Era a primeira vez que eu vinha ao local onde minha família habitava desde que me tornei oficialmente um gennin. Olhando ao redor, observava que nada mudou naqueles meses em que fiquei longe. Aquela casinha velha nos arredores da vila, com as paredes de pedra esburacadas, janelas quebradas, teias de aranha em vários pontos e uma porta de metal. Entrei e a porta lançou um rangido tenebroso. Um sorriso se formava em minha face, revelando meus dentes pontudos como os de um tubarão. Encarei aqueles parentes que há tempos não via. Eles se alegraram com minha presença, mas sabiam que eu não tinha ido até lá só pra matar as saudades. Respirei fundo, sentindo aquele ar com cheiro de mofo adentrar minhas narinas e finalmente fiz meu pedido.

Fui levado ao subsolo. Era a área de treino da família. Um local fechado, sem janelas e com pouca luz, com paredes cobertas com placas metal para evitar que fossem facilmente destruídas, mas ainda apresentando rachaduras devido ao seu uso durante tantos anos. Lá também tinha toda a sorte de equipamentos para treinos.

Me fecharam lá dentro da área para poder ficar em paz. Era meio solitário mas seria melhor para me focar. Dirigi minha atenção aos ítens pesados que se encontravam no canto do local. Peguei um colete com cerca de 20kg, dois pesos para braços com 15kg cada e dois para pernas com o mesmo peso. Me equipei com tudo isso. Andar se tornou uma tarefa difícil. Mover meus membros parecia uma tortura. Mesmo tendo mais força do que uma pessoa normal, ainda era muito peso para mim. Essa era a ideia do treino afinal. Tinha que me acostumar com aqueles pesos até que eles fossem irrelevantes para meus movimentos.

Então, antes de tudo, comecei com algo simples: Andar. Lentamente movia minhas pernas. "Primeiro a direita, depois a esquerda." pensei. Sentia meus membros tremerem pela força que eu tinha que fazer. O suor já começava a escorrer pela minha face, em parte por causa do treino e também por causa do calor daquele local abafado. Continuei, usando de todas as minhas energias para manter-me caminhando. Dei uma, duas, três voltas pela sala (Que não era pequena. Cobria uma área gigantesca do subsolo, ultrapassando até os limites da casa). Meus músculos ardiam. Parei por um segundo, colocando as mãos sobre as coxas e respirando rapidamente. Aquilo quase foi meu fim. Não tinha energias para levantar. Parei um pouco, respirei fundo. Com muito esforço, me reergui, olhando para a frente com determinação. "Eu tenho que conseguir isso senão como vou poder me tornar o rei de tudo?" pensei, me motivando. Lentamente, minhas pernas voltaram a se mover. Andei mais. E mais. Agora caminhar não era algo tão difícil. Aos poucos comecei a aumentar a velocidade de meus passos. Minha respiração estava pesada. Eu estava chegando ao meu limite, mas não podia desistir ainda. Tentei correr um pouco, mas aquele peso extra atrapalhava meu equilíbrio. Ainda tinha que me acostumar com aquilo. O tempo passava e eu conseguia me acostumar com os ítens extras. A caminhada já estava firme. Me arrisquei novamente a correr. Não conseguia atingir a velocidade máxima sem pesos na primeira tentativa, mas já não tinha mais o problema do desequilíbrio. Mais algum tempinho se passava até que eu conseguia me acostumar totalmente aos pesos para me locomover, atingindo minha velocidade máxima mesmo estando com eles. Dei uma pausa, recuperando minhas energias. Coloquei as mãos, novamente sobre minhas coxas, demonstrando todo o meu cansaço. Respirava fundo, tentando assim me recuperar de vez.

O primeiro passo tinha sido concluído. Agora a locomoção não era um problema. Entretanto, me mover para combate usando aqueles itens era complicado. O colete atrapalhava movimentos com os ombros. Os pesos atrapalhavam socos e chutes. Isso teria que ser resolvido agora. Fui para o outro canto da sala, pegando um aparato que minha família desenvolveu. Era uma espécie de robô de treino. Ligando-o, ele fazia alguns movimentos de combate, sendo o parceiro ideal para uma leve prática.

Liguei o tal robô. Ele era um pouco mais alto do que eu, todo coberto por metal. Ele logo tomava posição de combate, assim como eu. Às minhas ordens, ele começava. Avançava contra mim em uma investida de velocidade equiparável a minha. Se preparava para desferir um soco. Eu movia meu corpo ligeiramente para o lado, fazendo com que seu golpe passasse direto. Ele ainda estava dentro da minha área de acerto, então tentava lhe aplicar um soco no tórax. Entretanto aquele peso me fazia perder o tempo de meu próprio golpe, permitindo ao robô escapar, saltando para longe de mim. Agora era a minha vez. Avancei contra ele, usando toda a minha velocidade. Tentava golpeá-lo, mas mesmo eu conseguindo me mover considerávelmente rápido, meus socos eram lentos demais para o atingir. "Me deixa tentar isso então". Apliquei força em minhas pernas. Tentaria aplicar um chute na lateral da cabeça de tal robô. Todavia, meu salto me dava pouco mais de 30cm de altura. Muito pouco para tal golpe. Continuei tentando o golpear. Soco atrás de soco, chute atrás de chute. O robô conseguia bloquear todos ou simplesmente desviar. Eu estava me cansando e, mesmo antes de minhas energias se esgotarem, meus golpes pareciam estar mais fracos do que o normal. Me afastei por alguns instantes, dando alguns saltos para trás. Respirei fundo, procurando recuperar alguma energia. O robô ficava parado, esperando meu próximo movimento. Olhei para ele e avancei. Ele não tardou a fazer o mesmo. Nossos punhos se encontravam, ecoando um som de metal por aquela sala. Passava rápidamente minha mão por baixo do antebraço dele. Virava de costas para o robô. Minha mão direita segurava seu pulso. Então eu o puxava por cima de meu ombro, fazendo-o colidir com o chão. Saltei. Parece que tudo o que eu precisava era um leve descanso. Meu salto foi maior dessa vez do que da última. Caí de joelhos sobre o abdômen do robô. Se ele fosse humano, teria sentido essa dor. Ainda sobre aquela máquina, comecei a golpear sua face incessantemente. Meus socos estavam mais potentes. Minha mobilidade não estava mais debilitada. A face metálica daquele andróide começou a rachar. O brilho em seus olhos sumia e ele parava de funcionar. Eu venci.


Saí da sala de treinamento. Estava cansado e todo molhado de suor. Agradeci aos parentes por terem me deixado treinar. Tomei um banho e voltei para a vila, afim de apreciar o resto da noite.

HP: 200|200
Chakra: 225|225

App, treino aprovado 1 em força e vel.

off: me convida pra esse subsolo pra treina tbm aueha

Após a saída do hospital, estava decidido a treinar. A derrota para a Tsuchikage foi uma ferida em meu orgulho, mesmo sabendo que era algo óbvio. Não podia perder para mais ninguém. Então decidi ir para o único lugar onde sabia que podia aprender mais técnicas.
-EI, ERDENE-CHAN - Gritei, chegando na gruta/casa de minha querida conhecida.
-Guriido? O que você quer aqui? - Ela perguntava, sem muito entusiasmo.
-Vim treinar com você de novo. Está ocupada? Quero aprender uns jutsus novos.
Ela suspirou. Parecia cansada. Fechou os olhos, pensativa, coçando a nuca com a mão direita. Olhou para meu braço direito. -O que aconteceu? - Disse, apontando para a cicatriz.
-Isso? Nada demais, apanhei em um treino com a Tsuchikage. Acontece. - Dei de ombros. -Então, pode ser?
Ela também dava de ombros. Entrava na gruta, pegando uns pergaminhos e me entregava. -Toma, aqui tem umas técnicas doton. Acho que vão ser úteis.

Peguei o pergaminho e comecei o treino.

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Uma técnica simples para começar. Usando manipulação elemental, se diminui a densidade da terra ao redor do usuário, permitindo-o se mover sob o solo como se estivesse na água. Pra mim não era algo difícil afinal mudar a densidade da terra era algo que eu estava fazendo constantemente para os combates. Agora teria que fazer isso continuamente e ao redor do meu corpo. Cobri meu corpo com chakra. Toquei o chão, diminuindo sua densidade. Aos poucos afundava na terra, até que meu corpo entrasse totalmente sob o solo. Lá embaixo ainda conseguia me mover. Andei para a frente, saindo alguns metros a frente de onde estava. Aparentemente a técnica estava aprendida sem muito trabalho.

Outra técnica não muito complicada, que consistia transformar o chão de uma área em lama. Até conhecia essa técnica, era algo que a Tsuchikage usou e combinou com outra técnica, mas isso não vinha ao caso. Fiz os selos de mão indicados no pergaminho. Os repeti algumas vezes até decorá-los bem. Depois disso comecei a treinar a aplicação do chakra no ambiente. Algumas tentativas foram necessárias. Conseguia mudar a densidade da terra, mas me faltava prática para mudar sua composição. Consegui, com um pouco de dificuldade, realizar a tarefa. O chão ao meu redor se transformava em lama, deixando apenas um círculo sólido que era onde eu estava em pé.

Agora era o momento de dar início as técnicas cuja dificuldade era um pouco maior. Uma técnica de clonagem diferente do bunshin no jutsu aprendido na academia. O chakra devia ser dividido entre os clones, que eram moldados da lama. Aproveitaria-me do resultado da técnica anterior para criar os clones. Fazia o selo de mão, concentrando meu chakra. Tentaria fazer três clones. Usando a manipulação elemental, conseguia levantar três pilares de lama. Entretanto ao tentar dar forma aos pilares, eles se desfaziam. Mais uma tentativa e o resultado era o mesmo. Mais várias tentativas até conseguir dar forma meio defeituosa aos pilares (Ficavam sem membros ou só estranhos mesmo), mas isso já era um avanço. Mais outras tentativas e os pilares de lama ficavam com o formato correto. Faltava a divisão do chakra. Respirei fundo, tentando recuperar minhas energias. Tantas manipulações estavam me esgotando. Quando senti que já estava bem o suficiente, voltei ao treino. Selos de mãos feitos, chakra aplicado sobre a lama. Três pilares de lama se levantavam. Moldando-os, eles tomavam a minha forma. Três clones identicos mas "sem vida". Me concentrei em passar meu chakra para eles. Tentando fazer isso, perdia a concentração em manter a forma deles. De volta a estaca zero. Mais uma vez, fazia os selos. Os pilares de lama levantavam e tomavam forma. Me concentrando, passava meu chakra para eles, com muita calma para não acabar os desfazendo de novo. Para que pressa, afinal? Consegui fazê-los ficar em pé e sentia que meu chakra era dividido igualmente entre as réplicas. Mais uma técnica concluída.

Uma técnica parecida com a minha armadura koton. Devido ao meu domínio sobre o elemento, era uma técnica boa para usar para defesas por ter o mesmo nível da técnica provinda de minha kekkei genkai e com menos gasto de chakra, mas com riscos diante do elemento relâmpago. Ainda assim queria aprendê-la só para ter algo a mais no meu repertório. Antes a manipulação elemental era sempre relacionada ao ambiente ao meu redor mas dessa vez teria que fazer a "manipulação" internamente. Concentrando-me, passava o chakra por todo o meu corpo. Sentia-o passando pelas minhas veias junto com meu sangue por toda a parte. Imaginava meu corpo como se fosse o solo e minha pele seria a camada superior. Lembrava-me de como mudar a composição da terra, endurecendo-o ou amolecendo-o. Nesse caso eu tinha que endurecer. Me concentrava, tentando "manipular minha pele". Como na outra vez, várias e várias tentativas foram necessárias. O aumento do rank também significava um aumento na dificuldade do aprendizado, mas o desafio meio que me excitava. Definitivamente aprenderia aquela técnica. Com muito esforço e concentração, conseguia endurecer partes especifica da minha pele por alguns segundos. Conforme tentava, o tempo de duração aumentava, mesmo sendo somente em uma parte por vez. Depois de mais várias tentativas, a técnica durava o tanto que eu quisesse. Agora tentava fazer a técnica ser aplicada por todo o meu corpo. Tentava dividir o fluxo de meu chakra igualmente por todos os pontos do meu corpo. Por já ter uma noção do básico sobre essa técnica, essa parte não foi tão difícil. Poucas tentativas foram necessárias até que toda minha pele endurecesse e a técnica fosse aprendida com sucesso.

Essa técnica aparentava ser mais simples do que as outras. Criar paredes de terra era algo que eu já conseguia fazer. Agora era tentar aplicar a ideia a uma escala maior do que o normal. A técnica poderia ser utilizada aplicando o chakra sobre o chão e fazendo-o levantar ou cuspindo uma quantidade grande de lama que endureceria e formaria uma parede. Comecei a prática. Fiz os selos de mão e toquei o chão. Uma porção da terra se levantava, mas sabia que aquilo era o quanto eu conseguia levantar com uma manipulação simples. Mais selos de mão. Me concentrei para aumentar a quantidade de chakra aplicada. Toquei o chão. Uma parede um pouco maior de terra se levantava, mas acreditava que ainda não era o suficiente. Podia ser melhor. Mais uma tentativa, os mesmos procedimentos eram feitos. A parede se levantava mas não conseguia se sustentar em pé, caindo pouco depois de ser formada. Estalei meu pescoço, livrando-me da tensão. Tentei relaxar o máximo antes de tentar de novo. Fiz os selos e a parede se levantava. Ficava em pé perfeitamente diante de mim e dessa vez eu julgava ter feito perfeitamente. Hora da parte dois do treinamento. Fiz os selos de mão. Concentrei meu chakra em meu interior. Em minha boca, uma grande quantidade de lama se formava. Eu cospia tudo aquilo, que endurecia ao entrar em contato com o ar, formando uma parede de terra na minha frente. Mais uma técnica aprendida com sucesso.

De novo uma técnica do elemento terra cuja aplicação é no corpo do usuário. Dessa vez consistia em diminuir o próprio peso. Era como se a diminuição de densidade do solo que eu já estava acostumado a fazer fosse aplicada em mim mesmo ou na pessoa que eu queria aplicar a técnica. Assim o fiz. De novo, imaginando que meu corpo era o solo. Me acalmei e concentrei, fazendo meu chakra fluir por todo o corpo, de ponta a ponta. Pensava em como aplicava a manipulação Doton sobre o chão, diminuindo sua densidade, fazendo-a mais leve e menos resistente. Tentava fazer o mesmo com meu corpo. Como se eu mesmo fosse a terra, tentava diminuir minha densidade. As primeiras tentativas eram frustradas mas eu já estava acostumado com iniciar fracassando no aprendizado dos jutsus. Várias e várias tentativas foram necessárias até que eu conseguisse controlar bem o fluxo de chakra em meu corpo e manipulasse minha própria densidade. Sentia meu corpo mais leve. Sabia do risco da técnica, em que minha força diminuia um pouco mas lembrava das palavras da Tsuchikage, me aconselhando a treinar minha velocidade. Essa técnica era perfeita para isso. A técnica se cancelava após alguns instantes. Parecia que ainda não conseguia mantê-la ativa por quanto tempo eu quisesse. Realizei o jutsu mais algumas vezes. O tempo de duração aumentava mais e mais até que eu conseguia mantê-la ativa por quanto tempo quisesse. Respirei fundo, cancelando a técnica e voltando ao meu peso normal. Tanto treino estava acabando comigo mas ainda faltava um jutsu a aprender.

A técnica oposta a anterior, eu teria que aumentar a densidade de meu corpo. Já sabia como aplicar a ideia de mudar meu próprio peso devido a técnica anterior, acreditava que agora seria mais fácil. Fazia os selos de mão, sentindo meu chakra fluir por todo o corpo. Mudava a minha densidade, ficando mais leve. Agora tentava fazer o oposto. Sentia meu peso voltar ao normal ainda mantendo o chakra fluindo. Meu corpo aos poucos ficava mais e mais pesado. Uma hora não consegui aguentar meu próprio peso e caí no chão. A área onde eu caía rachava, não me aguentando. Usei todas as minhas forças para me levantar. Alguns minutos foram necessários para conseguir me equilibrar, mas ainda não conseguia andar muito em. Tentei dar um passo, depois outro, e mais outro, etc. Conforme caminhava, minhas pegadas ficavam bem marcadas no chão. Tentava mover meus braços e, com muita dificuldade conseguia. Tentava pular e mal conseguia sair do chão. Muito tempo depois consegui andar e me mover sem muitos problemas. Tentava correr, mas minha velocidade estava muito afetada. Eu estava bem mais lento do que o normal, algo que eu já esperava devido a descrição da técnica. Testei a outra parte, que dizia que a força aumentava. Soquei uma árvore, conseguindo derrubá-la sem muito esforço. Desativei a técnica, voltando ao peso normal e me movendo facilmente. Finalmente, técnica concluída. Podia ser útil em combate caso encontrasse algum inimigo que fosse tão forte quanto eu (ou até mais).

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Depois de tanto treino, caí no chão, cansado. Fiquei observando o céu. Erdene se aproximava, falando que fiquei a tarde toda treinando e devia estar acabado. Me deu um pouco de comida para recuperar as energias. Comi e fiquei um pouco melhor. Agradeci a ajuda e fui embora de volta para a vila.

Status | Armas:

Jutsus:

Observações:

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