❝You gon' have to go through the pain❞ — Soul Eater

HP: 375 | 375 CH: 375 | 375 ST: 00 | 06

Mais um dia como todos os outros, me levantei após alguns sonhos ruins, mas nada que fosse capaz de me lembrar após despertar, me dirigi ao banheiro para um banho rápido e fiz algumas torradas para me alimentar. Até aí, nada diferente do habitual, até que algumas batidas em minha porta chamaram minha atenção.

— Bastardos!

Vociferei, sabendo imediatamente do que se tratava. Não recebia visitas, ninguém havia marcado de vir me ver, então só podia se tratar de uma coisa. Abri a porta, recebendo uma encomenda das mãos de um ninja mascarado, que fez questão de desaparecer rapidamente. Rudes, todos os membros desse maldito esquadrão de assassinato são rudes e desagradáveis, não tem outra. Abri o pacote com a faca ao lado, que havia usado para cortar o pão, desembrulhando-o sem cuidado algum, revelando um conjunto de pergaminhos — dois, para ser exato.

Duas missões em uma, quem diria, o vilarejo provavelmente achava que não tinha mais nada para fazer — que com certeza não tenho mesmo, mas isso não vem ao caso. Me vesti com minhas indumentárias de sempre, com a característica jaqueta negra cobrindo todo o conjunto, saindo as pressas de casa. A primeira missão seria obter uma flor rara, que só existia em um lugar. Maravilha, não tinha que me preocupar em achá-la, bastou me dirigir até o local descrito na carta. Me infiltrei em uma carruagem que ia na direção correspondente, apenas para evitar esforço desnecessário, já que a montanha ficava longe, nada melhor do que ia até lá com o auxílio dos cavalos.

Subi o enorme obstáculo, chegando ao seu topo após quase uma hora. Lá, não acreditei em meus olhos, a vista era magnifica, não só pelo horizonte, mas a vegetação no topo era vislumbrante. Uma enorme árvore oca marcava o centro da montanha, com uma flor púrpura e brilhante em seu interior. Me senti como se estivesse olhando-me no espelho, o brilho da flor me lembrava de meus olhos, e por um instante, até me relutei em arrancá-la, mas era para um bem maior, então o fiz sem pestanejar. Flor em mãos, restava apenas levá-la até um acampamento próximo e garantir que nenhum encrenqueiro cause problemas por lá.

Desci a montanha as pressas, evitando ficar perdido por causa do anoitecer, não seria capaz de enxergar sequer um palmo a minha frente. Caminhei por algum tempo, até me deparar com as construções do acampamento, alguns prédios fixados no solo, mas muitas barracas também. Me aproximei do primeiro médico que avistei, explicando-lhe o motivo de estar ali, entregando-o em seguida a flor que haviam me requisitado. Ele adentrou as instalações, onde começaria a pesquisa.

Enquanto isso, a lua cheia se fazia presente, tornando o ambiente incrivelmente escuro, mas não totalmente, graças a algumas tochas depositadas pelos arredores do local. Não havia outro lugar para que entrassem no local, estava na única entrada e provavelmente, a única saída também. Quem quisesse invadir o local, precisaria passar por mim. Assim permaneci, acordado, com meus olhos pregados, enquanto a lua se afastava, cada vez mais, sendo substituída pelo sol antes que pudesse me dar conta, simbolizando a chegada de um novo dia. Nada de ninjas renegados, parece que as suspeitas eram infundadas afinal. Um dos médicos saiu das instalações, trazendo consigo uma latinha de café, a qual atirou em minha direção, dispensando-me de meu serviço. Com um brinde aos ventos, virei a latinha, dando o fora dali o quanto antes, minha cama me esperava.

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