Desde seus primeiros dias dedicado a vida de um aspirante à grande shinobi, Gon aguardava que os ventos lhe trouxessem uma grande aventura com a qual seu sangue aquecesse ao ponto de ferver. Diferentemente do esperado, no entanto, encontrou-se com um falcão mensageiro da vila, o qual carregava nada senão uma missão do nível mais básico existente na hierarquia ninja.

Pôs-se a disposição de pronto, tão logo conhecedor de sua incumbência. Endireitou-se na direção descrita pelo memorando: o trajeto mais ágil no caminho até a floricultura. Seguiu a trilha e chegou ao local no menor intervalo cabível. Apresentou-se à dona agilmente, colocando-se a sua total disposição. A mulher, gentil e calma, de um corpo esbelto e voz doce, colocou-o sob a ordem de tomar conta de toda a floricultura enquanto ela estivesse dedicada longe dali, desbravando um mundo de possibilidades.

Invejou-a, ainda sim soube se colocar em seu devido do lugar. Acomodou-se por detrás do balcão de vendas, onde havia um registro das vendas realizadas com cadernos e canetas e uma pequena máquina registradora com trocos que, apesar de seu nome, já teria deixado de registrar há décadas. Aquele ponto comercial pertenceu à família de Goka, a atual proprietária, por gerações. Era a única de toda a vila. Sendo Iwagakure uma área assolada pelo clima seco, era quase um dom a técnica da sua família de conseguir cultivar as mais belas flores da região.

Durante um dia, uma tarde e parte inicial da noite, Gon, o menino extremamente dedicado, cuidou da floricultura como quem cuidasse de seu filho. No entanto, muito embora esperasse alguma emoção, deparou-se com nada senão a normalidade. Vendeu flores, preparou buquês e entregou trocos aos montes. A noite acometeu a todos e permitiu, por benção dos deuses, o final daquela missão. A mulher encontrara sua loja em perfeitas condições, com todo o registro realizado com sucesso. Surpresa, agradeceu ao menino e seus serviços. Aceitou o pagamento e andou pelo centro do vilarejo, passeando e observando a noite com seus próprios olhos.


Alguns dias mais tarde, não havia muito o que aguardasse da vida. Jovem e ávido, permaneceu tranquilamente convivendo com seus pares da natureza: animais com os quais se afeiçoou no decorrer de quase uma década. Conheceu-os quando novo e, se não fosse pela recente descoberta de seu avô, eles seriam a sua única família aliado à Raito que o deixara a própria sorte quando graduado na mais baixa patente.

Iwagakure, entretanto, não parecia estar satisfeita. Enviou-lhe nova missão, através do mesmo falcão mensageiro de instantes atrás. Leu e releu o pergaminho, certificando-se do que faria. Seria um grande descaso cometer um erro bobo como não conhecer a missão a qual se dedicaria. Não conhecia o ataque sofrido pelo vilarejo, de todo modo, pôs-se à disposição no intuito de cooperar com sua manutenção. O trabalho era simples, na verdade, remetia a prática um tanto quanto praticada durante os anos de academia. Nada melhor do que ensinar um bando de pirralhos sobre disciplina enquanto, na mesma mão, consegue mão-de-obra extra com serviços gerais.

No local designado, à Gon entregaram um rolo de pincel, tinta, pedaços de madeiras e outros equipamentos de construção. Equipado com toda parafernália necessária, realizou o serviço se dedicando ao máximo. Pintou e posicionou tanta cerca quanto pôde no regime de um dia. Reconstruiu aquilo que estava completamente abatido com a invasão.

De lá, partiu em direção à colocação de asfalto. Uma camada de um grande borrão preto que, com muito esforço, se tornaria numa via e rua para o trânsito de pessoas. Usuários de doton a despejavam, realizando o trabalho mais simples. Genins e outros civis faziam o trabalho mais braçal de nivelar toda aquela lama e transformá-la em um passeio útil aos transeuntes.

No fim de uma longa jornada de trabalho, os braços de Gon pesaram e tudo o que suportou foi receber a recompensa de todo o serviço pesado. "Moradores de Iwagakure são os mais fortes, garoto." disse-lhe um dos inúmeros supervisores. Concordava, no geral, com a passagem. Jamais havia conhecido povo que aceitasse viver sob um regime de seca tão castigada e desgastante. Seguiu rumo na direção do habitat de sua família animalesca, dormindo em seguida.    
Gon; 625/625 675/675 00/06

Considerações:

Usados:

Pergaminho de missões: