Prólogo :: — Manhã — The Unfaced Killer

Akito Ootori Shihou Kimizuki

O sol nascia por entre as montanhas que circundavam pelo vale da aldeia da folha, enquanto a brisa da manhã trazia consigo as promessas de um futuro que muitos não estavam preparados. 

Ele esta sentado na varanda da casa decrépita, que servia apenas como uma fachada para as instalações até dez níveis abaixo dos jardins mal cuidados que circundavam a propriedade Ootori. O garoto olhava para o matagal que ameaçava invadir a casa sem demonstrar qualquer interesse, seus olhos estavam opacos, sem o brilho que demonstrava há algumas horas atrás, seus cabelos rubros pareciam ter entrado em um coro com os ramos de grama alta, balançandos pelo vento matutino que passava por ali.

Uma figura negra desceu como em um mergulho do céu, mas não houve curiosidade em conferir do que se tratava, não era um sentimento que fizesse sentido para ele. Ao menos não mais.

O corvo empoleirou-se no parapeito da cerca de madeira que circundava a varanda e deixou cair a carta e o dispositivo, que o garoto recolheu com certa indiferença, lendo o conteúdo escrito sem dar muita atenção. Não era uma novidade, ele havia se inscrito afinal.

- Chegou, Akito? - Disse a mulher de cabelos lilases que saía da porta com uma chÍcaro de café quente nas mãos.  O garoto a olhou com certa indiferença, pondo a mão dentro do seu bolso e tirando de lá uma bala, que ele amassou até que ela explodisse pra dentro de sua boca.

- Sim, pai. - Respondeu e não havia emoção em sua voz, diringi-se a mulher de seios fartos e expressão infantil, que sabia ser apenas uma fachada para o atual líder da casa Ootori.

- Espero que lembre qual é sua missão. - Disse com certa desconfiança na voz.

- Tenho memória eidética, é impossível esquecer qualquer coisa. - Respondeu, novamente sem traço de raiva ou sarcasmo, apenas uma constatação fatídica e sem emoção, uma casca vazia, sem alguém para habitar dentro dela. 

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