo a fauna respeitava o espaço nos shinobis que se dedicavam ali, mas infelizmente não poderia passar muito mais tempo. O Falcão viajava a uma velocidade incrível e quase impossível de acompanhar os detalhes reservados abaixo do mesmo, mas ao longe poderia voltar a ver as cadeias montanhosas de Kumogakure, retornando para casa rapidamente. Não demorou até o velho senhor pousar e me deixar em solo firme para seguir caminho pelas trilhas das montanhas. Agradeci a viagem e oportunidade de treinar na Ilha e me retirei dali seguindo confiante para os morros que protegiam naturalmente toda a Aldeia Oculta da Nuvem. Sem delongas, pude sentir a umidade do ar aumentar juntamente com a quantidade de nuvens no céu, sabendo que estava bem próxima do vilarejo. Ao chegar, contemplei os portões e dei os primeiros passos nas passarelas de Kumogakure, indo diretamente para o Quartel General onde entregaria os relatórios da missão e voltaria para minha casa descansar enquanto fumava um cigarro.

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