Na última noite enfim consegui arrematar coragem para romper as barreiras do comodismo. Existe um mar de bares e restaurantes, lugares noturnos no geral, na área comercial da vila; coisa que sei desde o momento em que pus os pés diante do arco de pedra da entrada, a única coisa me separando de uma nova vida. Olhando para trás percebo a eternidade que se passou desde minha chegada e me pergunto se realmente precisava de tempo para se adaptar ou se foi uma desculpa andrajosa, meu medo diante de algo completamente novo. Por outro lado, sei que é inútil remoer águas passadas e agora, pelo que me indicam as batidas na porta, devo assumir as responsabilidades há tanto evitadas. Atendo-o com serenidade, tentando disfarçar as olheiras em meus olhos enquanto me inclino ligeiramente para baixo, como que a me curvar à ele. Escuto com atenção e tomo o papel em minhas mãos, apontando meu corpo para o interior da casa e fecho a porta atrás de mim. Sento sobre um dos braços da poltrona, a madeira debaixo do estofado incômoda abaixo de mim. Leio com dedicada atenção o conteúdo, pois a verdade é que as palavras ditas pelo oficial já se perderam em algum abismo de minha mente. Pondero algum segundos sobre a tarefa, existe uma possibilidade deste recém-formado ter sido parte da turma na qual também me formei e, diante desta possibilidade, penso que posso hesitar. Forço-me a esquecer disto, simbolizando com um balanço de mãos o afastar da ideia. Pondo-me a postos, caminho até o portão.

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Interpondo-se em meu trajeto, uma pequena banca chama minha atenção com suas maçãs de vermelho lustroso. Mesmo observando de perto não consigo distinguir se aquele brilho é natural da fruta ou se é advindo dos feixes solares que incidem diretamente sobre a banca. Pego uma e cravo meus dentes através da casca, o sumo escorrendo até meu queixo. Após limpar com o dorso da mão o líquido a escorrer, jogo por cima das frutas algumas moedas — o preço que julguei ser o cobrado, uma vez que não havia placa alguma para indicar isto e a vendedora estava absorta demais em algum pensamento que a deslocava da realidade. Decidi seguir em frente, ainda saboreando a maçã enquanto percorro o trajeto até os limites do vilarejo, o portão. O burburinho resultante da aglomeração diante de mim é difícil de ser ignorado, de modo que me vejo curiosa quanto a sua razão. Pé após pé avanço da maneira que imagino ser suficientemente discreta, embora, como descoberto no segundo seguinte, tenham sido esforços inúteis. Um homem, cujas vestes o distinguiam de um mero civil, o rotulando como mercador de algum tipo, aproximou-se com indagações. A pergunta, obviamente, remete-me à tarefa designada e penso que ambos procuramos a mesma pessoa. Penso em simplesmente dispensa-lo com um gesto de mão, mas, ao repensar, vejo que posso tirar algum proveito de sua presença e também dos demais ao seu redor.

— Este garoto — digo, inclinando brevemente meu queixo em sua direção como que a fita-lo — você o viu? E suas mercadorias, elas estão em alguma caixa característica? Algo que salte a vista? — e, como que subitamente uma vontade de explicação de me acometesse, torno a dizer-lhe o motivo das perguntas. — Desculpe, estou numa missão e talvez procuremos a mesma pessoa.

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Tendo escutado com atenção, faço o que posso para manter todas as informações em gavetas acessíveis de minha mente, repetindo-as para reforçar sua existência. Sei agora que outros além de mim também procuram pelo garoto, o que pode significar um conflito de interesses entre a vila e o mercador. Mas não há um símbolo mercante em gravado na tira de aço posta sobre minha bandana e sim o de Kumogakure; não obstante, minhas ordens são claras e irei executa-las com a precisão requerida. Avanço para o norte, a direção indicada, paro vez ou outra quando penso ter encontrado vestígios de passagem humana na foram de pegadas no solo ou afins, atenho-me a tudo que é visível embora o mais provável é que não encontre nada; o solo rochoso serve bem ao propósito de ocultar qualquer avanço. Sempre ao norte, caminho e aguardo, sei que em breve alcançarei alguém, sejam os guarda-costas do comerciante ou o garoto propriamente dito. Acima, o astro brilhante acompanha-me, iluminando o caminho com sua luz de meio dia.

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Como previsto, alcanço sem tardar os rastros da criança fugitiva, ainda antes mesmo de me encontrar ofegante. O passo que me retenho para esquadrinhar a paisagem no entorno, me precavendo, o mesmo se vira e encara-me de frente. Fortuitamente, não o reconheço de minhas aulas na academia, o que me livra de um possível remorso. Porta o pergaminho procurado pelo mercante e aqui lembro-me novamente de um provável conflito de interesses entre o vilarejo e o homem, mas claro, tenho com absoluta em clareza a quem sirvo neste momento. Ante a ameaça das feras escarlates vindo de avanço contra mim, cortesia do poder contido no pergaminho, apenas movo uma das mãos, erguendo um quinteto de pilares a partir do solo rochoso, derretendo-o e transformando em magma. Após observar por um breve segundo a velocidade com a qual se dava o avanço das bestas, projetei contra essas os pilares, esperando ter feito correto julgamento da locomoção; em meu sucesso, atravessaria ambas as criaturas a partir abdômen — ou ao menos da região equivalente nestas. Ainda, sobrariam então um trio de pilares, que se lançariam contra o Genin e seu pergaminho, de maneira a cerca-lo, projetados contra suas costas e a lateral de ambos os ombros. Não obstante, apenas caminharia na direção do mesmo, passadas lentas e serenas, meu olhar pousando em seus olhos de maneira firme, denotando a concisão que seria necessária para dar um fim definitivo àquele problema.

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Adendo: Considerando que missão não tem número de palavras por post acho que posso considerar isso aqui como válido pra desenvolvimento de atributo, não? No caso seria Ninjutsu.

Yōton
Rank: C
Descrição: Yōton (熔遁; 溶遁, Yōton; Panini "Estilo da Lava" ou "Estilo do Magma") é uma kekkei genkai de natureza avançada de chakra que combina as naturezas do chakra fogo e terra para criar lava e substâncias relacionadas, que podem servir a múltiplos propósitos. A Liberação de Lava de Son Gokū e seus jinchūriki, Rōshi de Iwagakure e Naruto Uzumaki de Konohagakure, assume a forma de rochas fundidas escaldantes, sob estados mais sólidos ou líquidos.